quinta-feira, 30 de maio de 2019

Extrema direita polaca não quer Szymborska

Foto: TOMASZ WIECH
Direitistas da cidade de Olsztyn, no Nordeste da Polônia, não querem o nome da última Prêmio Nobel de Literatura a poeta Wisława Szymborska para rua da cidade.

A discussão sobre os nomes das novas ruas acendeu, como de costume, as emoções entre os conselheiros (vereadores) de Olsztyn. São os mesmos que já foram contra dar o nome de uma rua da cidade para Jacek Kuroń e, mais recentemente, para Maria Dąbrowska.

Desta vez  eles se opoem a dar o nome de uma rua para a poeta polaca consagrada em todo o mundo.

Na sessão do Conselho da cidade nesta quarta-feira, os "vereadores" abordaram a nomenclatura das novas ruas na área do antigo campo de treinamento adjacente ao conjunto habitacional de Pieczewo.

As autoridades Olsztyn indicaram cinco mulheres proeminentes para serem homenageadas: Zofia Nałkowska, Agnieszka Osiecka, Maria Dąbrowska, Eliza Orzeszkowa e Wisława Szymborska. Todas relacionadas à literatura.

Até o final, Szymborska despertou as maiores contrariedades dos vereadores do espectro ideológico de direita. O Prêmio Nobel de Literatura não foi uma recomendação suficiente para homenagear a poeta de destaque, cujos poemas os jovens aprendem já nas escolas. Ativistas de direita acreditam que os jovens devem aprender não apenas poemas, mas também a biografia do autor. E isso não é - na opinião deles - inequívoca.

Foto: SŁAWOMIR KAMIŃSKI

Os altos e baixos dos escritores
Mais cedo, o Conselho do Osiedle (bairro) Mazurskie, adjacente às ruas planejadas com nomes femininos, levantou esta questão. No seu parecer ao projeto de resolução, que deu o nome da rua Szymborska, foi mencionado "o compromisso da Poeta no início do período da República Popular da Polônia - PRL na promoção do realismo socialista, apoiando o aparelho de poder trazido para a sociedade polaca, o sistema socialista e a criação de um período de poesia de realismo social exaltando o regime comunista" - seria o que seria lido na resolução do bairro. A comunidade também apontou que a Poeta nunca se referiu explicitamente a esse período de sua atividade.

A maior parte da sessão na Câmara Municipal o vereador Jarosław Babalski do partido PiS (Direito e Justiça), ao falar de Symborska, disse que é preciso de inserções sobre as fontes das biografias dos candidatos individuais a nomes de ruas e logradouros públicos, mas a coalizão que governa a prefeitura - PO (Partido da Plataforma da Cidadania) e vereadores do mesmo partido do prefeito da cidade - tentaram forçar o nome da Poeta com  o intuito de se fortalecerem. Ele também observou que isso não é contra as autoridades, "porque nem todo mundo tem que saber literatura". Ele também  entende que há "altos e baixos" na vida dos candidatos à homenagens.

"Todo mundo sabe quais são as realizações de alguns desses homenageados. No entanto, o silêncio de certos fatos já se tornou a regra e não é uma parentalidade para a geração jovem."

Ele mesmo admitiu que os altos e baixos também estão em sua biografia. Nos anos da República Popular da Polônia, ele era um soldado profissional do Exército do Povo Polaco e pertencia ao PZPR até o fim do sistema socialista na Polônia. O vereador admitiu para estes episódios de sua biografia se voltaram contra ele apenas recentemente, e que o partido PiS diz que o passado é precisamente a razão dele não ter recebido a sua adesão ao partido do líder extremista de direita Jarosław Kaczyński.


Foto:JACEK MARCZEWSKI

A direita não quer Szymborska

Babalski foi apoiado por outros ativistas de direita de fora do partido do PiS. Mas, como o fogo, evitavam referir-se a eventos específicos da vida de Szymborska e de outros candidatos. "A ideia de honrar uma mulher é uma ideia certa. Sem entrar em uma biografia, eu apelo a respeitar a voz dos moradores do Osiedle Mazurskie e me dar tempo para propor outra pessoa", - disse Michał Wypij do Acordo de Gowin.

Enquanto que Elizabeth Wirska do Solidariedade disse que a proposta de quatro das literatas serem tratadas sob o ponto de vista da política, não deveria ser aceita, porque em vez investir no futuro da "propriedade literária", as ruas deveriam ser para celebrar engenheiros, mais apropriados, por ser o bairro vizinho do Parque de Ciência e Tecnologia de Olsztyn. Sua luta contra os homenageados com nomes das ruas é amplamente conhecida em Olsztyn. Wirska ficou famosa há alguns anos quando, como vereadora novata, desencadeou uma campanha de oposição aos planos de dar a Jacek Kuroń o nome de uma das ruas perto da Cidade Velha. No entanto, ela perdeu e exista na cidade de Olsztyn a  ulica (rua, pronuncia-se ulitssa) Kuronia.

