quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vivo, Miłosz completaria cem anos

Foto: Grzegorz Dąbrowski
 Czesław Miłosz (pronuncia-se Tchessuaf Miuóch), Prêmio Nobel de Literatura de 1980 estaria completando 100 anos de idade se estivesse vivo hoje, dia 30 de junho.
O que seria motivo de comemorações está se transformando em polêmica. Tudo porque, o poeta tinha nacionalidade Norte-americana e polaca. Mas nasceu, em 1911, na localidade de Szetejnie. Como se sabe este lugar atualmente está no território da Lituânia. Mas em 1911, era território da Polônia ocupada pelo Reino Russo. Para complicar, ele sempre escreveu em idioma polaco descrevendo o lugar que nasceu como sendo a Lituânia.
As comemorações deste centenário estão acontecendo na Califórnia (EUA) onde ele viveu a maior parte de sua vida e foi professor de literatura eslava na prestigiada Universidade de Berkeley, na Polônia, onde o presidente da República Bronisław Komorowski inaugura um Centro Internacional de Diálogo, em Krasnogruda, e na Fundação Família Miłosz, na Lituânia.
O nome do poeta em idioma lituano "Eeslovas Milošas" não existe, por exemplo, em nenhuma comunidade do Facebook. Isto para Ryszard Jankowski, diretor da União dos Polacos na Lituânia é um sinal de que o país praticamente ignora o ganhador do Prêmio Nobel. "Em 1992, o poeta esteve aqui. Eu corri para a escola gritando: "crianças vamos lá, esta aqui o mundialmente renomado poeta e vencedor do Prêmio Nobel. Eles olharam para mim e disseram: "Esse Polaco da América está aqui sim. Por que deveríamos estar curiosos de conhecê-lo?".
Hoje, no centésimo aniversário do dia do poeta, Milosz é mostrado como um construtor de pontes, uma pessoa que se encaixa na identidade da Polônia e da Lituânia. Contudo, os polacos residentes na Lituânia relatam que são perseguidos, depois que foi implantada uma nova lei da educação. Eles acreditam que isso enfraqueceu as escolas polacas. Por sua vez, a embaixadora da Lituânia, em Varsóvia, Loreta Zakarevicziene, disse em uma entrevista, que os polacos não são cidadãos leais na Lituânia.
"Pessoas como ele são os piores", afirma Antanas Karbaukis, estudente de história na Universidade de Wilno. "Ele era um lituano. Ele enfatizou isso muitas vezes. Mas ele escolheu o caminho mais fácil: ser polaco. Ele sequer tentou aprender lituano. Ele devia pensar que pelo polaco teria mais acesso à cultura ocidental. Eu posso entender estas escolhas, mas por favor não faça dele nosso herói!".
Para Biruta Jonuškaite, vicepresidente da União Lituana de Escritores, "Miłosz escreveu em polaco, e para a linguagem do escritor esta foi a chave. Mas aqui, em Szetejnie, onde ele cresceu, passou sua juventude estava a fonte de sua obra. Esses lugares são descritos no excelente O Vale Issa."
Segundo Alice Rybalko, poeta polaca nascida em Wilno, "Miłosz nunca sentiu-se na Polônia e na Lituânia. Na Califórnia, ele foi um estranho. O mundo que ele pertencia, o Multicultural Grão-Ducado da Lituânia e a República das Duas Nações deixaram de existir."

CAMPO DI FIORI

W Rzymie na Campo di Fiori
Kosze oliwek i cytryn,
Bruk opryskany winem
I odłamki kwiatów.
Różowe owoce morza
Sypią na stoły przekupnie,
Naręcza ciemnych winogron
Padają na puch brzoskwini.

Tu na tym właśnie placu Spalono Giordana Bruna.
Kat płomień stosu zażegnął
W kole ciekawej gawiedzi.
A ledwo płomień przygasnął,
Znów pełne były tawerny,
Kosze oliwek i cytryn
Nieśli przekupnie na głowach.

Wspomniałem Campo di Fiori
W Warszawie przy karuzeli,
W pogodny wieczór wiosenny,
Przy dźwiękach skocznej muzyki.
Salwy za murem getta
Głuszyła skoczna melodia
I wzlatywały pary
Wysoko w pogodne niebo.

Czasem wiatr z domów płonących
Przynosił czarne latawce,
Łapali płatki w powietrzu
Jadący na karuzeli.
Rozwiewał suknie dziewczynom
Ten wiatr od domów płonących,
Śmiały się tłumy wesołe
W czas pięknej warszawskiej niedzieli.

Morał ktoś może wyczyta,
Że lud warszawski czy rzymski
Handluje, bawi się, kocha
Mijając męczeńskie stosy.
Inny ktoś morał wyczyta
O rzeczy ludzkich mijaniu,
O zapomnieniu, co rośnie,
Nim jeszcze płomień przygasnął.

Ja jednak wtedy myślałem
O samotności ginących
O tym, że kiedy Giordano
Wstępował na rusztowanie,
Nie znalazł w ludzkim języku
Ani jednego wyrazu,
Aby nim ludzkość pożegnać,
Tę ludzkość, która zostaje.

