O Consulado Geral da Polônia convida para Sessão Solene alusiva às comemorações dos 140 Anos da Imigração Polaca no Brasil, que acontece dia 26 de junho/09 (sexta-feira), às 20h00, na Câmara Municipal de Curitiba, na Rua Barão do Rio Branco, 720. As comemorações são uma proposição do vereador Tito Zeglin.
Permito-me discordar da afirmação de 140 anos no Brasil. Evidentemente, esta quantidade de anos é referente, apenas, ao grupo que chegou em Brusque, Santa Catarina, em 1869, e não pode ser mais considerado o primeiro grupo a chegar ao Brasil.
Zeglin, com certeza, em sua proposição faz menção aos imigrantes que chegaram no "navio Victoria, com escala em Antuérpia, na Bélgica, e no Rio de Janeiro, no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, em 1869. Do porto catarinense, as primeiras 16 famílias de silesianos foram encaminhadas para Brusque. Os chefes destas famílias eram: Franciszek Polak, Mikolaj Wós, Bonawentura Polak, Tomasz Szymanski, Szymon Purkot, Filip Kokot, Michał Prudlo, Szymon Otto, Dominik Stempki, Kasper Gbur, Balcer Gbur, Walenty Weber, Antoni Kania, Franciszek Kania, Andrzej Pampuch e Stefan Kachel.
Os 78 polacos, sendo 32 adultos e 46 crianças, foram instalados em Sixteen Lots, nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy. No ano seguinte chegaram outras 16 famílias, com 32 adultos e 54 crianças. Os chefes destas novas famílias eram: Fabian Barcik, Grzegorz Chyły, Leonard Fila, Baltazar Gebrza, Leopold Jelen, Andrzej Kawicki, Marcin Kempka, Błazej Macioszek, Walenty Otto, Wincenty Pampuch, Paweł Polak Marcin Prudlik, Jozéf Purkot, Jozéf Skroch, Tomasz Szajnowski e August Walder. No total dos dois grupos eram 164 pessoas".
Contudo, estudos do Padre Jan Pitoń, reunidos em minha tese de doutoramento pela Universidade Iaguielônia de Cracóvia, confirma que não são 140 anos de imigração polaca, o que se comemora neste ano - 2009 - no Brasil.
O primeiro grupo não é este de Brusque, que mais tarde foi transladado para a colônia Pilarzinho em Curitiba, mas sim o grupo do Espírito Santo de 1847. Estamos, portanto, comemorando 162 anos da chegada do primeiro grupo de imigrantes polacos no Brasil. Esta sim, deveria ser a comemoração, a de Zeglin é 140 anos do chegada do grupo de Brusque. Para reforçar o equívoco, basta dizer que antes destas 32 famílias chegarem a Santa Catarina, "Hieronim Durski, já havia chegado em 1851, em Joinvile, com um grupo 13 poznanianos. Além de outros 11 polacos Durski estava acompanhado de sua esposa Wincencja e de seu filho Julian".
"Segundo Pitoń, outro grupo de imigrantes polacos teria precedido Durski. Na opinião dele, o primeiro grupo significativo de polacos em terras brasileiras chegou à província do Espírito Santo em 1847. O grupo era formado por 120 famílias polacas vindas da Prússia Oriental e da Silésia (regiões ocupadas pelos prussos). A posição de Pitoń contraria as afirmações de que a presença polaca no território do Espírito Santo iniciou em 1870 e se consolidou em 1929, com a fundação da colônia Águia Branca. Corroborando sua afirmação, Pitoń recupera informação de Teodor Matejczyk:
- W publikacji z okazji 50-lecia pobytu Zgromadzenia Werbistów w Brazylii, 1895-1945, „Matejczyk i Gorzik”, kapłani pracujący w Espírito Santo naliczyli „Pomeranos” już 770 dusz. 1847/59 – Vitória 2.142 osób. Reasumując ruch migracyjny od 1851 – 1869 r. należy wyciągnąć następujące wnioski: Masowa emigracja do Brazylii rozpoczęła się dużo wcześniej, bo w 1851 r., pojawienie się ośmiu rodzin z Poznańskiego. Emigracja ta pochodziła z zaboru pruskiego, Pomorza Zachodniego, Śląska i Poznańskiego. W zestawieniu statystycznym przedstawia się następująco: „Polacos Pomeranos”, rodzin 211 z 914 osób; „Polacos Silesianos”, rodzin 36 z 151 osób; Poznańskie, rodzin 8 z 13 osób; Razem: rodzin 442 z 2.400 osób. Emigracja powyższa nie była dotychczas brana pod uwagę, była nieznana i zapomniana przez polskich badaczy.
