Foto: Fotorzep.
A ausência de Lech Wałęsa na cerimônia de gala promovida pelo atual presidente da Polônia, Lech Kaczyński, foi mais sentida do que a exuberância do espetáculo no Grande Teatro de Varsóvia, ontem à noite. O presidente da República ao excluir o mais conhecido polaco em todo o mundo das comemorações dos 90 anos de Independência da Polônia provocou a maior polêmica no país. Pois nem mesmo na mais importante comemoração do dia, na (praça) Plac Piłsudski, sob os olhares de quase duas dezenas de presidentes estrangeiros, Wałęsa esteve.
Para a televisão polaca, Kaczyński declarou, que todo o polaco tem direito do sentimento de alegria pela importante data e não seria diferente com Wałęsa. "Se ele tivesse pedido para participar das comemorações, poderia ter recebido um sim, pois tudo é possível.", afirmou o presidente.
Mas os partidos políticos, entre eles o Platforma Obywatelska do primeiro-ministro Donald Tusk (também excluído da "Noite de Gala"), concididem que o presidente Kaczyński não possui o direito de excluir Wałęsa de qualquer comemoração. "A festa não é do presidente, mas é da Nação e para esta, o ex-líder do Solidariedade é um herói vivo. O atual presidente só pode estar exercendo seu mandato, porque o eletricista de Gdańsk um dia lutou pela segunda Independência da Polônia, que foi a do comunismo.", afirmou um deputado de Szczecin.
Já Bronisław Komorowski, presidente do Congresso, comentou que, "Kaczyński não convidou para o Grande Teatro Lech Wałęsa - símbolo "Solidarności". Isto é o mesmo que não convidar, antes da guerra, ao general Piłsudski para comemorar o 11 de novembro."
Lech Wałęsa. Foto: Albert Zawada / AG
OUTRA GAFE
Não bastasse esta gafe presidencial, os jornais polacos chegaram as bancas com a informação de que o primeiro-ministro, portanto chefe de governo, tem um encontro, hoje, com o presidente do Banco Central Europeu para tratar dos passos para a introdução da moeda Euro na Polônia.
O presidente Kaczyński reagiu ao encontro dizendo que não cede o avião presidencial para que Tusk se encontre com Jean-Claude Trichet, pois quem trata de Euro na Polônia é ele. Ou seja, o presidente, que junto com seu irmão gêmeo Jarosław foi motivo de piada em toda a Europa, quando este era primeiro-ministro, parece que deseja que a Polônia continue a fazer parte das anedotas que circulam pelos corredores de Bruxelas e Strassburgo.
A pergunta a ser feita é: O Euro é uma questão de governo, ou de Estado?
IMPRENSA BRASILEIRA
Por outro, há que se mencionar que justamente a data comemorada ontem, teve um grande significado não só para a Polônia. Mas para a toda Europa e por extensão o mundo. Allém de marcar a volta da Polônia ao mapa mundial em 1918, como um Estado, o 11 de novembro também marca o do fim da primeira guerra mundial. Por isso foi comemorado em outros países do mundo, como França, Inglaterra e até nos Estados Unidos de Barak Obama e G.G. Bush.
Mas nenhuma comemoração foi mais concorrida que a da Plac Piłsudski (a praça tem este nome em homenagem ao general Józef Piłsudski, presidente da segunda República polaca, a de 1918) de Varsóvia.
Enquanto na França participaram de comemorações apenas o presidente Sarkozy e o Príncipe Charles da Inglaterra, na Polônia estiveram mais de 40 delegações estrangeiras, entre estas, a metade era representada pelos presidentes, primeiros-ministros, reis e príncipes de diversos países dos cinco continentes.
Mas parece que a imprensa brasileira ainda não consegue avaliar qual é a noticia do dia mais importante do mundo. As televisões brasileiras em seus telejornais da noite, de ontem, preferiram noticiar apenas que Sarkozy e Charles comemoraram o fim da primeira guerra. Nem uma palavra, nenhuma linha sobre os eventos da Polônia. Simplesmente omitiram a nação de Lech Wałęsa (a pronúncia correta é lérrhhh vauensa e nao léqui valêssa) e do Papa João Paulo II.
Seria descortesia com a notícia, seria desconhecimento histórico, seria algo contra a Polônia, seria falta de correspondentes na Europa, seria falta de competência jornalística, ou seria simplesmente preguiça?
Sim, pois será que as agências Reuters (anglo-americana) e FrancePress (francesa) produziram apenas notícia sobre Sarkozi e Charles? Mais fácil é reproduzir o material que as agências enviam quase que gratuitamente a cada minuto (tudo pronto, editado, texto traduzido...é só colocar no ar). É deve ser isto,! Pois é impossível acreditar que os jornalistas brasileiros sejam tão preguiçosos, incompententes e ignorantes no trato com a informação internacional.