Felizmente, Szymborska foi nomeada para ser nome de uma rua. Foram 16 votos favoráveis contra e sete de vereadores que não queriam o nome da Poeta.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Imigrantes Polacos na Guerra do Contestado

Guerra do Contestado - Tropas da Polícia Militar do Paraná chegam a Canoinhas / Foto: Claro Jansson
Quando me foram mostradas as fotos recuperadas do sueco Klas (Claro) Gustav Jansson para o projeto “Revelando o Contestado”, a primeira coisa que me saltou aos olhos foram as casas de madeira do interior do Estado do Paraná.

Retratadas em primeiro, ou segundo plano, elas imediatamente remetem a ideia de Paraná e de Polônia. Fotos que revelam tropas do Coronel curitibano João Gualberto entrando em Canoinhas, Porto União da Vitória, Três Barras, Calmon e Irani.

Mais casas de madeira de arquitetura polaca em Canoinhas - Foto: Claro Jansson
Os policiais se deparavam com edificações muito diferentes daquela arquitetura típica portuguesa de paredes de taipa caiadas de Florianópolis e do enxaimel alemão de Blumenau. As casas de madeira ali no “certan” Sul do Paraná construídas com tábuas e sarrafos na vertical são uma tradição trazida do Leste da Polônia. Foram a solução encontrada pelos imigrantes polacos da região de Lublin quando foram assentados nas colônias das bacias dos rios Iguaçu, Negro, Peixe e Chapecó.

A foto mostra uma casa com a bandeira do Paraná hasteada, que tem no detalhe dos lambrequins dos beirais, outro testemunho da presença polaca na região conflagrada.

As forças do Exército Brasileiro em frente a uma casa tipicamente polaca com a bandeira do Paraná
Foto: Claro Jansson
Na anotação feita pelo fotógrafo Claro Jansson no negativo em vidro desta foto está “Força Pública do Paraná no Contestado. Três Barras provavelmente”. Esta é outra evidência de que antes do Exército Brasileiro no conflito, foram os policiais paranaenses os únicos que lutaram naquelas terras ao Sul de Curitiba contra os revoltados.

Outra evidência de que além da pele morena, mulata, mestiça, também a branca esteve envolvida. Isto para não falar dos nítidos olhos azuis do polaco, à direita.

A desocupação forçada pela Lumber levou caboclos e polacos em vagões abertos para Ponta Grossa
Foto: Claro Jansson
Muito se escreveu sobre o conflito nestes cem anos. Mas muito poucos estudos, ou quase nada, falaram da presença de imigrantes polacos na Guerra do Contestado. Nem por isso, entre Peludos e Pelados, pode-se afirmar que eles estavam muito longe dali, pelo contrário. Foi a partir das colônias e vilas paranaenses de Cruz Machado, Fluviópolis, General Carneiro, Mallet, Nova Galícia, Rio Azul, Rio Claro, São Mateus do Sul, Vera Guarani, Paraguaçu e Lucena que os polacos cruzaram o Iguaçu, o Negro, o Timbó e o Canoinhas, fincando raízes na região do Contestado.

Desses pontos de partida, os colonos se espalharam por Bela Vista do Toldo, Irineópolis, Major Vieira, Rio Negro, São Bento do Sul, Monte Castelo e Três Barras, consistindo até hoje, em grande parte dos casos, a maioria da população rural de origem eslava dos limites atuais do Estado de Santa Catarina.

Os polacos dispersos pelos ervais encontraram no vale do Rio Iguaçu, um meio de prover sua subsistência. À medida que se tornavam ervateiros, cada vez mais incursionavam nas florestas umbrófilas (tipo de planta adaptada a lugares sombrios, úmidos, que surgem nas vertentes umbrias das montanhas e florestas tropicais) mistas, aquelas encimadas por imponentes pinheirais contendo nos sub-bosques milhões de árvores da Ilex paraguariensis. Ali construíram suas casas e constituíram suas famílias, vivendo da coleta da erva-mate e das rudimentares lavouras sazonais.

O envolvimento com a erva-mate foi tão grande que os polacos do rio Iguaçu chegaram a exportar a erva paranaense para Cracóvia, na Polônia, no final do século XIX. O principal exportador foi o líder da Legião Polaca que lutou na Revolução Federalista, Antoni Bodziak. Tendo como base São Mateus do Sul e as barcaças do rio Iguaçu levava fardos até Araucária e dali de trem até Paranaguá para embarcarem rumo ao mar Báltico e dos portos polacos até Cracóvia.

