Pela primeira vez na história cai o número de delicatesses na Polônia. Para defender-se, elas passam a adotar a mesma estratégia que dos supermercados Biodronka e Lidl. Tem que vender mais barato. Caso contrário é melhor fechar as portas.
"Limões a 2,99 zł (1.70 reais) o quilo, frango a 10,99 zł o quilo, chocolate Milka a 6,49 zł a barra, Vizir em pó a 19,99 zł. Uma semana de preços absolutamente baixos!"
Será esta uma publicidade do Biodronka especializada em cortar preços com desconto? Ou talvez seja a igualmente agressiva política de desconto de preços do Lidl?
Não! É da Bomi Delicatesse, que não há muito tempo não sedejava ter sua marca associada com camarão, azeite e queijo gourmet de luxo a preços baixos. "Ao longo de três trimestres do ano de 2010, o mercado de venda de retalhos diminuiu 3,6% e as nossas vendas cairam 3,4%.. O mercado forçou-nos a revisar nossos esforços de manter as vendas", explica Marek Romanowski da rede Bomi.
Os preços baixos, que dois anos atrás parecia impossível de oferecer, louvava-se as redes Alma e Piotr e Paweł - P&P (nas suas instalações foram instalados banners com a expressão "super preço"). Para ser realmente mais baixos estas redes tiveram que começar a negociar os produtos de marca própria. Por exemplo, o cliente P&P pode comprar agora ovos, ou salmão com o logotipo da rede.
- O que aconteceu?
"Nosso cliente é normalmente um rapaz que cuida de seu próprio orçamento doméstico. Como a crise, os 800 złotych mensais destinados ao orçamento da cozinha que era maior antes, ficou pequeno e uma simples lata de coca-cola agora ficou bem mais cara. Bem, alguma coisa precisamos salvar, se não perdemos aquele cliente cativo", diz Jerzy Mazgaj, presidente da rede Alma.
O dirigente argumenta que, quando se trata da cesta básica (pão, pão, leite, manteiga, legumes, carne, doces, etc.) sua rede teve que se ajustar e agora pode oferecer preços mais baratos do que a P&P, Bomi, e em algumas localidades, consegue bater até mesmo o Biedronka.
"O preço é um elemento extremamente importante na tomada de decisão sobre onde comprar. Nos bons tempos de crescimento econômico estável do consumidor polaco, os "aspirantes" compravam em delicatesse. Em tempos menos estáveis na economia, o mesmo cliente volta-se para lugares mais baratos", afirma Krzysztof Badowski da empresa de consultoria Roland Berger Strategy Consultants.
O comércio varejista mudou na média. Para manter o cliente, teve que se aproveitar da experiência dos supermercados barateiros e de descontos. O Biodronka (maior rede se supermercados da Polônia de proprietários portugueses) no início de fevereiro fizeram promoção com o caríssimo queijo italiano Grana Padano. O Biodronka (português) e o Lidl (Alemão) são célebres em organizar promoções, como o "dia do vinho" italiano, francês, espanhol.
A crise na economia mudou muito o setor de delicatesses. Segundo a revista especializada "Detal Dzisiaj", a crise e a luta contra o preço baixo reduziu o número de clientes dos mercados finos, pela primeira vez, desde o retorno ao sistema de livre mercado pela Polônia. Também retardou o crescimento do setor. Em 2010, existiam 242 delicatesses no país. A tendência é que este número caia bastante em 2011.