sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A reforma ortográfica em Portugal

Três dos maiores jornais de Portugal ignoram a entrada em vigor do acordo sobre regras ortográficas na língua portuguesa. 
O jornal Público, de Lisboa,  presta um deserviço a unificação da língua portuguesa ao publicar notícia sobre a adoção das novas regras ortográficas na língua portuguesa, mas na grafia de sempre. Como não adotou ainda as novas regras, o Público, continua a ignorar o acordo em discussão há 19 anos e aprovado e sancionado entre outros pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Anibal Cavaco Silva... e grafa as palavras como "dantes na terra de Abrantes".
Abaixo trecho da reportagem do jornal Público, que reproduz material da Agência de Notícias Lusa. Logo mais abaixo repercussões tímidas nos jornais Diário de Notícias e Correio da Manhã. Nota-se que vai ser difícil o orgulho português entender que não se trata de render-se ao brasileiro, ou aos demais falares de 6 países, mas de ser coerente com os tempos, ser progressita e não um rancoroso conservador:

Jornais brasileiros adoptam a partir de hoje novas regras ortográficas 
01.01.2009 - 15h30 Lusa
Os jornais "Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo", dois dos principais diários brasileiros, adoptam a partir de hoje as novas regras da reforma ortográfica da língua portuguesa.

"Acordo ortográfico entra em vigor hoje" é um dos destaques da primeira página da "Folha de São Paulo", ao salientar que as novas regras serão adoptadas de forma gradual até 2012, no Brasil. 

O diário destaca que "ainda há dúvidas sobre a grafia de algumas palavras" e dedica três páginas da sua edição para explicar as principais mudanças na versão brasileira da língua portuguesa. 

No editorial "A fôrma e suas ideias", o diário afirma que as mudanças "por ora são ignoradas pela maioria da população brasileira e terão impacto reduzido no cotidiano: a cada mil palavras utilizadas, cinco serão alteradas". 
Por sua vez o Diário de Notícias, aproveitou o editorial onde fala sobre o presidente Cavaco Silva, em seu pronunciamento de primeiro de ano, para criticar a reforma e o Brasil, nos três parágrafos finais:

entrada em vigor do Acordo Ortográfico pode estar condenada à partida pelo País que mais o deseja, o Brasil, pela sua própria atitude perante a nossa língua comum. Quando, dentro de seis anos, Portugal assumir na prática as regras com que agora se comprometeu, irá confrontar-se com uma realidade evolutiva do português falado no Brasil muito diferente da que existe hoje. Como todos os que vêem novelas sabem, por cá cultiva-se as palavras existentes. Lá criam-se novas formas de as escrever e adoptam-se vocábulos novos. 

Nessa altura, já o Acordo Ortográfico estará a necessitar de uma nova reforma. Do que Portugal precisa, por isso, é menos de um Acordo Ortográfico e mais de uma verdadeira política diplomática baseada na sua língua - como faz, por exemplo, Espanha. O português cresceu 800% na Internet, e isso não aconteceu por causa destes dez milhões de falantes do rectângulo onde nasceu. 

Para o Brasil, o desejo de afirmação da Língua Portuguesa no mundo justifica-se principalmente por uma necessidade geopolítica de poder por parte de uma nação que pretende afirmar-se como potência emergente e não como uma pátria de poetas. Para Portugal, esse pode e deve ser o ponto de partida para outras relações bem mais produtivas e interessantes tanto económica como diplomaticamente. |



Bruno Colaço Isabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do AcordoIsabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do Acordo
26 Setembro 2008 - 00h30

Língua - mais de 95 mil assinaturas contra o acordo ortográfico

Parlamentares ignoram petição

Dos 38 deputados convidados apenas uma deputada compareceu na audição parlamentar da petição contra o Acordo Ortográfico, ontem realizada na Assembleia da República. Além de Teresa Portugal, deputada do PS, a colega de bancada Isabel Pires de Lima – que não pertence à Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura – também marcou presença, tendo a ex-ministra da Cultura dito que o fez "por razões de interesse pessoal ".

