Um documentário sobre casos de menores de idade vítimas de agressão sexual por parte de padres católicos está provocando uma onda de fortes reações na Polônia.
"TYLKO, NIE MÓW NIKOMU" (Só, não fale para ninguém) é o título do polêmico documentário dirigido por Tomasz Sekielski e produzido por seu irmão Marek Sekielski que expõe a experiência de vítimas de abusos sexuais cometidos por padres.
O diretor usa câmeras escondidas para registrar os dolorosos e constrangedores encontros das vítimas, como o que aconteceu entre Anna e seu algoz. Sem saber que estava sendo filmado, o padre, bastante idoso e aposentado, diz estar muito arrependido. Oferece dinheiro para a mulher pelos danos psicológicos causados por ele. A mulher perdoá-o, mas diz: “Padre, você se masturbou usando minhas mãos. Nenhum dinheiro pode pagar por isso. Está aqui dentro”.
Anna Misiewicz e o padre molestador |
Disponibilizado em várias resoluções no YouTube (inclusive FullHD) o filme já ultrapassou os cinco milhões de visualizações em poucos dias apenas na Polônia (um recórde) e mais de 20 milhões em todo o mundo com legendas em inglês.
Entre as vítimas há o depoimento de um homem que lembra como sofreu abusos aos 12 anos por parte do sacerdote Franciszek Cybula, que foi confessor do ex-presidente polaco e líder histórico do sindicato Solidarność (Solidariedade), Lech Wałęsa. (pronuncia-se lérrre váuensa)
As reações da Igreja Católica oscilaram entre os que pediram desculpas “pelos erros cometidos”, como o primaz da Polônia, Wojciech Polak, e os que evitaram se pronunciar “por não terem visto o documentário”, como o arcebispo de Gdańsk, Sławoj Głod.
O líder do partido governante da Polônia, o conservador e nacionalista Direito e Justiça, Jarosław Kaczyński, também reagiu ao documentário e disse que seu partido prepara mudanças no código penal para endurecer as penas por abuso sexual a menores.
Na terra do Santo Papa João Paulo II, onde 97% da população que se considera Católica Apostólica Romana, por razões históricas e patrióticas, a palavra Ksiądz (padre) é quase “santa”. Karol Wojtyła além de santo é também um herói nacional. A Polônia cultua seus heróis nacionais como nenhum outro país.
E justamente, por essas razões o documentário está causando tamanho estardalhaço.
Realizado por meio de crowdfunding (financiamento coletivo), o filme agora é assistido coletivamente em locais públicos.
A cúpula da Igreja Católica polaca afirmou aos realizadores que o documentário é parcial – resposta incluída no final do filme. Porém, com a fama do filme, a arquidiocese de Gniezno (cidade berço da Polonidade) sentiu-se na obrigação de dar mais uma resposta. O arcebispo Wojciech Polak se disse “emocionado”, desculpou-se e ainda parabenizou o diretor por sua “coragem”.
Depois do filme de ficção "Kler"(Clero) que levou milhares de polacos as salas de cinema do país, no ano passado, estrelado por grandes atores da Polônia, que escancarou a pedofilia praticada por muitos padres católicos, o documentário dos irmãos Sekielski, provocam ainda mais o forte catolicismo polaco.
“O grande sofrimento das vítimas desperta sentimentos de dor e de vergonha. Agradeço a todos que têm a coragem de relatar sua dor. Peço perdão pela ferida causada por clérigos”, escreveu o primaz Polak.
Já o arcebispo ultraconservador de Gdánsk, Sławoj Leszek Głódź, declarou que “tinha mais o que fazer do que assistir a algo sem valor”.
As obras cinematográficas polacas fazem parte da guerra santa que acontece entre progressistas e conservadores do Vaticano em relação às medidas que o Papa Francisco vem tomando, em sua cruzada contra a pedofilia. No dia 9 de maio, o pontífice anunciou uma nova norma que torna obrigatório aos membros do clero denunciar suspeitas de abusos sexuais ou de poder ou de acobertamento de casos ocorridos dentro da Igreja Católica.
Se você não assistiu o documentário polaco ainda é tempo...Este é o link:
Tylko nie mów nikomu
Na terra do Santo Papa João Paulo II, onde 97% da população que se considera Católica Apostólica Romana, por razões históricas e patrióticas, a palavra Ksiądz (padre) é quase “santa”. Karol Wojtyła além de santo é também um herói nacional. A Polônia cultua seus heróis nacionais como nenhum outro país.
E justamente, por essas razões o documentário está causando tamanho estardalhaço.
Realizado por meio de crowdfunding (financiamento coletivo), o filme agora é assistido coletivamente em locais públicos.
Os irmãos Tomasz e Marek Sekielski |
Depois do filme de ficção "Kler"(Clero) que levou milhares de polacos as salas de cinema do país, no ano passado, estrelado por grandes atores da Polônia, que escancarou a pedofilia praticada por muitos padres católicos, o documentário dos irmãos Sekielski, provocam ainda mais o forte catolicismo polaco.
“O grande sofrimento das vítimas desperta sentimentos de dor e de vergonha. Agradeço a todos que têm a coragem de relatar sua dor. Peço perdão pela ferida causada por clérigos”, escreveu o primaz Polak.
Já o arcebispo ultraconservador de Gdánsk, Sławoj Leszek Głódź, declarou que “tinha mais o que fazer do que assistir a algo sem valor”.
As obras cinematográficas polacas fazem parte da guerra santa que acontece entre progressistas e conservadores do Vaticano em relação às medidas que o Papa Francisco vem tomando, em sua cruzada contra a pedofilia. No dia 9 de maio, o pontífice anunciou uma nova norma que torna obrigatório aos membros do clero denunciar suspeitas de abusos sexuais ou de poder ou de acobertamento de casos ocorridos dentro da Igreja Católica.
Se você não assistiu o documentário polaco ainda é tempo...Este é o link:
Tylko nie mów nikomu