Uma década mais tarde, outro grupo chegou a Santa Cruz, na então província do Rio Grande do Sul. Em 1857, 320 famílias procedentes das mesmas regiões do grupo mencionado anteriormente receberiam a companhia de um terceiro grupo na mesma Santa Cruz. Pitoń afirma que aqueles pomeranos chegados nas duas províncias eram católicos e com sobrenomes polacos. Portanto, não poderiam ser alemães, pois estes eram em sua maioria protestantes.
Stan Espírito Santo przyjął polskich osadników „Pomeranos” wraz z narodowością szwajcarską i niemiecką w latach 1856-1873, w liczbie 348 osób, sprowadzonych przez Towarzystwo kolonialne – „Associação Colonial” pod kierunkiem Caetano Dias da Silva. Kontyngent wynosił 3.600 osób, który został ulokowany w terenie górskim nad rzeką Itapemirim w osadach Santa Isabel, Santa Leopoldina. Oddajmy głos autorowi dzieła Tschudi J.J. Reisen durch Sudamerica, Leipzig, str.82: ´Upór i siła oraz liczba 384 rodzin pomorskich „Pomeranos” przybyłych w latach 1856-1873, katolików, obok setek rodzin protestanckich, przyczyniły się do rozwoju i postępu ekonomicznego. Prawda, że „Pomeranos”, grupa etnicznie i społecznie zróżnicowana, nie była przyzwyczajona do terenów górskich, warunków klimatycznych podzwrotnikowych, lecz w pionierskiej pracy kolonizacyjnej i osadniczej, okazała się wytrzymała i zdolną w codziennym trudzie”[...] „Pomorzanie dzisiaj wśród osadników niemieckich w Santa Leopoldina, stanowią główną podstawę kolonii, która z latami jednak się rozproszyła w kierunku północnym, nad rzekę Rio Doce Dyrektorem kolonizacji Alberto Jahn, urodzony w Królewcu, kpt. artylerii pruskiej, zakontraktowany przez rząd cesarski w 1851 r. Później na prośbę Friederica Eichmana, poszła pruskiego w Rio de Janeiro, został przerzucony do São Leopoldo w Rio Grande do Sul w charakterze tłumacza. Również w Espírito Santo i stanie Rio Grande do Sul bawił Guilherme Mtschitzki, botanik z Gdańska. W 1857 r. istniały już cztery osiedla, najliczniejsza Santa Leopoldina, Santa Isabel 1847, Santa Teresa, Tirol, łącznie 7.297 Osób. [...] Jeden z pierwszych osadników Pomorzanin Feliks Rembiński, redaktorowi Świata Parańskiego, potwierdził obecność z przed 50 laty w Santa Leopoldina około 100 – 120 rodzin. Oto kilka nazwisk: Trzosek, Frąckowiak, Rafalski, Grałek, Jaździewski, Włodkowski, Kapicki, Gołąbek, Ponczek, Adamek, Rudzki, Śąryber, itd. Istnienie elementu polskiego „Pomeranos” pochodzących z Kwidrzynia, Starogardu, katolików w odróżnieniu od Niemców protestantów potwierdzają pastorzy: Urban Fischer i Wellman w swoich sprawozdaniach do Konsystorza Ewangelickiego i „Obra Missionária Luterana”, obecnie Marthin Luther Bund. W relacjach pastorzy uskarżają się na trudności przy sprawowaniu kultu oraz współżyciu.´Byliśmy często wyśmiewani i „vivamente hostilizados”.[...] Był to rodzaj idiosynkretyzmu, wstręt i antypatia do podopiecznych. Polacy starali się oswobodzić z kurateli niemieckiej i gdy tylko nadarzyła się sposobność opuszczali gościnne progi osad, Również to samo stało się w Espírito Santo. Sposobnością taka była budowa drogi kolejowej Vitória – Belo Horizonte nad rzeką Rio Doce. Pomorzanie przenieśli się w rejon prac kolejowych i z rolników przeszli na robotników, proletariat. O pobycie przy budowie drogi kolejowej świadczą nazwy stacji: „Baunilha dos Polacos”, „Patrimônio dos Polacos” oraz liczne kaplice MB Bolesnej, św. Antoniego, itp. Z braku opieki religijnej Pomorzanie korzystali z posługi oo. kapucynów z odległego miasteczka „Figueira”.
