Texto de Livia Rodríguez Delis (jornal Granma)
Apesar do propalado embargo econômico americano, que censura o comércio bilateral de parceiros dos Estados Unidos com a Ilha de Fidel Castro, nos últimos anos, as exportações cubanas para a Polônia registraram um incremento em produtos tais como rum, o açúcar, o fumo torcido e negro; enquanto as exportações polacas que se mantêm com maior presença na Ilha são os fertilizantes e o leite em pó, ainda que existam relações de colaboração de longa data.
No âmbito dessa observação, empresários cubanos e polacos se reuniram recentemente em Havana, num fórum de negócios, organizado por suas respectivas câmaras de comércio, para buscar novas rotas e ampliar e desenvolver o comércio entre as duas nações.
Durante o evento, o secretário-geral da Câmara de Comércio de Cuba, Omar Fernández, explicou que o primeiro acordo com o sistema empresarial da Polônia, assinado em 2001 e ratificado em 2009, ainda se mantém vigente, tornando possível as relações entre as duas nações. Mas reconheceu que se podem implementar maiores ações conjuntas, no sentido de continuar desenvolvendo esses vínculos.
“A visita a Cuba de representantes de empresas polonesas especializadas na construção de maquinarias agrícolas, medicamentos, transporte ferroviário e da siderurgia vai contribuir, sem duvida, para a ampliação do intercâmbio e o conhecimento das possibilidades existentes em nossos mercados”, afirmou.
Informou, ainda, que os homens de negócios da nação europeia conheceram de primeira mão as opções com que a Ilha conta na esfera dos serviços, na produção de bens para a exportação e os projetos de investimento.
Fernández convidou os empresários polacos para participarem da 31ª edição da Feira Internacional de Havana, que terá lugar de 3 a 9 de novembro neste ano, pois o evento resulta uma excelente ocasião para conhecer melhor as oportunidades de negócios em Cuba.
Por seu lado, o diretor para a América Latina da Câmara de Comércio da Polônia, Tadeusz Swiatkowski, chefe da delegação visitante, expressou que o intercâmbio bilateral atinge os US$%77 milhões e recebe US$ 22 milhões em importações da nação centro-europeia.
Contudo, coincidiu em que ainda há potencial para incrementar o negócio, tanto em novos produtos e áreas como nos que tradicionalmente já se comercializam, entre estes últimos destacou o açúcar, que representa 99% do montante total.
A diretora das Relações Internacionais da Câmara de Comércio de Cuba, Celia Labora, explicou aos empresários polacos os resultados da economia nacional em 2012 e suas perspectivas para este ano, bem como os principais objetivos nos quais se pode investir na Ilha.
“Vale destacar que a estrutura da economia cubana tem variado substancialmente, pois há 20 anos éramos um país produtor e importador de matérias-primas. Contudo, atualmente, 70% do produto interno bruto é constituído pelos serviços. Apesar da crise econômica e financeira e do bloqueio estadunidense, atualmente Cuba tem relações com mais de 3 mil companhias de aproximadamente 150 países no mundo, e comerciar com nosso país não requer de nenhuma disposição diferente ao regulamentado em nível internacional”, salientou a funcionária cubana.
“As principais projeções, afirmou, estão encaminhadas à atualização do modelo econômico, incluídas as modalidades não estatais, as quais continuam crescendo, no sentido de elevar o nível da economia e garantir a satisfação das necessidades do povo”. De muita importância qualificou a política governamental de dar continuidade à estratégia integral para a exportação dos serviços, diversificando os mercados para dar às exportações maior valor acrescentado, conteúdo tecnológico e qualidade em sua oferta.
Celia Labora também mencionou como prioridades os projetos para a obtenção de eletricidade mediante formas renováveis de energia, como os parques eólicos, a energia solar e a biomassa com derivados da cana-de-açúcar; o setor do petróleo e a mineração; o setor açucareiro e o agrícola. “Devido ao incremento de turistas a Cuba, logicamente que o investimento no turismo é uma prioridade, fundamentalmente na construção, exploração e comercialização de hotéis em varias regiões do país, como Sancti Spíritus, Camaguey, Ciego de Avila e Cienfuegos”.