quinta-feira, 18 de maio de 2023

Silésia, uma terra polaca

Silésia histórica total

Silésia assim traduzida para português é grafada no idioma polaco como Śląsk, no próprio dialeto silesiano como Ślůnsk. Mas como ela sofreu, invasões, ocupações e intervenções alemãs, ela é chamada em alemão de Schlesien. Parte da Silésia histórica também fica na atual República Tcheca e, por isso, em tcheco é grafada como Slezsko.

Atualmente a Silésia é uma importante zona industrial tanto da Polônia, quanto da República Tcheca. No entanto, nos últimos anos depois das mudanças políticas ocorridas em 1989, a região tem sofrido enormes restruturações econômicas que implicam o fechamento de dezenas de minas de carvão, base energética, principalmente da Polônia.

Katowice

O nome latino Silésia, segundo algumas teorias, teria derivado dos silingos, um povo vândalo que supostamente viveu ao sul do mar Báltico ao longo dos rios Elba, Odra e Vístula, no século II.

Quando os silingos se deslocaram da região durante o período de migrações bárbaras, eles deixaram provas de sua civilização para trás. As mais evidentes provas são os nomes de lugares, adotados pelos eslavos como Śląsk, do proto-polaco Śląžsk, a partir do vândalo antigo Siling-isk (terra).

Esses povos passaram a ser conhecidos desde então como silesianos (forma latinizada do nome em polaco Ślężanie), mesmo que eles tivessem pouca coisa em comum com os silingos.

Opole

Achados arqueológicos dos séculos VII e VIII também descobriram antigas áreas amplamente habitadas, protegidas por um grande sistema de fortificações no oeste e no sul. A falta de um sistema semelhante no norte e no leste supõe que a noção de Silésia era parte de um grande Estado habitado por antigas tribos eslavas.

Witold Hensel, em “Les origenes de I’Etat Polonais” assinalou que, “a situação geográfica dos proto-eslavos demonstra que eles tinham por vizinhos ao Noroeste os saxônicos, a Sudoeste as tribos proto-célticas, ao Sul as tribos ilirianas e em parte proto-tracianos, ao Nordeste os proto-baltos, a leste os ugro-fineses, a Sudeste as tribos proto-tracianas e mais tarde iranianas”.

Plínio, o Velho, escreveu, em 79 d.C., que a faixa de terra entre o estuário do rio Vístula e o mar Negro era chamada de Cítia. Este povo tinha origem persa. Em meu livro, "Terras da Polônia", escrevi que:

Entre os anos 350 a 150 a.C., os celtas chegaram à região meridional polaca ocupando a região de Oeste a Leste. A maioria dos celtas se fixou no que, hoje, é o Sul da Polônia. Outros dois grupos celtas se estabeleceram nas terras da Silésia. Um deles, fixou-se na margem esquerda do rio Odra, ao Sul da atual cidade de Wrocław, e que incluía ainda o Monte Ślęża. O segundo grupo ficou ao redor das terras altas de Głubczyce. Estes grupos ficaram naquelas regiões durante o período de 400 a120 a.C. Sepulturas e locais celtas importantes de Głubczyce foram investigados em Kietrz e nos arredores de Nowa Cerekwia. O grupo do Monte Ślęża foi assimilado pela população local. Já o de Głubczyce migrou para o Sul. Descobertas recentes incluem assentamentos celtas em Wrocław e Wojkowice, onde um túmulo bem preservado do século III a.C., de uma mulher com braceletes de bronze e ferro, broches, anéis e correntes foi encontrado. (IAROCHINSKI, 2022)

Grande parte da Silésia é relativamente plana, embora o sul seja montanhoso. Está localizada em uma faixa que corre ao longo de ambas as margens do rio Odra, em seus trechos superior e médio, apesar de que se estende para o leste até a bacia superior do rio Vístula. A região também inclui muitos afluentes do Odra, incluindo o Bóbr (e seu afluente o Kwisa), o Barycz e o Nysa Kłodzka.

As Montanhas Sudetas percorrem em sua maior parte do extremo sul da região, embora no extremo sudeste alcancem as Montanhas Beskydy e as montanhas Beskid da Morávia, que pertencem à cordilheira dos Cárpatos.

Historicamente, a Silésia era limitada a oeste pelos rios Kwisa e Bóbr, enquanto o território a oeste do Kwisa ficava na Alta Lusácia (anteriormente Milsko). No entanto, como parte da Alta Lusácia foi incluída na província da Silésia em 1815, em alemão Görlitz, o Niederschlesischer Oberlausitzkreis e áreas vizinhas são consideradas partes da Silésia histórica.

