quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O dia do SONHO é hoje

Życzymy smacznego!

"Desejamos bom apetite" é a saudação mais ouvida nesta "quinta-feira gorda" na Polônia e em muitas cidades dos Estados Unidos, Canadá e em tantas outras concentrações de polacos em todo o mundo. Hoje, última quinta-feira antes do início da Quaresma é o "Dia do Sonho" , ou "Dzień Pączki". Também conhecido como “Tłusty czwartek”, ou “Fat Thursday". Hoje é dia de comer muitos "sonhos", embora a tradição polaca recomende comer 2 sonhos e meio e desejar felicidades e sorte a todos. Então corra a confeitaria mais próxima ou para a cozinha. A receita está aqui mesmo neste blog.
Acesse o arquivo ao lado no dia 17 de janeiro ultimo

P.S. a pronúncia da saudação em polaco é jitchimi smatchenégo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Reforma ortográfica português - 3

Base II
Do H Inicial ao Final
1º) O h inicial emprega-se:
a) Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor.
b) Em virtude da adoção convencional: hã?, hem?, hum!.
2º) O h inicial suprime-se:
a) Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de
herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbáceo, herbanário, herboso, formas de
origem erudita);
b) Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglutina ao precedente:
biebdomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver.
3º) O h inicial mantém-se, no entanto, quando, numa palavra composta, pertence a um elemento que está
ligado ao anterior por meio de hífen: anti-higiénico/ anti-higiênico, contra-haste, pré-história, sobrehumano.
4º) O h final emprega-se em interjeições: ah! oh!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Tratores roubados vendidos na Polônia


Foto: JupiterImages/EAST NEWS
Uma gangue internacional estão ganhando milhões em libras roubando tratores na Grã-Bretanha e vendendo na Polônia à camponeses polacos. Para fazer chegar os tratores a Polônia, a gangue após roubar os tratores circulam por outros países da Europa Ocidental, e às vezes até Austrália, para "esquentar" os veículos e dar ares de legalidade na venda.
A marca mais utilizada para "efetuar a operação" é o caraccterístico verde-amarelo John Deere. Chegam a verder o produto do roubo por 63,7 mil a 75 mil libras esterlinas. Como dependem da "clientela" polaca também se utilizam das marcas New Holland, Massey Ferguson e Caterpillar. Segundo os investigadores polacos, a gangue conta com o "beneplácido" de soldados irlandeses de fronteira e "conseguem seus produtos" nas fazendas e mesmo nos parques de exposição das concessionárias de tratores. Em seguida, "com as vistas grossas" das autoridades "exportam" para outros países, fazendo uma triangulação para que os veículos entrem na Polônia "legalizados".

domingo, 27 de janeiro de 2008

Brasileiro contribuiu na restauração do Wawel

Foto: Ulisses Iarochinski
Na rampa de acesso aos portões de entrada do Castelo de Wawel, panteão nacional da Polônia, centenas de placas registram as pessoas e instituições do mundo inteiro que ajudaram financeiramente na restauração do Castelo Real da Polônia, em 1920. Do Brasil, o jornal editado em língua polaca em Curitiba, LUD e o sr. Władysław Kamiński, imigrante polaco com inúmeros descendentes brasileiros de Guarapuava no Paraná também deu sua contribuição. Será que seus netos e bisnetos sabem que o nome do ancestral está eternizado na muralha do Wawel em Cracóvia?
O Castelo de Wawel, como inúmeros outros monumentos, foram destruídos e ultrajados pela invasão austríaca de mais de 127 anos que assolou o Sul da Polônia e terminou com a derrota do Império Austro-Húngaro na primeira guerra mundial.

Dragão do Wawel: simbolo de Cracóvia

Sob o Castelo de Wawel, uma caverna atesta, o símbolismo da lenda do dragão, que envolve o Rei KraKus e sua filha Wanda.

sábado, 26 de janeiro de 2008

A maior catástrofe da história da aviação polaca

Foto: Wojtek Basalygo/SE
A morte de 20 oficiais do alto comando das Forças Armadas é a maior tragédia da história da aviação polaca. No começo da noite desta-sexta feira a poucos metros da pista do aeroporto de Mirosławce, no Noroeste da Polônia, expodiu o avião com generais e coronéis que tinham participado de seminário militar em Varsóvia. A nação está de luto, as emissoras de televião estão com suas tradicionais logomarcas brancas da tela, na cor preta.
Os oficiais faziam eram da Brigada de Tática Aeropotuária de Świdwin. Entre estes 8 eram pilotos. O avião sinistrado era de fabricação espanhola. As Forças Armadas, possuem outros 9 aviões casa comprados ente 2005 e 2007. Foi o primeiro acidente com estes avião e logo no primeiro de forma trágica. O avião faria apenas um escala para os oficiais de Szczecin desembarcassem, o restante dos passageiros e tripulates seguiriam para Cracóvia, onde está a base dos CASA espanóis. A catástrofe de Mirosławce é o primeiro ocorrido no mundo com este avião.

Este avião CASA C-295M nr 019 foi fotografado na quarta-feira as 16:47 horas no aeroporto de Varsóvia trazendo os generais que dois dias depois morreriam antes de aterrizarem na escala com detino a seus lares. Foto: Maciej Wolański.

Em miejsce katastrofy (local da tragédia) onde o avião se espatifou antes de aterrizar no aeroproto de Mirosławce.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Seis meses de blog

Grupo de leitores do blog, que acompanhei na visita a Auschwitz em outubro passado
Foi no dia 25 de julho do ano passado, que inspirado pelo cartunista-poeta de Itararé Luiz Solda, nasceu o JAROSINSKI do Brasil. Porque este título? Porque é a grafia polaca de meu sobrenome iarochinski (registrado pelo tabelião Eusébio Borba Taques em Ventania, Tibagi). E do Brasil porque não existe Jarosinski (nom acento agudo no N) em terras brasileiras, eu e meus parentes por culpa de cartorários assinamos iarochinski, jarochinski, jaroszynski, jarozinski. Não os Jaroszewski não são meus parentes. É uma outra família que se ficou na região das Missões gaúchas. Os meus ficaram no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Claro, hoje, o sobrenome além de Minas Gerais já está até no Amazonas. Polaco na floresta? Sim nas "dżunglas".
Os mecanismos de registros de visitantes apontam número de visitantes e número de páginas vistas. A média diária é de 100 visitantes e 150 páginas. Nada mal, já que no total já ultrapassou os 17 mil acessos. E é leitor de vários ediomas de lugares tão distantes como a Mongólia, Austrália, Honduras, Patagônia, Groelândia. Estou contento e agradeço a todos aqueles que visitam, incentivam e divulgam. Porque só este é o meu pagamento: o carinho de quem acompanha.
Para acompanhar estreamos um visual novo, com letras maiores e mais verde, porque verde é que te quero verde, Brasil. As nóticias, claro, nas cores da Polônia.
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Lapa: casa de polaco não é tombada

