quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Polacos estão bebendo menos


Foto:  Bartosz Bobkowski / AG

Os polacos ainda não se envergonham de beber álcool. É o que concluíram os técnicos da PARPA - Państwowa Agencja Rozwiązywania Problemów Alkoholowych (Agência Estatal para a Extinção do Problema do Alcoolismo) após perguntar aos polacos quanto bebem de álcool.
Os resultados da pesquisa, contudo, são melhores do que seis anos atrás, quando os polacos responderam que em média bebiam seis litros de bebida alcóolica (vinho, cerveja ou vodca). Hoje, os polacos dizem beber 4,8 litros, ou seja, um decréscimo de 1,2 litros em relação há seis anos atrás. O que é um recorde na história da Polônia. Um dado bastante expressivo da pesquisa foi o 28% dos polacos que se declaram abstêmios, quando a média europeia é de 25%.
A pergunta que os estudiosos estão se fazendo agora é: Acabou o mito de que os polacos são beberrões?
Para Krzysztof Brzózka, diretor da PARPA, ao se comparar as sondagens realizadas nestes dois anos com outros dados, como por exemplo, quantos litros de bebidas com 40% de álcool foram vendidos e se encontra uma média de 9 litros, vê que ainda não está bom, mas "nunca os polacos foram tão envergonhados pelo ato de beber como nos dias atuais. Quando comemoramos, gostamos de beber, mas hoje em dia isto tem diminuído bastante. Já é bem pequeno o número daqueles que se orgulham de beber na sociedade polaca", afirma Brzózka.
Noventa por cento da sociedade polaca quer punição para os adultos que permitem crianças beberem e 65% quer que se estabeleça o limite de idade para compra de bebida alcóolica em 21 anos de idade
Segundo a PARPA existe um novo tipo de polaco bêbado. "É aquela pessoa, em boas condições financeiras, que acredita que o álcool ajuda na luta contra o stress provocado pela esforço de trabalho. Esta pessoa toma uma taça de vinho, um drink, ou uma cerveja e não tem consciência de que já caiu no vício do alcoolismo".

Mostra de filmes polacos no Brasil

Projeto: Marcin Kaspzyk

Doze cidades brasileiras recebem a partir de 10 de fevereiro a mostra "100 anos da cinematografia polaca". São 14 filmes retratando um século da história do cinema e da cultura da Polônia, que pela primeira vez percorre um número tão significativo de cidades no Brasil.
Foram selecionadas produções desde o cinema mudo como o filme "Mocny człowiek", de 1929, traduzido para o português com o título "Homem Obstinado" de Henryk Szaro até a mais recente produção de "Lejdis" de Tomasz Konecki, de 2008.
A mostra ilustra a riqueza, criatividade e aspectos específicos da criação cinematográfica polaca em várias épocas. Por um lado estão as mais recentes produções e por outro uma retrospectiva da ficção polaca. Os filmes foram dirigidos por cineastas reconhecidos mundialmente, como Wajda, Zanussi, Jakimowski, Bugajski e Kawalerowicz.
Pela primeira vez, uma mostra tão representativa do cinema polaco, será totalmente legendada em português. Todos os filmes receberam um tratamento especial por parte dos organizadores da caravana do filme polaco em terras brasileiras. O trabalho de tradução para as legendas e informações técnicas dos filmes obedeceu os critérios do português falado no Brasil. 
A mostra está sendo organizada pela Agência de Promoção Mañana, pela Babel Studio, pelo Intituto Polaco de Arte Cinematográfica e Embaixada da República da Polônia no Brasil.
A caravana começa por Brasília e Rio de Janeiro entre os dias 10 e 28 de fevereiro, seguindo para Belém, entre 10 e 18 de março, continuando até São Paulo, entre os dias 9 e 19 de abril. Até julho a mostra, a cada dez dias, estará em Goiânia, Salvador, Palmas-TO, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Erechim e Porto Alegre. 