Os polacos trouxeram a carroça de toldo com rodas de raios traçados a cavalo e não bois.
Na luta pela defesa da terra e dos direitos espoliados, os nativos da terra paranaense não estiveram sozinhos ao cerrarem espingardas e facões diante da tirania do capital estrangeiro, do coronelismo, da ausência da Igreja, da generalizada ineficácia do governo. No mesmo processo de assimilação e adaptação social e cultural, os polacos acaboclados também guerrearam.

Fernando Tokarski
Alguns ao lado dos revoltosos, outros das forças militares. Homens de briga ou vaqueanos, todos eles faziam parte dos excluídos em seus países de origem e assim começaram sua odisseia nas terras onde corria leite e mel, no estrato social brasileiro similar ao seu anterior em terras da Europa Central.

Foram colocados à mercê da própria sorte  no rincão do país que lhes havia prometido dádivas.

Para o catarinense de origens polono-paranaenses, Fernando Tokarski (1999:65) as “Sucessivas análises apontam que essa porção catarinense tem laços diretos com as correntes migratórias colonizadoras europeias intermediadas pelo Paraná. Nítida até hoje, essa influência se sobrepõe à catarinense, que apenas se fez notar por meio dos germânicos provenientes de São Bento do Sul e Joinville. Reiteradas vezes dissemos que, afora as divisas político-administrativas, as duas regiões separadas entre o Paraná e Santa Catarina em todos os aspectos são exatamente iguais, favorecendo as incursões colonizadoras.”

Quando a Brazil Railway Co, que além da ferrovia, tinha compromissos contratuais com o governo de promover programas de colonização, criou sua subsidiária, Southern Brazil Lumber and Colonization Company, invadindo a região paranaense, muitos polacos abandonaram seus lotes coloniais e ofereceram mão-de-obra aos trabalhos ferroviários, mesmo porque muitos deles tinham sido transferidos para a empresa inglesa.

Serraria da Lumber em Três Barras - Foto: Claro Jansson
Meus dois bisavôs, Piotr Jarosiński e Wiktorio Hazelski (paterno e materno respectivamente), imigrantes polacos do Leste da Polônia, deixaram filhos e filhas aos cuidados de minhas bisavós Anna´s e foram trabalhar em trechos que cruzavam o Estado do Paraná desde Marcelino Ramos, nas margens do Rio Uruguai até Sengés na divisa com São Paulo.

No centro da foto, meu bisavô Wiktorio Hazelski, numa serraria.
Piotr tinha chegado com a mulher e dois casais de filhos em 1911 e foi assentado na colônia do Tronco, em Castro e Wiktorio na Colônia Papagaios Novos, em Palmeira. Recém chegados e distantes da região do conflito de Pelados e Peludos ficaram do lado dos trabalhadores da ferrovia e não dos compatriótas que estavam perdendo seu lotes mais ao Sul do Estado.

A participação dos imigrantes polacos na Guerra do Contestado, também pode ser entendida como tendo resquicíos originados na secular luta por eles empreendida contra a tríplice ocupação austríaca, prussiana e russa das terras da República da Polônia, desaparecida do mapa do mundo por 127 anos. Os polacos estavam acostumados a combater sistemas de opressão.

Os historiadores Nilson Thomé e Paulo Pinheiro Machado encontraram no Ministério do Exército listas de nomes dos revoltosos que se entregaram às autoridades militares da Coluna Leste, na cidade de Rio Negro, na vila de Papanduva e nas localidades de Major Vieira e Lajeadinho. Também conseguiram listas de alguns vaqueanos da Coluna Norte.

Os polacos da Guerra do Contestado
Dos 520 nomes entre revoltosos e vaqueanos, 67 homens, ou 12,8% eram polacos. Destes, 53 ou 79,1% lutaram como revoltosos. Outros 14 ou 20,9% foram vaqueanos. Do total de 1.093 revoltosos que se entregaram àquela coluna, 15,6% eram polacos. De 1.688 prisioneiros da lista dos historiadores, 1.018 eram mulheres e crianças.

