quarta-feira, 1 de abril de 2009
Universidade e IPN reagem ao livro de Zyzak
Foto: Renata Dabrowska / AGO professor Piotr Franaszek, que na época da defesa de Zyzak, era o diretor do Instituto de História disse lembrar que no ano passado, a defesa do trabalho de Zyzak despertou consternação entre alguns de seus funcionários. Ele teria comentado, naquela oportunidade, que o trabalho baseado em fontes anônimas ofendia às normas. "Eu não deixaria passar uma tese assim". Após receber o diploma de mestre, "Zyzak quis prosseguir com o mesmo tema da biografia do ex-líder do Solidariedade no doutorado da Faculdade, mas a comissão de pós-graduação não lhe permitiu prosseguir em função dos métodos de investigação histórica sobre o assunto", disse o prof. Franaszek.
Já o colunista Mirosław Czech do jornal Gazeta Wyborcza escreveu em sua coluna de hoje, que Prof. Andrzej Nowak é um respeitado especialista nas relações polaco-russas e política oriental de Józef Pilsudski. Mas no patrocínio da dissertação de Zyzak, ele mostrou como a ideologia está deslocada da ciência.
Ou seja, as histórias do filho do ex-presidente fora do casamento e na "urinada" contra o chamando "balaústre" e "caluniado" isto é resultado de "intimidação". O professor da Universidade Jagiellonski sublinhou as atividades de seu orientado como "fontes reveladoras". E admitiu que não é um especialista sobre este tema.
Nowak permitiu tudo a Zyzak, porque - como confessou -, ele estava envolvido politicamente. Como símbolo do "Solidariedade", Zyzak reconhece Anna Walentynowicz e não Lech Wałęsa. As razões pelas quais Zyzak se utilizou de anônimas "fontes reveladoras" são um completo embuste.
Judeus desde sempre na Polônia
A mais antiga referência sobre a presença de judeus na Polônia data do século nove. Falam sobre mercadores vindos da Espanha. No início, o assentamento permanente dos judeus na Polônia está ligado às atitudes hostis contra os judeus na Saxônia e na Bohemia. As cruzadas de 1096 e 1147 coincidem com a primeira grande onda de imigração judaica para a Polônia. Neste período o assentamento regular de judeus se concentrou na Silésia, onde em meados do século 14, eles viviam em 35 cidades. Dados sugerem que os judeus foram assentados em Płock em 1237, em Kalisz em 1287, em Cracóvia em 1304, em Lwów em 1356, em Sandomierz em 1367 e em meados do século 14 em Lublin. Os judeus no final do século 15 já eram 6% da população da Polônia, ou cerca de 24 mil habitantes vivendo em 85 cidades.
Kazimierz Dolny - Foto: Ulisses Iarochinski
Os judeus chamavam a Polônia de "Polin", que de acordo com uma etimologia específica era interpretada como "Onde eu passarei o resto de meus dias". Na coleção "Polin" editada pela "The Littman Library of Jewish Civilization", logo nas primeiras páginas se faz referência a Polônia como a "Polin" da Torah. "Nós não sabemos, mas nossos pais nos disseram, como desde o exílio de Israel chegar a terra de Polin. Quando Israel viu como o sofrimento era constantemente renovado, a opressão aumentava, as perseguições se multiplicavam e como autoridades diabólicas pilhavam e em seguida expulsavam, então quando já não havia mais como escapar dos inimigos de Israel, sairam para a estrada em busca de resposta para o caminho para algum lugar do mundo, qual seria a estrada correta para encontrar o que lhes restava de alma. Então um pedaço de papel caiu dos céus e nele estava escrito: Vá para a Polaniya (Polônia)."
Antiga sinagoga de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski
Em 1264, o príncipe Bolesław Pobożny (Boleslau - o Piedoso) editou o chamado Kalisian Statutes, onde os Judeus receberam leis próprias separadas e certos privilégios para viverem na Polônia. Depois da unificação da Polônia, pelo rei Casimiro - o Grande estas leis foram confirmadas para o total dos territórios da Polônia .
Antigo Rynek (praça central) de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski
Antigo Rynek (praça central) de Zamość - Foto: Ulisses Iarochinski
Em 1968, o governo comunista fez um espurgo dos judeus que sobreviveram aos horrores da segunda guerra mundial e restou bem pouco deles no território polaco. Depois da queda do comunismo, estimava-se que 15 mil pessoas de origem judaica estariam vivendo na Polônia. Atualmente não existe uma estatística, ou pelos menos não é divulgada, mas a verdade é que crescem os empreendimentos judaicos em várias cidades da Polônia.
Sandomierz - Foto: Ulisses Iarochinski
A região Leste, cuja principal cidade é Lublin congregou durante todos estes séculos uma maior presença judaica do que outras regiões da Polônia. Lublin e Chełm se destacam neste cenário pelo alto percentual de moradores de origem judaica. Antes da segunda guerra Chełm chegou a ter quase 19 mil habitantes de origem judaica entre seus 38 mil moradores. Alguns dos mais emitentes judeus da história contemporãnea nasceram nesta região, como os escritores Israel Joshua Singer e Itzkhak Baszevis Singer (Biłgoraj), Itskhak Leybush Perec (Zamość) o violinista e compositor Henryk Wieniawski (Lublin), a ativista política Roża Luksemburg (Zamość) e Hanka Sawicka (Lublin).
Sinagoga de Szczebrzeszyn - Foto: MaKa