Esta casa de tábua de madeira, na cidade da Lapa, considerada o berço dos heróis do Paraná não é tombada. Interessante notar que as demais construções da cidade histórica da Lapa, onde participaram na defesa da sitiada cidade inclusive imigrantes polacos, são em sua maioria tombadas pelo patrimônio público. O casario restaurado e conservado é todo em alvenaria (e/ou taipa, ou estuque) em estilo português.
Como já citei aqui neste blog, este tipo de casa de madeira da foto, entretanto não tem nada de influência portuguesa, mas sim uma legado dos polacos imigrantes da região Leste da Polônia, mais precisamente dos arredores das cidades de Lublin, Zamość, Chełm, Łuków, Biała Podlaska, Wojcieszków, Koch e Garwolin. As casas de troncos, por sua vez também existentes nos munícipos vizinhos da Lapa, como Contenda, Araucária e São José dos Pinhais, sãooriginárias das regiões das antigas Galícia e Silésia, onde estão Jarosław, Rzeszów, Krośno, Nowy Sącz, Zakopane, Bielsko Biała, Oświęcin, Cracovia, Katowice e Gliwice.
Já o casario lapeano mais tradicional como a foto abaixo nos remete a Vila Real de Trás os Montes, Caldas da Rainha, Braga, Viana do Castelo, Beja, Aveiro e Óbidos, em Portugal.

Jan Rokita apela: deixem me paz!

Foto: AFP
O ex-deputado Jan Rokita apela aos jornalistas que o deixem em paz, agora que está afastado do dia a dia do Parlamento polaco. Em um comunicado enviado diretamente à imprensa Rokita diz que neste momento de seu afastamento da vida pública deseja estar voltado unicamente à sua família e que já não suporta a campanha de desinformação promovida pelos jornalistas e que está afetando a traqüilidade do lar.
"Todas as notícias publicadas a meu respeito não são verdadeiras", sublinha Rokita. "Não tenho amantes. Nelli alugol nova e elegante casa matrimonial. Minha esposa é abstinente e radicalmente contra o vício de fumar." Em seguida afirma qye desde 14 de setembro, tanto o primeiro-ministro Donald Tusk não tem tido nenhum contato com ele. Considerado um politíco extremamente sério, Rokita, entretanto, nunca se separa de seus folclórico chapéus, sejam pretos, brancos ou coloridos, o que contrasta não só com a sombriedade de seus ternos como também de suas posições políticas. Derrotado nas últimas eleições parlamentares, o representante de Cracóvia já teve "altos" sonhos ", como o cargo de primeiro-ministro, atualmente ocupado por Tusk, seu companheiro do Partido PO-Plataforma da Cidadania e até a Presidência da República.

Reforma ortográfica Português - 2

BASE I
DO ALFABETO E DOS NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E SEUS DERIVADOS
1º) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma
minúscula e outra maiúscula:

a A (á)

j J (jota)

s S (esse)

b B (bê)

k K (capa ou cá)

t T (tê)

c C (cê)

l L (ele)

u U (u)

d D (dê)

m M (eme

) v V (vê)

e E (é)

n N (ene)

w W (dáblio)

f F (efe)

o O (o)

x X (xis)

g G (gê ou guê)

p P (pê)

y Y (ípsilon)

h H (agá)

q Q (quê)

z Z (zê)

i I (i)

r R (erre)




Obs.:
1. Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
2. Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar.
2º) As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:
a) Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin, ftankliniano; Kant, kantistno; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista;
b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano;
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional:TWA, KLM; K-potássio (de kalium), W-oeste (West); kg-quilograma, km-quilómetro, kW-kilowatt, ydjarda (yard); Watt.
3º) Em congruência com o número anterior, mantém-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersónia/ jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare.
Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/ bunganvílea/bougainvíllea).
4º) Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith.
5º) As consoantes finais grafadas b, c, d, g e h mantêm-se, quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropónimos/antropônimos e topónimos/topônimos da tradição bíblica; Jacob, Job, Moab, Isaac; David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Josafat.
Integram-se também nesta forma: Cid. em que o d é sempre pronunciado; Madrid e Valhadolid, em que o d ora é pronunciado, ora não; e Calcem ou Calicut, em que o t se encontra nas mesmas condições.
Nada impede, entretanto, que dos antropónimos/antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante final Jó, Davi e Jacó.
6º) Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente.
Exemplo: Anvers, substituíndo por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Muniche; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc.

Simpósio e concurso de humor em Łódż

Legenda: O senhor também é de Varsóvia?
Esta informação vai diretamente aos amigos Dante, Solda, Thiago e Novinski. Creio que só o polaco vai entender a frase seguinte. Será? Mas não se preocupe, traduzo e estou aqui para ajudar na inscrição. Sim, porque espero que participem do

ŁÓDZKI DOM KULTURY i STOWARZYSZENIE TWÓRCÓW „CONTUR”

uprzejmie zapraszają do wzięcia udziału w ó s m e j edycji

interdyscyplinarnego sympozjum popularnonaukowego (tym razem pod tytułem):

Komiks jako zjawisko artystyczne
- na pograniczu sztuk, mediów, gatunków
.

