sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O quarto segredo de Fátima

Atentado em Fátima em 12 de maio de 1982 . João Paulo II chegava ao santuário, para agradecer a Nossa Senhora por ter lhe salvado a vida e protegido seu coração. De repente contra ele é desferida uma faca do tamanho de uma baioneta pelo padre dissidente espanhol Juan Fernandez Krohn. Este foi impedido imediatamente pelos seguranças. Na foto: Krohn começa a disferir o ataque.

O atual cardel metropolitano de Cracóvia e ex-secretário particular de sua Santidade o Papa João Paulo II, revela: Um ano após o atentado na praça de São Pedro, o Papa João Paulo II viajou a Fátima, em Portugal, para agradecer a Nossa Senhora pela graça concedida. E agora ele foi ferido pela segunda vez. Por que o Papa escondeu tal fato como sendo um segredo? No início de seu pontificado, em 1978, ou ainda em 1979, João Paulo II recebeu em audiência o bispo português Alberto Cosme do Amaral. Pediu para que o bispo mostrasse no mapa onde estava Fátima. O papa polaco - admirável - não se interessava anteriormente pelo culto a Nossa Senhora de Fátima.
Por que o convite para visitar Fátima, o qual é feito pelo bispo Alberto, é tratado com tanta trivialidade?
Para ir a esta pequena, desconhecida Fátima, ele não escolheu. Em janeiro de 1982, o bispo Alberto reiterou o convite. Então, na senha "Fátima", o papa está pronto para voltar atrás em seus planos nos protocolos diplomático colocando em suas mãos.
O Papa ainda convalecendo, chama seu amigo o prof. Stefan Swieżawski para falar sobre a coincidência de datas, entre a aparição de Fátima, em 13 de maio de 1917, e o atentado no Vaticano, em 13 de maio de 1981.
João Paulo II e o prof. Swieżawski, mais precisamente, tomam juntos o café da manhã em Castel Gandolfo. Swieżawski, lembra: "Isto foi naquele dia, naquela hora, naquele minuto!"
Milagre? Não! Apenas o papa estava convencido, que Nossa Senhora tinha lhe salvado a vida na Praça São Pedro, onde o turco Mehmet Ali Agca disparou com sua pistola contra ele.
O Papa promete ao bispo Alberto que irá a Portugal no aniversário do atentado, dali a quatro meses. João Paulo II começa então a aprender rapidamente o idioma português. E o faz durante cada café da manhã, quando recebe para conversar um bispo português. Em março chega a Portugal uma delegação do Vaticano liderada pelo núncio apostólico Sante Portalupim. Em Coimbra se encontram com a irmã Lúcia, carmelita.
Para ela e seus dois primos, em 1917, sobre um carvalho na Cova da Iria, nos arredores da cidade de Fátima, apareceu Nossa Senhora. A delegação volta a Roma com uma mensagem de irmã Lúcia para o Papa, que irá revelar o terceiro segredo. A grande hierárquia da Igreja reage dizendo que não aceita a proposta de irmã Lúcia. Apenas João Paulo II nunca quis ouvir qualquer crítica a Lúcia. Apesar da posição de seus cardeais, João Paulo II quer ouvir o que Maria teria dito. Este é o famoso terceiro segredo de Fátima: a bala que iria atingir a cabeça do Papa foi desviada naquele 13 de maio de 1981, na praça de São Pedro.
O papa já estava restabelecido, forte, quando na grande praça, diante da basílica de Nossa Senhora das Rosas em Fátima, ouve do bispo Alberto: "Ninguém no mundo, ama-o mais do que aqui".