'Acredito que, por razões de agenda, os deputados foram impedidos de comparecer. Mas a documentação foi distribuída aos membros da Comissão e estamos convencidos de que a ausência pode ser suprida pelo facto de todos os elementos estarem à disposição', comentou Vasco Graça Moura, primeiro subscritor da petição, relativamente à ausência dos convidados. O manifesto, que conta já com cerca de 96 mil subscritores, pretende que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 seja suspenso e revisto, uma vez que, 'além de apresentar uma série de vícios e erros, foi feito à socapa, sem ninguém dar por isso e sem um único parecer científico e académico', acrescentou o escritor e eurodeputado durante a audição.

A delegação de peticionários, liderada por Vasco Graça Moura, aguarda agora, nos termos da lei, pelo agendamento para apreciação do manifesto em plenário na Assembleia da República.

VASCO GRAÇA MOURA, SUBSCRITOR DO MANIFESTO: 'O ACORDO ESTÁ CHEIO DE ERROS'

Correio da Manhã – Os portugueses entendem o Acordo?

Vasco Graça Moura – Eu espero que tomem consciência das implicações de aceitar este acordo, mas, com quase cem mil assinaturas, parece que muitos estão esclarecidos do que está em causa.

– Levarão a cabo outras formas de protesto?

– Para já esperamos que haja uma possibilidade de reanálise desta questão. Depois, logo veremos.

– Não concorda, de todo, com um acordo ortográfico?

– Concordo. Aliás, há pormenores que se pode aplicar. Mas este acordo, especificamente, está cheio de erros e apenas pretendo que seja revisto. Só isso.

P.S. retirado da página do jornal Correio da Manhã, de Lisboa.




Realmente Portugal, onde um homem comum do povo historicamente diz, "vou trabalhar na Europa" - como se o país não ficasse no velho continente - (embora tenha melhorado bastante esta arcaica visão com a entrada na União Européia), com esta rejeição ao acordo ortográfico tende a se manter isolado do mundo. Os séculos passam, as décadas passam, mas os portugueses continuam a acreditar que são um grande império presente nos cinco continentes e que a língua que espalharam pelo mundo pertence só a eles, ledo engano. E que editorial, hein meu caro jornalista português?

Ainda sobre a reforma

A língua portuguesa está presente oficialmente nos cinco continentes.

O jornal O Estado de São Paulo disponibiliza em seu site um manual de redação que passa a ser adotado em função das novas regras de ortografia entradas em vigor, neste primeiro de janeiro de 2009, nos oito países de língua portuguesa. Evidentemente que em função da diferença de mudanças entre o Brasil, o,5% e demais países de 1,6%, o manual do Estadão vale mais para o Brasil.  Nele há um pequeno trecho escrito de várias formas ao longo do tempo. Vale a pena conferir:


Museu do carro em Bielsko Biała

Bielsko Biała, cidade a cerca de 100 km, ao Sul de Cracóvia é a sede da Fiat Automóveis. na Polônia. Ali desde a década de 70 foram produzidos os "Maluch" - Fiat 126 de 500 celindradas. Ali também existe um museu de carros antigos polacos bastante interessante. Assista ao vídeo e conheça algumas preciosidades do período comunista e anterior.

Nossa família na Polônia


Dia destes fui apresentado ao site nasza-klasa... Uma versão polaca do orkut e facebook. Bastante interessante apesar de ser apenas no idioma polaco. Talvez seja um instrumento muito bom para encontrar familiares na Polônia. Eu mesmo já me fiz amigo (tal como no orkut e facebook) de 25 pessoas com meu sobrenome, entre centenas que estão cadastrados. 
Enviei recados a eles, que prontamente responderam ao convite de amizade. Agora envio recados aos demais me apresentando e dizendo que busco as origens do sobrenome e minha família. Espero ter algum sucesso.  O endereço é http://nasza-klasa.pl.