sábado, 6 de junho de 2009

Seis milhões de mortos são revistos

O número ícone de 6 milhões novamente é revisto na Polônia.

O jornal Rzeczpospolita divulgou esta semana o informe de 17 de dezembro de 1946, assinado pelo chefe do Gabinete de Compensações de Guerra, e Presidente do Conselho de Ministros, Jerzy Osiecki, onde este ordenava ao estatístico e demógrafo Jacob Berman que tentasse determinar o número real de cidadãos polacos mortos durante a II Guerra Mundial. Berman, embora tivesse tido muitas dificuldades em seu trabalho apresentou a cifra de 6 milhões e 28 mil polacos. 
Mateusz Gwiazdowski, que publicou a diretiva Berman comentava que o objetivo, era na verdade, encontrar quantos polacos foram mortos não só pelos alemães, mas também pelos soviéticos russos. Não houve preocupação em apresentar unicamente os judeus mortos, mas sim todos os cidadãos da Polônia, fossem eles católicos, protestantes, ciganos, ateus e judeus.
Passados mais de 50 anos do fim da guerra, contudo, ainda é impossível apresentar um número exato de mortos que possuíam a cidadania polaca. Para o Rzeczpospolita, este número tanto pode ter sido 4,5 milhões como 8 milhões.
O que, no entanto, não resta dúvida é que o ícone do Holocausto judeu de 6 milhões de mortos não é correto. A comunidade judaica mundial (viviam na Polônia, antes da segunda guerra mundial 3,5 milhões de cidadãos nascidos em território polaco de orientação judaica) toma para si os seis milhões como se este número representasse apenas os seus mortos. Estudos recentes, tanto na Polônia, como na Alemanha, demonstram que o número mais provável de judeus mortos foi de 2 milhões e 700 mil polacos de religião judaica durante a segunda guerra mundial.
Recentemente, em discussões em Bruxelas, o presidente da Polônia, Lech Kaczyński, solicitou que no escopo da Constituição Europeia se fizesse constar que durante a segunda guerra mundial morreram 6 milhões de polacos. Kaczyński não fez separação entre polacos católicos, ortodoxos, ciganos, protestantes, ateus e judeus...Apenas polacos.

Alemães agradecem a Polônia

Ilustração: Gazeta Wyborcza

"20 anos atrás, a coragem em busca da liberdade venceu na Polônia, e depois na Hungria e na então Tchecoslováquia. A liberdade polaca abriu o caminho para a reunificação alemã e da unificação da Europa. Nós, na Alemanha, nunca vamos nos esquecer disto".
Estas foram as palavras do Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, na abertura da exposição "20 anos de liberdade na Europa - A Alemanha agradece", na igreja da rua Krakowski Przedmieściu, em Varsóvia, neste sábado.
Por sua vez, John Reyels, adido Imprensa da Embaixada da Alemanha, em Varsóvia fez questão de "agradecer a nossos vizinhos. Em particular, a Polônia, onde tudo começou. Estamos conscientes de que sem um forte movimento civil neste país não haveria a queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha."
A exposição multimídia aberta, em Varsóvia, que teve ainda a presença da prefeita da cidade Hanna Gronkiewicz-Waltz e do prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, terá a apresentação de filmes documentários sobre o impacto da vitória do Solidariedade em 1989, a situação além do rio Odra, realizados em parceria entre os dois países nestes 20 anos de liberdade, através de organizações de cooperação juvenis polaco-alemã. Ainda fazendo parte da exposição estão programados debates, concertos musicais e perfomances artísticas.
Ainda neste sábado, apresentam-se Steffen Möller, o grupo juvenil berlinense Radiopilot junto com Łukasz Kobylański e o grupo Jazz Quartet da Polônia. Amanhã, domingo, será a vez da Orquestra Sinfônica Iuventus apresentar obras de Beethoven e Mendelssohn. Um simbólico muro construído com centenas de balões pelo artista de Wrocław, Sine Greinert será o ponto alto das perfomances do dia. 
A exposição "20 anos de liberdade na Europa - A Alemanha agradece" foi vista pela primeira vez há algumas semanas em Praga, na República Checa. Em Varsóvia, ela vai apenas até a próxima segunda-feira. Depois seguirá até Gdańsk, onde ficará uma semana. As autoridades de Berlim pretendem levar a exposição também para Bratislava, na Eslováquia, e Budapeste, na Hungria.