"Naquele grupo considerado alemão existiam pessoas que estavam em permanente conflito, mais por razões éticas e religiosas, do que por um pedaço de terra. E as causas destas desavenças seriam compreensíveis se de fato se reconhecesse que parte daquele grupo era polaco, segundo Pitoń. A presença destes imigrantes naquele ano, no Rio Grande do Sul, por sua vez, comprova que o grupo de Brusque (que chegou ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869 e que era composto de 164 polacos procedentes de Biała Góra, em Sialkowice, na Silésia Meridional.), comemorado como o marco inicial da imigração polaca no Brasil seria na verdade o quarto e não o primeiro."
Padre Jan Pitoń, originário de Zakopane, na Polônia, chegou ao Brasil como pároco, procedente de Cracóvia, em 1933. Mais tarde, na condição de Reitor da Missão Católica Polaca percorreu milhares de quilômetros evangelizando, construindo igrejas, capelas, orfanatos e escolas. Além das atividades religiosas, tinha como missão pessoal registrar tudo e todos que possuíssem ascendência polaca. Ele anotava quantos eram os integrantes da família, quem chegou primeiro, quando, quantos morreram, quantos reimigraram. Depois disso, confrontava suas pesquisas com dados de cartórios, igrejas, cemitérios, arquivos públicos, bibliotecas e periódicos, no Brasil e/ou na Polônia. Procurou sempre discutir com outros pesquisadores e na maior parte das vezes, cedia seu trabalho, que geralmente era publicado como de autoria de quem se servia de seus estudos. Pitoń com sua meticulosidade, com seu empenho de mais de 50 anos, reuniu números, informações e análises como nenhum outro o fez sobre a emigração polaca para o Brasil. O resultado de seu trabalho, infelizmente não está publicado. Mas está sob guarda da Universidade Jagielloński, nos arquivos da Biblioteca do Przegorzały, em Cracóvia.
Aos 95 anos de idade, ele se confessava triste para Ulisses Iarochinski: “Um professor de Curitiba várias vezes enviou carta para mim. Ele pedia por minhas tabelas estatísticas. Eu então fotocopiava todo o material pedido. Depois os colocava no correio em pesados envelopes. Gastava meu dinheiro de aposentado para fazer isso. Nunca recebi uma carta de agradecimento. E o pior é que agora lendo seu livro “Saga dos Polacos” verifico que minhas tabelas estão publicadas nele, mas com crédito, fonte, para aquele professor ".
Em 23 de janeiro de 2006, o padre Jan Pitoń morreu em Cracóvia, aos 97 anos de idade e foi enterrado em sua Kościelisko, gmina ao lado da cidade de Zakopane, nos Tatras polacos, mesma localidade onde ele nasceu em 3 de fevereiro de 1909.
De 1933 em diante passou a viver como missionário da Congregação São Vicente de Paula no Brasil. De 1933 a 1938 foi o vigário paroquial em Alto Paraguaçu - Itaiópolis, Santa Catarina, pároco da paróquia de Guarani Missoes de 1938-1942, na freguesia do Ivaí, Paraná de 1942-1948, na freguesia Irati de 1948-1950, professor do Seminário, em 1949, em Curitiba, pároco na freguesia do Bairro do Abranches, em Curitiba, de 1950-1955, pároco de Porto Alegre 1955-1962, reitor da Missão Polaca Católica no Brasil de 1962-1972. Em 1974, ele retornou à Polônia, passando a viver em Cracóvia, onde começou a escrever suas memórias e estudos estatísticos da imigração polaca no Brasil. Infelizmente seus trabalhos não foram ainda publicados, mas encontram-se sob a guarda da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Foram estes estudos base de um dos capítulos de minha tese de doutorado nesta universidade.
