O primeiro-ministro da Polônia disse esta semana que o país vai apostar no carvão e no gás de xisto para sustentar a sua independência energética, com investimentos limitados em energias renováveis.
A Alemanha é outro país europeu que volta a investir em carvão para compensar o fim das usinas nucleares, depois do acidente com a central de Fukushima, no Japão, em 2011.
“Nós queremos ter fontes de energias renováveis, mas são a hulha, o lignito e, no futuro, o gás de xisto, que serão as nossas principais fontes de energia.
Este é o futuro do setor energético”, afirmou Donald Tusk, ao inaugurar uma feira internacional da indústria de minas em Katowice, no sul do país.
“Nós decidimos que as fontes de energia renováveis, um complemento importante para o setor energético polaco, serão limitadas enquanto as regras europeias permitirem”, observou.
“É preciso respeitá-las mas não podem nos privar do nosso bem nacional. Cada país constrói a sua independência energética e industrial com as suas próprias fontes. Percebemos isso durante o período de crise econômica.”
Tusk lembrou que, nos últimos anos, a Polônia investiu em pesquisas para diminuir a poluição gerada com o tratamento do carvão.
Atualmente, 91% da energia elétrica do país vem da hulha e do lignito, cujas reservas são suficientes para atender as demandas do país nos próximos 150 anos.
Cerca de dois terços dos 14 bilhões de metros cúbicos de gás consumido na Polônia hoje são importados da Rússia.
Preocupado em garantir a sua independência energética, o país também aposta na exploração do gás de xisto. Em julho, uma primeira extração, a título experimental, foi realizada. O governo espera investir 12,5 milhões de euros até 2020 para extrair este combustível fóssil.
As reservas do país são estimadas entre 800m e 2 milhões de metros cúbicos.
Na Alemanha, o debate sobre a transição para as energias renováveis está a pleno vapor, a menos de duas semanas das eleições legislativas.
A chanceler Angela Merkel, que briga pela reeleição, prometeu fechar todas as usinas nucleares nos próximos 10 anos. Entretanto, para suprir as necessidades do país, novas usinas de carvão estão sendo abertas no país, embora o objetivo do governo seja que as energias limpas representem 80% da produção elétrica alemã até 2050.
Fonte: RFI
Fonte: RFI