São estes alguns dos nomes presentes na lista de revoltosos:
Adão Bednarski (e sua esposa Paulina Jankowska e sete filhos),
Adão Bimarski,
Adão Kauski,
Adão Szóczek,
Alexandre Galeski (mulher e sete filhos),
Alexandre Gapski,
Alexandre Króliczowski,
Alberto Bigas (mulher Antônia Maćkiewicz e dois filhos),
Alberto Jankowski,
Alberto Mainozowicz (mulher e um filho),
Alexandre Krenikeski,
André Boreck (mulher Filomena Bigas e seis filhos),
André Smartcz (mulher e quatro filhos),
Antônio Woidella e esposa,
Antônio Wojciechowski (mulher Josefa e três filhos),
Domingos Karwat (mulher e seis filhos),
Ernesto Szwarowski,
Estanislau Bigas e esposa Tereza Kauwa,
Estanislau Borecki,
Estanislau Gauloski,
Estefano Lewczak (mulher Antonia Koczinski e filho),
Ernesto Cznawski,
Estefano Wiekiewicz ou Wieczorkiewicz (1889-1948),
Francisco Bigas (mulher e quatro filhos),
Francisco Teófilo Czaika (1874-1949) e a esposa Maria Marzakiowicz (1869-1951) e três filhos; Francisco Kauwa,
Francisco Króliczowski (1862-1937) com sua mulher Ana Zelonka e quatro filhos;
Francisco Majewski,
Francisco Mónczłowski e esposa,
Gaspar Piętchokowski (mulher Maria dos Reis e filho),
Inácio Kaczmarek (mulher Rosália e dois filhos),
João Borecki (1894-1959),
João Maszinski,
João Mónczłowski,
João Szopek,
José Gogola,
José Kaczmarek,
José Karwat (1882-1954),
José Mónczołwski (mulher e sete filhos),
José Ręszkowski (mulher Catarina e um filho),
Ladislau Marczniak (mulher Joana Urbanek e cinco filhos),
Leonardo Kamienski (mulher Josefa e seis filhos),
Leonardo Sznowski,
Leonardo Wiszniewski (mulher e cinco filhos),
Marcelino Adginski e mulher,
Martinho Bigas, conhecido por “Martin Polaco” (1857-1926) e sua mulher Agnieszka,
Martinho Niedzelski (mulher Antonina e nove filhos),
Martinho Maćkiewicz,
Miguel Boreck e sua mulher Ana Kalemach,
Miguel Nowack (mulher Francisca e seis filhos),
Miguel Sentak,
Miguel Szczygiel
e Miguel Woszniak (mulher e cinco filhos).

Alexandre Króliczowski, que aparece na lista dos revoltosos, também consta como um dos vaqueanos de Leocádio Pacheco.

Foto: Claro Jansson
Nas forças militares estavam:
André Króliczowski,
Antonio Czislowicz (1899-1951),
Basílio Pickek,
Pedro Terakik,
Ricardo Borecki e Teobaldo Wandrekowski integravam o piquete de vaqueanos sob o comando do coronel Leocádio Pacheco dos Santos Lima, de Três Barras.


Vaqueanos - Foto: Claro Jansson
Entre os vaqueanos de Pedro Leão de Carvalho, o “Pedro Ruivo”, de Canoinhas, estavam:
Inácio Witek,
João Maliszewski,
João Rutęski,
Manoel Stavas e Nicolau Jaroczewski (1910-1948).
O pai deste, Bernardo Jaroczewski (1870-1951), também foi vaqueano.

Antes de concluir, há que se destacar que na Batalha do Irani, travada em 22 de outubro de 1912, foi ferido no confronto, o soldado Teodor Selerowski, que acabou morrendo em Curitiba em 06 de março de 1913. O cabo de esquadra Jan Matecki recebeu um tiro no cotovelo direito. Ele lutava à direita e bem próximo do coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho, quando o comandante recebeu um tiro no peito e depois foi trucidado com golpes de facão. (Rosa Filho 1999:30).

E para finalizar: A Guerra do Contestado aconteceu no Paraná...e só no Paraná! Paranaenses usurpados de suas terras que contestaram o governo federal por ter dado concessões ao americano Percival Farquhar e as suas empresas Brazil Railway Co. Southern Brazil Lumber and Colonization Company. A Guerra do Contestado foi entre aqueles paranaenses e os pistoleiros texanos de Farquhar, a Polícia Militar do Paraná e o Exército brasileiro.

Jamais foi uma guerra por limites de território entre os Estados de Santa Catarina e Paraná. E é preciso ter claro, que mesmo após 100 anos do fim do conflito Curitiba segue sendo a capital do "Oeste Catarinense".

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Piast conquista campeonato polaco


A equipe do Piast da cidade de Gliwice, na Silésia, conquista pela primeira vez o título de Campeã da Polônia. O Piast confirmou com uma vitória por 1 x 0 contra o Lech Poznań. Tinha sido duas vezes vice-campeão polaco.

O herói do time de Gliwice foi o atacante Piotr Parzyszek, que marcou o oitavo gol da temparada e o mais importante da história do clube fundado em 1945.

O Piast mandou seus jogos no Estádio Miejski com capacidade para apenas 9.913 espectadores de público.

A EQUIPE


CLASSIFICAÇÃO FINAL


domingo, 19 de maio de 2019

Livro: Revelando o Contestado


Capa do livro "Revelando o Contestado" editado por mim (Ulisses Iarochinski) e pelo jornalista Jorge Narozniak (falecido) com arte visual dos designers Luiz Solda e Cesar Marchesini. Publicação especial para comemorar os 100 anos do início da Guerra do Contestado, em 2012 (ano da publicação pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná).