Estes são os filmes da mostra:

O Homem Obstinado, de Henryk Szaro, (Mocny człowiek, Polônia, 1929), filme mudo / 78 min / DVD, livre para todas as idades.

Henryk Bielecki é um homem obstinado, que vai atrás da glória e do dinheiro a qualquer preço. Falsifica um cheque para editar sob o próprio nome os manuscritos do amigo, que matou. Mas o amor vence até a sedução da glória e da riqueza obtida a custos da ruína dos outros. Henryk renasce moralmente, sentindo a miséria do próprio comportamento, quando conhece Nina. Para este filme restaurado no séc. 21, a música foi composta por um dos mais conhecidos artistas polacos, Maciej Maleńczuk.




Tchau, até amanhã, de Janusz Morgenstern (Do widzenia, do jutra, Polônia, 1960), P&B / 80 min/ DVD/ 16 anos.
Em uma simples história romântica sobre o encontro de Jacek e Margueritte, os autores do filme entrelaçaram cenas com a participação de criadores e autores dos teatrinhos Bim-Bom e Co To (Que é?). Realizado dentro das autênticos porões estudantis de Gdańsk, tentam desta maneira fixar inesquecíveis espetáculos da segunda metade dos anos 50. No papel principal está Zbigniew Cybulski, diretor, ator e um dos criadores da Companhia do Humor Bim-Bom, e o papel de Margueritte também é real, na verdade era Françoise Bourbon, a filha do cônsul francês, que passava na Polônia as férias e feriados. Na esfera formal, os episódios da vida dos teatros estudantis quebravam o enredo principal da ação, proporcionando ao conjunto um estilo de livre narração, marcante na Nouvelle Vague francesa, que então dava os seus primeiros passos.


O Faraó, de Jerzy Kawalerowicz (Faraon, Polônia, 1965), cor / 175 min / DVD/ 16 anos.
As tropas do jovem Ramsés foram paradas pelo sacerdote Herhor, que viu na areia dois besouros – as sacras imagens do Deus do Sol, Amon. Para desviar-se dos besouros, as tropas têm que passar por um canal, cavado por um escravo ao longo de anos. Ramsés em vão tenta mudar a idéia do sacerdote. No caminho, encontra a linda judia Sara. Encantado pela sua beleza, ele a leva para o palácio. Herhor relata ao faraó que Ramsés não era capaz de comandar o exército. O jovem príncipe de novo experimenta o poder dos sacerdotes. Afastado da política passa tempo em diversões e endividado, toma dinheiro emprestado dos fenícios. Quando Sara dá à luz um bebê seu, a rainha Nikotris e Herhor decidem que o bebê seria educado como judeu, para nunca pretender o trono. No entanto, os sacerdotes preparam um tratato com a Assíria desfavorável para o Egito. Os preocupados comerciantes da Fenícia começam a suportar Ramsés, que declara guerra contra a Assíria.


Terra Prometida, de Andrzej Wajda (Ziemia obiecana, Polônia, 1974) Nova versão 2000), cor / 136 min / DVD / 16 anos.
O jovem engenheiro polaco, Karol Borowiecki trabalha numa fábrica sonhando com o próprio negócio, assim como seus amigos, Moryc Welt, jovem comerciante judeu, e Maks Baum, um alemão, filho do proprietário de uma velha tecelagem. Todos querem realizar seus sonhos aproveitando a notícia do aumento dos impostos sobre o algodão. Esta tarefa vai se tornando difícil com a resistência dos fabricantes de Łódź,(pronuncia-se uúdji e não lóds) que estão com medo da concorrência e com a reação do velho Zucker que ficou sabendo do romance de Karol com sua esposa. Esta nova versão do filme não é um remake do filme original, pois continua sendo o mesmo filme, porém a edição, sofreu novos cortes e a ganhou sonorização no sistema Dolby Digital. Tudo isto feito sob a supervisão do diretor do filme Wajda. Filme indicado para Oscar.


