Este livro “Último Mazuriano” foi lançado recentemente na Polônia, pela editora Wydawnictwo W.A.B. A obra é de autoria do jornalista Andrew Tarnowski, nascido em 1940, em Genebra, mas cidadão britânico. O livro foi lançado originalmente em língua inglesa, em 2006, pela Aurum Press, na Inglaterra.
“O Último Mazuriano: Um Conto de Guerra, Paixão e Perda” oferece um retrato de uma família aristocrata pertencente a um dos clãs mais antigos da Polônia. Embora o título evoque romance, não é nada cor-de-rosa. Longe disto. Fora alguns esboços nevados de uma floresta e de uma passagem divertida sobre um javali selvagem, a franqueza do livro é tal aquela que se possa imaginar de um autor, que antes de mais nada é um jornalista e para quem o compromisso com a verdade vai além das relações familiares. A maior parte do livro é drama em sua mais alta voltagem. O autor parte da história de vida de seu pai, Stanisław Tarnowski, nascido em 1918, na Polônia. Era um homem quando jovem muito enérgico e indomável, tendo sido distinguido com medalhas de honra. Como tantos de sua geração lutou contra os alemães nazistas. Mas em sua vida pessoal passou por situações onde seu temperamento se exacerbou. Vivendo o pós-guerra na Grã-Bretanha foi esquecido pelo Governo Polaco no Exílio. Herói de guerra teve que lavar louça e passar dias de obscuridade e penúria. Stanisław Tarnowski, voltou à Polônia em 1957 para visitar. O livro traça um perfil bastante agudo da Polônia no século 20 com o reaparecimento do Estado Polaco no mapa da Europa, a destruição da Segunda Guerra e o difícil período comunista. A natureza nua e crua dos relatos de Andrew está envolvida por uma fascinante perspicácia.
Os pais de Andrew figuram entre aqueles que em 1939 lutara, contra as invasões nazista e soviética na Polônia. Stanisław Tarnowski com a esposa conseguiram escapar pelas montanhas da Suíça depois da rendição da França. Três anos depois, já com o filho Andrew, foram para a Inglaterra como refugiados, após de perambularem durante a guerra por Belgrado, Istambul, Palestina e Egito. Naquele país africano, moraram em uma vila emprestada a eles por um tio do Rei Farouk. A ida para a Inglaterra foi para que Stanisław treinasse no comando de pára-quedistas da Forças Armadas Polacas no exílio.
Andrew, depois de se graduar em História na Universidade de Oxford e ter trabalhado por breve período como contador, acabou jornalista da Agência de Notícias Reuters por 29 anos. Foi correspondente da agência noticiosa na Polônia, Espanha, Itália, Cuba, Estados Unidos, Argentina, Índia e Líbano. Na Polônia, foi correspondente da Reuters entre 1988 a 1992, quando teve oportunidade de entrevistar as principais personagens daquele período de mudanças na Polônia, como Lech Wałęsa, Jacek Kuron, Adam Michnik, Jerzy Urban e Aleksander Kwaśniewski.
O “Último Mazuriano” é o primeiro livro dele. Uma obra, onde Andrew Tarnowski se volta para o mundo antes da guerra para falar da aristocracia polaca e das origens da sua família. Ele diz que começou as pesquisas para escrever o livro em 1991, quando procurava saber sobre as origens do seu sobrenome aristocrático. Em entrevista para o site polishcultura da Inglaterra, Andrew disse que “após ter visitado a propriedade que foi de meu avô Hieronim antes da segunda guerra mundial e ter falado com um ex-empregado dele, viajei para o Canadá, os Estados Unidos e o Reino Unido para entrevistar familiares espalhados pelo mundo. Embora tendo crescido na Inglaterra e na Escócia como um menino britânico, eu sempre quis saber da minha família e da minha herança polaca, e estando na Polônia tive a inspiração para começar a descobrir sobre a família e o país de onde eu vim”.
O livro provocou a ira da Tarnowski Family Association, sediada em, 16 Glebe Road, Homsey – London N8 7DB, Tel: +43 208 340 9785, na Inglaterra, que o expulsou da organização e o processou na justiça. Dos 8 membros da associação, segundo Andrew, apenas 4 haviam lido seu livro. Para estes membros, o livro é injurioso e consideram que humilha vários membros da família. A Associação por sua vez cuida para que a imagem Tarnowski seja preservada e costuma fazer reuniões rotativas ao redor do mundo. A próxima será de 15 a 18 de agosto, no Hotel Konstancja, em Konstancin – Jeziorna, próximo a Varsóvia. Maiores informações podem ser obtidas com Paul Tarnowski pelo email, zrtarnows@hotmail.com , ou reservas diretamente com o hotel no nr. + 48 22 754 4500. Além do site http://www.rodtarnowski.com
A família Tarnowski teve início com Spytek, senhor feudal de Melsztyn e dono do castelo de Biecz. Filho de Jan de Melsztyn e Elizabeth Lackovic nasceu em 1398 e faleceu em 1439. Casado com Beatricza Szamotulska, foi quem deu a seus filhos Jan, Dorota e Spytek, o sobrenome de Tarnowski. Pois Spytek tinha fundado a cidade de Tarnów, em 1330, e construiu dois grandes castelos, um ali e outro em Melsztyn. Dois dos maiores atos de Spytek foi interromper a coroação do rei Władysław III e trabalhar pela coroação de Jadwiga, sobrinha do Rei Casimiro - o Grande (o último da dinastia Piast), a então princesa do Reino da Hungria e o conseqüente casamento desta com o duque Jagiello da Lituânia. Jadwiga (em português Edwirges) foi coroada Rei e não rainha (este título era privativo da esposa de um rei). Jadwiga foi a fundadora da Universidade Jagielloński de Cracóvia e proclamada Santa Edwirges da Polônia pelo Papa João Paulo II, em 1997. Ela é padroeira da Polônia e da União Européia, pois com seu casamento deu origem a união pessoal da maior nação da idade média, o Grande Reino Polônia-Lituânia e a segunda dinastia da história do reino da Polônia, a Jagiellońska
Spytek também deu suporte financeiro para a expedição militar do rei Segismund Korybut contra o Reino da Boêmia nos anos de
P.S. Este "post" foi uma homenagem pessoal aos meus amigos, os irmãos Júlio e Rogério Tarnowski de Curitiba.