segunda-feira, 29 de março de 2021

Tesco vai embora da Polônia

"Ao colocar no carrinho o Tesco cuida da tua segurança"

O Tesco vai abandonar o mercado polaco, após a venda dos seus ativos ao Salling Group, proprietário da Netto.
No total, o negócio, anunciado em junho de 2020 e agora aprovado pelo regulador polaco da concorrência, envolve 301 lojas e dois centros de distribuição. Os ativos em questão geraram para a Tesco vendas no valor de 1.600 milhões de euros.

Reforço da posição competitiva
Deste modo, o grupo dinamarquês Netto ganha posição em relação ao Lidl alemão, seu principal concorrente. O Salling Group recebe, todas as semanas, 11 milhões de clientes na Alemanha, Polônia e Dinamarca.

Com 50 mil colaboradores, as suas vendas anuais rondam os 8.186,85 milhões de euros. Para além do forte crescimento das vendas online, a Polônia é um mercado estratégico para o crescimento do grupo dinamarquês este ano.

De acordo com Per Bank, presidente do grupo, o objetivo é duplicar o negócio neste mercado, nos próximos 18 meses, permitindo-lhe converter-se num importante operador num dos maiores mercados da Europa.

O negócio permite à Netto ocupar as 700 lojas do Tesco na Polônia. Todos os pontos de venda comprados à Tesco serão transformados segundo o conceito Netto 3.0.

Tesco reduz pegada internacional
Com a venda do seu negócio na Polônia, o Tesco vê reduzida a sua presença internacional à Eslováquia, Hungria, República Checa e Irlanda. Recorde-se que, em 2020, foram vendidos os negócios na Malásia e na Tailândia.

Tesco é uma multinacional varejista britânica, de pequenas lojas a hipermercados, sediada na Inglaterra. Foi fundada por um filho de imigrantes polacos.

Jack Cohen, filho de imigrantes polacos de origem judaica da Polônia, fundou a Tesco em 1919 quando começou a vender mantimentos de guerra em uma barraca no Well Street Market, Hackney, no East End de Londres.

A marca Tesco apareceu pela primeira vez em 1924. O nome surgiu depois que Cohen comprou um carregamento de chá de Thomas Edward Stockwell. Ele fez novas etiquetas usando as iniciais do nome do fornecedor (TES) e as duas primeiras letras de seu sobrenome (CO), formando a palavra TESCO.

Depois de experimentar sua primeira barraca de mercado interna permanente em Tooting em novembro de 1930, Jack Cohen abriu a primeira loja Tesco, em setembro de 1931, em 54 Watling Street, Burnt Oak, Edgware, Middlesex.

O Tesco foi lançada na Bolsa de Valores de Londres, em 1947, como Tesco Stores (Holdings) Limited. 

A primeira loja de autoatendimento foi inaugurada em St Albans, em 1956, (que permaneceu operacional até 2010, antes de se mudar para instalações maiores na mesma rua, com um período como Tesco Metro), e o primeiro supermercado em Maldon, em 1956.

Em 1961, a Tesco Leicester fez uma aparição no Guinness Book of Records como a maior loja da Europa.

Fontes: Revista Grande Consumo e Tesco.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Polônia e Bielorrúsia expulsam cônsules de ambos países


A Bielorrúsia anunciou nesta terça-feira (9) a expulsão de um cônsul polaco e protestou "fortemente" por sua participação em uma manifestação que homenageou os soldados polacos que na Segunda Guerra Mundial lutaram contra a ocupação alemã e soviética.

"Transformar criminosos de guerra em heróis é totalmente inaceitável", declarou a diplomacia bielorrussa em um comunicado.

O texto, explica sua decisão de expulsar o cônsul polaco em Brest (sudoeste), Jerzy Timofejuk.

Na Polônia, o Dia dos "Soldados Amaldiçoados" é comemorado todo dia 1º de março desde 2011.

De acordo com o comunicado da diplomacia bielorrussa, uma manifestação "informal" dedicada a este dia e organizada por organizações relacionadas com a Polônia aconteceu em Brest, uma cidade situada na fronteira com a Polônia, no dia 28 de fevereiro com a participação de Timofejuk.

Na terça-feira, o encarregado de relações exteriores polaco, no país, foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores, que "protestou fortemente" contra a participação de Timofejuk nesta reunião.

"No nosso país, o incitamento ao ódio racial, nacional, religioso (...) e a reabilitação do nazismo é um crime", ressalta o comunicado.

Segundo o lado bielorrusso, ao participar neste evento, o cônsul polaco violou gravemente o direito internacional, em particular a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.

A Polônia foi presenteada com uma nota em que o cônsul Jerzy Timofejuk foi convidado a deixar o território da Bielorrússia.

O Batalhão dos Soldados Amaldiçoados atuaram de 1944 a 1956

Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Bielorrússia condenou repetidamente as marchas para homenagear os soldados amaldiçoados organizados em Hajnówka. O lado bielorrusso menciona nesta ocasião a figura de Romuald Rays "Bury".

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Bielorrússia, 75 anos atrás, os "soldados amaldiçoados" liderados por Rajs invadiram vilas habitadas por bielorrussos e lituanos. Centenas de pessoas foram mortas ou mutiladas e várias aldeias foram incendiadas e seus habitantes queimados, disse o ministério.

RESPOSTA POLACA

Consulado Bielorruso em Varsóvia

O governo polaco, um dia depois, anunciou na quarta-feira (10) a expulsão de um diplomata bielorrusso, em retaliação a uma medida semelhante anunciada no dia anterior por Minsk, após uma homenagem a uma unidade polaca da Segunda Guerra Mundial.