Livro de formato em 42x21cm com a biografia e 110 fotos do único fotógrafo daquela guerra: o sueco Claro Jansson. O livro revela que o mais sangrento conflito social da história do Brasil aconteceu no Paraná... e só no Paraná... e apenas com paranaenses.
Fotógrafo Claro Jansson
A guerra não foi por disputa de território entre Paraná e Santa Catarina como querem fazer crer alguns "doutos", que torcem a bandeja para o lado catarinense. Os atores da guerra foram caboclos, índios, posseiros e fazendeiros paranaenses, além de imigrantes polacos recém assentados, na então região Sul do Estado do Paraná. A divisa do Paraná com o Rio Grande do Sul, no rio Uruguai, existiu até 1917.

Tropas da Polícia Militar do Paraná em União da Vitória - Foto: Claro Jansson 
Os olhos claros do homem na foto da capa não negam que o colono era polaco. A foto mostra a fuga da região do conflito. Fuga esta, ou desocupação forçada para Ponta Grossa foi feita em vagões do próprio construtor da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande do Sul.

Foto: Claro Jansson
Quem contestava (daí o porquê da palavra "Contestado") a faixa de 30 km de largura, que atravessou os Campos Gerais do Paraná e que foi dada em concessão pelo governo federal para o norte-americano Percival Farquhar, eram os habitantes paranaenses. Nunca foram, em momento algum, os catarinenses que contestavam.

Os paranaenses "pelados"defensores das terras do Paraná - Foto: Claro Jansson
A guerra foi sim, entre os paranaenses daquelas terras (que hoje se chama Oeste Catarinense) contra o Exército brasileiro e a Polícia Militar do Paraná. Forças que dizimaram milhares de paranaenses para defender interesses do milionário dos Estados Unidos. Foi a primeira vez que a invenção de Santos Dumont foi usada numa guerra. Fato que causou enorme tristeza no inventor.

Não houve nenhuma batalha entre paranaenses e catarinenses pelas terras entre os rios Iguaçu e Uruguai.

Na cor verde está o território onde aconteceu a Guerra do Contestado
Entretanto, encerrada a guerra, as terras paranaenses foram cedidas pelo governador do Paraná e advogado de Farquhar (contra os posseiros e fazendeiros paranaenses), o guarapuavano Afonso Alves de Camargo ao governo de Florianópolis. E não foram cedidas por causa da guerra, ou disputa de território, mas para favorecer a Lumber (maior devastadora da mata mais rica em madeiras nobres do Sul do Brasil), empresa do norte-americano.

Serraria da Lumber em Três Barras- Foto: Claro Jansson

sábado, 18 de maio de 2019

Filme revela padres pedófilos na Polônia


Um documentário sobre casos de menores de idade vítimas de agressão sexual por parte de padres católicos está provocando uma onda de fortes reações na Polônia.

"TYLKO, NIE MÓW NIKOMU" (Só, não fale para ninguém) é o título do polêmico documentário dirigido por Tomasz Sekielski e produzido por seu irmão Marek Sekielski que expõe a experiência de vítimas de abusos sexuais cometidos por padres.

O diretor usa câmeras escondidas para registrar os dolorosos e constrangedores encontros das vítimas, como o que aconteceu entre Anna e seu algoz. Sem saber que estava sendo filmado, o padre, bastante idoso e aposentado, diz estar muito arrependido. Oferece dinheiro para a mulher pelos danos psicológicos causados por ele. A mulher perdoá-o, mas diz: “Padre, você se masturbou usando minhas mãos. Nenhum dinheiro pode pagar por isso. Está aqui dentro”.

Anna Misiewicz e o padre molestador
Disponibilizado em várias resoluções no YouTube (inclusive FullHD) o filme já ultrapassou os cinco milhões de visualizações em poucos dias apenas na Polônia (um recórde) e mais de 20 milhões em todo o mundo com legendas em inglês.

Entre as vítimas há o depoimento de um homem que lembra como sofreu abusos aos 12 anos por parte do sacerdote Franciszek Cybula, que foi confessor do ex-presidente polaco e líder histórico do sindicato Solidarność (Solidariedade), Lech Wałęsa. (pronuncia-se lérrre váuensa)

As reações da Igreja Católica oscilaram entre os que pediram desculpas “pelos erros cometidos”, como o primaz da Polônia, Wojciech Polak, e os que evitaram se pronunciar “por não terem visto o documentário”, como o arcebispo de Gdańsk, Sławoj Głod. O líder do partido governante da Polônia, o conservador e nacionalista Direito e Justiça, Jarosław Kaczyński, também reagiu ao documentário e disse que seu partido prepara mudanças no código penal para endurecer as penas por abuso sexual a menores.