Hotel Pacífico, de Janusz Majewski (Zaklęte rewiry, Polônia/Tchecoslováquia, 1975), cor / 95 min / DVD/ 16 anos. 
Baseado no romance do início do séc. XIX de Tadeusz Kurtyk, conhecido como Henryk Worcell. Um grande restaurante dos anos 30 apresentado pelo lado “da cozinha”. O jovem Roman começa a trabalhar como um lavador de pratos. Para crescer na empresa precisa não só trabalhar duro, mas suportar a dor, humilhações e tomar decisões difíceis. Um dia ele vira barman à custa do amigo, outro dia é promovido a garçom, depois de receber pancadas do chefe. Farto de humilhações e denúncias questiona-se sobrea luta pelo emprego em detrimento da vida particular.



Mimetismo, de Krzysztof Zanussi (Barwy ochronne, Polônia, 1976), cor / 96 min / DVD/ 16 anos.
Um dos mais importantes filmes do "cinema da inquietação moral" trata do problema do conformismo da classe mais culta da sociedade polaca. Num acampamento universitário, o jovem Jarosław encarregado dos assuntos organizacionais, tenta tratar os estudantes com igualdade e parceria, e se esforça pelo bom andamento do Concurso de Trabalhos Científicos dos jovens lingüistas, principal objetivo do acampamento. Ele ignora os avisos do promotor científico Jakub Szelestowski sobre a antipatia do vice-reitor em relação ao centro científico da cidade de Toruń, mas estes avisos não evitaram Jaroslaw em aceitar para o concurso um trabalho atrasado vindo deste mesmo centro.

O Interrogatório, de Ryszard Bugajski (Przesłuchanie, Polônia, 1982) cor, 111 min / DVD / 18 anos.
Definido pelo governo de então como “o filme mais anticomunista da história da Polônia Socialista". Como resultado da pressão do governo, Ryszard Bugajski se viu obrigado a deixar a Polônia e a estréia do filme só aconteceu em 13 de dezembro de 1989, no oitavo aniversário da introdução do estado de guerra.
Antonia Dziwisz, atriz de classe média vai com o seu grupo realizando espetáculos para trabalhadores e em pequenos vilarejos. Acaba sendo presa e torturada com o objetivo de acusar um colega do grupo. Mesmo agredida e maltratada psiquicamente, ela não desiste. Atinge o ápice da depressão somente quando o marido pede a separação devido a falsas acusações de infidelidade feitas pelas autoridades propositalmente. Sai da prisão depois da morte de Stalin e retira do orfanato a filha, que tem como pai um dos perseguidores de sua mãe. 

Sexmissão, de Juliusz Machulski (Seksmisja, Polônia, 1983), cor / 116 min / DVD / 16 anos.
Esta obra lançada em pleno regime comunista é uma genial comédia encenada em um ambiente futurista, com breves cenas que fazem até mesmo lembrar da pornochanchada brasileira. Dissimulado sob uma sátira ao feminismo, o filme é sobretudo uma crítica aos regimes totalitários. Maks e Albert, voluntários em um experimento de hibernação, acordam em 2044 em um mundo subterrâneo, sendo os únicos homens sobreviventes, depois que o gene masculino foi exterminado acidentalmente em uma guerra nuclear. Agora, estas duas cobaias masculinas encontradas em uma escavação arqueológica, na sua busca pela liberdade, irão provocar muita confusão neste mundo só de mulheres.


A Dívida, de Krzysztof Krauze (Dług, Polônia, 1999), cor / 97 min / DVD / 18 anos.
Baseado em fatos verídicos, o filme retrata a trágica história de dois jovens, Adam e Stefan, sócios nos planos de abrir um negócio promissor. Depois de fracassarem inúmeras tentativas de obter um financiamento, um encontro acidental coloca Gerard no seu caminho, ex-vizinho de Stefan, que se oferece para levantar tais fundos. Mas o simpático colega Gerard se transforma num frio cobrador que mudará para sempre a vida destes dois rapazes, bem como a sua própria.




