segunda-feira, 12 de abril de 2010

Primeiras páginas da Polônia

Capa do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, dia 12 de abril de 2010.


Primeiras páginas do jornal Gazeta Wyborcza, editado em Varsóvia, do domingo e hoje, segunda-feira.

Funeral de Estado na Polônia

O Brasil, a Lituânia, a Geórgia, a Rússia e a União Europeia foram os países que decretaram luto pela tragédia de Smolenski. No caso, apenas o Brasil e a Lituânia decretaram 3 dias. Na Polônia a comoção continua, mas também o governo do primeiro-ministro Donald Tusk e o presidente em exercício Bronislaw Komorowski tiveram muito o que fazer. A princípio tudo aponta para que o funeral aconteça no próximo sábado, na plaça Pilsudski, em Varsóvia.
"Convidar-se-á os chefes de Estado estrangeiros para a ceremônia", informou o gabinete da presidênia da República. Ol ministro de Exteriores polaco, Radoslaw Sikorski, adiantou nesta segunda-feira, que no ato poderão participar os presidentes russo e estadonidense, Dimitri Medvedev e Barack Obama, embora não haja confirmação oficial.
Lula da Silva deveria ir ao funeral, pois os polacos estão comovidos com a atitude do presidente brasileiro de decretar 3 dias de luto. "Vejam só! Do outro lado do mundo e o Brasil se condói da nossa tristeza", disse a estudante de medicina Agnieszka Domanski, nas ruas de Cracóvia. "Obrigado Sr. Lula. muito obrigado mesmo!", completou. Lula durante seu governo ainda não visitou a Polônia. Esteve perto, na República Tcheca, Ucrânia e Alemanha, mas ainda não cruzou as águas do rio Vístula.
Segundo os meios de comunicação polacos, tanto o gabinete do presidente como o Governo polaco consideram que deveria haver um funeral conjunto das 96 vítimas mortais do acidente aéreo, porém corresponde aos familiares tomar esta decisão. Em todo caso, dada a lentidão com que avançam as identificações - só 17 corpos foram identificados até agora.
Entretanto, as autoridades do país tentam restabelecer a ordem e preencher os cargos vagos pela morte dos altos funcionários que acompanhavam Kaczynski em sua viagem para assistir a ceremônia em memória dos 40.000 oficiais polacos assassinados pelos soviéticos em Katyn, Oeste da Rússia.
O presidente em exercício, Bronislaw Komorowski, deputado do Plataforma Cívica (PO, de centro) partido de Tusk, anunciou hoje que nomeou alguns postos chaves no gabinete do presidente, que se viu gravemente afetado pelo acidente.
Por outra parte, Komorowski disse que nomeará o novo presidente do Banco Central Polaco tão logo seja possível, já que Slawomir Skrzypek, também faleceu no sinistro de Smolenski. Seja como for, o subdiretor do Banco, Piotr Wiesiolek, tomou as rédeas do cargo.
"Estou orgulhoso de como nação reagiu, é algo para se estar orgulhoso sim, mas também temos que ser responsáveis e prudentes", assinalou o ex-presidente Lech Walesa. "Temos que nos perguntar por qué ocorreu isto. Não se trata de discutir ou de colocar a culpa em alguém, mas sim de tirar conclusões, lições para o futuro", em declarações a televisão polaca.

Cracóvia, o sino da Pátria tocou


No sábado ainda, antes da Missa na Catedral do Castelo Real de Wawel, em Cracóvia, o sino de Zigmund tocou suas pesadas baladas de 10 toneladas, derramando as "Lágrimas da Pátria polaca" em homenagem às vítimas de Katyn Dois. Na Igreja Mariacka, no Rynek, praça central da cidade, o toque de clarim, tocou dois minutos e todos que por ali passavam e nas ruas das imediações pararam e ficaram estáticos em silêncio.
O sino de 10 toneladas, colocado há 4 séculos pelo Rei Zigmund toca sempre em ocasiões especiais da Pátria polaca. A última vez foi na morte do Papa João Paulo II.

Luto no Brasil pela Polônia

Foto: Jornal Zero Hora

A decretação de Luto por três dias, pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva, no Brasil pelos mortos no acidente de Smolenski, fez seguidores no Sul do país.
Uma bandeira da Polônia e uma fotografia do presidente Lech Kaczynski com a fita preta indicando luto foram levadas ao altar por crianças com trajes típicos polacos, em Áurea, no norte do Estado do Rio Grande do Sul.
A exemplo da igreja Santo Estanislau, em Curitiba, que reuniu em duas missas neste domingo, uma rezada em idioma polaco e outra em português, centenas de polacos e brasileiros descendentes de polacos, a homenagem póstuma, durante a missa das 19 horas, na Igreja Matriz, ainda no sábado, foi a forma da comunidade lamentar o acidente que vitimou o presidente da Polônia. Em Áurea, 94% da população é de origem polaca.
O padre Robert Jacenty Domina, que veio da Polônia e está desde 2005 no Brasil, fez a celebração em língua polaca, um costume da comunidade que preserva a cultura e costumes dos ascendentes.
"A comunidade ficou chocada, mesmo à distância eles prezam muito a terra dos seus antepassados", disse Domina. O prefeito de Áurea, também de origem polaca, Gilson Martovicz (PP) decretou luto oficial por três dias.
Em Centenário, outro município da região onde a colonização polaca é predominante, um jantar típico havia sido marcado para a noite de sábado, na "Festa do Pierogi". Durante o jantar, os organizadores também anunciaram no microfone a morte do presidente da Polônia e lamentaram a perda trágica para a nação.
Em Curitiba, durante toda a semana, o Consulado estará expondo livro de condolências para que os curitibanos possam assinar seus mensagens de pesar.


O mundo olha a Polônia

A imprensa do mundo inteiro saiu com seus jornais e revistas nas bancas ontem e hoje com manchetes e fotos na primeira página sobre a tragédia que se abateu sobre a Polônia.
No Brasil, a TV Globo, imediatamente enviou seu correspondente em Lisboa, Pedro Bassan para Varsóvia. Correta e boa pronúncia dos nomes e sobrenomes polacos por parte de Bassan, o que infelizmente não está sendo seguido pela RPC- Canal 12 de Curitiba, que insiste em ler os nomes como se fossem em português. Logo Curitiba que concentra o maior contingente da etnia em toda a América Latina com quase metade de sua população ligada as origens polacas.

Identificado corpo de Maria Kaczyński




O corpo da primeira dama da Polônia, Maria Kaczyński foi finalmente identificado pelas equipes russas em Moscou. O corpo dela e de vários outros mortos no II Katyń, como está denominando Lech Wałęsa (pronuncia-se Lérrr Vauensa) ainda continuam na Rússia para identificação.
Ainda não está confirmado mas o corpo da tradutora Maria Kaczyński deverá ser transportado para a Polônia amanhã ao redor do meio dia.
Corpo de algumas das vítimas ainda estão no local do acidente. Até agora, as equipes de resgate conseguiram livrar 87 corpos das vítimas da tragédia da queda do avião presidencial. Ainda não foram encontrados nove corpos.