sábado, 16 de outubro de 2010

"Pelé é único” e está fazendo 70 anos

Peço licença aos meus leitores, a Polônia, à revista Dinheiro, mas tenho que reproduzir a reportagem sobre os 70 anos do meu ídolo e de milhões de pessoas neste planeta Terra. Tive a oportunidade nesta vida de fazer duas entrevistas com o Rei. Foi no Encontro Mundial da Juventude, na cidade de Colônia, na Alemanha. O Papa Bento XVI estava lá para sua primeira visita oficial a sua terra natal como Papa da Igreja Apostólica Romana. Pelé estava lá na condição de convidado de honra da prefeitura alemã e de ídolo mundial dos jovens. Entrevistei-o para a TV Bandeirantes e para o jornal O Estado de SPaulo numa entrevista exclusiva.
Numa de suas respostas, o rei disse: "Parece que a gente está mais perto de Cristo. Quando o Papa pegou nas minhas mãos e falou: - o esporte é muito importante para o ser humano e eu quero parabenizá-lo pelo que você tem feito e continue trabalhando".
As reportagens foram ao ar e publicada. São as mais importantes do meu arquivo pessoal. Pois ali, longe das telas do Canal 100 das salas de cinema, das telas das TVs.. naqueles momentos que foram só meus... pude sentir a grandeza desse homem, desse brasileiro, que honra não só Três Corações, mas dignifica a raça humana neste Planeta chamado Bola. Pelé - ou Edson Arantes do Nascimento faz aniversário neste 23 de outubro. 




Por favor acompanhem a reportagem da "Dinheiro"... e meu obrigado a Eliane Sobral - jornalista - que assina o texto abaixo.

O rei do marketing

Prestes a completar 70 anos, Edson Arantes do Nascimento não pisa nos gramados há mais de três décadas. Mas a grife Pelé ainda se mantém em plena forma no campo do marketing e fatura R$ 30 milhões por ano.

Por Eliane Sobral


Com a voz suave e pausada, dona Neli vem se desdobrando nos últimos dias para agradecer – e declinar – quem lhe telefona em busca de uma entrevista com o chefe. Na mesa do escritório, estão anotados mais de 238 telefonemas – entre eles o do presidente de Israel, Shimon Peres, e do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que gostariam de homenagear o chefe de dona Neli no sábado 23, quando ele completa 70 anos.
"Tem pedido de entrevista do Japão, da França, de Hong Kong e até dos Estados Unidos, onde o futebol masculino nem é tão forte assim”, diz Neli Cruz, que, há dez anos, é a secretária particular de Edson Arantes do Nascimento.
Já faz mais de 30 anos que Pelé pendurou as chuteiras e neste período o mundo viu surgir novos craques do futebol – dos franceses Michel Platini e Zinedine Zidane ao argentino Diego Armando Maradona, passando por Ronaldo Fenômeno –, mas nenhum deles alcançou o patamar do eterno camisa 10 do Santos.
Pelé não foi apenas uma máquina de fazer gols. Foram 1.284 no total, sendo 95 só com a camisa da Seleção Brasileira. Ao longo da vida, o Rei do Futebol associou sua imagem a uma centena de produtos e fez de si próprio uma das marcas mais valiosas do mundo.
O mercado publicitário e os especialistas nesse tipo de avaliação dizem que quem quiser explorar a marca Pelé por 20 anos terá de desembolsar nada menos que R$ 600 milhões. Detalhe: isso depois de 30 anos de aposentadoria do craque.

Ao longo da vida, o ex-jogador já emprestou sua imagem para mais de uma centena de marcas e produtos. Vendeu de tapetes a refrigerantes. De aparelhos de tevê a remédio para disfunção erétil. E até hoje Pelé ilustra campanhas publicitárias, participa de eventos e dá palestras. Só com esse tipo de atividade, o empresário Edson Arantes do Nascimento fatura R$ 30 milhões por ano. Segundo DINHEIRO apurou, Pelé não faz propaganda por menos de R$ 2 milhões.
Neste cachê estão incluídos dois dias de filmagens e fotografias para seis meses de veiculação. Se a empresa quiser tê-lo em algum evento ou que ele participe de palestra, há um adicional de 10% sobre o valor total da campanha publicitária. O que explica tamanho apelo publicitário tanto tempo depois de o craque ter deixado os gramados?


“Ele está num patamar em que nenhum outro esportista está. Talvez Mohamed Ali. São marcas acima do bem e do mal e o que explica é o fato de ele ter construído mais coisas boas do que ruins na carreira”, diz o publicitário Washington Olivetto, que também já escalou o jogador para ilustrar as campanhas da lã de aço Bombril.
O publicitário tem razão. Se Pelé foi uma unanimidade dentro de campo, não se pode dizer o mesmo de Edson Arantes do Nascimento. Ele se envolveu em algumas confusões que, fosse outra sua trajetória, poderiam ter minado sua imagem. Quando seu filho Edinho foi preso sob acusação de envolvimento com tráfico de drogas, o próprio Pelé disse que foi um pai ausente.
Nas ruas, porém, o que se ouvia eram frases de solidariedade ao sofrimento do pai que descobre o filho viciado. Pelé também se recusou a reconhecer a paternidade de Sandra Regina Machado – fruto de um romance na década de 60. O caso ganhou as manchetes dos jornais e, por anos, Pelé se negou a dar o sobrenome a Sandra.
A moça morreu em 2006 e Pelé nem sequer foi ao funeral. “Ele sabe usar todos os recursos da mídia para se manter em evidência e o fato de referir-se a si mesmo na terceira pessoa, cria uma barreira natural entre o homem e o mito”, diz o consultor Jaime Troiano.
Num país com carência de ídolos, Pelé vai se safando das confusões de Edson Arantes do Nascimento como se não fosse com ele. “É como teflon, nada cola”, diz Troiano. Não é só no Brasil.