Wrocław

Estas terras, juntamente com a voivodia polaca da Baixa Silésia e partes da voivodia de Lubusz, compõem a região geográfica da Baixa Silésia.

A Silésia passou por uma extensão semelhante no seu extremo leste. Ela estendia-se apenas até ao rio Brynica, que o separava de Zagłębie Dąbrowskie, na região da Małopolska (Pequena Polônia). 

Para a Polônia, a Silésia (Śląsk) é entendida como cobrindo toda a área ao redor de Katowice, incluindo Zagłębie. Assim, o nome Silésia (Województwo Śląskie) para a voivodia (correspondente a Estado) que cobre esta área.

A palavra Śląsk em polaco se refere exclusivamente a esta área também chamada de Górny Śląsk ou Alta Silésia. Daí, o porquê, a Dolny Śląsk, refere-se a Baixa Siléia. A histórica Alta Silésia também incluía a região de Opole (atualmente voivodia de Opole) e a terra silesiana, que fica na atual República Tcheca.

A Silésia tcheca consiste em uma parte da região da Morávia e do distrito de Jeseník, na região de Olomouc.

Assim, a Silésia polaca como um todo está dividida em três voivodias: Baixa Silésia cuja capital da Voivodia é a cidade de Wrocław, a Silésia cuja capital da Voivodia é Katowice, e ainda a voivodia de Opole, cuja capital tem o mesmo nome, fica entre as duas atuais regiões chamadas de Silésia.

A Baixa (Dolny) assim chamada é porque ela é uma região de planície, embora esteja mais ao norte-oeste do território.

Bielsko Biała

Enquanto, a Silésia - Górny - de Góra (montanha) Alta - está mais ao sul-leste. Embora tenha planície é, principalmente, uma região de montanhas.

Por ali para a cordilheira europeia chamada Cárpatos. Ela passa pela Alemanha, passa pela República Tcheca, Polônia onde recebe o nome de Sudetas, passa pela Eslováquia, Hungria e a atual Ucrânia.

Na Polônia, a cadeia de montanhas recebe dois nomes: Beskyde, na Voivodia da Silésia e Tatras, na Voivodia da Małoposka.

A chamada Silésia meridional (sul) nada mais é do que a região chamada apenas de Silésia (ou Alta Silésia), porque está justo ao sul-leste da Baixa Silésia.




A Baixa Silésia está no norte-oeste, portanto, atualmente existem duas Silésias, assim chamadas, devido à divisão administrativa realizada pela Polônia, em 1 de janeiro de 1999, quando foram criadas 16 novas voivodias, substituindo as 49 existentes desde 1 de julho de 1975, a que está ao Sul (meridional) é a Silésia (apenas assim, sem adjetivo de baixa ou alta).

Montanhas Beskydy

Texto: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Lublin, a primeira cidade republicana do mundo

Lublin não confundir com Dublin. Por favor, não!

Lublin é uma cidade histórica da Polônia e aquela com D é uma cidade irlandesa.

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Há tempos, desde que comecei este blog há quase 18 anos (está prestes a completar a maioridade no próximo 25 de julho), venho pensando escrever aqui sobre esta cidade onde as nações do Reino da Polônia e Grão-Ducado da Lituânia resolveram criar a Primeira República do mundo pós-idade média. E isto, no efervescer do Renascimento, em 1.º de julho de 1569.

"O acordo foi aceito em 28 de junho, assinado em 1.º de julho de 1569 e finalmente ratificado pelo rei polaco, em 4 de julho de 1569. O artigo 3 da confirmação da União de Lublin por Sigismundo II Augusto afirmava que o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia são um corpo inseparável e indiferente, bem como indiferente, mas uma Comunidade Comum, que de dois Estados e nações aboliu e uniu em um povo. Como resultado, foi criado um Estado conhecido na historiografia como Comunidade Polaca-Lituana - com um monarca comum, brasão, Sejm, moeda, política externa e de defesa - um tesouro, administrações, exército e judiciário separados foram preservados."