Na terra do Santo Papa João Paulo II, onde 97% da população que se considera Católica Apostólica Romana, por razões históricas e patrióticas, a palavra Ksiądz (padre) é quase “santa”. Karol Wojtyła além de santo é também um herói nacional. A Polônia cultua seus heróis nacionais como nenhum outro país.

E justamente, por essas razões o documentário está causando tamanho estardalhaço.

Realizado por meio de crowdfunding (financiamento coletivo), o filme agora é assistido coletivamente em locais públicos.

Os irmãos Tomasz e Marek Sekielski
A cúpula da Igreja Católica polaca afirmou aos realizadores que o documentário é parcial – resposta incluída no final do filme. Porém, com a fama do filme, a arquidiocese de Gniezno (cidade berço da Polonidade) sentiu-se na obrigação de dar mais uma resposta. O arcebispo Wojciech Polak se disse “emocionado”, desculpou-se e ainda parabenizou o diretor por sua “coragem”.

Depois do filme de ficção "Kler"(Clero) que levou milhares de polacos as salas de cinema do país,  no ano passado, estrelado por grandes atores da Polônia, que escancarou a pedofilia praticada por muitos padres católicos, o documentário dos irmãos Sekielski, provocam ainda mais o forte catolicismo polaco.

“O grande sofrimento das vítimas desperta sentimentos de dor e de vergonha. Agradeço a todos que têm a coragem de relatar sua dor. Peço perdão pela ferida causada por clérigos”, escreveu o primaz Polak.

Já o arcebispo ultraconservador de Gdánsk, Sławoj Leszek Głódź, declarou que “tinha mais o que fazer do que assistir a algo sem valor”.

As obras cinematográficas polacas fazem parte da guerra santa que acontece entre progressistas e conservadores do Vaticano em relação às medidas que o Papa Francisco vem tomando, em sua cruzada contra a pedofilia. No dia 9 de maio, o pontífice anunciou uma nova norma que torna obrigatório aos membros do clero denunciar suspeitas de abusos sexuais ou de poder ou de acobertamento de casos ocorridos dentro da Igreja Católica.

Se você não assistiu o documentário polaco ainda é tempo...Este é o link:

Tylko nie mów nikomu

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Sepultura de 5 mil anos na Polônia

Foto: H. Schroeder
As 15 pessoas encontradas em uma vala comum da Idade do Bronze no sul da Polônia foram mortas por um golpe na cabeça, mas seus corpos foram enterrados juntos, com muito cuidado e consideração. Evidências genéticas agora sugerem que esse indivíduos eram membros da mesma família – uma descoberta que joga uma nova luz sobre uma era tumultuada da pré-história europeia.

Esta trágica sepultura foi descoberta próxima à aldeia de Koszyce, no sul da Polônia, em 2011. Datada por radiocarbono entre 2880 e 2776 a.C., ela continha os restos mortais de 15 homens, mulheres e crianças, além de bens valiosos. Todos os esqueletos exibiram um traumatismo craniano grave. O motivo dos assassinatos não foi identificado, mas arqueólogos na época sugeriram que esses indivíduos haviam sido mortos durante um ataque em seu assentamento.

Para desvendar esse mistério, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Copenhagen, Universidade de Aarhus, e do Museu Arqueológico em Poznań (Polônia), conduziram uma análise genética dos esqueletos. Os resultados, publicados na semana passada no Proceedings of the National Academy of Sciences, sugerem que todos os indivíduos, com exceção de um, eram relacionados e que estavam posicionados na sepultura de acordo com a sua relação familiar.

As 15 caveiras exibiam fraturas cranianas fatais. Nenhuma ferida de defesa, como lesões nos membros superiores, foi detectada, o que sugere que esses indivíduos foram capturados e executados, e não mortos em um combate corpo a corpo, de acordo com o novo estudo.

Reconstrução artística da sepultura, mostrando como os corpos estavam posicionados.
Ilustração: Michał Podsiadło
Além disso, a nova evidência indica que essas pessoas, associadas à Cultura Globular Amphora (um grupo que viveu na Europa central por volta de 3300 e 2700 a.C.), não eram geneticamente relacionadas a um grupo vizinho conhecido como Cultura Corded Ware.

Os pesquisadores ainda não têm certeza do que aconteceu, mas eles imaginam que os assassinatos foram de natureza territorial. Esse período em particular marcou a transição do final do período Neolítico para a Idade do Bronze, pois os primeiros agricultores estavam desenvolvendo sociedades mais complexas. Mas também foi uma época turbulenta e violenta, à medida que culturas europeias estabeleciam os primeiros contatos com culturas do leste, inclusive da planície asiática. A expansão dos grupos Corded Ware pode ter resultado nesse terrível incidente.