Już biegli wychylać wino,
Sprzedawać białe rozgwiazdy,
Kosze oliwek i cytryn
Nieśli w wesołym gwarze.
I był już od nich odległy,
Jakby minęły wieki,
A oni chwilę czekali
Na jego odlot w pożarze.

I ci ginący, samotni,
Już zapomniani od świata,
Język ich stał się nam obcy
Jak język dawnej planety,
Aż wszystko będzie legendą
A wtedy po wielu latach
Na nowym Campo di Fiori
Bunt wznieci słowo poety.

Varsóvia, 1943

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lech Wałęsa esteve internado no hospital


Durante as três últimas semanas, o ex-presidente Lech Wałęsa ficou internado num hospital de Gdańsk. O polaco mais famoso do mundo depois do Beato João Paulo II ficou doente devido uma pneumonia.
O lendário líder do Solidarność teve os cuidados dos médicos do Centro Clínico da Uniwersytet Gdańsk. Na verdade, ele sentia dores no estômago e febre alta, mas não foi confirmada a pneumonia.
Wałęsa há alguns anos tem problemas no coração. Em fevereiro de 2008, ele esteve internado na Clínica Methodist DeBakey Heart and Vascular Center, em Houston, no Texas quando foi diagnosticado a doença do coração. Também sofre de diabetes.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Imigrantes: Cartas de saudade e esperança

Cartas escritas por imigrantes polacos revelam saudade e esperança


Marielise Ferreira| marielise.ferreira@zerohora

QUERIDOS PAIS E AMADA ESPOSA”
Cartas escritas por imigrantes polacos revelam saudade e esperança

As letras correm desenhadas sobre o papel, expressando novidades, angústias, saudade. Enfrentando a distância e a separação da pátria mãe, imigrantes polacos que buscavam no Brasil uma nova vida, depositavam nas cartas aos seus familiares, a esperança de revê-los. Muitas delas jamais chegaram ao destino, interceptadas pelo governo russo, que tomara a Polônia no final do século.
No museu João Modtkowski, em Áurea, no norte do Estado, onde mais de 90% da população descende de polacos, as cartas fazem parte do acervo que conta a história dos imigrantes, junto a objetos utilizados nas colônias, documentos e passaportes que permitiram a chegada ao Brasil. De gente como o bisavô do curador do museu, o professor Artêmio Adão Modtkowski, que chegou ao Brasil em 1889 e mudou-se para Áurea no natal de 1911, junto com outras 12 famílias.
- As cartas eram a forma de manter vivos os laços entre os familiares _ conta Modtkowski.
Nos Anais da Comunidade Polonesa publicados em 1977 em Curitiba (PR), uma série de cartas enviadas pelos imigrantes entre 1890 e 1891 são verdadeiro relato histórico da saga destas famílias. As viagens desde Bremen ao Rio de Janeiro, cruzando o oceano por 18 dias e novamente de barco outros 12 dias para chegar a Porto Alegre, eram finalizadas com semanas viajando no lombo de burros ou em carroças puxadas por bois até chegar às colônias.
Quem escolheu ficar no Rio de Janeiro e em São Paulo, nem sempre teve o melhor destino. O imigrante J. Gasiorowski de São Paulo, conta em carta que profissões como carpinteiro, marceneiro e celeiro eram bem remuneradas. Mas trabalhadores sem conhecimento específico acabavam construindo estradas para o governo e quem não tinha vontade de trabalhar, passava fome.
”Os que não trabalham passam fome e andam maltrapilhos. Outros venderam suas esposas aos pretos, obtiveram grande lucro e se retiraram. Ninguém sabe para onde foram. Outros maridos deixaram as mulheres com crianças e fugiram para outras regiões. As mães e as crianças andam pelas ruas, esmolando um pedaço de pão ou ingressam na vida fácil. Outros ainda transformaram suas casas, em públicas, onde trabalham as mulheres e filhas. Várias coisas acontecem que é difícil de descrever” relata em carta.
Quem chegou da Polônia e optou pelos estados do sul do país, ingressou numa aventura desbravadora. Receberam grandes extensões de terra que deviam desmatar e sobre ela cultivar seus víveres. Entre estes não houve fome, nem miséria, ganharam casas do Governo brasileiro, e sustento até a primeira colheita. As cartas contam da abundância encontrada no Brasil e fazem um apelo aos familiares que ficaram para trás, como o registro de João Jaras, escrito de São Feliciano para a esposa que ficara em Zyrardow:
Agora imploro-te a fim de te preparares para chegar o mais depressa ao Brasil. Querida esposa informo que ganhei muita terra que nem sei quantos eitos podem ser e ainda existem algumas tiras de mato, para completar”.
A miséria que ficou para trás e as novas perspectivas de vida no Brasil, só não suplantavam as perdas. As mortes registradas ainda durante a viagem de navio e outras tantas já em solo brasileiro, minavam as forças dos imigrantes, como no relato de João Wietrzykowski de Caxias do Sul aos pais que ficaram na Polônia:
”Queridos pais. Uma coisa me corrói. Faleceram os meus filhos. Marta morreu no primeiro entreposto, faleceu de sarampo. Boleslaw e Olga morreram em Caxias, atingidos por uma espécie de varíola. Os dois foram sepultados no mesmo túmulo. Isto me aborrece bastante. Também morreram muitas crianças dos meus conhecidos. Os médicos não ajudaram a ninguém”.

