terça-feira, 24 de maio de 2011

Obama na Polônia: fim dos vistos

Momento em que Barak assinava a isenção de visto para 25 países europeus
O presidente Barack Obama chega a Varsóvia para sua primeira visita oficial. E segundo os analistas locais, o Presidente estadunidense vai tentar convencer os polacos de que a abolição dos visto para cidadãos polacos é uma questão de tempo bastante curto. Uma coisa é certa: os americanos finalmente percebem o quão delicada e grave é questão nas relações entre Varsóvia e Washington.
"Sim, é a questão número um nas conversações com políticos e diplomatas polacos." Esta é a opinião de um conselheiro dos senadores estadunidenses que estão interessados ​​na política europeia. Ele reforça dizendo que, "Eu sinto que pela primeira vez a Casa Branca entende isso".
Durante um encontro com jornalistas, antes do vôo para a Europa, Obama criou essa impressão em Ben Rhodes, vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional e pessoa-chave na política externa da Casa Branca.
"Sim, é o ponto principal em nossas relações com os polacos", afirma Rhodes. "Desde a reunião com o presidente Bronisław Komorowski, em Washington, em dezembro do ano passado, estamos trabalhando sobre esta questão muito a sério, e o caso já passou para frente. Falaremos sobre isso na Polônia", acrescentou Rhodes.
Para a maioria dos americanos, a visita presidencial de dois dias, que começa na sexta-feira, em Varsóvia, Barak vai discutir com o presidente Komorowski e primeiro-ministro Donald Tusk a situação do Afeganistão, da Líbia, da Rússia e da Ásia como um todo. Surpreendido pela reação negativa por parte dos polacos ao escudo anti-mísseis e a quebra generalizada de confiança, no parecer público dos polacos nos Estados Unidos, a Casa Branca parece entender que a questão dos vistos - embora, de fato não seja a mais importante, no momento, para a Polônia, já que a União Europeia abriu os mercados de trabalho europeus aos polacos, tem um significado simbólico enorme e de muito prestígio para uma grande parte da opinião pública na Polônia.
Hoje, a Polônia, hoje é o único país, dos 25 membros do espaço Schengen, cujos cidadãos precisam de vistos para viagem de turismo para aos EUA. "Tenho a sensação de que ninguém, em Washington, entendeu o quanto dói aos polacos, o fato, de que todos os seus vizinhos da UE possam viajar para os Estados Unidos sem visto, e eles têm de ficar nas filas humilhantes dos consulados", diz o conselheiro do Senado Norte-americano. "Muitos dos nossos diplomatas tem repetido isso por um tempo bastante longo, mas ninguém ouve. Isso mudou recentemente, especialmente depois do anúncio, em 2009, do abandono da construção do escudo na Polônia, justo no aniversário da invasão soviética de seu país", disse Rhodes.
Segundo informações extra-oficiais, Obama vai mencionar a questão dos vistos, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente Komorowski. Obama não anunciará uma decisão sobre isenção de vistos, pois esta, exige consentimento do Congresso. No entanto, anunciou que vai ser uma prioridade em seu trabalho com o parlamento. Também não poderá dar uma data precisa para a abolição de vistos.
Em dezembro, após reunião com Obama, o presidente Komorowski disse apenas que ele quer garantir que este assunto seja resolvido "durante sua presidência." Mas não está claro, se ele se referia ao ano de 2012, quando encerra-se o fim de seu primeiro mandato, ou 2016, caso se ele ganhar as eleições do ano que vem.
O senador Mark Kirk, republicano de Illinois, acredita que "o presidente Obama deve cumprir as promessas eleitorais feitas durante a campanha para a comunidade polono-americana de que resolverá este problema."
Kirk esteve a cargo do caso, para a supressão de vistos para os polacos, quando outro senador republicano, George Voinovich, de Ohio, que há alguns meses, aposentou-se.
No final de abril, o senador Kirk enviou uma carta a Obama, que anuncia a apresentação de um projeto de lei para a abolição dos vistos para os polacos. De acordo com a carta, além dele, outros cinco senadores democratas de Maryland, Nova York e Illinois a teriam assinado. Illinois é um Estado habitado por um grande número de Norte-americanos de ascendência polaca.

Wyborcza: Brasil não consegue defender a Amazônia

O principal jornal da Polônia, Gazeta Wyborcza, também acompanha de perto a votação do Código Florestal, da mesma forma que o mundo está com seus olhos voltados para o que decidem os parlamentares brasileiros.
O jornal polaco, já em sua manchete manifesta a opinião alardeada por Washington de que o "Brasil não tem condições de proteger a Amazônia.

Foto: André Vieira
Com uma bela foto do brasileiro André Vieira sobre a devastação da floresta amazônica, a edição de hoje do Wyborcza diz que,
"Desde o início do ano a floresta amazônica perde em um ritmo sem precedentes sua gradeza. O governo brasileiro criou uma equipe de crise e ameaça os destruídores da floresta destruidores, mas também, ao mesmo tempo, incentiva os agricultores a expandir suas áreas de plantação.
A Presidente Dilma Rousseff, que tomou posse no dia 01 de janeiro, prometeu durante a campanha eleitoral que irá proteger a Amazônia, o maior reservatório de água da Terra, flora e fauna, como um tesouro nacional.
Mas no momento, não está conseguindo manter a promessa. Em março e abril, as terras adquiridas ilegalmente pelos agricultores para o cultivo de suas culturas cresceram 30 por cento. No Estado do Mato Grosso, a partir de agosto do ano passado, este percentual já atingiu 43 por cento. Em abril deste ano, as pessoas cortaram quase 600 km quadrados de floresta amazônica. Somente no Mato Grosso foram 243 km quadrados. Enquanto que durante o ano ano passado inteiro, tinham sido devastados menos de 100 quilômetros quadrados.
E pode ser ainda pior, porque nos primeiros meses, a grande quantidade de nuvens nos céus da região impediu a satélites e aviões fotografar o Estado do Pará.
Os agricultores de forma cada vez mais eficiente derrubam a floresta. Enormes tratores puxando grandes cadeias com lâminas de corte rente ao chão destróem tudo em seu caminho. Recentemente, no Mato Grosso, o governo requisitou 40 máquinas desse tipo.
Até recentemente, a floresta foi defendida com sucesso. Multas e confisco de rebanhos e lavouras significou que a destruição da área de floresta caiu em cerca de 30 mil km² por ano para apenas 6.000 km², em 2010. Quando os novos dados alarmantes foram liberados pelo Instituto para o Estudo do Ordenamento do INPE, a Ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira criou uma equipe anti-crise formadoa por ministros, procuradores, policiais e ambientalistas. O governo vai enviar mais 700 agentes para punir os culpados, geralmente madeireiras.
Dilma Rousseff na primeira reunião do pessoal da anti-crise, na qual participou o ministro da Defesa, ordenou que o Exército faça o rastreamento destas áreas.
"É uma tendência assustadora. Nós não sabemos exatamente por que isso está acontecendo, mas vamos enfrentar. Em julho, nós vamos limitar esta prática", afirmou a ministra Teixeira.
Durante semanas, no parlamento brasileiro, se trava uma luta feroz para a aprovação do Código Florestal, que estabelece novas regras para a agricultura e proteção ambiental na Amazônia."