“Nós sabemos, a partir de descobertas feitas em outras covas, que conflitos violentos aconteceram entre diferentes grupos nesse período”, afirmou Niels Johannsen, arqueólogo da Aarhus University, em comunicado à imprensa. “No entanto, eles nunca haviam sido tão claramente documentados. À parte de toda a violência e tragédia, nosso estudo demonstra claramente que união e cuidado familiar eram muito importantes para essas pessoas, há cerca de 5 mil anos, tanto em vida como na morte”.

De fato, a nova análise genética identificou esses 15 indivíduos como parte de uma grande família. No geral, quatro núcleos familiares foram documentados – mães e crianças majoritariamente. Os indivíduos foram enterrados de acordo com as relações familiares; mães foram enterradas com seus filhos, e irmãos foram posicionados próximos uns aos outros. A mais velha do grupo, por exemplo, foi enterrada ao lado de seus dois filhos, com 5 e 15 anos de idade. Uma mulher com idade aproximada de 30 anos foi enterrada próxima à sua filha adolescente e seu filho de 5 anos. Quatro meninos, todos irmãos, estavam ao lado um do outro. Claramente, todos eles foram enterrados por alguém que conhecia a família.

Na sepultura não foram encontrados pais ou qualquer outro parente do sexo masculino, “o que sugere que talvez tenham sido eles que enterraram seus familiares”, escreveram os autores no estudo.

“Nossa impressão é que eles não estavam no local quando o massacre ocorreu e só retornaram depois, e posteriormente enterraram suas famílias de forma respeitosa”, afirmou o biólogo Morten Allentoft da Universidade de Copenhagen em comunicado.

Apenas um indivíduo, uma mulher adulta, não era geneticamente relacionada a ninguém do grupo. No entanto, ela estava posicionada próxima a um jovem rapaz, o que sugere que “ela pode ter sido tão próxima a ele em vida como na morte”, concluíram os autores.

“A presença de mulheres sem parentescos e homens com parentesco na sepultura é interessante porque indica que a comunidade em Koszyce era organizada segundo linhas de descendência patrilineares, acrescentando à evidência de que esta era a forma dominante de organização social entre comunidades do final do período Neolítico na região central da Europa”.

Tipicamente, sociedades patrilineares são associadas à prática de mulheres se casarem fora do seu grupo social e residirem com a família do homem (ou seja, exogamia feminina). Diversos estudos anteriores já indicaram que casamentos arranjados patrilineares, de fato, prevaleceram em muitas parte da Europa Central durante esse período, segundo o estudo.

Um episódio brutal de um período particularmente brutal da história da humanidade. É uma cena que não seria tão assustadora se estivesse em Game of Thrones, mas, infelizmente, essa tragédia foi real demais.

Texto: George Dvorsky
Fonte: Gizmodo Brasil

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Falta mão-de-obra na Polônia

"Apesar da falta de mão de obra, Polônia reluta em aceitar imigrantes"
Łódź - Foto: Michał Tuliński
Texto: Marc Santora
The New York Times"

 "O partido Direito e Justiça, de direita, chegou ao poder em 2015, no auge da crise da imigração na Europa, depois de uma campanha movida ao coro de - a Polônia para os polacos"; com as eleições gerais marcadas para outubro, o partido da situação volta a promover sua visão de "a Polônia em primeiro lugar".

Essa retórica anti-imigração agressiva vem dando dor de cabeça para a União Europeia, que não conseguiu distribuir as cotas do norte da África, Bálcãs e Oriente Médio pelo continente justamente por causa da resistência da Polônia e outros países-membros linha-dura.

E é por isso que muita gente se surpreende ao saber que o governo polaco, muito discretamente, responde pelo maior fluxo de trabalhadores imigrantes na história moderna do país – só que a grande maioria é cristã e vem da vizinha Ucrânia.

O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki não tem pudor em promover os planos do governo. "Queremos remodelar e recristianizar a Europa", afirmou, em 2017, em entrevista a um canal de TV católico. E recentemente ordenou que os passaportes recém-emitidos incluíssem a frase "Deus, Honra, Pátria".

O fato é que a imigração na Polônia é um paradoxo. O país se beneficiou enormemente das fronteiras abertas da UE, faturando bilhões de dólares enviados por milhares de trabalhadores que migraram para outros membros do bloco, especialmente o Reino Unido. Hoje, no entanto, com a escassez de mão de obra que a Polônia enfrenta, as autoridades não estão conseguindo atrair a diáspora de volta – e se veem de mãos atadas pela posição política anti-imigratória.

Ucranianos Se o governo raramente fala da necessidade de força de trabalho imigrante, o volume de ucranianos em muitas cidades polacas já se faz notar. Segundo o Eurostat, mais de 683 mil estrangeiros receberam as primeiras validações de residência na Polônia em 2017, o número mais alto entre os membros da União Europeia. Há mais de dois milhões de ucranianos hoje na Polônia, a maioria nas cidades que movem a economia nacional."