Ou seja, A Casa de Cultura de Łódź (pronuncia-se - uudji) e a Associação dos criadores "CONTUR" prazeirozamente convida para tomar parte da oitava edição do popular simpósio científico e interdisciplinar (desta vez sob o): " Cartuns como ocorrência artística - uma fronteira entre artes, mídia, tipos.
O simpósio tem caráter internacional e ocorrerá em outubro deste ano, no Łódzkim Domu Kultury, localizado na cidade de Łódź, na ulica (ulitssa-rua) Traugutta, nr. 18, juntamente com o 19°.Festival Internacional de "Comics" - www.komiksfestiwal.com. Os organizadores acreditam que será uma ocasião para tomar conhecimento da realidade do humor dos cartuns, charges e tiras, em seus vários aspectos, como problemática envolvendo teorias, seu papel, significado e posição no contexto cultural, artístico e social.
Os interessados podem participar com palestras sobre o assunto, ou simplemente enviando seus trabalhos originais (charges) para concurso. Todos os trabalhos, ou seja, palestras e cartuns (charges, tiras) devem ser enviados para a organização do evento até 31 de março de 2008. Para maiores informações e solicitação do regulamento de participação, enviar mensagem para Krzysztof Skrzypczyk, no skrzypczyk@poczta.onet.pl , ou pelo tel., +48512530667.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Reforma ortográfica Português - I


Concordando com a reforma ortográfica que vai unir num mesmo idioma comum a Língua Portuguesa em 8 países de cinco continentes, diariamente publicarei neste blog cada um dos artigos que compõe as mudanças. Começando pelo preâmbulo, onde estão os princípios e os signatários:


Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de Outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestigio internacional, Considerando que o texto do acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos Países signatários, a República Popular de Angola,a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa, a República Democrática de São Tomé e Príncipe, acordam no seguinte:

Artigo 1º
É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) e vai acompanhado da respectiva rota explicativa, que consta como anexo II ao mesmo instrumento de aprovação, sob a designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).


Artigo 2º
Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de Janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.

Artigo 3º
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 de Janeiro de 1994, após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa.

Artigo 4º
Os Estados signatários adaptarão as medidas que entenderem adequadas ao efectivo respeito da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3º. Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o presente acordo,redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente autênticos.
Assinado em Lisboa, em 16 de Dezembro de 1990.

Recentemente, em função das diversas postergações para entrada em vigor do acordo, principalmente causadas por Portugal, que deverá fazer 25% de alterações contra 5% do Brasil em sua ortografia, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, composta agora por 8 países (Timor Leste), e não apenas quando da assinatura em 1990, resolveu dar como data limite para entrada em vigor o ano de 2008. Assim, o acordo já está vigorando e como diz o programente da RTPI- Radio e Televisão Portuguesa Internacional, assim se fala em bom português.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Rua de São Caetano, nº 32 1200-829 Lisboa
http://www.cplp.org
Telefone: (+351) 21 392 85 60 Fax: (+351) 21 392 85 88

Trabalho de buscas de documentos na Polônia

Os diferentes mapas dos diversos territórios que conformaram o reino da Polônia através dos séculos se auto incluem nas cores verde, azul, vermelha, cinza e preta.
Em virtude das dezenas de mensagens que tenho recebi sobre buscas das origens, grafia correta de sobrenomes e principalmente sobre solicitação de cidadania polaca, lembro mais uma vez faço o serviço de busca de certidão de nascimento de ancestrais aqui na Polônia.
Confesso inicialmente que, quando ainda estava no Brasil, enviei cartas para pelo menos 7 cartórios da Polônia solicitando este documento... Não tive sucesso com nenhum dos cartórios e arquivos. Alguns não responderam. Outros sim, mas dizendos-se impedidos de fornecer os dados. Contudo, um deles enviou carta dizendo que eu já estava devendo 100 dólares, por tê-los feito realizar as pesquisas iniciais. Entretanto, como não tinham encontrando nada ainda, estavam propondo continuar com as buscas ao custo de 30 dólares a hora de pesquisa.
Desde que estou aqui na Polônia, fui pessoalmente às regiões onde nasceram meu avô e bisavó... A busca foi sempre difícil, mas acabei por encontrar os registros de nascimento não só dos dois, mas também da bisavó, do irmão e das duas irmãs do meu avô. Além disso consegui a certidão de casamento dos bisavôs. Através desta descobri o nome dos trisavôs (tataravôs) e que o bisavô havia nascido em outra região. Fui até lá e também consegui a certidão de nascimento dele. Infelizmente não, a dos pais dele, embora tudo leva a crer que a trisavô tenha nascido aí, mas não o trisavô. Depois dessa experiência de busca familiar, de ter cursado a disciplina de “Genealogia e brasões polacos”, no curso de idioma e cultura polaca, no Instituto de Estudos Étnicos da Universidade Jagiellonski de Cracóvia, tendo como professor, o Dr. Janusz Pezda, diretor da Biblioteca Czartoryska e já dominando a língua polaca, e um tanto de poder de convencimento, consegui que padres e cartorários permitissem pesquisas também para outras pessoas em cidades da Polônia.

Como funciona a busca
A pessoa interessada em que se faça esta busca deve pagar pelos meus custos de transporte (trem, ônibus, táxi) desde Cracóvia até a cidade e/ou localidades onde possa estar o assentamento, em livro de batistério, do ancestral pesquisado, além da estada (hotel e alimentação), pagamento do tradutor juramentado (pois nem sempre estes assentamentos estão em idioma polaco, mas também em russo, alemão e latim, devido às ocupações de quase um século e meio sofridas pela Polônia), pagamento pela expedição da segunda via do documento, e do envio pelo correio para a pessoa que solicitou os meus serviços.
Assim que dependendo do tempo de pesquisa (pode ser num único dia, pois tudo vai depender de encontrar a paróquia correta) estarei mais, ou menos tempo naquela região, além da distância entre Cracóvia e a localidade onde se farão as buscas e o pedido (se existir ainda o assentamento do nascimento) da segunda via.
Só inicio as buscas, uma vez que o valor acordado esteja depositado em minha conta corrente aqui na Polônia. Não invisto na busca o que não tenho. De todo modo alerto que não há garantias de serem encontrados os assentamentos, pois os livros que os continham, podem ter sido destruídos durante as guerras, terem sido extraviados, ou mesmo não terem sido feitos.
Para dar início as buscas, contudo, é necessário que a pessoa interessada forneça, o nome e sobrenome do ancestral grafado no idioma polaco, o nome dos pais deste, o ano, a localidade e a paróquia de nascimento. As buscas começam pelos cartórios, em que pese, poucos deles tenham livros do século 19 e início do século 20.
O passo seguinte é a sacristia da paróquia. Aí é necessário convencer o vigário e permitir a pesquisa em seus livros. Uma vez encontrado o assentamento e estando em outro idioma que não o polaco é necessário fazer a tradução juramentada. De posse da tradução, volta-se ao cartório, onde na maioria das vezes é necessário convencer o cartorário a emitir a segunda via. Já que ele só é obrigado a fornecê-la, se possuir os registros. Assim é necessário que ele aceite a tradução do assentamento do livro de batistérios da paróquia.
Finalmente de posse desta segunda, a pessoa interessada reúne as próprias certidões brasileiras traduzidas para o idioma polaco, o formulário padrão fornecido pelo Consulado da República da Polônia, o histórico de vida, pagamento da taxa, fotos e algum outro documento que o Consulado tenha passado a exigir mais recentemente.
A solicitação de cidadania polaca deve ser feita diretamente nos consulados pela pessoa interessada sem a intermediação de terceiros (por exemplo advogados). Para maiores informações sobre como iniciar o processo de pesquisa dos nomes, grafias e locais de nascimento, consulte minha página “Saga dos Polacos”. O contato para saber os custos das buscas na Polônia pode ser feito por e-mail, iarochinski@gmail.com , ou pelo telefone +48504578165.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Volta a nevar na Polônia