- EXCERTOS DE CARTAS DE IMIGRANTES AOS FAMILIARES


-João Baginski de São Feliciano, Rio Grande do Sul à família, em 1/01/1891.
”Saúdo-vos querida família inteira. Estamos aqui vivos e todos com saúde, toda a família. Descrevo a viagem toda, de Bremen a Rio de Janeiro. Levamos 18 dias até Rio de Janeiro; nesta cidade ficamos de quarentena, durante 12 dias; em outro navio viajamos durante 12 dias até Porto Alegre navegamos três horas até a ilha. Nesta ficamos 12 dias e partimos de trem, viajando três horas. Da ilha cavalgamos em bois e viajamos com carretas de duas rodas, tiradas por cinco parelhas e viajamos durante sete dias. Chegamos a colônia São Feliciano, onde nos estabelecemos. Até agora não recebemos colônias e não sabemos quando nos darão, mas esperamos que ganharemos em breve essas colônias. No momento participamos de trabalhos diários pelo que ganhamos diariamente 2 rublos. Com isto adquirimos os víveres e a vida é cara”.
***

- Antônio Bartnicki de Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande do Sul ao filho Adão, em 24/03/1891.
”Quanto à produção, basta perguntar aqueles que conhecem a Geografia Universal e eles te dirão que a América Latina é a mais rica em todo o mundo. Aqui até sobre pedras crescem enormes cactus e ao longo dos caminhos medram enormes árvores de “oleander”, e laranjeiras. Sobre jardins, nem fale pois neles crescem frutas e flores que entre nós não crescem nem em vasos e aqui medram em qualquer canto".
***
- Antônio Czerwinski de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul para a família de Zyrardów, em 3/03/1891.
“Ainda não vimos nata, nem broa, a não ser no navio. A nossa situação é triste porque ficamos sem um vintém, o que nunca imaginava em Zyrardów. Agora novamente tenho que voltar a trabalhar porque não teremos o que comer. O Natal aqui é muito triste porque não vimos nem sequer um pedaço de carne, mas apenas um pouco de farinha escura de segunda categoria. Ambos choramos nesta Vigília a tal ponto que o coração quase partiu-se de dor. Em verdade o Brasil é um país católico, mas o que adianta se a gente não entende nada? Além disto à distância para a igreja é grande e é difícil ir até a cidade. (…) Se tiverem planos para chegar, não esbanjem dinheiro como eu fiz, isto eu vos alerto”.
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- Ludovico Gier do Rio de Janeiro para uma destinatária desconhecida, em 3/02/1891
“Certamente vais-te admirar que ouso escrever-te e por isso peço escusas. (…) É verdade fui um tresloucado, mas o que se há de fazer. Certamente sou e serei forçado a peregrinar pelo mundo e pensar em você dia e noite. Ainda não estou desesperançado, algum dia, mesmo que seja uma hora antes da morte tenho que te ver. Hoje sinto o que você significava para mim, querida Maria!!! (…)Ganho aqui muito bem, pelo menos uns 12 rublos mensais e depois poderei ganhar até mais. Eis a razão de minha pergunta, se me é permitido interrogar, minha Maria: você não quer vir? Pelo menos ficarás 100 vezes melhor do que na Europa. Imediatamente alugarei uma casa bonita e jamais te abandonarei até a morte. Isto jurarei na Igreja”.
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-José Jaczynski de São Mateus do Sul, Paraná, aos pais em 22/02/1891.
“O Brasil é um país vasto que pode abrigar a todos os polacos e ainda sobrará lugar, ao mesmo tempo é um país onde corre leite e mel e de liberdade excepcional. Portanto o ladrão e o assassino é melhor que apodreça nas masmorras russas antes que veja o Brasil! Há perfume o ano inteiro. Sobre os pássaros: faisões, galinhas do mato, pombos, galinhas de angola, e mais outras 50 variedades de outros que não conheço abundam. Não existem aves de rapina. Tenho terra à vontade, basta que Deus dê saúde. Existem enormes plantações de laranjeiras, citrus, figos, uva, café e castanhas, o que também nos vamos implantar em nosso pomar com o tempo. Graças te sejam dadas, ó Deus, que conduzistes os meus passos para esta região. Peço-te somente saúde, pois com a ajuda divina, serei com o correr do tempo, um colono próximo da cidade. Não tenho nada a escrever, senão beijar a todos milhões de vezes e amando-vos a todos até o túmulo, filho e irmão”.
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- Adalberto Jakukowski de Jaguari, Rio Grande do Sul, para a irmã em 15/02/1891.
“A capela fica na cidade e existe padre católico. Reza missa diariamente e aos domingos a Missa Solene, como acontece em cada igreja. Peço-te que venha porque ficará bem melhor do que na fábrica. Peço-te querida irmã que me traga o Quadro de Nossa Senhora e o Escapulário do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora. Já tenho duas morgas de terra preparadas; a casa já esta construída; 18 pés de uva, no ano que vem já se poderá tomar vinho; cinco pés de marmelo e do terreno já colhemos 4 quartas de feijão, 12 sacos de milho do que dou ao colono uma quarta mensalmente, durante quatro meses”.
***
- Martim Knaczynski, de Silveira Martins, Rio Grande do Sul a seu irmão em 6/04/1891.