Entre milhares de pelegrinos, está o espanhol, de 32 anos, Juan Fernandez Krohn, padre da irmandade Pio X, ordem religiosa dissidente dirigida pelo bispo Lefebvre. Krohn não poderia ter ido a Fátima para rezar junto com João Paulo II. Não acreditando nos conselhos da igreja, no ecumenismo, na renovação, não faria sentido estar ali. Ele não acredita no Papa. Segundo um velho conhecido, Krohn "é um desqualificado intelectualmente". Enquanto isso, a procissão se aproxima da Capela da Anunciação junto ao altar principal da basílica. João Paulo II livre sobe as escadas. Krohn vestido com roupa preta sob o hábito também preto empurra a multidão e lança contra o papa uma faca do tamanho de uma baioneta. E grita: "Fora com o Papa!" Tenta ferir o papa no coração. O segurança papal Camillo Cibin e os agentes de segurança portugueses detêm o agressor. O Papa se volta para Krohn e apesar de tudo o abençoa. "Eu acuso você pela queda da igreja. Morte ao Concílio Vaticano II." , joga-lhe na cara Krohn. A maioria da pessoas na cerimônia não se dão conta do que está acontecendo. O Papa celebra, abençoa os fiés. ninguém pode supor, o quanto isto lhe custa. Dias depois no jantar do cardeal Agostino Casaroli, chefe da diplomacia do vaticano, transmite uma mensagem do papa, aos membros da Secretaria de Estado, onde pergunta sobre o atentado, e estes rezaram durante toda a noite. "Posso disso entender, que afinal a Secretaria de Estado começou a rezar?". Foi a piada do papa.
Por mais de 26 anos, este fato foi escondido. Só agora com a publicação do livro, ano passado, e do filme recém lançado na Polônia, "Świadectwo", o cardeal Stanisław Dziwisz decidiu revelar mais este segredo, o do atentado de Fátima.
Para o produtor do filme "Świadectwo", Przemysław Häuser a revelação do cardeal Dziwisz foi um choque. "Pensei, que caíria da cadeira, quando ouvi. Não lembro, qual dia de gravação isto aconteceu, pois trabalhávamos de manhã à noite. Perguntamos sobre o segredo de Fátima, quando espontaneamente o cardeal começou a falar sobre este segundo segredo de Fátima", não aqueles guardados pela irmã Lúcia, mas deste "do atentado do espanhol Juan Fernadez Krohn".
Juan Fernandez Krohn foi condenado a seis anos e meio pelo atentado e mais seis meses por insultar o juiz. No processo afirmou que Wojtyła foi agente comunista, o qual sentou-se no centro do Vaticano. Cumpriu apenas três anos de pena. Livre em Portugal, viajou a Bélgica. joga fora o hábito e casa-se com uma jornalista portuguesa, com a qual se correspondia sobre sua situação quando estava na cadeia. Em 2000, foi detido em Bruxelas, por comprovado atentado contra os reis da Bélgica, Alberto e espanhol Juan Carlos I. Passa mais cinco anos na prisão. Krohn conduz um blog, no qual escreve sobre política espahola, sobre a guerra civil de 1936, literatura e religião.

O ex-padre dissidente hoje vive em Bruxelas. Juan Fernandez Krohn escreve em seu blog: "Se feri Joäo Paulo II em Fátima.. isto está claro para mim, ao contrário de Ali Agca ele não me perdoou nem mesmo antes do relaxamento de minha prisão, nem depois. Mas isto é mentira de que eu o feri."

Quando, numa quarta-feira, antes da "avant-première do filme "Świadectwo", no Vaticano para o papa Bento XVI, a agência internacional de notícias propaga sobre o segredo do atentado de Fátima, Krohn reage: "Em primeiro lugar, é mentira. Em segundo: isto é uma cegueira e uma escandaloza hipocrisia... Em terceiro: muito me estranha, porque só agora este bispo polaco revela isto, se escondeu durante 25 anos. A pergunta surge, por que revelar isto, quando a opinião pública de seu país está em choque com a revelação de que mombros da hierárquia da igreja na Polônia, serviram aos serviços de segurança comunistas". Eles temiam que aquela faca estive envenenada.


A Polícia retira o ensandecido padre Krohn do santuário. Poucos momentos antes ele havia atacado o papa João Paulo II que o abençoou. Krohn foi condenado a seis anos e meio de prisão, mas foi solto depois de três anos.