Filmes do cinema polaco têm estado cada vez mais ao alcance do público belo-horizontino. Em outubro, o Cine Humberto Mauro realizou a exibição dos “Decálogos” de Kieślowski. Agora, chega à sala o 5° Festival Polaco de Cinema com mostra de curtas e longas-metragens que representam a produção cinematográfica do país entre 2010 e 2012.
Outros critérios que acompanharam a curadoria foram a acessibilidade e a diversidade. “Tentamos fazer a seleção de filmes que representam o cinema polaco, mas que, ao mesmo tempo, não sejam muito difíceis de se compreender e que não sejam carregados de história da Polônia para que a interpretação não seja interrompida por falta de referências. E, também, procuramos escolher obras de gêneros diferentes”, conta a curadora do festival, Karolina Malaczek.
Esse cuidado com a programação visa aproximar os brasileiros do cinema polaco por meio da exibição gratuita de filmes. Um objetivo possibilitado, quase exclusivamente, por meio de festivais e mostras, pois, apesar da tradição cinematográfica do país europeu e dos prêmios que seus filmes recebem – difícil esquecer da Trilogia das Cores, composto pelos filmes “A Liberdade É Azul” (1993), “A Igualdade é Branca” (1994) e “A Fraternidade é Vermelha” (1994), de Krzysztof Kieślowski – raramente os filmes entram no circuito comercial no Brasil. “Nossa cultura é muito diferente uma da outra e isso se reflete no cinema. Muitas vezes, filmes que fazem muito sucesso na Polônia têm resultado contrário aqui no Brasil. O cinema polaco é mais depressivo e mais obscuro, e o brasileiro gosta de filmes mais alegres”, diz a curadora ao justificar a falta da repercussão de filmes por aqui.
Esse cuidado com a programação visa aproximar os brasileiros do cinema polaco por meio da exibição gratuita de filmes. Um objetivo possibilitado, quase exclusivamente, por meio de festivais e mostras, pois, apesar da tradição cinematográfica do país europeu e dos prêmios que seus filmes recebem – difícil esquecer da Trilogia das Cores, composto pelos filmes “A Liberdade É Azul” (1993), “A Igualdade é Branca” (1994) e “A Fraternidade é Vermelha” (1994), de Krzysztof Kieślowski – raramente os filmes entram no circuito comercial no Brasil. “Nossa cultura é muito diferente uma da outra e isso se reflete no cinema. Muitas vezes, filmes que fazem muito sucesso na Polônia têm resultado contrário aqui no Brasil. O cinema polaco é mais depressivo e mais obscuro, e o brasileiro gosta de filmes mais alegres”, diz a curadora ao justificar a falta da repercussão de filmes por aqui.
As diferenças, porém, mostram-se mais atrativas que repelentes, pelo menos é o que indica a história do festival. Além de estar em sua quinta edição, a procura é cada vez mais intensa e quem perde lamenta. “Recebemos diversas ligações depois das mostras de pessoas procurando cópias para assistir aos filmes ou porque não puderam ver e receberam indicação de alguém que viu ou por terem gostado muito e, por isso, querem mostrar para os amigos”, conta Karolina.
Além da boa receptividade do público, o número de instituições que apresentam interesse em sediar o festival também cresce. Um fato que poderia ser mais celebrado se a produção não enfrentasse o tradicional problema orçamentário. “Infelizmente temos uma limitação financeira por causa da questão do ‘copyritght’ que reduz muito a quantidade de locais onde os filmes podem ser exibidos”, diz.
Filmes.
Realizado pela Embaixada da Polônia no Brasil, o 5º Festival Polaco de Cinema exibirá comédias, dramas e filmes de caráter histórico. Um deles é a co-produção entre Portugal, França e Polônia “Imagine”, que mostra a trajetória de Ian (Edward Hogg), um homem cego e recém-contratado por uma clínica oftalmológica em Lisboa. Sua chegada ao local provoca profundas mudanças na esperança e no modo de ver a vida dos pacientes. O filme recebeu ótimas críticas e foi vencedor da categoria melhor filme segundo a audiência, no Warsaw Film Festival 2012.
E para quem quer entender mais da história recente da Polônia, o filme “80 Milhões” certamente suprirá essa vontade. Baseado em fatos reais, o longa mostra a vida de um líder do movimento Solidariedade dias antes de ser decretada a Lei Marcial, em 1981. “Acredito que o público brasileiro vai se identificar pois, na época, o Brasil passava por um período similar ao retratado no filme”, diz Karolina.
Para ela, os dois curta-metragens de animação do festival, “A História da Polônia em Animação”, e “A Catedral”, ambos de Tomek Baginski, também merecem destaque pela qualidade. “Escolhemos filmes do Platige Image, um estúdio local vencedor de diversos prêmios internacionais”, conta a curadora.