terça-feira, 31 de maio de 2016

Zapiekanka: o sanduíche da Polônia

Os sanduíches mais comuns na Polônia são conhecidos como zapiekanki (plural) ou zapiekanka (singular), que se pronuncia (zá-pié-KAN-ká).



A palavra vem de zapiekanka do verbo zapiekać, que significa "assar".

A maioria dos zapiekanki é feito com pão meia baguete (pão francês grande), cogumelo silvestre (borowik) salteado (conhecido, na Itália, como funghi porcini e em Portugal por tortulho), queijo, creme de tomate (ketchup) e salsinha ou cebolinha picada. Esta receita é a mais simples e por isso mesmo chamada de Zapiekanka Zwikła.


Mas há zapiekanka de vários outros tipos, com ingredientes como pepino azedo, abacaxi, azeitonas, queijo feta, queijo oscypek (polaco com denominação de origem feito com leite de ovelha e defumado) e muitos mais.

Na tabela, ao lado, numa zapiekankarnia, os diversos tipos:

a) com cebolinha picada
b) clássica
c) com cebola assada
d) com queijo montanhês
e) duplo com queijo
f) com espinafre
g) com presunto
h) com salame 

O que faz deste sanduíche uma autêntica iguaria polaca é o modo de fazer. E é claro, ele tem que ser servido um "piwo" (cerveja) polaco do melhor sabor (cervejas Żywiec, Tyskie, Żubr, Lech, Okocim, Warka, Dębowe, Tatra e etc)!


RECEITA

1. Corte o baguete ao meio
2. Unte uma frigideira com azeite
3. Lave os cogumelos e corte-os
4. Refogue os cogumelos com cebola, açafrão, pimenta vermelha e pimenta preta até ficarem macios
5. Pré-aqueça o forno em 148º graus
6. Em cada metade do baguete, espalhe o cogumelo refogado
7. Polvilhe com queijo ralado à gosto
8. Coloque no forno e asse até que todo o queijo esteja derretido, por cerca de 5 minutos
9. Retire do forno e espalhe o ketchup e salsinha ou cebolinha (cheiro verde) picada sobre ele e coma ainda quente.



Um zapiekanka de 20 a 25 cm de comprimento custa em média 5 a 10 złotych, nas ruas de Cracóvia, principalmente na praça central do bairro judeu do Kazimierz.

Várias "Zapiekankarnia", na Prac Nowy, no bairro do Kazimierz / Cracóvia

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Auschwitz: encontradas jóias em fundo falso de caneca

"Temos muitos achados, mas este é especial pela forma como as jóias foram escondidas", disse o porta-voz do museu, Paweł Sawicki.

Foto: Jacek Bednarczyk - EPA/POLAND OUT
O museu de Auschwitz anunciou ter encontrado um anel e um colar de ouro escondidos por um preso no fundo falso de uma caneca, encontrada no antigo campo de concentração e exterminação Alemão nazista.

Mais de 70 anos depois da libertação do campo, no fim da Segunda Guerra Mundial, na Polônia ocupada, os funcionários do campo encontraram as jóias numa caneca de esmalte enferrujada, um de milhares de utensílios de cozinha  em exibição no museu.

Foto: Jacek Bednarczyk - EPA/POLAND OUT

"Temos muitos achados, mas este é especial pela forma como as jóias foram escondidas", disse o porta-voz do museu, Sawicki.

"Não verificamos todos os milhares de utensílios de cozinha... mas conseguimos encontrar as jóias porque o fundo falso se separou da caneca original", acrescentou.
Paweł Sawicki

O colar estava embrulhado num pedaço de pano, juntamente com o anel de mulher. Sawicki afirmou ser impossível chegar a identificar o dono: "Alguém que acreditou na mentira alemã-nazista, usada nas deportações para Auschwitz".

Muitos deportados trouxeram os seus bens para Auschwitz porque os alemães-nazistas prometeram realojamento e novas vidas, mas todos os bens pessoais eram retirados logo na chegada e antes de serem enviados para as câmaras da morte.

"Podemos perceber o medo da pessoa por ter escondido suas jóias. O que significa que sabiam dos roubos. Mas, ao mesmo tempo, também podemos ver a esperança de sobreviver", disse Sawicki.

Ainda segundo Sawicki, as inscrições nas jóias atestam que elas foram fabricadas na Polônia aproximadamente entre os anos 1921-1931. Muito provavelmente a caneca deveria pertencer a uma mulher polaca que foi vítima do Holocausto.

"Os fascistas escondiam intencionalmente a verdade, dizendo às pessoas que elas seriam deportadas para trabalhar em lugares menos perigosos. Estas pessoas levaram consigo algumas coisas preciosas que pudessem lhes ajudar no 'novo lugar' e as esconderam porque sabiam que os nazistas roubariam tudo. Este achado é um exemplo daquelas histórias", conclui Sawicki

Um milhão e meio de europeus de origem judaica morreu entre 1940 e 1945 no campo de Auschwitz, no sul da cidade de Oświęcim. Mas também cerca 220 mil outras pessoas, incluindo polacos católicos, protestantes, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e membros da resistência anti-nazista morreram em Auschwitz, de acordo com o Museu.

No ano passado, no 70.º aniversário da libertação do campo pelas tropas soviéticas, um número recorde de 1,72 milhões de pessoas visitou Auschwitz.