P.S. Os parágrafos entre aspas e em itálico são trechos traduzidos de minha tese de doutoramento, escrita originalmente em idioma polaco.
Permito-me discordar da afirmação de 140 anos no Brasil. Evidentemente, esta quantidade de anos é referente, apenas, ao grupo que chegou em Brusque, Santa Catarina, em 1869, e não pode ser mais considerado o primeiro grupo a chegar ao Brasil.
Zeglin, com certeza, em sua proposição faz menção aos imigrantes que chegaram no "navio Victoria, com escala em Antuérpia, na Bélgica, e no Rio de Janeiro, no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, em 1869. Do porto catarinense, as primeiras 16 famílias de silesianos foram encaminhadas para Brusque. Os chefes destas famílias eram: Franciszek Polak, Mikolaj Wós, Bonawentura Polak, Tomasz Szymanski, Szymon Purkot, Filip Kokot, Michał Prudlo, Szymon Otto, Dominik Stempki, Kasper Gbur, Balcer Gbur, Walenty Weber, Antoni Kania, Franciszek Kania, Andrzej Pampuch e Stefan Kachel.
Os 78 polacos, sendo 32 adultos e 46 crianças, foram instalados em Sixteen Lots, nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy. No ano seguinte chegaram outras 16 famílias, com 32 adultos e 54 crianças. Os chefes destas novas famílias eram: Fabian Barcik, Grzegorz Chyły, Leonard Fila, Baltazar Gebrza, Leopold Jelen, Andrzej Kawicki, Marcin Kempka, Błazej Macioszek, Walenty Otto, Wincenty Pampuch, Paweł Polak Marcin Prudlik, Jozéf Purkot, Jozéf Skroch, Tomasz Szajnowski e August Walder. No total dos dois grupos eram 164 pessoas".
Contudo, estudos do Padre Jan Pitoń, reunidos em minha tese de doutoramento pela Universidade Iaguielônia de Cracóvia, confirma que não são 140 anos de imigração polaca, o que se comemora neste ano - 2009 - no Brasil.
O primeiro grupo não é este de Brusque, que mais tarde foi transladado para a colônia Pilarzinho em Curitiba, mas sim o grupo do Espírito Santo de 1847. Estamos, portanto, comemorando 162 anos da chegada do primeiro grupo de imigrantes polacos no Brasil. Esta sim, deveria ser a comemoração, a de Zeglin é 140 anos do chegada do grupo de Brusque. Para reforçar o equívoco, basta dizer que antes destas 32 famílias chegarem a Santa Catarina, "Hieronim Durski, já havia chegado em 1851, em Joinvile, com um grupo 13 poznanianos. Além de outros 11 polacos Durski estava acompanhado de sua esposa Wincencja e de seu filho Julian".
"Segundo Pitoń, outro grupo de imigrantes polacos teria precedido Durski. Na opinião dele, o primeiro grupo significativo de polacos em terras brasileiras chegou à província do Espírito Santo em 1847. O grupo era formado por 120 famílias polacas vindas da Prússia Oriental e da Silésia (regiões ocupadas pelos prussos). A posição de Pitoń contraria as afirmações de que a presença polaca no território do Espírito Santo iniciou em 1870 e se consolidou em 1929, com a fundação da colônia Águia Branca. Corroborando sua afirmação, Pitoń recupera informação de Teodor Matejczyk:
- W publikacji z okazji 50-lecia pobytu Zgromadzenia Werbistów w Brazylii, 1895-1945, „Matejczyk i Gorzik”, kapłani pracujący w Espírito Santo naliczyli „Pomeranos” już 770 dusz. 1847/59 – Vitória 2.142 osób. Reasumując ruch migracyjny od 1851 – 1869 r. należy wyciągnąć następujące wnioski: Masowa emigracja do Brazylii rozpoczęła się dużo wcześniej, bo w 1851 r., pojawienie się ośmiu rodzin z Poznańskiego. Emigracja ta pochodziła z zaboru pruskiego, Pomorza Zachodniego, Śląska i Poznańskiego. W zestawieniu statystycznym przedstawia się następująco: „Polacos Pomeranos”, rodzin 211 z 914 osób; „Polacos Silesianos”, rodzin 36 z 151 osób; Poznańskie, rodzin 8 z 13 osób; Razem: rodzin 442 z 2.400 osób. Emigracja powyższa nie była dotychczas brana pod uwagę, była nieznana i zapomniana przez polskich badaczy.