Foto: Ulisses Iarochinski
E voltou a nevar na Polônia, pouco é verdade, mas o suficiente para cobrir com um manto branco as árvores e folhas do chão. Agora de manhã era esta a visão da janela do meu quarto. A temperatura que andava pelos 8 graus positivos nos últimos dias baixou a 2 negativos nesta madrugada. Foi o suficiente. Quando chega a zero graus de temperatura, a garoa, que com 5 positivos apenas molhava, agora se congela e cai branquinha sobre tudo. A previsão indica que a neve veio para encerrar o mês de janeiro. Mas já não faz prognósticos como no passado, que sempre indicava fevereiro como o mês frio do inverno. É esperar pra ver.

Katyń para o mundo

Katyń para o Oscar, com esta manchete, um dos dois maiores jornais da Polônia, o Gazeta Wyborcza saudou na primeira página de hoje, a nominação do filme de Andrzej Wajda (andjei vaida) à 80° edição do prêmio da Academia de Cinema de Hollywood, na categoria de melhor filme de língua não inglesa. No sub título escreveu: Devido a nominação ao Oscar, o filme de Andrzej Wajda, que já foi visto por mais de 3 milhões de polacos, tem agora chance de ser conhecido em todo o mundo.

Cartaz nazista contra comunismo

Cartaz alemão distribuido durante a ocupação nazista na II Guerra Mundial na Polônia. Utilizando-se da língua polaca, os nazistas buscavam colocar os polacos contra os russos soviéticos. "Deveras de novo na Sibéria? Teu pai morreu em trabalhos forçados siberianos. Teu irmão assassinado em Katyń. Reflita sobre si e sua família".

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

"Katyń" mais perto do Oscar

"Katyń, Filme do cineasta polaco Andrzej Wajda (andjei vaida) cada vez mais perto do Oscar 2008", é o que diz a imprensa polaca sobre as nominações que foram anunciadas, hoje, em Los Angeles. O filme de Wajda que relata o maior assassinato em massa cometido pelos soviéticos contra os polacos na II Guerra Mundial, está na lista dos cinco "melhores filmes estrangeiros", concorrendo com o austríaco, ""Die Fälscher"" dirigido por Stefan Ruzowitzky; o israelita "Beaufort" de Joseph Cedar, o cazaqui "Mongol" de Sergei Bodrov; e o russo "12" de Nikita Michałkow. Enquanto o diretor russo já concorreu quatro vezes ao Oscar de melhor filme de língua não inglesa sem vitórias, o polaco já recebeu o Oscar honorífico pelo conjunto de sua obra, o qual Wajda doou, junto com a Palma de Ouro de Cannes, o Urso de Ouro de Berlim e o Leão de Ouro de Veneza à Universidade Jagiellonski de Cracóvia. .

Saudades da festa do futebol

A câmera era minha, mas o fótografo... que saberá?
Faltando 137 dias para i primeiro jogo da Eurocopa 2008, na Áustria e Suíça e esperando pelo credenciamento como jornalista pela UEFA-Union des associations européennes de football, voltam a memória os dias corridos da Copa do Mundo da Alemanha 2006, quando cruzei o pais de Norte a Sul, Leste Oeste, não só atrás da seleção brasileira, mas de um total de 15 jogos, inclusive a final de Berlim. Recordo aquela noite quente de comemorações de 4 de julho, quando a Itália venceu a dona da casa Alemanha e conquistou o direito de jogar a final e ser campeã, em Berlim, contra a França. Naquela noite quente, com as belas "oriundi" Daniela e Giussi, alemãs, filhas de italianos, dancei a "Tarantella" na praça da Estação de Trens de Hagen, a poucos quilômetros de Dortmund, local da batalha teuto-italiana. Fiquei hospedado em casas de amigos na cidade da famosa cantora de rock-in-roll alemã, Nina Hagen. Inclusive jantei várias vezes no restaurante de um amigo italiano, após os jogos, onde a cantora tinha comemorado com toda sua família seu último aniversário. No link a seguir http://www.ui.jor.br/report.htm está meu diário da Copa do Mundo. E no mapa abaixo, as cidades sedes da Eurocopa 2008 na Suíça e Áustria. Quem sabe não nos encontramos lá...

Crack não afeta Polônia


O jornal Rzeczpospolita, edição de Varsóvia, traz como manchete principal desta terça-feira, dia 22 de janeiro de 2008, "Crack no mercado de todo o mundo" e comenta que na Bolsa de Varsóvia o dia de ontem não foi diferente do ocorrido em outras capitais do planeta. Foram consideráveis as baixas nas ações na Bolsa de Varsóvia também, acompanhando a quebra asiática e européia. Seria o início de uma recessão? Pergunta o jornal polaco. A MFW acalma dizendo: "A Polônia não apresenta os mesmos resultados de recessão dos Estados Unidos." Embora ontem tenha sido o pior dia do mercado desde 2001. Os economistas polacos, entretranto, não estão alarmados. Segundo eles, a recessão além-oceano não deve contaminar a Polônia. O chefe da missão internacional "Funduszu Walutowego", Poul Thomsen , afirma que a Polônia não está no mesmo nível do mercado financeiro Norte-americano e como país faz parte da União Européia. "A crise nos EUA não atinge diretamente a Polônia".