A Bielorrússia tinha, no dia anterior, considerado o cônsul polaco, em Brest, "persona non grata" por participar de homenagem aos "soldados amaldiçoados" polacos que lutaram contra a ocupação alemã e soviética.

"Em reação às medidas hostis e infundadas das autoridades bielorrussas, a Polônia reconheceu como persona non grata, um diplomata da embaixada do país vizinho, em Varsóvia"
, tuitou o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Marcin Przydacz, sem maiores detalhes.

Os "soldados amaldiçoados", batalhões de resistência formados para lutar contra os ocupantes alemães na Segunda Guerra Mundial, também lutaram contra a ocupação soviética. Os "soldados amaldiçoados" ou "soldados condenados" (Żołnierze Wyklęci) é o nome dado a membros de organizações clandestinas anti-soviéticas e anticomunistas formadas na Polônia no final da Segunda Guerra Mundial.

Eles continuaram suas operações durante a década de 1950 e, notadamente, cometeram crimes contra civis. Uma de suas principais figuras foi Romuald Rajs, um criminoso de guerra responsável por assassinato em massa por motivos de nacionalidade e religião. 

Romuald Rajs

Se lutar contra duas ditaduras é ser terrorista, então o significado de herói não existe. O governo bielorrusso perdeu uma grande oportunidade de ficar de boca fechada.

  Fontes: TVP e  AFP - Agência France Press

segunda-feira, 8 de março de 2021

Igreja Católica diminui na Polônia

Santuário de Jasna Góra (Montes Claros) na cidade de Częstochowa, na Polônia

A Agência Católica de Informação - KAI forneceu os dados de 2021 sobre a situação da Igreja na Polônia. Também traz dados sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 e as iniciativas do mundo católico.

A Agência Católica de Informação polaca (KAI) divulgou na sexta-feira, 5/03, o “Relatório 2021 sobre a situação da Igreja na Polônia”.

Segundo o relatório, diminuíram os jovens que atuam na Igreja local. Em cerca de 30 anos, sua participação caiu para a metade. No país, os jovens praticantes são cerca de 30%, os menos praticantes são pouco mais de 20% e os não praticantes 18,5%. Por outro lado, mais de 50% dos estudantes acham que a Igreja não tem autoridade.

Na Polônia, segundo o relatório da KAI, os que se consideram católicos representam 90% da população, enquanto quase 10% são ortodoxos e os restantes dizem não pertencer a nenhuma religião.

Em 2019, 32.461.000 fiéis informaram pertencer à Igreja Católica, distribuídos em mais de 10 mil paróquias: uma taxa de religiosidade entre as mais altas da Europa, pois quase 37% dos católicos vão à Missa aos domingos. No entanto, diminui o número dos que aceitam os ensinamentos da Igreja sobre questões morais, sobretudo no âmbito da ética sexual.

A pandemia Covid-19, segundo um comunicado do setor de Comunicações Estrangeiras da Conferência Episcopal da Polônia, contribuiu para uma diminuição das práticas religiosas comunitárias e os contatos com a paróquia; mas, levou a aumentar os vínculos familiares e religiosos, a busca do transcendente e de respostas para as necessidades espirituais.

Quanto às estruturas da Igreja Católica, na Polônia existem 1050 Santuários, dos quais 793 marianos: o mais importante continua sendo o de Jasna Góra (Montes Claros), que registrou mais de 4 milhões de peregrinos em 2019; o Santuário da Divina Misericórdia, ligado às aparições de Jesus a Santa Faustina Kowalska, registra anualmente cerca de 2 milhões de peregrinos, provenientes de 90 países.

Quanto ao clero, no país os cardeais são 2, os arcebispos 29, os bispos 123, dos quais 4 de rito bizantino-ucraniano, os sacerdotes 33.600, dos quais 24.700 diocesanos e 8.900 religiosos, e cerca de 1.200 os consagrados de 59 Congregações, inclusive os Institutos de Vida contemplativa.

Por outro lado, mais de 2,5 milhões de fiéis leigos prestam serviço em paróquias ou comunidades eclesiais. Em 2020, os seminaristas eram 2.556 e 55%, por ano, os que deixaram o sacerdócio. No âmbito ecumênico, a Igreja católica local conta com órgãos intereclesiais e comissões bilaterais de diálogo com as Igrejas Ortodoxa, Luterana e Adventista.

A Conferência Episcopal Polaca adotou diretrizes e aplicou as normas do “Motu Proprio” do Papa Francisco, para a defesa dos abusos contra menores. Em 2019, a Conferência Episcopal nomeou um delegado para a defesa de menores e instituiu uma Fundação para a proteção dos menores e prevenção das vítimas de abusos.

Na Polônia, a Igreja conta com órgãos, como a Caritas diocesana, Associações e organizações; oferece educação católica em escolas e universidades, inclusive de Teologia, nas principais cidades. Ainda no campo cultural, a Igreja local mantém, aproximadamente, 13 mil igrejas e cerca de 100 museus diocesanos, religiosos e paroquiais.

No que se refere à mídia católica, o setor que mais cresce é o dos portais católicos na Internet. Mas, um papel importante, em nível nacional, é desempenhado pela Agência Católica de Informação (KAI), da Conferência Episcopal da Polônia, e pela Fundação Opoka, portal a serviço da Igreja Católica para a criação de sistemas de intercâmbio de informação.

Fonte: Vatican News Service - TC