segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Polaco recebe homenagem póstuma em Israel



O jornal The Jerusalem Post, publicado em Israel, noticia em sua edição de hoje, que um polaco, vai receber homenagem póstuma do Museu do Holocausto. A filha de Wojciech Wołoszczuk deve receber uma medalha e o título de Yad Vashem, ou justo entre as nações.
Wojciech durante a II Guerra Mundial salvou polacos-judeus dos nazistas, escondendo-os no sotão de sua casa na Polônia ocupada. Frances Schaff e Feiga Bader (nome de solteira) Schaff, além de seu irmão e dois outros judeus ficaram escondidos secretamente na casa do católico Wołoszczuk. Naqueles dias terríveis a comida era escassa e um dos irmãos de Schaff foi morto a tiros durante a tentativa de recolher alimentos para sua família fora da casa. Sua esposa e filhos sobreviveram à guerra, mas foram mortos por camponeses ucranianos quando findou a guerra.
Frances Schaff, a único sobrevivente de sua família, cresceu em um orfanato em Israel. Mais tarde, ela emigrou para os EUA, e em 2009, apresentou pedido para honrar Wojciech Wołoszczuk, polaco que morreu em 1963.
Janina Wołoszczuk, filha de Wojciech (na foto atrás do pai) aceitou a honraria e irá da Polônia para Israel unicamente para receber a medalha e o certificado de honra em nome de seu pai.
Ethan Schaff, um advogado de Massachusetts, Estados Unidos, foi que começou a procurar o homem que havia salvo sua mãe Feige durante a segunda guerra mundial. Depois de três anos e meio de buscas, ele encontrou a filha de Wojciech, Janina, a única sobrevivente daquela família. Pois Wojciech, infelizmente, morreu em 1963.
Ethan estará com sua mãe e seu filho agora em dezembro, em Israel, para a cerimônia oficial em Yad Vashem postumamente reconhecendo Voitek Woloszczuk, como "Justo entre as Nações", título atribuído pelo Yad Vashem a não-judeus que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto.
A mãe de Ethan nasceu Bader Feige, na cidade de Kosów, famosa por ser o lar do Baal Shem Tov durante sete anos. .Caçula de dez filhos, ela foi a única da família a sobreviver ao Holocausto, depois de passar três anos de sua infância, entre seus 6 a 9 anos de idade, escondida em um sótão estreito da casa dos Wołoszczuk.

Juntamente com Feige, Wołoszczuk também escondeu o irmão mais velho, a esposa, e seus dois filhos. O polaco católico fez isso colocando em grande perigo a sua vida e de sua família, num momento da guerra em que era comum ucranianos ortodoxos e polacos católicos da região entregar mais polacos e ucranianos judeus à Gestapo nazista.

A comida era escassa durante aqueles anos devastados pela guerra, e Wołoszczk, também, estava tendo problemas para manter os "seus" judeus livres da fome. Uma noite em 1944, quase no fim da ocupação alemã na área, o irmão de Feige, Nissan saiu da casa para vasculhar em latas de lixo alimento para sua família. Conforme detalhado no jornal nazista do dia seguinte, Nissan foi encontrado e entregue à Gestapo, que o torturou para obter informações sobre o esconderijo de sua família. Ele não divulgou nada, e os alemães  o espancaram até a morte.Meses mais tarde, após os alemães fugirem e os russos chegando, Feige e os seus deixaram o esconderijo, mas ao contrário da liberdade foram levados à morte por ucranianos."Minha mãe estava com eles", relata Ethan, mas depois de tanto tempo no esconderijo suas perninhas estavam atrofiadas, "ela não podia andar mais, e acabou caindo em uma vala, o que provavelmente salvou sua vida." Um outro polaco-católico, pegou-a e a levou para um hospital. Sem que ela soubesse, outros polacos-judeus sobreviventes reconheceram-na como da família de Nissan Bader. 

Ethan Schaff em sua missão de mostrar gratidão ao homem a quem deve sua existência, em 2009, viajou para a Polônia com sua mãe Feige, agora Frances Bader Schaff. Eles começaram a busca por Cracóvia, onde Feige-Frances passou alguns anos em um orfanato depois da guerra. Os dois, então, viajaram para o Leste, para a cidade natal de Kosów. Frances lembrou de vários lugares. A casa em que ela havia sido escondida, no entanto, não existe mais. Mas encontraram a casa de seu irmão Chaim. Nela hoje, vive uma família ucraniana. Ethan bateu na porta, apontou para o nicho de mezuzá, e os moradores imediatamente entenderam o que queriam e deixou-os entrar. "Assim que entramos", disse Ethan, "minha mãe reconheceu imediatamente a casa" Feige disse, 'Será que não tem a máquina de costura Singer, no canto na sala ao lado?". "E não é que a mesma máquina estava lá quando entramos.", relembra o advogado de Massachussets.

Depois de meses mais de pesquisa, Ethan encontrou Joseph West da Austrália, autor de uma monografia sobre Kosów, no qual ele descreve que um não-judeu chamado Woloszczuk que estava chorando em seu quintal, quando judeus foram levados para o centro de Kosów para ser mortos.
O quebra-cabeça ainda não estava completo. Mas com a ajuda de outras pessoas chegou a conclusão de que o homem que salvou sua mãe Feige-Frances era realmente Wojciech Wołoszczuk. Ethan então escreveu a Yad Vashem, contando os acontecimentos envolvendo Wojciech e sua mãe e que ele era digno de ser homenageado pelo Estado de Israel. O comitê aceitou as ponderações e neste 21 de dezembro, o nome de Wojciech Wołoszczuk, vai juntar-se a cerca de 24 mil outros heróis que arriscaram as suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto.
Ethan e Frances/Feige Schaff estará acompanhado pela esposa de Ethan, Beth, e seu filho Shimon na cerimônia de Dezembro. Só podemos imaginar que os seus pensamentos sejam capazes de permanecer em solo judaico e expressar toda a gratidão a um homem e sua família cuja humanidade e coragem lhes deu vida.E pode-se entender muito bem a admiração de seus entes queridos "para Ethan, cujo tenaz desejo de expressar sua gratidão é o que levou as duas famílias a estarem juntas mais uma vez.

A Sala dos Nomes, contendo as "Páginas de Testemunho"