quinta-feira, 15 de abril de 2010

Brasileira no meio da comoção

Estima-se que cerca de 60 brasileiros de origem polaca e um número menor, sem ascendência, estudem nas universidades da Polônia, com bolsas do ministério da educação polaco.
Varsóvia e Cracóvia são as cidades que concentram a maioria destes estudantes, mas eles estão presentes também em universidades de Wroclaw, Poznan, Lublin, Bialystok, Rzeszów e Lódz.
Caciane da Silva, de Dom Feliciano, no Rio Grande do Sul é uma destas estudantes. Morando e estudando relações internacionais da Universidade de Varsóvia, há 8 anos, a gaúcha, tem acompanhado a comoção que tomou conta da capital polaca. As fotos abaixo fazem o registro destes dias tristes na Polônia, inclusive com ela assinando o livro de condolências no Palácio Presidencial:






Katyń no Congresso Americano

Cena do filme

"Katyń", de Andrzej Wajda será exibido, nesta sexta-feira, no edifício do Congresso Norte-americano, em Washington, por iniciativa da Comissão Helsinki, em cooperação com a Embaixada da Polônia.
A projeção do filme indicado ao Oscar, mostrando o assassinato de 40 mil oficiais polacos, em 1940, sob ordens de Stalin, será uma oportunidade para aprofundar o conhecimento dos legisladores norte-americanos sobre a trágica história dos militares da Polônia.
O filme será exibido em um dos edifícios da Câmara dos Deputados. Após a exibição haverá um debate. O caso Katyń esta semana foi amplamente mencionado pela mídia internacional relacionando com o também trágico acidente com o Presidente Lech Kaczynski, que iria participar na cerimônia dos 70 anos das mortes na floresta de Katyń.
O cineasta Andrzej Wajda, diretor do filme, teve seu pai, um oficial do exército polaco, entre os 40 mil assassinados em Katyń.
Esta semana, o filme que havia passado desapercebido nos cinemas russos dois anos atrás, voltou a cartaz nos cinemas de Moscou.
Enquanto isso um grupo no site Facebook, denominado "Plea to the BBC and world TV stations to air Wajda's film Katyń" ("Apelo para a BBC e outras televisões no mundo para que transmitam o filme Katyń de Wajda") já tem mais de 3 mil membros. "Este filme é de uma enorme importância simbólica para os polacos, e seria uma excelente lição de história para os britânicos. Especialmente agora, quando estamos na boca do mundo, mas nem todo estrangeiro sabe sobre o porquê do voo da delegação polaca à Rússia", fisse Tomasz Skibinski, fundador do grupo que enviou uma carta a presidência da TV Britânica.

Sobre o filme, a revista Veja publicou em sua matéria que, "esta é a história que o grande diretor polonês Andrzej Wajda conta, pela primeira vez na história do cinema de seu país, em Katyn. O pai de Wajda foi uma das vítimas do massacre, e durante anos sua mulher e filho aguardaram que ele voltasse. Quando souberam de sua morte, mal puderam cumprir o luto. Logo, como todos os outros parentes dos fuzilados, tiveram de assumir a falsidade. O massacre e sua subsequente dissimulação feriram a Polônia até a alma: como Wajda mostra em seu filme, numa brilhante recriação não apenas do episódio, mas da dimensão emocional que ele adquiriu, o ocorrido em Katyn pisoteou a identidade dos poloneses, violentou sua história e anulou, por décadas, sua esperança de um futuro livre. Se esse futuro não tivesse afinal se concretizado, Katyn não poderia existir, claro".

Para saber mais sobre o filme leia-se o que publiquei sobre ele, quando o assisti em setembro de 2007, em Cracóvia. Clique aqui:Katyń: para entender a Polônia de hoje

Missa de 7º dia em Curitiba

Foto: Andreas D. Weise

O Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, informa, que neste sábado, dia 17, às 12 horas (meio dia), na Catedral Basílica Menor de Curitiba, será oficializada missa de 7º dia em louvor aos mortos no trágico acidente aéreo em Smoleński, Rússia. A missa será celebrada pelo arcebispo metropolitano Dom Moacyr José Vitti e padres de origem polaca.
O presidente Lech Kaczyński e sua esposa, além do ex-presidente no exílio, Ryszard Kaczorowski, do presidente do Banco Central, dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, funcionários do alto escalão da presidência da República, deputados, religiosos, representantes de entidades sociais e civis e toda a tripulação serão lembrados nesta missa.
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, já confirmou presença no ato religioso. Curitiba é considerada a terceira maior concentração da etnia polaca em todo o mundo, sendo ultrapassada apenas por Chicago e Varsóvia. Estima-se que quase dois terços da região metropolitana de Curitiba, tenha alguma ligação com a etnia polaca, seja por descendência, laços familiares (tios, primos, cunhados) e/ou amizade.

Nota circular do Consulado sobre a missa:

Kaczarowski volta a sua Polônia

Foto: Wojciech Surdziel

Eram 12:25, hora local, desta quinta-feira, quando o corpo de Ryszard Kaczorowski, último presidente da Polônia no exílio, chegou ao aeroporto de Okęci, em Varsóvia. No bancão panorâmico do aeroporto esperava um multidão de pessoas.
Na pista, eperavam o presidente da Câmara e presidente da República, em exercício, Bronislaw Komorowski, o primeiro-ministro Donald Tusk, funcionários públicos, soldados e um grande grupo de escoteiros.
Depois de ser tocaco o hino nacional falou o chefe de Estado interino, Bronislaw Komorowski, que recordou sua primeira reunião com o Presidente Kaczorowski, e os seus esforços para libertar a pátria. Komorowski disse que Ryszard Kaczorowski, terminou o serviço em sua terra natal. "Hora de um bom soldado relaxar, a casa dá boas-vindas a você e diz adeus pela última vez", disse o deputado-presidente. A oração ecumênica no caixão de Ryszard Kaczorowski foi oficializada por Dom Kazimierz Nycz.Ryszard Kaczorowski, nasceu em 26 de novembro de 1919 e faleceu no trágico acidente de Smolenski em 10 de abril de 2010.
Preso pelos soviéticos em 1940, foi condenado à morte, mas logrou prisão de dez anos nos campos de concentração. Transportado para Kolyma, recuperou a liberdade após a assinatura do tratado Sikorski-Maisky. Ele se juntou ao exército polaco na URSS, formado pelo general Anders. Ele marchou pela trilha de fogo do Corpo 2, incluindo a batalha de Monte Cassino. Entre 1989 e 1990 ele serviu como o último presidente da Polônia no exílio. Sucedeu Kazimierz Sabbat e renunciou a seu mandato após a República da Polônia livrar-se das amarras da influência soviética e da eleição de Lech Wałęsa. Foi Kaczorowski que transmitiu a faixa presidencial a Wałęsa.