”Querido irmão comunico-te que no Brasil é bom e ficaria satisfeito se você viesse para junto de nós no Brasil, porque aqui nós não temos miséria. Venda sua propriedade e traga consigo o dinheiro. Ganharás uma colônia gratuitamente, não pagarás nada por ela e no que respeita a sementes, ganharás cereais e tudo é assim como entre vocês na Polônia. Os cavalos são baratos de forma que o preço que vocês pagam por um na Polônia, aqui se pode comprar cinco. Os porcos e o gado são baratos sobremaneira. Quanto à propriedade, existem galinhas, marrecos, gansos e toda espécie de criação. Não temam nada porque não passareis miséria, porque eu não a experimento. E vocês sabem que miséria eu tinha e eu sei qual é a vossa fartura na Polônia. Vão ter produtos melhores do que na Polônia. Eu estou melhor do que um patrão na Polônia que possui dez propriedades”.
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- Mariana e Casemiro Kurków de Indaial, Santa Catarina ao irmão em 28/12/1890.
“Aqui não temos rei, mas República. Os antigos moradores eram selvagens e até o presente bandos deles perambulam aos quais tememos, porque se atacarem e se por acaso seu número for maior do que o nosso, exterminar-nos-iam como ratos. O povo daqui são estrangeiros que chegaram não antes que vinte anos atrás. Antigamente aqui era um grande deserto, com montanhas cobertas de matas que agora temos que transformar em terra de cultura”.
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- Mateus Lesinski de São Feliciano, Rio Grande do Sul à esposa.
“Queridíssima esposa, estou muito aborrecido porque não sei o que acontece em casa se todos estão com saúde, como estás vivendo com as crianças na Polônia. Onde quer que me encontre, você e as crianças estais diante dos meus olhos. Durante o dia trabalho e à noite dormimos em barracos e eu não tenho nenhuma coberta e no Brasil as chuvas são freqüentes, as noites frias por isso a minha vida é difícil. No instante em que te escrevo esta carta deixamos de viajar. Eu sozinho não sei como vai ficar daqui para a frente porque em breves dias devemos receber propriedades com matas”.
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- Stanislaw Sabelski, de Brusque para seus pais em 15/03/1891.
“Queridos pais, por graça de Deus, estou com saúde, juntamente com minhas crianças. O filho que Deus me deu, tive que entregar para ser criado por outros. Envio-vos notícias tristes, queridos pais, Mariana, minha esposa querida e vossa filha, separou-se de nós. Tivemos ao todo nove dias de doença e faleceu no dia 9 de novembro. No final de sua vida pediu orações pelo descanso eterno e uma Ave Maria. Que o Pai e a Mãe não esqueçam sua alma”.
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- Alexandre Slwaski, de Encruzilhada, Rio Grande do Sul a familiares, em 27/12/1890.
“Peço-te, meu irmão, depois de receber a minha carta, responda o mais depressa possível e eu escreverei e explicarei melhor. Comunique-me, porque aqui se fala que mataram o Tsar russo, bem como o seu sucessor. Peço-te que me informe sobre tudo o que está acontecendo. Agora informo que no navio morreram muitas crianças, morreram 30 no navio e agora continuam perecendo. Faleceu a filha dos Tomkowski, Estanislava e outras seis estão doentes. Talvez Deus ajudará e elas superarão a doença”.
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-José, Josefa e Estanislau Sobiesiak de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul aos pais de Zyrardów, em 3/04/1891
“O Brasil fica 2.740 milhas distante e só pelas águas a viagem é de 18 dias, através do Grande Oceano. Viajamos ainda no Brasil, 5 dias, igualmente através de águas. Estamos muito aborrecidos porque não nos podemos entender com os padres e com outras pessoas. (…) Aqui os dias santificados são guardados da mesma forma que na Polônia, mas não o fazem da mesma forma que nós. A Páscoa é muito curiosa, não temos ovo bento, nem doces como na Polônia. Quando conseguirmos alguma fortuna, faremos do mesmo modo como na Polônia, mas agora é muito difícil”.
***
- João Wietrzykowski de Caxias do Sul aos pais.
“Os primeiros dias de nossa viagem foram muito difíceis, porque o navio balouçava bastante nos três primeiros dias, de forma que as pessoas caíam das camas. Cada um dormia quase sem alma. Depois nos acostumamos e o resto da viagem foi razoável. Uma coisa me corrói. Faleceram os meus filhos. Marta morreu no primeiro entreposto, faleceu de sarampo. Boleslaw e Olga morreram em Caxias, atingidos por uma espécie de varíola. Os dois foram sepultados no mesmo túmulo. Isto me aborrece bastante. Também morreram muitas crianças dos meus conhecidos. Os médicos não ajudaram a ninguém”.
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-Estanislau Ratas de Alfredo Chaves, Rio Grande do Sul aos pais, em 23/03/1891.
“Cada família recebeu uma colônia de 5 “wlocas” de terra com mato. A terra é boa e fértil. A comida durante a viagem foi boa e farta e nas colônias ninguém experimentou fome. O governo ajuda-nos em tudo. Deu a cada uma a colônia, todas as ferramentas indispensáveis para o trabalho e ajuda para a construção da casa própria. Quem construir por conta própria recebe 75 mil réis, o que equivale a 85 rublos, em dinheiro russo. Numa palavra, no Brasil, é melhor do que na Polônia”.