Contratado pela Mastercard desde 2004 para participar de eventos, Pelé nunca tinha estrelado uma campanha publicitária para a marca. No início deste ano, porém, foi a principal estrela da propaganda criada pela empresa para a Copa do Mundo.
No filme, um rapaz tira foto do ídolo e leva para o pai completar um álbum de figurinhas. A Mastercard passou meses pensando em quem poderia fazer o papel de ídolo. Foi o então chefe do marketing global da marca, Laurence Flanagan, quem sugeriu: por que não Pelé? “Precisou um americano, que não entende nada de futebol, falar o óbvio”, lembra Cristina Paslar, diretora de marketing da Mastercard no Brasil.
Poucas empresas que utilizam o craque como garoto-propaganda o fazem na intenção de aumentar as vendas, segundo elas mesmas explicam. “Estamos em busca dos atributos que ele tem como personalidade mundialmente reconhecida”, afirma Hugo Janeba, vice-presidente de marketing da Vivo.
E ele não vê nenhuma contradição entre usar um senhor de 70 anos em campanhas de um segmento tecnologicamente avançado como o de telefonia celular. “Pelé tem 70 anos, mas não pode dizer que não seja moderno”, completa Janeba.
No início do ano, a Vivo produziu um vídeo no qual o último gol do craque é marcado com a camisa da Seleção Brasileira. Resultado: o filme teve mais de dois milhões de page views na internet.
“Agora vamos fazer uma versão de três minutos dando parabéns pelos 70 anos”, diz Janeba. E prossegue. “Pelé é um exemplo de vida, é um cara muito simples e sincero. O índice de rejeição a ele é um dos menores do mundo entre as celebridades e os esportistas.”
É o que mostra o levantamento exclusivo feito pela agência de publicidade Y&R para DINHEIRO sobre a percepção dos consumidores sobre a marca Pelé (confira no quadro). “Ele hoje não é um esportista.
É avaliado na categoria das celebridades e, por conta disso, pode-se associá-lo a qualquer produto, de qualquer marca, de qualquer setor”, explica Marcos Quintela, presidente da agência.
Dos 48 atributos avaliados no trabalho da Y&R, Pelé está acima da média das demais celebridades em 39, como inteligência, originalidade, gentileza, simplicidade, entre outros.
Para profissionais de marketing, Pelé reúne as qualidades que toda marca quer ter. “Pelé é único”, dizem os consumidores. E é isso que a Vivo vai buscar para se diferenciar em um mercado em que tem concorrentes ferozes do calibre de uma Oi ou de uma TIM.
Dona Neli diz que Pelé vai comemorar os 70 anos só com a família, em Santos, onde construiu sua sólida carreira. Uma solidez que vem de longa data. Em 1969, Pelé excursionava com o Santos pela África e parou uma guerra civil que acontecia no Congo. As duas forças rivais anunciaram o cessar fogo enquanto o rei do futebol estivesse por lá. Não é para qualquer um, entende?


P.S  E não é que o jornal Gazeta Wyborcza em sua edição Wiborcza bizeness publica sobre a reportagem da IstoÉ Dinheiro também... CLARO, NADA MAIS NATURAL EM SE TRATANDO DO MAIOR ATLETA DO SÉCULO XX e ainda não apareceu ninguém no horizonte do XXI para substituí-lo.



Palikot em defesa da cultura polaca

Fot. Michał Łepecki
O polêmico deputado polaco Janusz Palikot, visitou ontem, o túmulo de Czesław Miłosz (Tchessuaf miuóch), Prêmio Nobel de Literatura, em Cracóvia, e leu o poema do poeta, "A política". Palikot ao fim da recitação pediu financiamento da cultura polaca, e não para as igrejas e o exército.
"Espero que Miłosz seja ainda enterrado no castelo". Em sua opinião, Lech Kaczyńki, foi enterrado no Wawel precipitadamente. "Em um futuro próximo, ninguém aqui vai se lembrar dele." disse o deputado.
Palikot também pediu que, assim como as igrejas são renovadas, renovadas sejam as casas de cultura. Propôs transferência de um por cento do orçamento do Estado para a cultura, às expensas do Exército. "A Polônia é famosa por seu teatro e cultura, e não pelo Exército."
Após a reunião sobre o túmulo, Palikot foi para o Hotel Europejski, em frente a estação ferroviária central de Cracóvia, onde realizou uma convenção regional do seu movimento sob o lema "Menos dinheiro para o exército, mais cultura".
Lá disse que a Polônia recebe dinheiro da OTAN e os Estados Unidos. "Estamos empenhados na guerra, mas não há nenhum benefício a partir desta". E levantou a questão dos vistos. Ele sugeriu a introdução de cobrança aos Norte-americanos poderem visitar a Polônia. "Não pode estar certo que nossos soldados estejam morrendo nas frentes no Afeganistão e no Iraque, e em troca ouvir apenas promessas de se abolir vistos para os polacos entrarem nos Estados Unidos." afirmou Palikot.
O deputado também sugeriu mudanças no orçamento. "Basta inserir o registro de que a cultura tenha menos de um por cento do orçamento. O postulado a a se aplicado deverá ser o de proibir os fundos concedidos ao exército, em detrimento da cultura. Não se muda a mentalidade dos polaco assim, chutando a bola, precisamos também comungar com cultura", argumentou.
O movimento de apoio a Janusz Palikot atraiu uma multidão nas ruas de Cracóvia. Os defensores da política não conseguiram entrar no quarto salão do hotel. O principal convidado foi Robert Leszczyński, que apresentou o projeto de alterações na lei dos direitos autorais.

Polacos de União da Vitória