O encontro com a ídola desconhecida

Não conferi no arquivo do blog e assim, não sei se já contei esta história aqui. Mas seja como for, tenha contado ou não, sempre que falamos a respeito de algo bom que se passou, encontramos palavras novas para descrever a emoção daqueles momentos bons. Por isso conto que no último dia antes de embarcar de volta a Curitiba, na minha primeira viagem a Polônia em 1995, fui até a loja em frente ao hotel e pedi ao balconista que me vendesse duas fitas dos dois melhores cantores do momento. O polaco então me deu a fita cassete de uma cantora e de um cantor.
Durante o intervalo de 5 anos até minha segunda visita a Polônia ouvi centenas de vezes aquelas duas únicas fitas de música polaca contemporânea que possuia.
Numa noite de 2000, no pátio do Colegium Maius (onde estudou Nicolau Copernico), em Cracóvia, fui surpreendido com um concerto maravilhoso de uma cantora desconhecida. No palco escuro, uma loira alta toda vestida de negro e iluminada apenas por um flash em seu rosto terminava de cantar com lágrimas nos olhos e soluços na voz. O flash se apagou, ela virou-se de costas para a platéia, os músicos começaram os acordes de uma nova canção. De repente a emoção das lágrimas vistas foi rapidamente trocada por um ritmo alegre. O flash de luz voltou a se acender, a cantora voltou-se para o público...sorria, sim ela gargalhava entre um verso e outro. Bastaram não mais que 2 segundos para que esta musa da canção polaca, talvez uma das mais completas artistas da música em todo o mundo, trocasse o choro pelo riso. Mas aquele timbre tinha algo mais do que beleza para mim e me era conhecido. A memória emocional lembrava que já tinha ouvido a voz daquela desconhecida. Mas como? Não importava, tinha que silenciar meus pensamentos, pois aquela maravilhosa loira já estava cantando outra música. Agora romântica, lânguida. "Impressionante", "Wspaniała", gritava eu em meio a salva de palmas muda daquela gente comportada. A colega brasileira ao lado me beslicava e sussurava, "Comporte-se! Não vê que o público não grita, só bate palmas". Desobecendo os conselhos eu segui gritando meus elogios inflamados. Tão altos, que acabei por atraiar a atenção da própria artista, que postada diante de mim, cantou o resto do espetáculo olhando diretamente pra mim. Ao final do concerto fui direto à porta do camarin improvisado pedir ao segurança que me deixasse entrar, pois eu tinha vindo de muito longe. Bastaram alguns instantes para que atrás de mim se formasse uma fila. Era aquela gente sisuda da platéia que desejava o mesmo, ou seja, ver a estrela, cumprimentá-la, falar com ela. Dei-me conta que não sabia falar o idioma polaco. "Que importa! Pensei." Diante dela, daquela simpatia, daquela beleza, rendi-me... e lembrei: "aquela mulher diante de mim era a voz que tinha ouvido nos últimos cinco anos. Sim, estava diante de Edyta Geppert, minha ídola polaca."
Aqui neste video ela canta: "Ohh Vida! Amo você na vida." Confiram e depois comentem se gostam também como eu, a amo... a vida e é claro... Edyta! Ah! Sim, a outra fita cassete de 1995 era do cantor Janusz Jackowski. Algum tempo atrás descobri que a mãe de meu bisavô, portanto minha trisavó (tataravó) era dessa família Jackowski... quem sabe Janusz não é meu primo também? E ele é um excelente jazzista no panorama musical polaco.
Para acompanhar Edyta cantando aí está a letra da música:

Och, życie kocham Cię nad życie
Canta: Edyta Geppert
Letra: Wojciech Młynarski
Música: Włodzimierz Korcz

Uparcie i skrycie
och życie kocham cię kocham cię
kocham cię nad życie
W każdą pogodę
potrafią dostrzec oczy moje młode
niebezpieczną twą urodę

Kocham cię życie
poznawać pragnę cię pragnę cię
pragnę cię w zachwycie
choć barwy ściemniasz
wierzę w światełko które rozprasza mrok

Wierzę w niezmienność
Nadziei nadziei
W światełko na mierzei
Co drogę wskaże we mgle
Nie zdradzi mnie
Nie opuści mnie

A ja szepnę skrycie
och życie kocham cię kocham cię
kocham cię nad życie
Choć barwy ściemniasz
Choć tej wędrówki mi nie uprzyjemniasz
Choć się marnie odwzajemniasz

Kocham cię życie
Kiedy sen kończy się kończy się
kończy się o świcie
A ja się rzucam
Z nadzieją nową na budzący się dzień

Chcę spotkać w tym dniu
Człowieka co czuje jak ja
Chcę powierzyć mu
Powierzyć mu swój niepokój
Chcę w jego wzroku
Dojrzeć to światełko które sprawi
Że on powie jak ja- jak ja

Uparcie i skrycie
och życie kocham cię kocham cię
kocham cię nad życie
Jem jabłko winne
I myślę ech ty życie łez mych winne
Nie zamienię cię na inne

Kocham cię życie
Poznawać pragnę cię pragnę cię
Pragnę cię w zachwycie
I spotkać człowieka
Który tak życie kocha
I tak jak ja
Nadzieję ma...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O "touro" invencível polaco


Gołota desta vez no novaiorquino Madison Square Garden não comeu os próprios nervos. Os juízes não tiveram dúvidas. Veredito final: 116:110, 116:112, 118-109 para o Polaco. Esta história sem fim ainda continua. Gołota triunfa, perde e de novo volta por cima. Completou 40 anos, mas ainda não desistiu de sua meta. Ainda não foi campeão mundial, apesar de por duas vezes ter chegado bem perto. Na madrugada deste sábado, Andrzej Gołota (andjei gouóta), mesmo sem enxergar com um olho, agüentou doze longos assaltos contra o jovem Miki Mollo treze anos mais jovem e em plena ascenção. O cenário, a partir de agora é claro. O famoso promotor de lutas Don King deverá dar chances para Gołota, mais uma vez lutar pelo cinturão de campeão do mundo.
Gołota nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 5 de janeiro de 1968. Tem no currículo 111 vitórias como amador com a medalha de bronze dos jogos Olímpicos de Seoul 1988. Gołota também conquistou outros torneios internacionais como amador, mas em 1991, ele deciciu junto com sua esposa emigrar para Chicago e ali lutar para realizar o sonho de ser campeão mundial dos peso-pesados na terra do boxe. Ainda não conseguiu, mas não desistiu, pois não quer voltar para Polônia sem o cinturão que já foi de Cassius Clay, George Foreman e Mike Tyson.