Fonte: Anais da Comunidade Polonesa, Volume VIII .- Ano 1977 Editado pela Superintendência do Centenário da Imigração Polonesa ao Paraná

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Brasileiros barrados na União Europeia

Barajas: porta fechada para os brasileiros
Os brasileiros são os estrangeiros que mais tiveram a entrada recusada nos aeroportos da União Europeia em 2010 e o sexto grupo com mais permanências ilegais detectadas. De acordo com a agência europeia de controle de fronteiras, Frontex, com sede em Varsóvia, na Polônia, no ano passado 6.072 brasileiros foram barrados pelas autoridades europeias ao tentar entrar no bloco por via aérea, o equivalente a 12% do total de entradas recusadas.
Quase 30% dos casos envolvendo brasileiros ocorreu na Espanha, onde 1.813 pessoas foram enviadas de volta ao Brasil principalmente por não poder justificar o motivo da viagem ou as condições de estadia no país. Os brasileiros também foram os mais barrados nos aeroportos da França em 2010, com 673 casos.
O Brasil mantém a primeira posição entre as entradas negadas nos aeroportos europeus desde que a Frontex começou a contabilizar o dado, em 2008, mas a agência destaca que o número de casos caiu 24% no ano passado em relação a 2009.
"A razão está relacionada à crise econômica. Com menos oportunidades de emprego, a UE se tornou um destino menos atrativo para os imigrantes. Por isso houve uma queda significativa no tráfego aéreo para a UE, inclusive a partir do Brasil", explicou Izabella Cooper, porta-voz da Frontex.
Em segundo lugar, muito atrás do Brasil, estão os Estados Unidos, com 2.338 cidadãos barrados às portas da UE em 2010, o equivalente a 4,8% do total, seguidos de Nigéria, com 1.717 barrados, e China, com 1.610. Apenas outros dois países latino-americanos estão entre as dez nacionalidades mais recusadas nas fronteiras aéreas europeias: Paraguai, em sexto lugar, com 1.495 entradas negadas, e Venezuela, em décimo, com 1.183.
De maneira geral, considerando também fronteiras terrestres e marítimas, os brasileiros foram a quarta nacionalidade mais recusada pela UE no ano passado, com 6.178 negativas, o equivalente a 5,7% do total.
Em primeiro lugar ficaram os ucranianos, que responderam por 17% do total, com 18.743 negativas, seguidos de russos, com 9.165 negativas, e sérvios, com 6.990.
No ano passado a Frontex também detectou 13.369 brasileiros vivendo ilegalmente em algum país da EU, a maioria deles em Portugal, Espanha e França.
O número representa 3,8% do total de residentes ilegais identificados no bloco em 2010 e coloca o Brasil na sexta posição da lista, liderada por Marrocos, com 6,3% do total. Na frente dos brasileiros também ficaram os cidadãos do Afeganistão, Albânia, Sérvia e Argélia. Nenhum outro país da América Latina figura entre os dez primeiros entre as nacionalidades com mais ilegais detectados.
(Fonte: BBC)

domingo, 26 de junho de 2011

Israelenses roubam peças em Auschwitz

Foto: Michał Łepecki
A polícia deteve um casal de israelenses que tentaram contrabandear lembranças de polacos assassinados no campo de concentração e extermínio alemão nazista de Auschwitz, na cidade de Oświencin, na Polônia.
O incidente ocorreu, ontem, sábado, em torno das 13:00 horas no aeroporto internacional de Balice, proximidades de Cracóvia. Guardas de fronteira detiveram, por amostragem, para controle de rotina um casal em Israel. Ele um homem de 60 anos e sua mulher de 57 anos de idade, que estavam retornando à Israel depois de estada na Polônia.
Durante o controle, os agentes notaram na bagagem objetos antigos, como tesouras, facas, rolhas de garrafa de porcelana. Um total de nove peças. "Eles tentaram explicar que as coisas tinham sido encontradas no campo de concentração e quiseram levá-las para Israel", disse Dariusz Nowak da polícia da Voivodia (Estado) da Małopolska.
A policia os levou até Auschwitz e ordenou que indicasse o local onde tinham encontrado os objetos. Como indicaram uma loja de souvenirs, local onde tais objetos não são comercializados, foi-lhes dado finalmente voz de prisão. "A acusação para este tipo de roubo, ou seja, de bens com especial importância para a cultura, é considerada infração punível com até 10 anos de prisão", acrescentou Nowak.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cancelado show de Santana em Varsóvia


