terça-feira, 18 de março de 2008

Passaporte polaco virou moda

O jornal Przegląd Sportowy diz que a moda do branco-vermelho não é apenas dos torcedores polacos, mas também dos estrangeiros que buscam o passaporte e cidadania polaca. Numa reportagem publicada esta semana foi perguntado a alguns jogadores sobre esta nova mania de querer passaporte polaco. O brasileiro Edson, que joga no Legia Warszawa, respondeu que "jogar na seleção polaca seria motivo de orgulho". Já para Manuel Arboleda, "jogar pela Polônia? Tudo pode ser arrumado para isto acontecer." Enquanto isso Aleksandar Vuković diz que "proximamente isto pode acontecer, desde que ganhe a cidadania polaca. O que fazer se o treinador Leo telefona para mim? Não conversaremos sobre o que foi, quando... ". Pela ordem, os três jogadores - brasileiro, colombiano, servo - prometem, fazem galanteios sem fechar às portas a uma possível convocação. Evidentemente que o sonho de jogar pelas seleções de seus países existe. Mas no caso, por exemplo, do lateral esquerdo Edson, que é praticamente um desconhecido no Brasil, ser relacionado por Dunga é um sonho impossível. Mas suas atuações elogiosas no fraco campeonato polaco pode levá-lo sim a seleção. Claro, desde que o treinador holandês da seleção polaca tenha olhos não só para seu companheiro de clube Roger Guerreiro.
Tudo começou semanas atrás quando, Leo Benhakker disse que o brasileiro Roger se já tivesse sido nacionalizado estaria convocado. Desde então o assunto ganhou as páginas dos jornais e um dia sim, um dia não sai uma reportagem sobre passaporte polaco para jogadores estrangeiros jogarem com a alvi-rubra camisa polaca. As reportagens publicadas pelo menos uma vez por semana fazem com que os torcedores esperem por uma declaração mais quente de outros estrangeiros como os de nacionalidade peruana, panamenha ou zimbabwuana. Por sua vez, estes mesmos jogadores podem estar se perguntando (diz o jornal Przegląd Sportowy): "por que apenas Roger Gerreiro pode e eu não".

Para o ex-treinador Andrzej Strejlau, o mais importante é que "na seleção polaca jogue aquele jogador que de verdade se sinta polaco. Porque defender as cores da Polônia não está relacionado apenas com o fato de possuir um passaporte".

Polacos não amam PO, só não querem PiS

Foto: Jakub Ostałowski

O jornal Rzeczpospolita enntrevistou a profa. Jadwiga Staniszkis, socióloga e cientista política sobre a situação atual da Polônia. A primeira pergunta foi para saber se os polacos realmente amam o partido que está no governo, já que uma pesquisa de opinião pública recente apontou que 60% dos polacos estão com o primeiro-ministro Donald Tusk e seu partido PO - Plataforma da Cidadania. A Profa. Staniszkis, respondeu que o drama na cena política polaca está dependendo do comportamento do Partido do primeiro-minsitro. Se o PO resolve ou não os problemas do país. Se tiver sucesso na condução de seus planos vence com facilidade as próximas eleições. Pois a população não gosta como o PiS - Partido do Direito e Justiça, do Presidente da República, Lech Kaczyński (Lérrrhhh catchinhsqui) faz oposição. Ainda segundo a cientista política, os polacos não gostam do discurso agressivo do PiS. O partido dos gêmeos Kaczyński têm verdadeira paranóia contra o Tratado de Lisboa, acordo dos países membros celebrado no final do ano passado e que busca solucionar o impasse da Constituição Européia. A questão é que embora o presidente o tenha assinado, seu partido faz gracejos e busca de todas as formas bloquear o referendo sobre o Tratado proposto no Sejm - Câmara dos Deputados. Os polacos já entenderam que o Tratado de Lisboa é uma boa solução para o impasse europeu, mas o PiS tripudia sobre a questão. A situação frustra os jovens, que entendem que o poder na União Européia funciona como um programa de computador, onde o usuário pode mudá-lo quando quiser. Assim a batalha entre o poder e a sociedade se transforma num drama que bloqueia qualquer tentativa de solução. E agora, de repente, na Polônia, a sociedade polaca pode estar em outro mundo daquele que gostaria, daquilo que as sondagens de opinião apontam. Tudo porque nada se pode fazer, apenas olhar as discussões dos políticos sem ter como interferir. "Isso é frustrante". Perguntada se os jovens amam o partido do primeiro-ministro, Staniszkis, afirmou que não, mas que sem dúvida o PO é um partido bastante atraente na forma como conduz sua política de defesa dos interesses da Polônia nos fóruns internacionais. E isso o coloca bem na simpatia dos eleitores têm demonstrado através das pesquisas. "Amar não amam, mas não querem de forma alguma os opositores".