Quadro "União de Lublin" do pintor polaco Jan Matejko
retrata o momento da assinatura da criação da República das Duas Nações 

Mas para esclarecer qualquer confusão com a cidade irlandesa e a diferença de apenas duas letras aqui está a origem e significado dos dois nomes:

Segundo o "Słownik etymologiczny języka polskiego" (Dicionário etimológico da língua polaca) de autoria do linguista polaco Aleksander Brückner em sua página 302, Lublin:

"Lublin od imienia Lubla = Lubrza; kilka luboszynów, ciekawych dlatego, że kronilarz czeski, stary Koźma (r. 1120), wymyślił z Luboszyna czeskiego mylnie nazwę kobiecą Luboszy, Libuszy i imniemaną córkę Krolową za Przemysła wydał. Ależ Lubosza było imię męskie (jak panosza, junnosza). Mądrość średniowieczna i Lublin (nasz mistrz Wincenty) i.t.d "

Tradução: "Lublin do nome Lubla = Lubrza; vários Luboszyns, interessante porque o cronista tcheco, o velho Koźma (r. 1120), erroneamente cunhou do tcheco Luboszyn o nome feminino Lubosza, Libuszy e a suposta filha da Rainha de Przemysław. Mas Lubosza era um nome masculino (como panosza, junnosza). Sabedoria medieval e Lublin (nosso mestre Wincenty) etc." 

O nome da cidade aparece em fontes desde 1228, logo na sua forma moderna como tendo origem no nome pessoal Lubla. Este seria formado a partir do antigo nome pessoal polaco Lubomierz, formado a partir dos verbos lubić mais mieć e significando aquele que ama a paz.

No início da Dinastia Piast, a igreja de São Nicolau e uma estrutura defensiva de madeira foram edificadas na Colina do Castelo. No século XII, Lublin pertencia às terras de Sandomierz e, mais amplamente, à região da Pequena Polônia.

A primeira menção escrita de Lublin é de 1198. A cidade foi fundada segundo os preceitos da lei medieval de Magdeburg, sob o reinado de Bolesław - o Casto, por volta de 1257.

Em latim, ela foi chamada de Lublinum e a capital irlandesa tem origem na palavra "Dubhlinn" (também grafada Duibhlinn e Dubh Linn), cujo significado é "Lago Negro"

Em 1341, Casimiro III - o Grande, obteve uma vitória sobre os tártaros na Batalha de Lublin. Um ano depois, ele concedeu alvará regulador à cidade, que a circundava por muralhas.

Em 2 de fevereiro de 1386, durante um dos primeiros Sejms (Câmara) Gerais em Lublin, o lituano Jagiełło foi eleito rei da Polônia, por ter contraído matrimônio com a Rei Jadwiga (Santa Edvirges).

Em 1392, já com o nome polaco de Władysław (Ladislao) Jagiełło concedeu a Lublin o direito de armazém, pelo que ao longo dos anos a cidade se tornou um importante centro comercial. Responsável pela troca de mercadorias entre a Coroa do Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia.

Em 1420, Andrzej, o bispo de Kiev, trouxe as relíquias da Santa Cruz para a igreja dominicana em Lublin.

Em 1474, Kazimierz Jagiellończyk estabeleceu aqui a capital da recém-criada voivodia de Lublin.

Sua origem está numa vila localizada na rota comercial que saía da área do Mar Negro, existente desde o século 6.

Do século 10 ao século 15, Lublin pertenceu a voivodia de Sandomierz.

Na Primeira República Polaca (de 1569), a cidade foi um importante centro administrativo, comercial e cultural.

A cidade começou a declinar e empobrecer no século 17 e assim continuou no século 18. 

Como resultado das ocupações estrangeiras e divisão do território da Polônia, Lublin passou a ser domínio austríaco e depois sucessivamente do Ducado de Varsóvia e do Reino da Polônia (domínios russos).

No final do século XIX, Lublin foi incorporada pela Vistula Railway à rede ferroviária russa, período que voltou a crescer e assumir papel mais industrial. Sua forma urbana também mudou.

Na Primeira e na Segunda Guerras Mundiais, foi vítima da economia predatória e do Holocausto.

Terminada a II Guerra Mundial e a mudança de sistema, Lublin desenvolveu-se rapidamente. Durante este tempo, a população mais do que triplicou. O ambiente acadêmico da cidade foi fortalecido. Várias fábricas foram instaladas e novos bairros residenciais foram construídos.

A vontade de escrever sobre Lublin cresceu quando escrevi meu primeiro romance, ambientado nas cidades de Lublin, Cracóvia e Łódź e dei o título de "Lublin com Amor", meio que plagiando Woody Allen que deu o nome para seu magnífico filme "Roma com Amor", por ser um palíndromo (diz-se de ou frase ou palavra que se pode ler, indiferentemente, da esquerda para a direita ou vice-versa.) Embora meu título não possa ser lido inversamente, ele corresponde exatamente a história que contei no meu livro (à venda no site da amazon.com).


