sexta-feira, 27 de junho de 2025

Donald Tusk desmente chanceler alemão sobre Mercosul

Alemanha acredita que União Europeia está pronta para assinar acordo com Mercosul, mas a  Polônia diz que isso não é verdade.

Mas de todo modo os opositores ainda não representam um grupo capaz de bloquear a medida no bloco europeu.


O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, colocou o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, numa saia justa nesta sexta-feira, 27.

Em entrevista coletiva para fazer um balanço sobre os seis meses em que ocupou a presidência rotativa da União Europeia, Tusk contrariou o alemão ao dizer que ele não foi “preciso” ao afirmar que o bloco estava praticamente pronto para assinar um acordo de livre comércio com o Mercosul.

Merz fez comentários de que nenhum líder se opunha publicamente ao acordo, Tusk sugeriu que o chanceler alemão tinha sido de fato incorreto. Fez uma careta ao dizer que a fala “não foi, como posso dizer delicadamente, precisa”.

Tusk disse que a Polônia continua “fundamentalmente” contrária ao acordo, juntamente com a França, entre outros países. Observou, no entanto, que eles não representam um um grupo capaz de bloquear a medida na União Europeia – pelo menos não ainda.

Ontem Merz tinha declarado que os líderes da União Europeia estavam “basicamente unidos” no desejo de finalizar um acordo comercial com o grupo que reúne Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia o mais rápido possível. Segundo ele, há apenas “pequenas diferenças” entre os europeus em relação ao pacto.

Merz disse ter conversado duas vezes com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o assunto durante a cúpula e que sentiu que havia “grande prontidão” para concluir o acordo.

Macron, no entanto, adotou uma postura diferente, dizendo a repórteres que a França não poderia aceitar o acordo como está.

O acordo UE-Mercosul
As negociações para um pacto comercial entre a União Europeia e o Mercosul se arrastam por cerca de 25 anos. Um acordo chegou a ser anunciado em 2019, mas teve sua formalização bloqueada devido a exigências europeias por garantias mais rígidas contra o desmatamento da Amazônia e compromissos relacionados às mudanças climáticas, no contexto do governo do ex-presidente, atualmente sendo julgado pelo STF por golpe de Estado.

O acordo comercial foi finalmente assinado pelos dois blocos em dezembro passado, em Montevidéu, no Uruguai, mas sua implementação ainda depende da aprovação de outras instâncias da União Europeia.

Sob pressão de agricultores locais, receosos da concorrência dos produtos sul-americanos, o governo francês declarou ser contra o pacto. Tecnicamente, a França precisa do apoio de pelo menos outros três países da União Europeia (que representem mais de 35% da população do bloco) para um veto, mas há alternativas para impedir que o acordo entre em vigor. E aí entra, o possível Veto da Polônia, como afirmou Tusk sobre precisão dos comentários de Merz.

Os tarifaços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porém, devem dar novo fôlego às negociações entre o Mercosul e países europeus, que buscam diversificar parceiros comerciais em meio a a uma guerra comercial.

Fonte: agências de notícias internacionais

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Se a guerra chegar, a arte parte

Panorama Racławicki - pintura a óleo sobre tela 15mx8m

Ministério da Cultura da Polônia prepara evacuação de obras de arte para o exterior, perante o risco de invasão russa.

O governo polaco está preparando um plano para evacuar obras de arte para fora do país, caso a Rússia avance com uma invasão, anunciou a ministra da Cultura, Hanna Wróblewska, em entrevista ao “Financial Times”.

O plano inclui obras de cerca de 160 instituições públicas, além de museus e galerias privadas. Serão evacuadas pinturas, esculturas, livros raros e instrumentos musicais. A decisão advém da ajuda prestada à Ucrânia desde 2022.

O trabalho é coordenado por Maciej Matysiak, antigo coronel e ex-dirigente da contra-espionagem militar, agora à frente do departamento de segurança do ministério.

A evacuação de obras de arte faz parte de uma estratégia mais ampla de segurança do governo de Donald Tusk, que prevê duplicar o número de militares para 500 mil e reforçar a fronteira.

A Madona e o Arminho de Leonardo da Vinci - Símbolo da Cidade de Cracóvia

O quadro faz parte da coleção que foi fundada no início do século XIX, quando o príncipe polaco Adam Jerzy Czartoryski (1770-1861) comprou a pintura de Leonardo da Vinci numa viagem a Itália.

Sua mãe, Elżbieta Dorota Czartoryska (1746-1835), esposa do último rei da Polônia, criou em Cracóvia, em 1801, quando não era mais rainha, o primeiro museu da Polônia, com o objetivo de guardar e salvaguardar a arte deste país e da Europa.

