20 ANOS DO BLOG
JAROSIŃKI DO BRASIL
A Polônia em português
do jornalista Ulisses Iarochinski
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- BLOG DEDICADO ARTE, CULTURA, CURIOSIDADE, CIDADANIA, HISTÓRIA, IDIOMA, POVO, POLÍTICA, TURISMO E NOTÍCIAS DA POLÔNIA.
Há exatos 20 anos, no dia 20 de julho de 2005, desativei o portal que mantinha em um provedor de Internet, em Curitiba, para o qual eu pagava mensalidade já há 11 anos, a fim de falar assuntos da imigração polaca no Brasil. O portal “Saga dos Polacos”, estava hospedado no endereço http:// www.ui.jor.br.
Já tinha transformado o portal em um livro, lançado em novembro de 2000, com o título “Saga dos Polacos – A Polônia e seus emigrantes no Brasil".
Mas, após cinco anos na Polônia, manter o portal no provedor curitibano tornou-se oneroso e difícil.
Naquele verão polaco, eu era o único estudante na Casa de Estudantes do Przegorzały - uma colina no bairro Zwierzyniec, pertencente à Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia. Todos os outros estudantes já haviam concluído seus cursos ou estavam de férias. Restaram eu e os funcionários, já que a casa permanecia aberta pra eventuais hóspedes.
O Przegorzały está localizado a 6,5 quilômetros a oeste do centro da cidade, no Bosque Wolski, a leste do bairro de Bielany e a oeste do Monte Kościuszko, com vista para o rio Vístula. Possui várias reservas naturais e mantém um caráter semi-rural.
Mas, voltando ao tema: havia acabado de escrever um artigo acadêmico para entregar ao meu orientador do doutorado. Pesquisando na Internet, descobri que eu poderia ter um site ou algo parecido sem precisar pagar mensalidade para um provedor de Internet.
Era o Blogger, também conhecido como Blogspot, criado em agosto de 1999 pela Pyra Labs. Em 2003, a plataforma foi adquirida pelo Google, e eu não sabia nada disso.
O Blogspot tinha se tornado um dos primeiros serviços de blog gratuitos e populares. Já tinha algum conhecimento da linguagem HTML, pois vinha criando sites desde 1994, e o Blogspot, além de ser gratuito, era muito mais fácil de usar. Foi assim que postei aquele artigo, em português, intitulado “Porque Polaco”.
A princípio, eram poucos os visitantes ou leitores do blog, mas o fato dele permitir que eu continuasse exercendo minha profissão de jornalista me oferecia um mundo inteiramente novo: a Polônia recém-inserida na União Europeia, ser mostrada para os descendentes de imigrantes polacos do Brasil.
Além disso, mantinha contato com os leitores do meu portal e do livro “Saga dos Polacos” (que, em novembro próximo, completa também 25 anos de publicado...e ainda vende!).
No entanto, o acúmulo de leituras obrigatórias do doutorado e das pesquisas para artigos acadêmicos e para a tese, que viria a ser “Cruz Machado – a Lenda virou História”, consumia todo o tempo, tanto livre quanto não livre.
Assim, a segunda publicação no blog veio apenas na última semana de janeiro do ano seguinte.
Quem já passou o inverno inteiro na Polônia sabe: em outubro o céu começa a ficar nublado, a ventania bate forte nas árvores, derrubando todas as folhas. O dia fica mais curto.
O inverno chega em novembro, e com ele, as primeiras nevascas e temperaturas abaixo de zero. Em dezembro, às 15h30, já é noite. O céu continua nublado. Nada de sol, nada de lua, nada de estrelas.
Naquele domingo, ainda na cama, acordei com os raios de sol inundando meu quarto e bateram no meu rosto. Olhei através da fina cortina branca e vi o céu azul. Não podia ser.
Só podia estar sonhando com o verão. Que nada! Não era sonho. O céu realmente estava azul e o sol brilhava.
Levantei-me, nem tomei o chá da manhã. Coloquei meia de lã, ceroula, calça de alpinista forrada, camiseta de flanela, duas blusas de lã, um casacão de alpinista, uma manta (cachecol) ao redor da barba crescida, toca, capuz, luvas de couro e lã por dentro e saí correndo da casa, munido de uma pequena máquina fotográfica e de um celular.
A ideia era aproveitar para tirar o máximo de fotos com aquela visão magnífica de sol, céu azul e o branco da neve acumulada - mais de 1,5 de altura. O contraste certamente será incrível, pensei.
Estava lá no meio daquele bosque, com a Baszta (torre de defesa) e o Castelo do Przegorzały ao lado. Fotos ficaram incríveis.
O dedo coberto com a luva apertava o obturador da câmera sem parar.
De repente, o celular tocou. Tirei a luva para apertar o botão do celular, levei-o ao ouvido e abaixei o cachecol para falar. Não consegui movimentar a mandíbula para abrir a boca e dizer: “Sucham” (escuto).
Estava completamente travada, congelada. Dei uns grunhidos e desisti de falar.
Enquanto colocava o celular no bolso, vestia a luva e recolocava o cachecol, percebi algo endurecido no meu bigode e no cavanhaque. A respiração do nariz e o bafo da boca haviam virado gelo e estavam grudadas pedrinhas nos pelos.
Aproveitei e tirei esta foto.
Ela foi minha segunda publicação no blog.
Enviei ainda a mesma foto para o jornal Tribuna do Paraná, de Curitiba, e ela foi publicada pelo jornalista e cartunista Dante Mendonça, não só em sua coluna, mas também no jornal O Estado do Paraná.
Sim, estava muito frio.
