A radialista Genoveva Zavilinski, o secretário de Cultura Rafael Ruteski e o escritor Iarochinski |
No dia 23 de fevereiro aconteceu o lançamento do livro "Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia", de autoria do escritor, jornalista e historiador, Ulisses Iarochinski, no Centro Comercial Clube do Comércio, em Irati e teve o apoio da Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico, Cultura, Lazer, Turismo e Desportos e da radialista e incentivadora da cultura em Irati, Genoveva Zavilinski.
Antes do lançamento, o autor proferiu uma palestra sobre o tema do livro. O preconceito contra o termo "polaco", que Iarochinski tenta explicar no livro, nasceu no Brasil, originado entre os próprios imigrantes da Polônia que criaram outro termo para identificar a etnia, o “polonês”. O historiador conta que eles se sentiam envergonhados porque seus pais e avós se fixaram principalmente no interior, longe dos recursos das cidades; diferente do que aconteceu com outras etnias, como os alemães, por exemplo, que se instalaram nos centros maiores.
Quando vinham para a cidade, muitos se sentiam inferiorizados por estarem longe da civilização e por não terem condições de dar estudo para seus filhos. A vida no campo era muito difícil naquela época. As famílias polacas até mesmo deixavam de ensinar a língua de origem para seus descendentes.
Depois, com o desenvolvimento do país, continua explicando Iarochinski, muitos polacos se mudaram para as cidades, estudaram e subiram de classe social. Intencionados de fugir do que era visto por eles como estigma, estes imigrantes e descendentes criaram outra denominação para identificá-los, o "polonês", para separá-los do grupo que continuavam com a vida mais simples no interior, os "polacos".
A palavra polonês não existe na Polônia, assim como não existe o idioma polonês. Aquele que nasce na Polônia se chama "polaco".
Passado tanto tempo, nos dias de hoje, alguns brasileiros descendentes de imigrantes polacos, querem tentar obter a cidadania na Polônia, para poder estudar, trabalhar ou morar na Europa. Porém, o consulado não fornece os documentos porque os imigrantes fugiram da guerra e vieram para o Brasil ilegalmente. Para o consulado da Polônia, eles não existem, contou Iarochinski.