Uma década mais tarde, outro grupo chegou a Santa Cruz, na então província do Rio Grande do Sul. Em 1857, 320 famílias procedentes das mesmas regiões do grupo mencionado anteriormente receberiam a companhia de um terceiro grupo na mesma Santa Cruz. Pitoń afirma que aqueles pomeranos chegados nas duas províncias eram católicos e com sobrenomes polacos. Portanto, não poderiam ser alemães, pois estes eram em sua maioria protestantes.
Stan Espírito Santo przyjął polskich osadników „Pomeranos” wraz z narodowością szwajcarską i niemiecką w latach 1856-1873, w liczbie 348 osób, sprowadzonych przez Towarzystwo kolonialne – „Associação Colonial” pod kierunkiem Caetano Dias da Silva. Kontyngent wynosił 3.600 osób, który został ulokowany w terenie górskim nad rzeką Itapemirim w osadach Santa Isabel, Santa Leopoldina. Oddajmy głos autorowi dzieła Tschudi J.J. Reisen durch Sudamerica, Leipzig, str.82: ´Upór i siła oraz liczba 384 rodzin pomorskich „Pomeranos” przybyłych w latach 1856-1873, katolików, obok setek rodzin protestanckich, przyczyniły się do rozwoju i postępu ekonomicznego. Prawda, że „Pomeranos”, grupa etnicznie i społecznie zróżnicowana, nie była przyzwyczajona do terenów górskich, warunków klimatycznych podzwrotnikowych, lecz w pionierskiej pracy kolonizacyjnej i osadniczej, okazała się wytrzymała i zdolną w codziennym trudzie”[...] „Pomorzanie dzisiaj wśród osadników niemieckich w Santa Leopoldina, stanowią główną podstawę kolonii, która z latami jednak się rozproszyła w kierunku północnym, nad rzekę Rio Doce Dyrektorem kolonizacji Alberto Jahn, urodzony w Królewcu, kpt. artylerii pruskiej, zakontraktowany przez rząd cesarski w 1851 r. Później na prośbę Friederica Eichmana, poszła pruskiego w Rio de Janeiro, został przerzucony do São Leopoldo w Rio Grande do Sul w charakterze tłumacza. Również w Espírito Santo i stanie Rio Grande do Sul bawił Guilherme Mtschitzki, botanik z Gdańska. W 1857 r. istniały już cztery osiedla, najliczniejsza Santa Leopoldina, Santa Isabel 1847, Santa Teresa, Tirol, łącznie 7.297 Osób. [...] Jeden z pierwszych osadników Pomorzanin Feliks Rembiński, redaktorowi Świata Parańskiego, potwierdził obecność z przed 50 laty w Santa Leopoldina około 100 – 120 rodzin. Oto kilka nazwisk: Trzosek, Frąckowiak, Rafalski, Grałek, Jaździewski, Włodkowski, Kapicki, Gołąbek, Ponczek, Adamek, Rudzki, Śąryber, itd. Istnienie elementu polskiego „Pomeranos” pochodzących z Kwidrzynia, Starogardu, katolików w odróżnieniu od Niemców protestantów potwierdzają pastorzy: Urban Fischer i Wellman w swoich sprawozdaniach do Konsystorza Ewangelickiego i „Obra Missionária Luterana”, obecnie Marthin Luther Bund. W relacjach pastorzy uskarżają się na trudności przy sprawowaniu kultu oraz współżyciu.´Byliśmy często wyśmiewani i „vivamente hostilizados”.[...] Był to rodzaj idiosynkretyzmu, wstręt i antypatia do podopiecznych. Polacy starali się oswobodzić z kurateli niemieckiej i gdy tylko nadarzyła się sposobność opuszczali gościnne progi osad, Również to samo stało się w Espírito Santo. Sposobnością taka była budowa drogi kolejowej Vitória – Belo Horizonte nad rzeką Rio Doce. Pomorzanie przenieśli się w rejon prac kolejowych i z rolników przeszli na robotników, proletariat. O pobycie przy budowie drogi kolejowej świadczą nazwy stacji: „Baunilha dos Polacos”, „Patrimônio dos Polacos” oraz liczne kaplice MB Bolesnej, św. Antoniego, itp. Z braku opieki religijnej Pomorzanie korzystali z posługi oo. kapucynów z odległego miasteczka „Figueira”.
