O número ícone de 6 milhões novamente é revisto na Polônia.
O jornal Rzeczpospolita divulgou esta semana o informe de 17 de dezembro de 1946, assinado pelo chefe do Gabinete de Compensações de Guerra, e Presidente do Conselho de Ministros, Jerzy Osiecki, onde este ordenava ao estatístico e demógrafo Jacob Berman que tentasse determinar o número real de cidadãos polacos mortos durante a II Guerra Mundial. Berman, embora tivesse tido muitas dificuldades em seu trabalho apresentou a cifra de 6 milhões e 28 mil polacos.
Mateusz Gwiazdowski, que publicou a diretiva Berman comentava que o objetivo, era na verdade, encontrar quantos polacos foram mortos não só pelos alemães, mas também pelos soviéticos russos. Não houve preocupação em apresentar unicamente os judeus mortos, mas sim todos os cidadãos da Polônia, fossem eles católicos, protestantes, ciganos, ateus e judeus.
Passados mais de 50 anos do fim da guerra, contudo, ainda é impossível apresentar um número exato de mortos que possuíam a cidadania polaca. Para o Rzeczpospolita, este número tanto pode ter sido 4,5 milhões como 8 milhões.
O que, no entanto, não resta dúvida é que o ícone do Holocausto judeu de 6 milhões de mortos não é correto. A comunidade judaica mundial (viviam na Polônia, antes da segunda guerra mundial 3,5 milhões de cidadãos nascidos em território polaco de orientação judaica) toma para si os seis milhões como se este número representasse apenas os seus mortos. Estudos recentes, tanto na Polônia, como na Alemanha, demonstram que o número mais provável de judeus mortos foi de 2 milhões e 700 mil polacos de religião judaica durante a segunda guerra mundial.
Recentemente, em discussões em Bruxelas, o presidente da Polônia, Lech Kaczyński, solicitou que no escopo da Constituição Europeia se fizesse constar que durante a segunda guerra mundial morreram 6 milhões de polacos. Kaczyński não fez separação entre polacos católicos, ortodoxos, ciganos, protestantes, ateus e judeus...Apenas polacos.