Przegorzały em 4 tempos

O aquecimento global tem feito dessas: é meu segundo janeiro aqui, em Cracóvia (de 5) que a temperatura sob além da conta. O céu fica encoberto. Os ventos do Pólo Norte cessam. Vem então uma chuva fina e derrete toda a neve que cobre campos, casa, vales, carros e montanhas. O termômetro chega a marcar 8 positivos, quando nesta época do ano, não deveriam subir além dos 5 negativos. Os animais silvestres estranham, os javalis, as corsas, os esquilos, as lebres e os pica-paus correm assustados de um lado para o outro, quando deveriam estar hibernando, ou se divertindo em outras paragens mais quentes. As aves de arribação voltam para cantar em todo alvorecer.
Nas fotos abaixo, está o pátio entre o Castelo das aulas da universidade e da casa dos dos estudantes do Przegorzały. No verão e na primavera, as folhas verdes, amarelas e vermelhas imperam sem distinção de estação, mas depois "coitadas" jazem no chão. E as árvores, então, heroínas, resistem bravamente, mesmo sem folhas, estejam cobertas de neve ou chuva.
Przegorzały na manhã de hoje, com chuva e graus.

Przegorzały dias atrás coberto de neve e temperatura de 18 negativos.

Przegorzały na primavera com temperatura de 18 graus positivos.

Przegorzały no outono com temperatura de 12 graus positivos.

Przegorzały no verão com temperatura de 33 graus positivos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Primeira página dominical

Primeiras páginas dos dois principais jornais polacos deste domingo 20 de janeiro de 2008. No Gazeta Wyborcza a manchete principal é PRĄD DROŻEJE, CO ROBIC (Energia fica mais cara, que fazer) e o jornal Rzeczpospolita POLSKA ŻĄDA WYŻSZYCH PŁĄĆ (Polônia reclama maiores salários).
Por um lado, o governo aumenta os valores das contas de luz e por outro, classes de trabalhadores saem às ruas para exigirem maiores salários.
Desde a entrada na União Européia, o custo de vida só tem aumentado, mas a contrapartida do aumento da base salarial não, os salários permanecem congelados. Os baixos salários na Polônia tem permitido uma crescente instalação de novas empresas estrangeiras. Mas tem causado, por outro lado, uma emigração sem precedentes na história recente do país para Inglaterra, Irlanda, Alemanha e França. São jovens com diploma de mestres universitários, que preferem trabalhar de garçons para ingleses do que de engenheiro, médico ou jornalista na Polônia. Os que ficam, é porque são casados, têm filhos, pais, avós e não podem emigrar. Estes que ficam vêm a oferta de empregos aumentar, mas já não conseguem pôr na mesa a carne de todo dia. E isto tem um significado muito grande, pois os mais velhos ainda se lembram dos cartões que recebiam do governo comunista para enfrentarem longas filas para comprar 1 kg de carne no mês. Agora podem comprar carne na quantidade que quiserem todo dia, mas não têm dinheiro para comprar. Por isso, muitos têm saudades do comunismo, pois o capitalismo permitiu a instalação de imensos supermercados abarrotados de produtos do mundo inteiro, mas não o dinheiro para comprar tudo isso. Não bastasse esta ilusão de ter tudo e não ter nada, vêem a família se desintegrar, pois os filhos preferem emigrar para os países mais ricos do bloco europeu e deixar para trás o aconchedo do lar.

Salada invernal polaca

Foto: Marcin Klaban / AG

Sim, na Polônia agora é inverno. E mesmo seguindo a tendência do ano passado, onde a temperatura está um pouco alta para esta época do ano, chegando a fazer até 8 graus positivos durante o dia, ainda assim é inverno. E nesta estação o recomendável é uma deliciosa salada com "buraki" ou melhor com beterraba vermelha. Sim, porque aqui também tem beterraba branca, mas é usada para fazer açucar. Sim, porque aqui o açucar não é de cana, mas sim de beterraba e a Polônia é um dos maiores produtores mundiais de açucar de beterraba. Mas enfim, isto é conversa para uma outra matéria. Com esta bela fotografia ao lado só falta a receita... Então sem mais "delongas" vamos a ela, pois mesmo neste verão do hemisfério Sul cai bem:

SAŁATA ZIMOWA - (sauata jimova) ingredientes

1 kg beterraba vermelha

200 g de vagem

1 colher de vinho tinto

2 colheres de azeite de oliva

1 colher de alcaparras secas bem picadas

100 g queijo de cabra buchette

MODO DE FAZER
Cozinhar a beterraba por 30 min (o tempo de cozimento depende da quantidade) e em seguida cortar transversalmente em 6 pedaços cada. Cortar a vagem e retirar as sementes e em seguida cozinhar por uns 5 minutos em água fervente. Lavar tudo em água fria. retirar a casca da beterraba. Preparar o molho: com azeite de oliva, alho, sal e pimenta do reino a gosto, adicionar a colher de vinho tinto e os pedaços do queijo.

Cartum polaco: festival de Łódż

Como o primeiro mês do ano ainda não terminou, ainda está em tempo de desejar um excelente ano novo. Mas "banda desenhada" como diriam nossos patrícios portugueses e os meus amigos Solda, Dante e Novinski dizem "tira" é para anunciar o 19° Festival Internacional dos "Comics" de Łódż (atenção não é lódz , mas é UUDJI que se pronuncia. Não é L no inicio, é uma outra letra do alfabeto polaco com som de U, o Ó com acento agudo tem som de U e o Z com ponto em cima tem som de ji). Aguardem aqui neste blog por mais informações sobre o concurso internacional de charges e as palestras deste festival do cartum polaco.
P.S.: Tradução sob a ilustração - Alegre Natal e feliz ano novo - e evidentemente com charges.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Saudades desta canção

