sábado, 13 de setembro de 2008

É antipolaco o "Ano 1612"? Nonsens!

Foto: ITI CINEMA
O filme de Władimir Chotinienki derrubou os polacos há mais de um a o quando foi lançado em Moscou. Agora "Ano 1612" está desde ontem, sexta-feira, nas telas dos cinemas da Polônia e segundo a imprensa polaca é um filme desnecessário, pois cada fotograma transmite um sentimento antipolaco nunca visto antes na "sétima arte".
Os que já assistiram na estréia dizem que a "superprodução russa, com forte apoio do Kremlin, está mais próxima da fantasia do que da realidade histórica. A impressão que fica é a que se trata de um desfile de marionetes. O filme sugere que a posição anti-russa foi influenciada pelo Papa de Roma".

Ano 1612, produção: Rússia 2007, diretor: Władimir Chotinienko, estrelado por: Piotr Kisłow, Artur Smoljaninow, Michał Żebrowski, Wioletta Dawidowska, distribuidor: ITI Cinema.

Julgamento Jaruzelski repercute

Foto: Wojciech Grzędziński

O processo do general Wojciech Jaruzelski efetivamente é uma "nova inquisição", promovida por iniciativa dos irmãos Kaczyński - repercutiu o jornal italiano "Corriere della Sera" em sua edição de ontem. O jornal entrevistou Sergio Romano, ex- embaixador da Itália em Moscou. Para o diplomata o processo é um erro, "Jaruzelski impediu um movimento e teve a visão própria de que a repressão era o melhor para o seu país naquele momento difícil".

Segundo Romano, em 1981 a União Soviética ficou irritada com a movimentação dos trabalhadores polacos. A intenção dos russos era intervir na Polônia, como já havia feito na então Tchecoslovaquia e na Hungria. "O Solidarność, naturalmente, não tinha nenhuma simpatia pelo general. Mas 10 anos depois, quando a Polônia já era uma democracia, houve um reconhecimento de que o Jaruzelski havia se comportado com honra naqueles episódios." E Romano segue escrevendo que "sem vinganças e com respeito" a Polônia vinha seguindo até que aparecem os gêmeos Kaczyński que em seus estilos, forma de conduzir a política e falta de sentido cultural para analisar uma tragédia "promovem uma nova inquisição nos século 21 e instalam um estado de guerra doméstica, a qual o país já havia decidido dar por encerrada".
Alguns jornais polacos saíram as bancas hoje dando repercussão ao que escreveu a imprensa internacional sobre o julgamento do General que impôs a Lei Marcial em 13 de dezembro de 1981. Para alguns, ele foi o herói que impediu a invasão soviética, para outros ele retardou a democracia polaca em quase 10 anos.