Muito provavelmente, em breve, a versão em seriado (seis episódios) poderá ser vista nos festivais, salas de cinema, streaming do mundo inteiro.

 E finalmente chegou o dia de apresentar esta cidade que aparece na capa e contracapa do meu romance pintada por um autor desconhecido na idade média.

A CIDADE E SEUS ENCANTOS

Ela é a capital da voivodia e do poviat (cidade) e metrópole da região mais ao Leste da Polônia. A nona maior cidade da Polônia em população com 334.681 habitantes (dados de 30 de junho de 2021). Lublin está localizada a cerca de 170 km de Varsóvia, perto da fronteira de terras históricas: Małopolska (Pequena Polônia) e Rutênia Polaca (que incluía a Terra de Sanok, a Terra de Przemyśl, a Terra de Chełm, a Terra de Bełsk, a Terra de Halych e a Terra de Lwów, e a cerca de 100 km da fronteira com o território da atual Ucrânia).

O centro histórico da cidade

Uma bela cidade velha, um castelo diferente, um centro cultural moderno construído sobre ruínas, conjuntos habitacionais de vanguarda, um hospital ferozmente laranja que se eleva sobre a cidade. Há muitas surpresas arquitetônicas, culturais, históricas e espaciais que surpreendem.

A maior cidade polaca a leste do rio Vístula possui 20% de sua população formada por estudantes de suas inúmeras universidades. De acordo com um relatório do Instituto Econômico Polaco, Lublin é a quinta cidade mais acadêmica da Polônia depois de Varsóvia, Cracóvia, Wrocław e Poznań. Ao mesmo tempo, é uma das dez cidades da Polônia que detém o título de Monumento da História.

O centro velho de Lublin é um dos mais pitorescos da Polônia. Com muitos edifícios de quatro, oito séculos atrás. Os mais antigos foram erguidos já no século 13. Muitos foram construídos em 1317, quando Lublin recebeu direitos de cidade.

Um grande incêndio acabou causando uma transformação arquitetônica significativa na década de 1670, aqueles prédios medievais destruídos no incêndio foram substituídos por outros em estilo renascentista.

No século 17, as muralhas foram derrubadas para alargar a área urbana. Restaram apenas os Portais de Cracóvia e da Grodzka, além da Torre Gótica.

Antes da Segunda Guerra Mundial, obras de restauração estavam sendo realizadas. Quase 70% da cidade velha consistia em edifícios históricos originais. Uma exceção entre os centros históricos polacos destruídos durante o Holocausto.

Por isso é comum ainda recantos pitorescos da cidade, como a ulica (rua, pronuncia-se ulitssa) Ku Farze, um quase túnel, ou galeria.

Foto: Wojciech Pacewicz - agência PAP

Outro local no bairro mais antigo de Lublin é a Praça Po Farze, criada na década de 1840 após a demolição da igreja paroquial de São Miguel Arcanjo. Templo católico que existia desde o século 13.

A primeira edificação importante da cidade, era uma igreja gótica, e foi demolida, segundo o clero, porque tinha perdido fiéis para a catedral. Ela deixou de ser frequentada.
Durante as ocupações austríaca e russa não havia dinheiro suficiente para reparações, reforma e restauração.

Mas na década de 1930, as fundações da igreja medieval foram desenterradas e examinadas por arqueólogos. Em 2002, foram expostas e iluminadas, devolvendo à cidade esta relíquia do passado e transformando-a num curioso espaço público.

Foto: Wojciech Kozioł - Forum

O bairro judeu de Podzamcze desapareceu da cidade na Segunda Guera Mundial. Em 1939, os polacos de origem judaica constituíam um terço da população da cidade. Os alemães nazistas assassinaram a maioria deles. Muitos morreram no campo de extermínio em Belzec. As moradias do bairro foram totalmente destruídos.

Já no período socialista, imposto pela URSS, foi tomada a decisão de erguer novas casas no bairro judeu destruído. Aos pés do castelo de Lublin foi criada uma praça semicircular (que ainda serve de parque de estacionamento), rodeada por edifícios ao estilo da cidade velha. Pequenos vestígios do bairro judeu podem ser encontrados hoje nas ruas Lubartowska, Kowalska, Furmańska e Cyrulicza.


Foto: Marek Bazak

O memorável castelo de Lublin tem vista para a cidade velha tem um largo portão encimado por dois machados metálicos. Isto porque, ele é o resultado da reconstrução do edifício que se encontrava em ruínas, na década de 1820.