Marek Grechuta nasceu em 10 de dezembro de 1945, em Zamość e morreu recentemente em Cracóvia, em 9 de outubro de 2006. Cantor, poeta lírico e compositor polaco que passou toda sua carreira artística em seu país natal. Contudo, estudou arquitetura na Uniwersytet Polytechnic de Cracóvia. Nesta cidade encontrou o compositor Jan Kanty Pawluśkiewicz, com quem fundou o Cabaret Estudantil Anawa em 1967. Esta música composta em cima do poema de Adam Mickiewicz, "Niepewności" (incerteza), vai me recordar para sempre minha vida de estudante no Przegorzały de Cracóvia. Sentindo saudades antecipadas divido com meus leitores estes momentos belos, neste video:

Antecipando saudades

Foto: Rodrigo Kurek
A foto é mais ou menos recente, num almoço oferecido na Villa Deciusz em Cracóvia com Gicele Rakowski amiga de Dom Feliciano-RS e outros estudantes brasileiros da Uniwersytet Jagielloński. Depois de mais de 5 anos na Polônia e a perpectiva de voltar pro meu Barigui, a saudade já bate na porta. Amigos que já retornaram, às vezes me dizem, "não sabe como sinto saudade daquela atmosfera de Cracóvia", "você que é feliz", ou ainda, "foram os anos mais felizes da minha vida". Concordo e acrescento: "era feliz e sabia!".

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Cartun polaco: Marek Regner

"Compre mel sempre no mercado"
Autor: Marek Regner é cartunista, pintor, designer e trabalha na maioria das vezes como free-lancer. Tem cartuns e ilustrações em diversas publicações da Polônia.

Polacos estão ganhando mais

Os efeitos pós-entrada na União Européia vão sendo pouco a pouco percebidos na Polônia. A última pesquisa salarial feita pelo portal de Internet "Wynagrodzenie" aponta um crescimento significativo dos salários nos últimos 3 anos. Metade de 80 mil pessoas que responderam à enquete do site, em 2007, recebem mensalmente mais de 3 mil złotych (em torno de 2.100,00 reais).
Os maiores salários são encontrados nas maiores cidades como Varsóvia, Wrocław, Gdańsk, kraków e Poznań. Nestes lugares, um grupo, representando um quarto dos trabalhadores, ganha mais de 5180 zł (ou 3.626,00 reais). Assim, como no ano de 2006, dominam entre os partcipantes da pesquisa via Internet, jovens com nível superior. Destes, 76,4% tem menos de 35 anos. O diretor da pesquisa reconhece que este dado influencia o resultado da pesquisa, mas lembra que os dados representam pessoas jovens com grau de instrução superior e que possuem acesso a Internet. Ainda segundo a empresa Sedlak & Sedlak que conduziu a pesquisa para o site Wynagrodzenie, a faixa etária que tem os mais altos salários é a de 36 a 40 anos de idade com diplomas de mestre, que recebem em média 3.500zł (ou 2.450,00 reais).
Cerca de 10% desta faixa etária alcançam salários de até torno de 10.600zł ( ou 7.420,00 reais) e ocupam cargos em empresas financeiras, ou de informática. Os que recebem menos estão na faixa etária até 20 anos de idade e ganham em média 1.716zł ( ou 1.201,20 reais).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O "sonho" também é polaco



Confesso que desde muito criança sempre gostei de sonhos...
Sim! Dos sonhos dos sonhos!
E também daqueles outros sonhos.
Gostava dos sonhos, que já crescidinho ouvia Maria Bethânia cantar “sonhar, mas um sonho impossível...é minha lei”, da música de Charles Chaplin.

Mas os sonhos que sempre gostei mesmo eram os sonhos de sonho. Sim!

Aqueles bolinhos fritos recheados com marmelada e pulverizados com açúcar de confeiteiro.

Passei minha infância toda me esbaldando com os sonhos que uma tia mineira fazia toda a semana. Ela fazia aquilo como uma espécie de ritual. Como sabia que eu gostava muito, bastava eu fazer uma mãnha, chorar, ficar triste para ela ir pra cozinha preparar sonhos.

Pelo fato dela ser mineira e, portanto, não ter nada de polaco (era tia materna), cresci pensando que sonho era mineiro, que era brasileiro, enfim que fazia parte da tradicional culinária portuguesa.



Chegando aqui na Polônia, um dia fui convidado por uma colega do curso de idioma polaco para irmos numa confeitaria. A colega Norte-americana, filha de mãe polaca com pai Norte-americano, durante o percurso ia só repetindo que dos doces da Polônia ela só gostava mesmo era de Pączki (pronuncia-se pontchqui). 

E eu só pensando, “o que será este pączki”. Arrehh! Devia ter visto no dicionário.”

Qual não foi minha surpresa quando a colega pediu o famoso pączek polaco à senhora do balcão. "Ora! Aquilo eu conhecia. Aquilo era um sonho, meu velho conhecido! Que história era aquela de que sonho é polaco?"

Inconformado. Telefonei para o Brasil. Tinha que perguntar a tia Maria Rita onde ela tinha aprendido a fazer sonhos. Se tinha sido em Botelhos, Minas Gerais, se era uma tradição da família de minha mãe, mineira de quatro costados.

- Que nada! Aprendi na Harmonia, em Monte Alegre. Com uma patroa polaca. Ela fazia todo sábado para a família. Quando chegava alguma visita, ela pedia para eu continuar fazendo os sonhos, enquanto ela conversava.

- Com uma patroa polaca? Então a senhora não fazia sonhos em Minas Gerais? (Perguntei).

- heheh! Em Minas não tinha sonho não....lá o doce era Romeu e Julieta. Marmelada com queijo mineiro. (Ela respondeu).

Então, minha tia tinha aprendido a fazer sonho com uma senhora polaca? humm!

Tempos depois acompanhando um professor português pelos pontos turísticos de Cracóvia, convidei-o a provar o sonho polaco.

“Sonho? O que é isto?”
Pensei comigo: "Mas como que este português não sabe o que é sonho?

Quando apresentei o famoso doce ao gajo, ele reagiu dizendo:

- “Mas são bolas de Berlim!”

- "Bolas de Berlim?"

Agora eu é que não estava entendendo mais nada.

"Como bolas de Berlim?”, perguntei.

O professor de etnicidade da Universidade de Lisboa respondeu:

“Não! Isto não é doce português, não! Isto é da culinária alemã. Não me pergunte como chegaram a Portugal. Mas são muito apreciados e Viana do Castelo é a cidade onde se pode comer as melhores bolas de Berlim do país.”