Para a televisão polaca, Kaczyński declarou, que todo o polaco tem direito do sentimento de alegria pela importante data e não seria diferente com Wałęsa. "Se ele tivesse pedido para participar das comemorações, poderia ter recebido um sim, pois tudo é possível.", afirmou o presidente.
Mas os partidos políticos, entre eles o Platforma Obywatelska do primeiro-ministro Donald Tusk (também excluído da "Noite de Gala"), concididem que o presidente Kaczyński não possui o direito de excluir Wałęsa de qualquer comemoração. "A festa não é do presidente, mas é da Nação e para esta, o ex-líder do Solidariedade é um herói vivo. O atual presidente só pode estar exercendo seu mandato, porque o eletricista de Gdańsk um dia lutou pela segunda Independência da Polônia, que foi a do comunismo.", afirmou um deputado de Szczecin.
Já Bronisław Komorowski, presidente do Congresso, comentou que, "Kaczyński não convidou para o Grande Teatro Lech Wałęsa - símbolo "Solidarności". Isto é o mesmo que não convidar, antes da guerra, ao general Piłsudski para comemorar o 11 de novembro."
Lech Wałęsa. Foto: Albert Zawada / AG
OUTRA GAFE
Não bastasse esta gafe presidencial, os jornais polacos chegaram as bancas com a informação de que o primeiro-ministro, portanto chefe de governo, tem um encontro, hoje, com o presidente do Banco Central Europeu para tratar dos passos para a introdução da moeda Euro na Polônia.
O presidente Kaczyński reagiu ao encontro dizendo que não cede o avião presidencial para que Tusk se encontre com Jean-Claude Trichet, pois quem trata de Euro na Polônia é ele. Ou seja, o presidente, que junto com seu irmão gêmeo Jarosław foi motivo de piada em toda a Europa, quando este era primeiro-ministro, parece que deseja que a Polônia continue a fazer parte das anedotas que circulam pelos corredores de Bruxelas e Strassburgo.
A pergunta a ser feita é: O Euro é uma questão de governo, ou de Estado?
IMPRENSA BRASILEIRA
Por outro, há que se mencionar que justamente a data comemorada ontem, teve um grande significado não só para a Polônia. Mas para a toda Europa e por extensão o mundo. Allém de marcar a volta da Polônia ao mapa mundial em 1918, como um Estado, o 11 de novembro também marca o do fim da primeira guerra mundial. Por isso foi comemorado em outros países do mundo, como França, Inglaterra e até nos Estados Unidos de Barak Obama e G.G. Bush.
Mas nenhuma comemoração foi mais concorrida que a da Plac Piłsudski (a praça tem este nome em homenagem ao general Józef Piłsudski, presidente da segunda República polaca, a de 1918) de Varsóvia.
Enquanto na França participaram de comemorações apenas o presidente Sarkozy e o Príncipe Charles da Inglaterra, na Polônia estiveram mais de 40 delegações estrangeiras, entre estas, a metade era representada pelos presidentes, primeiros-ministros, reis e príncipes de diversos países dos cinco continentes.
Presidente Nicolas Sarkozy, Príncepe Charles e sua esposa Camilla, duquesa de Cornwall, no Palácio Elysee em Paris. Comemorando o armistício de Verdun sobre a primeira guerra mundial .
Foto: Michel Euler /AP
Foto: Michel Euler /AP
Mas parece que a imprensa brasileira ainda não consegue avaliar qual é a noticia do dia mais importante do mundo. As televisões brasileiras em seus telejornais da noite, de ontem, preferiram noticiar apenas que Sarkozy e Charles comemoraram o fim da primeira guerra. Nem uma palavra, nenhuma linha sobre os eventos da Polônia. Simplesmente omitiram a nação de Lech Wałęsa (a pronúncia correta é lérrhhh vauensa e nao léqui valêssa) e do Papa João Paulo II.
Seria descortesia com a notícia, seria desconhecimento histórico, seria algo contra a Polônia, seria falta de correspondentes na Europa, seria falta de competência jornalística, ou seria simplesmente preguiça?
Sim, pois será que as agências Reuters (anglo-americana) e FrancePress (francesa) produziram apenas notícia sobre Sarkozi e Charles? Mais fácil é reproduzir o material que as agências enviam quase que gratuitamente a cada minuto (tudo pronto, editado, texto traduzido...é só colocar no ar). É deve ser isto,! Pois é impossível acreditar que os jornalistas brasileiros sejam tão preguiçosos, incompententes e ignorantes no trato com a informação internacional.