A questão é saber se eles vão ficar. No ano passado, o bloco começou a isentar os ucranianos do visto, e a Alemanha está facilitando as exigências de entrada para profissionais qualificados, de olho neles. Uma pesquisa recente, realizada por um jornal polaco, concluiu que 59 por cento dos ucranianos no país admitiram ter a intenção de ir para a Alemanha se o mercado de lá se abrir.

"O governo não tem domínio da questão; se você perguntar quantos ucranianos estão trabalhando aqui, vão dizer 500 mil, mas são mais de dois milhões, e, desses, muitos podem estar indo para a Alemanha", diz Anna Wicha, diretora do Grupo Adecco, uma das maiores agências de empregos da Polônia.

FALTA ESTRATÉGIA

Por enquanto, as autoridades não têm uma estratégia de expansão da mão de obra em longo prazo. Muitos especialistas e alguns membros da oposição dizem que a situação só se resolverá se os líderes amenizarem a resistência aos migrantes e aceitarem a pluralidade – mas, em âmbito nacional, só falar sobre imigração já pode ser considerado suicídio político.

Quando o vice-ministro de Investimentos e Desenvolvimento Paweł Chorazy disse, durante um debate televisionado antes das eleições locais de outubro, que "o fluxo de imigrantes na Polônia teria de aumentar para sustentar o crescimento econômico", a reação que gerou foi de escárnio."

Joachim Brudzinski, ministro do Interior, disse que os comentários "não refletem a posição do governo"; o primeiro-ministro, Morawiecki, afirmou que Chorazy "foi muito afobado". E logo em seguida o demitiu.

"Os políticos estão andando na corda bamba, muito conscientes de que em breve pode haver um desastre. É muito fácil fomentar o sentimento nacionalista com uma retórica anti-imigração, mas a realidade das necessidades do mercado de trabalho estão a cada dia mais claras. Estamos em um momento de definição para o país; certas decisões terão de ser tomadas. Não dá mais para adiar", explica Irena Kotowska, diretora do Centro de Demografia da Faculdade de Economia de Varsóvia."

BRAÇOS ABERTOS

Henryk Panusz, 89 anos. Sua família foi líder na indústria do tricô - Foto: Laura Boushnak
Em Łódź, na porção central do país, as contradições do dilema migratório polaco são bem evidentes; ao contrário da liderança nacional, porém, a prefeita Hanna Zdanowska abriu o município para os estrangeiros. Quando disputou as eleições em outubro passado, aliás, pediu uma Polônia inclusiva, que recebesse os recém-chegados de braços abertos.

O partido do governo jogou pesado contra ela durante a campanha, mas Zdanowska acabou vencendo com 70 por cento dos votos válidos, fenômeno que ela justificou pelo histórico de tolerância local – afinal, o município já foi um centro manufatureiro com centenas de fábricas, com uma população que incluía holandeses, ingleses, alemães e um forte contingente judeu.

Depois da guerra, Łódź passou por dificuldades sob o regime comunista antes de a Cortina de Ferro começar a se desintegrar, em 1989. Uma vez que o país entrou para a União Europeia, oferecendo às pessoas a chance de migrar com mais facilidade, Łódź viu sua população despencar para 690 mil habitantes, quando antes passava de 850 mil – parte do êxodo, desde 2004, de 2,5 milhões dos 38 milhões de polacos.

Prédio de Fábrica abandonado em Łódź - Foto: Laura Boushnak
Mas a Polônia também se beneficiou dos bilhões em subsídios que ajudaram o país a se tornar uma das economias de crescimento mais rápido do continente. E Łódź atraiu empresas multinacionais, ao mesmo tempo que reinventou muitas fábricas antigas como espaços culturais para atrair uma nova classe criativa.

SEM VOLTA

Existem centenas de lojas de polacos com produtos da Polônia na Inglaterra - Foto: Andrew Testa
Mesmo com a prosperidade da economia, porém, o governo polaco não consegue atrair de volta aqueles que saíram em busca de melhores salários e oportunidades, apesar de gastar fortunas em campanhas publicitárias.

Aleksandra Modrzejewska, por exemplo, deixou Łódź, em 2014, e conseguiu emprego de garçonete assim que chegou ao Reino Unido; hoje vive e trabalha em Chelmsford, na Inglaterra, como corretora de seguros. E diz acreditar no governo, que já afirmou que, não importa qual seja o resultado do Brexit, ela poderá ficar.

"Ninguém que eu conheço está pensando em ir embora. O Brexit talvez tenha algum impacto no pessoal que está chegando, mas, pelo que tenho visto, para quem já tem vida feita aqui, nada vai mudar."

"Foi uma questão de qualidade de vida. Aqui as pessoas são muito mais abertas e receptivas a culturas e nacionalidades diferentes", conclui, explicando sua decisão de sair da Polônia.

Fonte: The New York Times