sábado, 31 de maio de 2008

Jean Paulista - um craque


Jean Paulista, na verdade Jean Francisco Rodrigues, é outro daquela grande legião de jogadores brasileiros espalhados pelos quatro quantos do mundo. Meia e atacante ele joga com habilidade em todas as posições do meio pra frente. Tem faro de gol, mas por temperamento prefere servir o artilheiro da equipe. E é o que tem feito em Cracóvia, passar para que Paweł Brożek se consagre como o artilheiro da temporada.
Natural de Sertãozinho, interior de São Paulo, ele começou sua carreira, em 1996, no Sport Club Corinthians Paulista. Mas não durou muito lá, antes de ser vendido para o futebol português, jogou no Taubaté. Desde 1998, sua carreira aconteceu praticamente em Portugal. Tanto que recebeu passaporte português, assim como Deco do Barcelona e Seleção Portuguesa. Os dois jogaram juntos naquele início de carreira no Corinthians.
Na terra do fado, do bacalhau e do bom vinho do Porto, Jean Paulista jogou no SC Farense, no Sporting de Braga, Deportivo Aves, DC Imortal, Vitória de Setúbal e no FC Maia. Com passe livre na mão, acertou contrato de dois anos com o então tricampeão polaco Wisła Kraków, (víssua cracuf) em 2005.
Acabou renovando contrato para conquistar o vice-campeonato de 2007 e o título de campeão de 2008. Neste período em Cracóvia, jogou sob o comando de vários técnicos. Sendo decisivo em alguns jogos da Copa UEFA. Fez vários gols, mas principalmente colocou os companheiros na cara do gol só para concluir.
Mas a chegada do treinador Maciej Skorża, apesar do título, fez Jean Paulista refazer seus planos. O clube já manifestou interesse na sua permanência, mas depois de três anos na gelada Cracóvia, parece que sua carreira necessita de novos horizontes. Preferindo sempre contratos longos, que permitam uma maior tranqüilidade familiar e pessoal, ele dispensou oportunidades de jogar no Brasil. Mas...
“Infelizmente ainda não deu, pois os contratos no Brasil são muito curtos. Basta a equipe não se classificar, não ser campeão... Para o plantel ser reformulado. Por isso praticamente nunca joguei no Brasil, a não ser no início de carreira.” Explica Jean.
Mas, neste momento, ele não descarta uma temporada do Brasil. Até pensa que possa disputar o campeonato brasileiro deste ano. Sabe que no final de novembro qualquer contrato que possa assinar acaba e ele voltaria ao futebol europeu, ou até mesmo ao Norte-americano. Isto porque ele pensa em estabilidade para sua família. Afinal foram 8 anos de Portugal e 3 de Polônia.
De minha parte, que o tenho visto jogar aqui na Polônia, de acompanhar as avaliações da imprensa polaca sobre as qualidades de Jean Paulista, acho que ele cairia como uma luva no Coritiba Football Club. Futebol Jean tem e o Coxa precisa de um craque com alma de parceiro. Fico na maior torcida para que a diretoria coxa-branca descubra Jean e o contrate. Lugar para ele no time de Dorival Junior existe e um camisa 10 como Jean é uma tranquilidade para qualquer técnico.
Caso raro no mundo da bola, quando adolescentes de 13 anos já possuem empresários e advogados, Jean é dono do passe e o próprio negociador de seus contratos, os quais assina sem intermediários e uma lista de proprietários do passe.

Ulisses e Jean Paulista no "Dia da Europa", no Instituto de Estudos Europeus da Universidade Jagielloński de Cracóvia, onde ele foi convidado para dar o ponta-pé inicial do jogo entre professores e estudantes europeus.