Como se recorda em 1795, a República da Polônia foi invadida e ocupada por três monarquias totalitárias, e o país sumiu do mapa do mundo, até 11 de novembro de 1918.

Este ano, a Polônia está gastando 4,7% do PIB em defesa, a maior proporção na OTAN. A ministra enfatizou que também estão sendo atualizados os registros de inventário das obras para garantir o seu rastreio futuro. 

“É preciso evacuar também os livros de inventário”, disse.

A Polônia continua tentando recuperar obras saqueadas na Segunda Guerra Mundial. Cerca de 20 peças são devolvidas anualmente, mas grande parte do acervo ainda não foi localizado.

Durante a guerra, o país conseguiu proteger obras como “A Batalha de Grunwald”, escondida na cidade Lublin para escapar dos alemães nazistas.

A evacuação das obras arte foi discutida em abril por ministros da Cultura da UE. Os países bálticos mostraram interesse em adotar planos semelhantes.

Fonte: Rádio Renascença (Portugal)

POLÔNIA NÃO SABIA QUE EUA IRIA ATACAR O IRÃ


Os aliados de Washington na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) desconheciam os planos dos EUA de atacar o Irã, afirmou o vice-ministro da Defesa polaco, Paweł Zalewski, nesta segunda-feira (23).

Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordo e Isfahan na madrugada de domingo (22). O presidente dos EUA, Donald Trump, disse após o ataque que Teerã "deve agora concordar em encerrar esta guerra" ou enfrentar consequências muito mais graves.

"Os Estados Unidos fizeram isso em absoluto sigilo", disse Zalewski à rádio RMF FM quando questionado se a Polônia sabia das intenções de Washington. Os ataques dos EUA receberam ampla condenação internacional.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, os descreveu como uma escalada perigosa e uma ameaça à paz global. A Rússia denunciou veementemente os ataques, classificando-os como graves violações do direito internacional, da Carta da ONU e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e instou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a responder com imparcialidade.

O Irã nega a dimensão militar de seu programa nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não viu evidências concretas de que o Irã tenha um programa ativo de armas nucleares, afirmou o diretor-geral Rafael Grossi na última quarta-feira (18).

Avaliações da inteligência norte-americana chegaram a uma conclusão semelhante de que o Irã não estava buscando ativamente armas nucleares, informou a CNN no dia 17 de junho, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

O ex-embaixador do Reino Unido no Uzbequistão, o ativista de direitos humanos Craig Murray, disse que o Irã foi "extraordinariamente responsável e paciente" nos últimos anos, apesar das ações de Israel.

Fonte: Agências de Notícias Internacionais

sexta-feira, 20 de junho de 2025

RECONTAGEM DE VOTOS NA POLÔNIA



O primeiro-ministro polaco Donald Tusk solicitou uma recontagem parcial de votos na recente eleição presidencial do país devido a possíveis irregularidades.

"Onde houver dúvida, vamos contar os votos novamente", disse Tusk a repórteres em Varsóvia nesta sexta-feira, enfatizando a necessidade de investigar todas as preocupações sobre como a votação foi conduzida.

A eleição do último dia 1.º de junho viu o candidato de Tusk, Rafał Trzaskowski, perder por margem estreita para Karol Nawrocki, um historiador de extrema-direita, xenófobo, racista e ex-boxeador apoiado pelo Partido Lei e Direito, que governava anteriormente.

O Supremo Tribunal da Polônia, responsável pela validação dos resultados eleitorais, recebeu aproximadamente 30.000 reclamações após a disputa acirrada. Tusk indicou que, com base na avaliação inicial do governo, "algo estava errado" em 800 seções eleitorais.

Membros da coalizão governante haviam afirmado anteriormente que, em alguns casos, votos destinados a Trzaskowski foram atribuídos a Nawrocki e vice-versa, potencialmente beneficiando Nawrocki na contagem final.

O Supremo Tribunal agora precisará abordar essas reclamações como parte do processo de validação da eleição.

Nawroski venceu com 369.591 votos a mais que o prefeito de Varsóvia, Trzaskowski, ou apenas 1,78 por cento.

Fonte: Investing.com

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Robert De Niro cria Distrito Cultural em Cracóvia


Robert De Niro está expandindo seu império de luxo para Cracóvia com um amplo empreendimento perto do Centro Histórico, que incluirá um hotel cinco estrelas, residências particulares e o que sua empresa chama de Distrito Cultural com teatro, galeria de artes plásticas, estúdio de gravação, espaços de "coworking", cinema e restaurante de culinária sofisticada.