O show do guitarrista Carlos Santana, em Varsóvia, foi cancelado poucas horas antes de seu início. Uma emissora de rádio da capital polaca logo se apressou a comentar o porquê do cancelamento. Disse que Santana não se atreveu a cancelar um concerto no Madison Square Garden, ou seria Berlim. Mas que não via problema de cancelar na Polônia e isto segundo o radialista porque o país ainda é tratado pelas celebridades como Terceiro Mundo. "Bem, não é de surpreender, já que em nossos dois mil discos vendidos são um grande sucesso", disse o radialista amargurado.
Mas ele estava errado. Não foi Santana que não quis voar para Varsóvia. A culpa foi do organizador polaco do evento - Andromeda-ART Group - que cancelou o concerto. Isso aconteceu, porque segundo o organizador não houve "consentimento da prefeitura de Varsóvia para sediar o megaevento no dia 22 de Junho de 2011".

sábado, 18 de junho de 2011

Filhas de políticos polacos famosos


Aleksandra Kwaśniewska

Filha do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski

Katarzyna Tusk

Filha do primeiro-ministro Donald Tusk



Agata Buzek

Filha do presidente do Parlamento Europeu Jerzy Buzek

Zofia Komorowska


Filha do atual presidente Bronisław Komorowski

A filha de Wałęsa

Foto: Maciej Zienkiewicz 
Que o pai é um dos polacos mais reconhecidos em todo mundo no mundo, ninguém duvida! Mas quase nada se sabe sobre Maria Wałęsa (pronuncia-se vaúensa). Pois após ela aparecer no programa "Tańcu z Gwiazdami" (no Brasil é o dança dos famosos do Faustão) para se perceber que a filha do líder do Solidariedade se tornou uma bela e atraente mulher.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pierogi na Ana Maria Braga



O quadro "Tem que ir na Ana Maria" viajou até Curitiba para conhecer a receita de um pastel polaco: o pierogi. Lá, a equipe conheceu Tadeusz e Maria Kawalec. O casal trouxe a especiaria da Polônia e está fazendo muito sucesso nas feiras da capital paranaense. Ana Maria Braga recebeu o casal no programa desta sexta-feira, 17 de junho. Ele ensinou a receita da guloseima para os telespectadores.
“Nós poderíamos começar essa conversa assim: era uma vez, a história do Tadeu e da Maria, pois muitas coisas aconteceram antes do pierogi. Dessa vez, a dica do ‘Tem que ir na Ana Maria’ veio lá de Curitiba, no Paraná. O repórter Felipe Suhre foi lá conferir”, anunciou Ana Maria Braga.
Na reportagem, Felipe contou que o personagem principal de hoje é um imigrante polaco. Ele conversou com alguns curitibanos que conhecem a especiaria de Tadeusz. Em 1990, ele já vendia o prato na feira. “Essa massinha que parece um raviolli, é o pierogi”, mostrou o repórter.
Na feira do Largo da Ordem, uma das mais populares de Curitiba, o repórter finalmente encontrou Tadeusz Kawalec. Felipe comprovou que a receita faz realmente muito sucesso entre os curitibanos. “Pierogi é o trabalho de toda a família”, destacou o polaco, que ainda possui um forte sotaque de seu país de origem.
Devoto de Nossa Senhora de Fátima, ele recebeu a réplica da santa como um presente de Ana Maria Braga. Tadeu ficou muito emocionado ao ser informado que participaria do quadro da apresentadora. “Não tenho palavras”, disse ele. A esposa, Maria, contou que o convite é recebido como uma forma de reconhecimento do trabalho de sua família.
Na casa, o casal foi recebido por Ana Maria Braga. Tadeusz presenteou o Louro José com uma camiseta do Paraná, que leva a estampa da gralha azul, símbolo do estado. O casal comentou como se estabeleceu no Brasil. A apresentadora mostrou a receita do famoso pierogi da família. 
Tadeusz contou que, na feira, são vendidos aproximadamente 2500 pierogi por dia. “Há 22 anos, eu comecei a trabalhar na cozinha de uma loja de automóveis. Anos depois, andando pela feirinha de domingo, eu percebi que não tinha barraca polaca. Então, eu fui o pioneiro da ideia. O primeiro domingo de trabalho foi o maior sucesso”, relatou ele.
Ana Maria mostrou como o prato é feito, em seguida, ela experimentou a receita. “É molinha a massa, e dentro é muito bonita”, elogiou. A apresentadora experimentou e aprovou o prato. Ela pediu uma salva de palmas ao casal e agradeceu a presença dos dois. “Não é à toa que vocês fazem sucesso por lá. Muito obrigada”, finalizou.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Polônia: Corrida contra o tempo da escassez

Este é o quadro energético na Polônia. O carvão é responsável por 40% dos recursos, seguido do gás com 20%, a hidro e nuclear com 16%. O petróleo tem 7% e os recursos renováveis de 2% estão subdivididos em biomassa e lixo 62%, eólica (ventos) 22%, geotérmica 15%, solar 1%, precipitações (chuvas) e ondas 0%.