Havia uma muralha defensiva na colina do castelo desde o século 13 que foi ampliada primeiro no estilo gótico, depois no estilo renascentista. No entanto, não recuperou seu esplendor depois de ser destruído durante a invasão sueca. Pensaram em demolir aquelas ruínas, mas entre 1823 a 1826 decidiram reconstruí-lo para servir como uma prisão.

O prédio neogótico não entrou bem na história: logo após sua reconstrução, tornou-se um local de detenção para os participantes do Levante de Janeiro, depois para os revolucionários; no período entre guerras, ativistas comunistas foram trazidos para cá e, durante a guerra, membros da resistência.



O Departamento de Segurança (Urząd Bezpieczeństwa – UB) administrou uma prisão excepcionalmente severa entre 1944 e 1954 para prisioneiros políticos contrários ao controle stalinista. Muitas sentenças de morte foram executadas ali.

Mas finalmente, uma decisão sábia. Em 1957, o castelo ganhou nova função: tornou-se a sede do Museu Nacional.

E desde então, este belo e estranho castelo, além da sua coleção de escultura e pintura (pode ver a pintura União de Lublin de Jan Matejko), o museu possui valiosa coleção de moedas, medalhas e objetos militares.

Durante a reconstrução do castelo no século 19, uma torre gótica e a antiga capela do castelo foram incorporadas à sua nova ala. Pinturas históricas bizantino-rutenas do século 15 foram descobertas sob o pano de fundo da capela. O minucioso processo de pesquisa e restauração durou da década de 1970 até o final da década de 1990. Hoje, ele constitui um dos monumentos mais valiosos da arte medieval na Polônia.

O período mais doloroso da cidade foi monumentalmente comemorado em 1969, num dos bairros muito próximos ao centro da cidade, o Campo de concentração e extermínio alemão nazista de Majdanek, foi erguido o Monumento à Luta e ao Martírio.

Um impressionante e extenso complexo que incluiu os antigos barrações do campo, abriga a composição espacial e escultórica projetada pelo arquiteto e escultor Wiktor Tołkin e pelo construtor Janusz Dembek.

Sim! Eu estive lá várias vezes.

Abre-se com um portão-monumento abstrato, e atrás dele estende-se a chamada Estrada da Homenagem e da Memória, que conduz ao Mausoléu, uma enorme cúpula contendo as cinzas do crematório que existiu neste local. Este relicário monumental é decorado com uma inscrição reveladora: "Nosso destino é um aviso para você".


E finalmente, nos arredores, da cidade, o Parque Etnológico Skansen - Museu ao Ar Livre de  Lublin - localizado no vale do rio Czechówka, com uma rica arquitetura, exposições e  preocupação com o patrimônio imaterial da região Lubelska, mostra a diversidade cultural da voivodia.

Reúne objetos da vida anterior nas vilas rurais polacas e palácios dos senhores feudais. Também preserva o conhecimento sobre costumes, rituais, tradições e trabalho cotidiano de pessoas que viveram no passado.



A exposição é dividida em setores que refletem a paisagem e a diversificação etnográfica da região de Lublin: do planalto de Lublin, ácaros (aranhas, escorpiões), região do rio Vístula, da região da Podlaska (Podláquia - sob a floresta) e região do rio Bug, setores feudais e súditos.


Construções como um moinho de vento de Zygmuntów - o primeiro objeto que foi transferido para o Museu. Além disso, no segundo setor mencionado há uma igreja greco-católica de Tarnoszyn.



O objeto principal do setor feudal é a mansão do século 18 de Żyrzyn (com os interiores dedicados à nobreza proprietária de terras de classe média) localizada quase no centro da exposição e cercada por um jardim pitoresco.


A paisagem encantadora das regiões do rio Vístula e da Podláquia incentiva a caminhada e o descanso perto da água.

A natureza do Museu não só cria uma paisagem harmoniosa como também é um elemento vital que enriquece a exposição a céu aberto.

O modelo de vila rural da década de 1930, é encantadora.

Pode-se visitar no museu exposições de cabeleireiro, ferraria, cozinha judaica, correios, tabacaria, cervejaria, casa do prefeito e três oficinas: carpinteiro, sapateiro e sapateiro.

O complexo da igreja católica romana tem uma igreja de Matczyn, o presbitério de Żeszczynka.


Visitando este museu etnológico a impressão é a de que o tempo acabou de parar. Pode se tornar uma chance de vivenciar uma jornada especial e conhecer o passado.

Texto: Ulisses Iarochinski
Com informações e fotos de várias fontes.