"Naquele grupo considerado alemão existiam pessoas que estavam em permanente conflito, mais por razões éticas e religiosas, do que por um pedaço de terra. E as causas destas desavenças seriam compreensíveis se de fato se reconhecesse que parte daquele grupo era polaco, segundo Pitoń. A presença destes imigrantes naquele ano, no Rio Grande do Sul, por sua vez, comprova que o grupo de Brusque (que chegou ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869 e que era composto de 164 polacos procedentes de Biała Góra, em Sialkowice, na Silésia Meridional.), comemorado como o marco inicial da imigração polaca no Brasil seria na verdade o quarto e não o primeiro."
Padre Jan Pitoń, originário de Zakopane, na Polônia, chegou ao Brasil como pároco, procedente de Cracóvia, em 1933. Mais tarde, na condição de Reitor da Missão Católica Polaca percorreu milhares de quilômetros evangelizando, construindo igrejas, capelas, orfanatos e escolas. Além das atividades religiosas, tinha como missão pessoal registrar tudo e todos que possuíssem ascendência polaca. Ele anotava quantos eram os integrantes da família, quem chegou primeiro, quando, quantos morreram, quantos reimigraram. Depois disso, confrontava suas pesquisas com dados de cartórios, igrejas, cemitérios, arquivos públicos, bibliotecas e periódicos, no Brasil e/ou na Polônia. Procurou sempre discutir com outros pesquisadores e na maior parte das vezes, cedia seu trabalho, que geralmente era publicado como de autoria de quem se servia de seus estudos. Pitoń com sua meticulosidade, com seu empenho de mais de 50 anos, reuniu números, informações e análises como nenhum outro o fez sobre a emigração polaca para o Brasil. O resultado de seu trabalho, infelizmente não está publicado. Mas está sob guarda da Universidade Jagielloński, nos arquivos da Biblioteca do Przegorzały, em Cracóvia.
Aos 95 anos de idade, ele se confessava triste para Ulisses Iarochinski: “Um professor de Curitiba várias vezes enviou carta para mim. Ele pedia por minhas tabelas estatísticas. Eu então fotocopiava todo o material pedido. Depois os colocava no correio em pesados envelopes. Gastava meu dinheiro de aposentado para fazer isso. Nunca recebi uma carta de agradecimento. E o pior é que agora lendo seu livro “Saga dos Polacos” verifico que minhas tabelas estão publicadas nele, mas com crédito, fonte, para aquele professor ".
Em 23 de janeiro de 2006, o padre Jan Pitoń morreu em Cracóvia, aos 97 anos de idade e foi enterrado em sua Kościelisko, gmina ao lado da cidade de Zakopane, nos Tatras polacos, mesma localidade onde ele nasceu em 3 de fevereiro de 1909.
De 1933 em diante passou a viver como missionário da Congregação São Vicente de Paula no Brasil. De 1933 a 1938 foi o vigário paroquial em Alto Paraguaçu - Itaiópolis, Santa Catarina, pároco da paróquia de Guarani Missoes de 1938-1942, na freguesia do Ivaí, Paraná de 1942-1948, na freguesia Irati de 1948-1950, professor do Seminário, em 1949, em Curitiba, pároco na freguesia do Bairro do Abranches, em Curitiba, de 1950-1955, pároco de Porto Alegre 1955-1962, reitor da Missão Polaca Católica no Brasil de 1962-1972. Em 1974, ele retornou à Polônia, passando a viver em Cracóvia, onde começou a escrever suas memórias e estudos estatísticos da imigração polaca no Brasil. Infelizmente seus trabalhos não foram ainda publicados, mas encontram-se sob a guarda da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Foram estes estudos base de um dos capítulos de minha tese de doutorado nesta universidade.
P.S. Os parágrafos entre aspas e em itálico são trechos traduzidos de minha tese de doutoramento, escrita originalmente em idioma polaco.