Gol contra o Basel da Suíça pela Copa UEFA

Cartaz polaco - dois em um


Marylin Monroe e o Carlitos de Charles Chaplin... do designer polaco Waldemar Swierzy, criado em 1992.
Nascido em 1931, Swierzy estudou na Escola Katowice da Academia de Belas Artes de Cracóvia. Atualmente professor das Academias de Belas Artes de Poznań e Varsóvia, Swierzy já ganhou os prêmios de Toulouse-Lautrec Grand Prix, Versailles 1959; Polish Poster Biennale, Katowice, Medalha de Ouro em 1965, 1971, 1975; Medalha de prata em 1977, 1987, 1989; International Tourism Posters Exhibition, Milão 1967, Medalha de prata; Bienal Internacional de Artes de São Paulo 1969, Primeiro Prêmio; International Poster Biennale, Warsóvia, Medalha de prata 1972, Medalha de ouro 1976.

Bibi - uma Deusa


Muitos falam em Fernanda Montenegro, outros em Marília Pera e aqueles em Cacilda Becker. Perdoem-me minha adoração, mas não tem ninguém nos palcos do mundo superior a BIBI FERREIRA - a mais completa artista brasileira. Atriz, cantora, diretora, compositora, comediante e tudo o mais que a profissão exige de versatilidade de alguém.
BIBI FERREIRA , nasceu em Salvador, Bahia, em 10 de junho de 1922, filha do legendário ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo. A mãe dizia que ela havia nascido em primeiro de junho, o pai em quatro de junho. Seja como for BIBI está completando 86 anos de idade neste domingo, primeiro de junho para concordar com a mãe, embora a certidão de nascimento marque o 10 de junho. A festa de aniversário será no palco, com direito a bolo para uma platéia de 600 pessoas. Em cartaz há um ano, Bibi é a estrela da peça Às Favas com os Escrúpulos, de Juca de Oliveira e direção de Jô Soares. E continua com a mesma energia quando subiu aos palcos levada por seu pai e sua mãe aos 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de autoria de Oduvaldo Vianna (pai), substituindo uma boneva que desaparecera pouco antes do início do espetáculo. Bibi já fez de tudo, inclusive se transformou em dois símbolos da música mundial, a portuguesa Amália Rodrigues e a francesa Edith Piaf.
Em entrevista recente feita por Felipe Branco Cruz, para o Estadão, ela confessou que: "
Vou completar 86 anos, faltam quatro para 90, 14 para 100. Mas eu não penso assim, porque eu não sinto peso de tanta idade. Eu sei que é muita idade. Soa mal ao ouvido 86 anos. Mas eu sou uma pessoa de muita saúde. Nunca fumei e bebo esporadicamente um champanhe com alguém. É melhor do que atender um celular. Eu levo uma vida simples. Essa peça tem 76 páginas de texto. São 70 páginas só minhas. Eu canto muito. Todo dia eu canto um concerto com 15 a 20 músicas e tenho que sabê-las de cor. São shows interpretando a Piaf e a Amália Rodrigues. Tudo isso é uma questão de ter gente boa que trabalha com você."

Daqui de longe, quero desejar STO LAT STO LAT NIECH ZYJE ZYJE NAM - que você viva cem anos para nós - Bibi.

P.S. Nos meus tempos de ator tive a homenagem maior da minha carreira teatral ao ser cumprimentado pela própria Deusa dos palcos. O trecho a seguir foi publicado numa revista cientifica da UTFPR no início deste ano: No Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa, o ator amador Ulisses Iarochinski só perdeu o troféu de “melhor ator”, por dois votos para um ator profissional do Rio Grande do Norte. Na comissão julgadora estavam entre outros, Grande Otelo, Pontes de Paula Lima (tradutor dos livros de Stanislawski para o português), Gianni Rato (o diretor da montagem do Teatro Oficina) e Bibi Ferreira. Esta, mesmo sendo jurada, não se conteve e ao final da apresentação subiu ao palco, acompanhada de Grande Otelo, para abraçar e dizer a ao jovem ator Ulisses um comovente: “Obrigado Pai, pelo seu desempenho no papel do velho Bessemenov". Bibi, abraçada a Ulisses disse mais: “Meu jovem, não sei qual será o resultado do festival, não sei se você vai ganhar, mas quero te dizer que sua atuação no papel deste pai russo é uma das coisas mais gratificantes que já vi em teatro”,e voltou-se para o público pedindo mais uma salva de palmas para o jovem ator.

BIBI canta PIAFF