Desci os mil metros de altitude da colina do Przegorzały e fui para o ponto de ônibus lá embaixo. Logo chegou o coletivo, quentinho lá dentro. Ao passar pela loja de departamentos Jubilat, às margens do rio Vístula, pude ver o luminoso de neon informando a temperatura: 33 graus negativos.
Foi essa a temperatura que travou minha mandíbula. Aquela temperatura se manteve por duas semanas, até o dia 10 de fevereiro. A repercussão da foto junto aos leitores da Tribuna e do Estado do Paraná foi grande. Isso me motivou a encontrar tempo para novas publicações no blog. Estes foram os textos que publiquei no blog ao completar 5, 10 e 15 anos:
Na verdade, são duas as Santas Edvirges. E ambas da Polônia.
A primeira, embora tenha nascido no Reino da Bavária, foi esposa do Duque da Silésia polaca, Henrik. Isso ocorreu em um período em que o reino da Polônia foi dividido em vários ducados, só voltando a ser reino com a reunificação feita pelo Duque Władysław I, de Cracóvia.
Em idioma polaco Edvirges é Jadwiga.
A segunda Jadwiga, embora nascida na Hungria, era sobrinha do rei Casimiro – o Grande, e foi entronizada como Rei da Polônia aos 12 anos de idade. Ela virou rainha, quando se casou com o Grão-Duque da Lituânia, que se tornou rei das duas nações.
Jadwiga, filha de Elżbieta da dinatia polaca dos Piast, foi quem criou a primeira universidade da Polônia, a Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia, nome dado em homenagem a seu esposo lituano Jagiellau.
Essa Jadwiga foi canonizada pelo Papa João Paulo II e seu sarcófago com seus restos mortais, está na Catedral de Wawel, em Cracóvia, próxima ao Palácio onde ela foi Rei e Rainha. Esta Santa Jadwiga (Edvirges) é padroeira da Polônia e da União Europeia.
Quando o blog completou 10 anos, a publicação foi a seguinte:
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Além de ser intitulada a “Terra da Cerveja”, “Terra da Vódca”, “Terra do Linho”, “Terra do Âmbar”, a Polônia também é a “Terra das Sopas e Consomês e Caldos”.
As minhas preferidas são a de Cogumelos (Zupa Grzybowa), a de Farinha Azeda de Trigo Sarraceno (Żurek) e a cremoso de Pepinos Frescos (Zupa Ogórkowa). Tem lugar ainda no meu paladar o caldo, ou consomê, o “Barszcz Czerwone” (Caldo de Beterraba).
Atenção: não se deve traduzir Barszcz por Borscht (isso é em inglês). A Tradução correta é Caldo de Beterraba.
Quando fez 15 anos de existência, a publicação foi esta:
Já em 2020, a Polônia estava dividida entre a extrema-direita e o centro, com apoio da esquerda.
Fato que se repetiu recentemente, em junho passado, quando o vencedor, desconhecido da extrema-direita venceu com pouco mais de 1%.
Durante esta semana que passou, fui contemplado com uma breve exposição de algumas de minhas reportagens do blog na Rua da Cidadania, do Bairro Boa Vista, em Curitiba.
Algumas delas foram transformadas em painéis:
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"Pisanki - ovos coloridos da Polônia", publicada em 23 de abril de 2022. |
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"Orações católicas em idioma polaco", publicada em 19 de fevereiro de 2014 |
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"A carroça é contribuição polaco para o Brasil", publicada em 19 de dezembro de 2010. |
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"Wycinanki - arte do papel recortado", publicado em 4 de maio de 2010. |
- 2008 - 696 publicações
- 2009 - 472 publicações
- 2008 - 404 publicações
- 2010 - 379 publicações
Estes recordes, coincidentemente, foram registrados após o encerramento dos meus estudos de cultura e idioma polaca, o doutorado em história e o mestrado em cultura internacional. Todos eles na Universidade Iaguielônica de Cracóvia e minha volta ao Brasil.
Estes recordes, coincidentemente, foram registrados após o encerramento dos meus estudos de cultura e idioma polaca, o doutorado em história e o mestrado em cultura internacional. Todos eles na Universidade Iaguielônica de Cracóvia e minha volta ao Brasil.
O blog, neste 20 de julho de 2025, o apresenta os seguintes dados de leitura, visualização, comentários, e público atingido:
166 seguidores, 2.977 publicações, 1.956 comentários1.153.961 visualizações, sendo 28.422 no último mês de junho.
ALERTA:Neste blog, todos os textos apresentam tão somente as palavras: POLACO e POLACA (também no plural), pois o autor É convicto que estes sejam os termos adequados e corretos para denominar o gentílico (e seus descendentes) da Polônia em língua portuguesa, como aliás, fazem os demais 7 países lusófonos ao redor do mundo.
SE POLACO É PEJORATIVO PARA ALGUNSPOLONÊS É PRECONCEITUOSO PARA OUTROS TANTOS.
E POLÔNICO E POLONIJNY SÃO TERMOS DIVISIONISTAS.
O SANGUE QUE CORRE EM ALGUÉM NASCIDO NO BRASIL, OU FORA DAS FRONTEIRAS DO ATUAL TERRITÓRIO DA POLÔNIA É O MESMO:POLSKA KREW
SE POLACO É PEJORATIVO PARA ALGUNS
POLONÊS É PRECONCEITUOSO PARA OUTROS TANTOS.
E POLÔNICO E POLONIJNY SÃO TERMOS DIVISIONISTAS.
O SANGUE QUE CORRE EM ALGUÉM NASCIDO NO BRASIL, OU FORA DAS FRONTEIRAS DO ATUAL TERRITÓRIO DA POLÔNIA É O MESMO:
POLSKA KREW