terça-feira, 9 de setembro de 2008

O monstro disse: tinha direito sobre ela

Na principal manchete do jornal Gazeta Wyborcza, o mostro da região dos bosques polacos: "Mówil: mam do niej prawo", ou, "Disse: tenho direito sobre ela."

A notícia que escandalizou a Polônia ontem, correu o mundo, chegando inclusive ao jornal Bom Dia Brasil da TV Globo. Um polaco de 45 anos de idade por mais de seis anos prendeu e violou a própria filha na pequena vila rural de Grodzisk próximo a cidade Siemiatycz na região dos grandes bosques do Nordeste da Polônia. A filha atualmente com 21 anos teve duas crianças como fruto do incesto paterno. As duas crianças foram dadas em adoção.

A jovem de nome Alicja conversou com o jornal Gazeta Wyborcza.

Alicja. Foto: Agnieszka Sadowska / AG

Alicja: - Isto começou, quando eu tinha 14 anos.

A mãe Teresa B.: - Alertei meu marido que isto não era correto, logo que nossa filha reclamou pela primeira vez. Ele dormia com ela, a tocava onde não se pode. E como eu quisesse com ele conversar, então meu marido falava: "Tenho direitos sobre ela! Era como se ela fosse uma coisa dele. Eu dizia e aquilo nunca mudava. Ele não se importava com a dor de ninguém. Depois me dei conta que ao redor das 21 a 22 horas ele ia para o quarto dela. Nada podia ouvir porque ele colocava música para tocar. Dizia que tinha direito de relaxar. Isto ocorria duas vezes na semana. Eu enquanto isto assistia televisão

Gazeta: - A senhora via que sua filha lutava contra?

Teresa B.: - Comecei a pensar que algo de errado estava realmente ocorrendo porque ele começou a presenteá-la com presentes caros. Não queria acreditar... queria que fossemos uma família para o bem de Janka (irmão de Alicja de 11 anos).

Alicja: - Quando um estranho apareceu e viu que eu estava grávida, ele disse: " Não sei, de onde isto é. Como tentatavam me ajudar eu dizia que o pai era desconhecido. Tanto o primeiro como o segundo bêbe foram deixados no hospital. Não quero falar sobre isto. Já foi.

Teresa B.: - Falou que como a luz nasce diariamente, perdermos estas vidas. Pensava que eramos bobas, que ninguém nos acreditaria. E a polícia da Polônia poderia fazer ainda pior. Bem agora ele tem este pior. Fomos na Polícia, porque...

Alicja: - Ultimamente trabalhou na Bélgica e me levou na marra para lá. Mas consegui fugir dia 11 de julho. Dormi na casa do meu namorado em outra cidade. Na noite de domingo para segunda-feira (uma semana atrás) fizemos lá um churrasco com minha mãe. Mas meu pai me buscou, observou em Krzaków. A noite fiquei numa casa de Siekiera Meu namorado dormiu na poltrona e eu na cama comecei então a vestir-me, pois estava de pijama. Então ele chegou com dois homens. Seu irmão esperou no carro atrás do bosque. Queria me levar para Rzewuszek na casa da vovó e lá prendeu-me. Mas fugi. Então com mamãe decidimos que era preciso ir a Polícia. Interessante como agora sinto, que ele está na prisão em Hajnówce. Sempre fugi dele, mas ele chegava e dizia para mim: "Eu estou na montanha. Que morra naqquele inferno".

Gazeta: Porque vocês nunca fugiram?

Teresa B.: - E para onde poderíamos ir. Minha família morreu, sou filha única. Aqui vive desde os dois anos de idade. Não conheço ninguém aqui. Parentes me abandonaram sim, uma vez desamparada por eles isto era para sempre.

Gazeta: Como ele a tratava?

Teresa B.: - Péssimo. As vezes dormia comigo algum tempo. Eu ficava no sótão. A filha ele tratava como esposa. Fiquei com cíumes, porque afinal fui jogada fora. Fiz de tudo para ser feliz. Quando mudamos para perto de Wrocław em Pasikurowice, ele foi muito bom para nós. Nunca dei conta que alguma coisa com ele estava errado. 21 anos moramos lá. O filho e a filha nasceram lá.

Gazeta: Bebia?

Teresa B.: - Não, apenas durante algum feriado. Todas as coisas fez para nós. Era um homem normal.

Krzysztof B. no momento em que era preso pela polícia. Foto: agencia AG