O Meirinho, de Feliks Falk (Komornik, Polônia, 2005), cor / 93min / DVD / 16 anos.
Lucian Bohme, um jovem oficial de justiça, eficiente e inflexível, de maneira quase cruel executa os seus mandados em uma zona pobre e com grande número de desempregados, causando medo e ira. Lucian está ocupado demais com sua carreira para dar atenção aos setimentos e dores alheias. Sua eficácia lhe traz lucros significativos, mas também a inveja. A insensibilidade de Lucian termina quando por sua causa um jovem se suicida no saguão do Tribunal e uma antiga paixão cruza a sua vida. Abalado, resolve distribuir para as pessoas que feriu, o dinheiro recebido de um suborno. Ocasião igualmente aproveitada por seus competidores.



Jasminum, de Jan Jakub Kolski, com o famoso ator Janusz Gajos (Jasminum, Polônia, 2006), cor/107 min / DVD / livre.
Ambientado no mundo do mosteiro do séc. 17, no limiar entre a realidade e o conto de fada, três irmãos soltam cheiros: de azereiro, de ameixa e de cereja. O abade acredita que um deles é um santo previsto pela antiga profecia. Os cheiros exalados pelos sacerdotes têm o poder de despertar nas pessoas uma louca paixão. Um dia no mosteiro aparece Natasha - uma jovem restauradora de arte com uma filha de 5 anos, a Gienia. Natasha restaura as obras e compõe os cheiros. Ela consegue achar na lenda do mosteiro a chave para o cheiro afrodisíaco. Depois da saída de Natasha e Gienia no mosteiro acontecerá um milagre, mas diferente do esperado pelo abade.



Praça do Salvador, de Joanna Kos-Krauze e Krzysztof Krauze (Plac zbawiciela, Polônia, 2006), cor / 105 min / DVD / 18 anos .
Drama familiar baseado em fatos reais. Beata e Bartek, pais de dois filhos, se mudam para a casa da mãe de Bartek, Sra.Teresa. O casal dedicou todas as suas economias para a compra de um apartamento, mas a construtora faliu e o apartamento foi tomado pelo banco. Endividados e sem o sonhado apartamento, vivem do salário de Bartek e de sua mãe Teresa. Beata largou os estudos quando ficou grávida e agora não consegue encontrar um emprego. Teresa, que criou um filho mimado e irresponsável. Ela não esconde a sua aversão pela nora e defende seu filho em qualquer situação.




Truques, de Andrzej Jakimowski, (Sztuczki, Polônia, 2007), cor / 95 min/ DVD/ livre.
Filme autobiográfico. Stefek, um menino de 6 anos, e a irmã dele, Elka de 17 anos, acreditam que o destino pode ser conduzido pelos truques. O pai do Stefek abandonou a mãe por uma outra mulher. O menino desafia o destino. Acha que uma cadeia de acontecimentos provocados por ele vai aproximá-lo do pai. Elka ensina para ele como “subornar” o destino pelas pequenas oferendas. Mas no momento decisivo as crianças não têm nada valioso para oferecer.



Ladies, de Tomasz Konecki (Lejdis, Polônia, 2008), cor / 134 min / DVD / livre.
Ambientada na cidade grande, esta comédia gira em torno da vida íntima de quatro mulheres e suas relações com os homens. Amigas desde a infância, mantêm desde então o costume de realizar o Revellion em pleno verão (o reveillon na Polônia acontece no inverno europeu), quando dividem os sonhos para o ano novo. A vontade de ter um filho, ter seios maiores, casar ou ser uma eterna solteira são alguns dos sonhos que, somados a um enredo de traição, paquera, absurdo e sobretudo muito amor, desvendarão um pouco do mistério feminino.