Faz todo sentido então se alarmar, quando a principal fonte de recursos de energia - o carvão - estará esgotado em 50 anos. E os investimentos requeridos para exploração da imensa área de gás natural serão enormes.
A Polônia ainda tem uma quantidade residual de óleo e gás, suas reservas de petróleo seriam suficientes para o país por apenas 1,2 anos de gás nos próximos 13 anos.
A política energética polaca até agora tem sido continua, mas implementada de forma isolada a partir dos problemas globais exaustivamente explicados em termos de adequação das fontes de energia primária.
O Ministério da Economia da Polônia apresentou um estudo sobre a disponibilidade de energia primária para o ano de 2030 intitulado "Política energética polaca de março de 2009 até 2030". Neste estudo, observa-se que entre as constatações da situação energética está:
- Assumem sem restrições a capacidade do petróleo e do gás natural;
- Não existe plano para limitar as possibilidades de fornecimento de carvão para grandes empreendimentos industriais, apesar da limitada capacidade nacional nos depósitos de mineração em operação;
- Assumem que o combustível nuclear estará amplamente disponível no mercado mundial, tanto no fornecimento de minério de urânio, como na capacidade de resíduos das usinas de enriquecimento, e potencial de produção de elementos combustíveis para reatores à base d´água.
Ou seja, alguns equívocos evidentes, como os recursos nucleares, o que se aceita até, porque naquele momento, não havia ocorrido o desastre Fukushima e a decisão alemã de fechar suas usinas nucleares.
Em tais circunstâncias, os esforços até aqui ​​para diversificar as fontes de abastecimento petrolífero polaco e o gás são extremamente míopes. Está-se desperdiçando energia e capital político. O petróleo e o gás nessa região do planeta estão concentrados na Rússia e no Oriente Médio. Quando se fala em gás russo negado aos polacos, basta olhar para cima e ver o gasoduto no Báltico da gigante binacional russo-alemã Grazprom. Para a Alemanha abundância e preços baixos, para a Polônia... quantidade racionada e preços altos...proibitivos....por que não dizer, negados?
Combinada com a política polaca oriental altamente desvantajosa para o polaco, para não dizer extremamente perigosa, temos a solidariedade europeia quase face-a-face com a fome, a energia pode ser altamente ilusória.
As estradas para evitar uma crise global de energia não são conhecidas. São necessárias soluções totalmente novas, que exijam toda a genialidade humana e esforço coletivo da sociedade, que está correndo contra o tempo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carvão para mais 50 anos na Polônia


A situação energética polaca é uma das mais delicadas. Fortemente dependente da extração de carvão para produção de energia em suas usinas termoelétricas, a Polônia possui recursos que devem acabar no ano de 2060.
No gráfico, pode-se ver a linha descendente dos recursos naturais de carvão. Em 31 de dezembro de 2007 o total dos recursos somavam 16.190.000 de toneladas. Também, percebe-se que em 2010, os recursos operacionais somavam menos de 4 milhões de toneladas de carvão e os recursos industriais pouco acima dos 6 milhões de toneladas.

Acordo livra Bielorrússia do blackout total

Presidente Dmitrij Miedwiediew da Rússia e o presidente Aleksander Łukaszenko da Bielorrússia
Na noite deste domingo para segunda-feira, a Rússia retoma suas exportações de eletricidade para a Bielorrússia, e Minsk até dia 05 de julho deverá pagar a dívida pela energia fornecida.
O acordo foi assinado na noite de sexta-feira pelos representantes da empresa de energia da Bielorrússia Biełenergo e da russa Inter RAO.
No dia anterior, as exportações de energia da Rússia para a Bielorrússia tinham caído pela metade, sob acusação de que a Biełenergo que não tinha pagado 1,5 bilhões de rublos (cerca de 54 milhões de dólares) referentes as entregas de março e abril. Ao mesmo tempo, os russos tinham ameaçado com a suspensão total do fornecimento, se até 19 de junho Minsk não pagasse a dívida.
A empresa bielorrussa explicou que não tinha rublos russos para pagar a conta por causa do déficit da moeda estrangeira no mercado financeiro doméstico. A Inter RAO sugeriu então o reescalonamento da dívida em parcelas, a última das quais seria paga no final de julho.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Empresa japonesa investirá na Polônia, no gás de xisto


A empresa japonesa Mitsui & Co. acaba de comprar a participação na exploração de 10 campos de xisto, na Polônia da Marathon Oil.
Uma subsidiária da Mitsui vai cobrir nove por cento de participação no empreendimento, enquanto a parte da norte-americana da Marathon Oil terá reduzida sua cota para 51 por cento. Os restantes 40 por cento permanecerão nas mãos da empresa Nexen.
O acordo na operação ainda precisa da aprovação do governo polaco. Nos termos do contrato, a empresa japonesa terá uma parte da exploração de jazidas em 10 localidades do nordeste e sudeste do país, próximas a Kwidzyń, Brodnica, Rypin, Lidzbark, Płońsk, Ciechanów, Sokołów, Siedlec, Parczew e Orzechów.
Análise das jazidas e a possibilidade de exploração deve demorar 5 anos. A Mitsui é a primeira empresa japonesa a decidir investir na Europa. A empresa já tem a sua quota de extração de gás de xisto nos Estados Unidos.