- “Não!”

Disse-me, mais tarde uma professora de tradição e cultura da Universidade Jagielloński.

“Não é doce alemão não, é doce polaco, com certeza. Durante a ocupação de 1795 a 1918, os alemães aprenderam muitas coisas na Polônia, inclusive a fazer pączek.”

Vendo que eu fazia cara de dúvida, ela então recomendou a leitura de um livro sobre história da culinária polaca.

Foi assim que descobri através de Jędrzej Kitowicz, que o pączek já existia na Polônia, quando o rei August III mandou vir cozinheiros da França para melhorar o cardápio do castelo.

Kitowicz escreveu: „Staroświeckim pączkiem trafiwszy w oko mógłby go podsinić, dziś pączek jest tak pulchny, tak lekki, że ścisnąwszy go w ręku znowu się rozciąga i pęcznieje do swojej objętości, a wiatr zdmuchnąłby go z półmiska’. (O sonho antigo só de olhar já podia jogá-lo na parede, hoje o sonho é tão gordinho, tão leve que, quando se aperta na mão, ele estica e de novo incha seu volume, de tal modo que o vento poderia expulsá-lo do prato).

Segundo Kitowicz, o rei já não suportava comer toda semana a mesma comida e tampouco aquele doce de massa tão dura, em que pese o recheio de geleia de broto de rosas.

A tradução de pączek para português é broto de rosa
A pronúncia de pączek é pontchék
A pronúncia de pączki é pontchki

Pączek está no singular
Pączki está no plural





























Chegando em Cracóvia, os cozinheiros franceses conheceram o antigo pączek, e claro, tinham que mostrar serviço sem ferir o orgulho pátrio dos colegas polacos. Assim, fizeram algumas alterações no modo de preparar. O doce duro polaco ficou mais claro, mais esponjoso, mais elástico, mais fácil de comer e saborear.

Assim do francês “beignet” (ou “fritos”) só ficou mesmo uma feição do rio Sena, pois mesmo com a roupagem parisiense, a essência se manteve polaca até os dias de hoje.
Mas o que importa mesmo é saber, que o sonho que conhecemos chegou aos três Estados do Sul pelas mãos das imigrantes polacas e não através das “bolas de Berlim” portuguesas, aliás também chamadas de "malasada". Mas não foi apenas o Brasil que conheceu o pączek pelas mãos das polacas.
Também os Estados Unidos foram influenciados, tanto que adotaram a Tłusty czwartek”, comemorada como “Fat Thursday”, ou “Quinta gorda” dos polacos.

Em Chicago, Detroit, Milwaukee, e South Bend, o dia é celebrado com o nome em polaco mesmo “Pączki Day”.
Hamtramck, distrito de Detroit, é conhecido por ser a única cidade Norte-americana a organizar o verdadeiro “Dia dos Pączki” com a tradicional parada americana, ou seja, desfiles de bandas e escolas pela avenida principal da localidade.

Neste dia, as confeitarias e padarias de Hamtramck ficam abertas 24 horas para vender o “Pączek”. Os confeiteiros concorrem ao melhor "sonho" do ano. Também em Toronto, no Canadá, é celebrado o dia do “sonho polaco”.
Na Polônia, o "dia do sonho", ou "quinta -feira gorda", ou Tłusty czwartek” é secularmente comemorado na primeira quinta-feira antes do início da quaresma.

Diz-se que se alguém na "quinta-feira gorda', não come um sonho, ele não terá sorte durante o ano inteiro. Neste dia, o polaco come em média 2 sonhos e meio.

Provando que a origem dos modernos judeus é a Polônia, também Israel importou o dia do “Pączek”, através dos judeus polacos que o chamavam em Yiddish: פּאָנטשקעס , pontshkes, passou a ser conhecido com o nome em hebráico de סופגניות, sufganiyot (no singular: סופגניה, sufganiyah).

Outros países também reconhecem o sonho como algo autenticamente polaco.

A culinária russa o chama de é"pyshki" (especialmente em São Petersburg) e "пончики", ponchiki. Os ucranianos chamam de "pampushky". Nos idiomas alemão e dinamarquês, eles são chamados de "Berliner". Na Áustria, são chamados "Krapfen". Na culinária lituana, eles são chamados "spurgos" e até no Hawai por influência dos imigrantes açorianos da Ilha de São Miguel, eles são chamados de "malasada".

E finalmente a última constatação de que "sonho" é polaco, está justamente nesta relação de desejo de ter sorte, presente na comemoração do "Dia dos Pączki", pois ao comê-los se está claramente "sonhando" que o futuro será melhor. Um futuro de sorte, de fortuna!

Portanto, o "sonho" brasileiro nada tem a ver com "bolas de Berlim", "Berliner", "Malasada", "beignet" ou seja, lá como chamem os outros povos. 

No Brasil, "sonho" só rima com "pączek"... de "sonho de polaco"!!!!








E agora a mais saborosa receita polaca de "pączek" – "Sonho":

Ingredientes
  • ¾ de litro de leite
  • 100 gramas de manteiga
  • 1 ½ kg de farinha de trigo
  • 6 a10 ovos
  • 5 colheres de açúcar,
  • Essência de baunilha
  • licor de vodca
  • 10 gramas de fermento de lêvedo
  • Essência de laranja
  • cascas de laranja
  • geléia de broto de rosas 
* (na falta da geléia tipicamente polaca de broto de rosa pode se usar geléia de ameixa, pêssego, creme de baunilha, doce de leite cremoso, ou marmelada para o recheio).

Modo de fazer

  • Ferver meio litro de leite com a manteiga.
  • Adicionar meio quilo de farinha de trigo e mexer até fazer papa.
  • Adicionar em seguida açúcar e essência de baunilha.
  • Em seguida colocar a essência de laranja, as cascas de laranja e o licor de vodca.
  • Adicionar os ovos com o restante da farinha e em seguida, cuidadosamente, o fermento de lêvedo dissolvido em ¼ de litro de leite frio.
  • Deixar descansar a massa por algum tempo em lugar morno.
  • Finalmente formar pequenas bolas, furando-as com os dedos para colocar o recheio da geléia de broto de rosas (ou de ameixa, pêssego ou marmelada).
  • Fechar e fritar em óleo bem quente.
  • Deixar esfriar por alguns momentos e pulverizar com o açúcar de confeiteiro.