O ator americano que já é coproprietário do luxuoso Nobu Hotel Varsóvia, na capital da Polônia, desde 2020, e agora planeja um novo investimento em Cracóvia, localizada no sul do país.

O novo conjunto de edifícios será erguido no Parque Błonia,  perto do Estádio do Clube de Futebol Cracovia (sem acento no o) e do Museu Nacional será mais do que um hotel comum.

O Nobu Kraków também será o primeiro investimento residencial da marca na Europa Central e Oriental, com oitenta residências com acesso a serviços de hotel, reservas prioritárias em restaurantes e suporte de concierge dedicado, O Nobu Kraków oferecerá cem quartos e apartamentos.

O projeto Nobu Kraków é anunciado como algo muito mais do que um hotel padrão. A nova instalação deve se tornar um centro dinâmico de cultura e vida urbana, atraindo hóspedes de todo o mundo e moradores locais.

"Coworking" (traduzindo): uso de um escritório ou outro ambiente de trabalho por pessoas que são autônomas ou trabalham para diferentes empregadores, normalmente para compartilhar equipamentos, ideias e conhecimento.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

E a extrema-direita venceu na Polônia

E a Extrema-direita por pequena margem de votos conseguiu a Presidência da República da Polônia.

NAWROCKI - 10.606.877 VOTOS - 50,89%
TRZASKOWSKI - 10.237.286 - 49,11% 

Frequência dos eleitores - 71,63 %
Venceu o candidato do americano Donald Trump.

O país está completamente dividido, mas o governo continua nas mãos do partido derrotado, sob a liderança do primeiro-ministro Donald Tusk.

O vencedor Karol Nawrocki é um grande fascista, xenófobo, sionista, antissemita, antilgbt+, anti-aborto total, anti-união europeia, anti-Ucrânia e racista.

Ele foi presidente de uma excrecência chamada Instituto da Memória Nacional, que logo que o partido dele assumiu o governo pela primeira vez, em 2005, começou a perseguir professores nas universidades, que no passado eram de alguma forma, mesmo remota, ao partido comunista polaco. A instituição forçou a presidência e o governo dos gêmeos Kaczyński a demitir todos os intelectuais e funcionários públicos que não se enquadravam no espectro fascista.

E começaram uma campanha para destruir a imagem de Lech Wałęsa. Quiseram provar que o prêmio Nobel tinha sido agente infiltrado da KGB russa. Dissertações e teses nas universidade com professores de história alinhados com o Instituto foram aprovadas cheias de mentiras sobre Wałęsa. Uma dissertação de um aluno de mestrado em história da Universidade Iaguielônica de Cracóvia, virou livro. Foi publicado e ganhou as estantes de livrarias e bancas de revistas.

Tradução:Lech Wałęsa tomou uma decisão após a eleição presidencial:
"Preciso cuidar de mim mesmo. Adeus, Polônia". 

Nada foi provado até hoje, mas o Instituto da Memória Nacional e o PiS - Partido da Lei e Direito conquistou o coração do Padre Tadeusz Rydzyk da Rádio Maria e de várias congregações, até do bispo de Cracóvia, que o Papa Francisco se recusou a nomear Cardeal. O mesmo Bispo que desrespeitando as normas de saúde pública durante a Pandemia da Covid promoveu procissões durante a semana Santa e várias missas sem máscara e reclusão.

O que esperar da continuidade de uma presidência de extrema-direita na Polônia?
E esta é uma pergunta principalmente para Donald Tusk.

No momento, o governo polaco, do ponto de vista da sua coalizão, tem um trabalho para  samurais políticos. A questão é saber se esse grupo político junto ao primeiro-ministro distribuído com responsabilidade limitada, que era a coalizão até agora, é capaz de seguir um caminho de samurais políticos.

O Professor Sławomir Sowiński, cientista político da Universidade do Cardeal Stefan Wyszyński diz que sera muito difícil para o candidato vencedor cumprir sua promessa de unir toda a sociedade polaca, que ele mesmo dividiu durante a campanha.

"Nem vimos no vencedor a capacidade de enfrentar ousadamente todos os tipos de alegações ou ambiguidades em relação, por exemplo, sua participação junto aos 'hooligans'. Será muito difícil para o presidente Nawrocki reconstruir essa sociedade. Se ele quiser, é claro, porque a campanha mostrou que talvez sua missão, seja no momento, remover o PO - Partido da Plataforma da Cidadania do poder, e isso, provavelmente, significará fortalecer a ainda mais a polarização que tomou conta do país. A questão mais importante é se o presidente eleito vai querer reconstruir a sociedade polaca. E se ele quiser, parece muito, muito difícil, que consiga."