P.S. A Polônia que estava condenada a perecer devido à sua base energética, com a descoberta da imensa jazida de xisto no seu subsolo reacende as esperanças de ocupar uma posição importante na economia da UE. Pois, como a Polônia não tem usina nuclear, seus rios de planície não permitem hidroelétricas, os ventos são fracos para usinas eólicas e o carvão com suas usinas termoelétricas (atual base energética do país) está condenado a ser proibido de extrair e o gás russo é negado... o xisto é a salvação dos polacos

terça-feira, 7 de junho de 2011

As fronteiras da Polônia no milênio



Animação mostrando de 990 a 2008 as mudanças nas fronteiras da Polônia. Fronteiras muitas vezes conquistadas e outras tantas impostas por nações vizinhas e até de além mar. Os atuais 312 mil km² são um pequena parcela do território que a Polônia teve ao longo da sua história.
A atual divisão administrativa da Polônia, embora em alguns níveis seja semelhante a algumas históricas, é bem diferente de outras. As divisões administrativas históricas da Polônia podem ser divididas nos seguintes períodos:

antes de 1569: Divisão administrativa do Reino da Polônia
1569-1795: Divisão administrativa da República das Duas Nações
1795-1807: Divisão administrativa dos territórios polacos após as partilhas
1807-1815: Divisão administrativa do Ducado de Varsóvia
1815-1914: Divisão administrativa da Polônia do Congresso
1914-1918: Divisão administrativa dos territórios polacos durante a Primeira Guerra Mundial
1918-1939: Divisão administrativa da Segunda República da Polônia
1939-1945: Divisão administrativa dos territórios polacos durante a Segunda Guerra Mundial
1918-1989: Divisão administrativa da República Popular da Polônia
1999-2008: Divisão administrativa da Terceira República da Polônia

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Doutorado será desvalorizado

Foto: Tymon Markowski 
Num país onde o índice de analfabetismo tende a zero e a grande maioria dos universitários que se formam saem com o canudo de mestre, o diploma de mestrado na Polônia já não é suficiente para garantir um emprego. Segundo o GUS, um em cada quatro mestres com a idade de 25 anos está desempregado, ou seja 40 por cento deles. O grau de mestre se tornou tão comum que os empregadores os qualificam como candidatos à vaga sem experiência profissional.
O reverso da moeda é que muitos procuram melhorar suas chances de emprego, indo em busca de um doutorado. Em função disso, o número de estudantes de doutorado na Polônia vem crescendo nos últimos anos. De acordo com o GUS, no ano letivo de 2009/10 houve quase 36 mil novos ingressos. Mas curiosamente apenas 7 mil doutorandos conseguiram o título no mesmo período.
Contudo, o número de doutorados polacos quando comparados com outros países da UE ainda está baixo. De acordo com o Eurostat, em 2008, era esse o número de matriculados em cursos de doutoramento:
- Reino Unido - 80.900
- França - 70.000
- Espanha - 67.000
- Itália - 39.300.
- Polônia - 31.800

domingo, 5 de junho de 2011

Sangue do Beato João Paulo II em Varsóvia


Fotos: Wojciech Olkuśnik

Relicário contendo gotas de sangue do Beato João Paulo II foi depositado no Panteão dos Polacos no Grande Templo da Divina Providência, em Wilanów, em Varsóvia Wilanow. A procissão com o relicário reuniu milhares de pessoas neste domingo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desemprego real é menor na Polônia

Enquanto a Espanha com seus 40 milhões de habitantes se debate numa de suas piores crises, desde a queda da ditadura franquista, a Polônia se pergunta se realmente quem se diz sem trabalho, está realmente desempregado.
Segundo estatísticas oficiais são mais de 2 milhões de desempregados, entre um população de quase 40 milhões de habitantes. Ou seja, seja 5% de desempregados. O que as autoridades polacas estão se perguntando é: Quantas pessoas realmente estão à procura de um emprego? Para verificar isso, o Główny Urząd Statystyczny (Escritório Central de Estatísticas), apresenta a cada três meses uma pesquisa sobre pessoas ativas economicamente, a BAEL - Badanie Aktywności Ekonomicznej Ludności. O último resultado, diz que quase 60 mil pessoas entre de 15 e 74 anos de idade têm um emprego (é considerado aqui alguém que ganhou salário pelo menos uma hora por semana).
Mas existe um grave problema que deve ser considerado: jovens sem experiência que querem trabalhar, mas não conseguem encontrar trabalho. Atualmente, a taxa de desemprego real (BAEL), aponta que entre aqueles que não terminaram os estudos e estão ao redor dos 25 anos de idade, um índice de 26,7% e que durante este ano, este mesmo índice aumentou 2 pontos percentuais.
Estudiosos do assunto estão convictos que melhor do que as estatísticas oficiais é buscar os números diretamente em cada região polaca. Assim, puderam encontrar a maior surpresa nos dados da Vármia-Masúria, onde a taxa de desemprego real é agora 10%, contrariando registros de Varsóvia que apontam mais do que o dobro!
No mapa abaixo estes números podem ser comparados. Nas cores rosa estão os dados oficiais do BAEL e em vermelho os índices reais de desemprego registrados em cada Voivodia (Estado). 
"Mapa polaco do desemprego:
 é melhor do que diz o escritório do trabalho"
rosa: índice oficial de desemprego registrado
vermelho: índice de desemprego segundo o BAEL