quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Centenário da imigração de São Mateus.

São Mateus do Sul, a cerca de 250 km de Curitiba está com uma programação intensa para o centenário da criação do Munícipio.
Um pouco de história

A colonização polaca de São Mateus do Sul começou no ano de 1890. Limpando o taquaral, estabeleceram-se nele os polacos, espanhóis e alemães de pequenas posses. A colônia foi fundada com o nome de Santa Maria, sendo mais tarde mudado para Maria Augusta e finalmente munícipio de São Mateus do Sul. Este foi criado através da Lei Estadual nº 763 de 02 de abril de 1908 e instalado oficialmente em 21 de setembro de 1908, desmembrado de São João do Triunfo, município vizinho.
Ao longo dos anos foram sendo fundadas colônias de imigrantes com elementos de uma única nacionalidade, a polaca. Assim Cachoeira, Canoa, Taquaral, Iguaçu e Água Branca foram colônias ocupadas somente exclusivamente por polacos. Esta última tinha como nome original "Águia Branca", mas foi forçada a mudar de nome devido à Lei de Nacionalização do Presidente Getúlio Vargas, no final dos anos 30.
No inicio da colonização os assentados trabalhavam metade do mês nas estradas que ligavam as várias colônias entre si e na outra metade do mês em seus lotes, derrubando a mata e preparando a terra para o plantio. Organizaram-se de forma que enquanto metade da colônia trabalhava na construção das estradas a outra, preparava os terrenos para roça.
Os primeiros imigrantes conhecidos foram Antoni Bodziak e Onofre Flizikowski, que estabeleceram um armazém em sociedade. Flizikowski procedia da área da Polônia ocupado pela Prússia (desde 1870, Alemanha) e Bodziak era do outro extremo, na Galícia, região polaca ocupada pelos austríacos.

Dificuldades imensas

Maio e junho de 1891, foram meses terríveis para os imigrantes. O sul do Paraná foi assolado por tormentas intermitentes. As chuvas eram tantas, que todos os leitos ficaram cheios e o rio Iguaçu não podendo conter tanta água inundou toda a região. O vale pelo qual corre o Iguaçu se tornou um grande lago. A parte baixa da cidade ficou submersa o armazém de Flizikowski ficou embaixo da água. Os colonos não tinham condição de ir até a cidade buscar alimentos e o único transporte existente era através de barcos. Foi neste período de provação para o povo polaco que o governo nomeou Edmundo Saporski, ficando este na liderança de todas as colônias de São Mateus do Sul e proximidades. Em agosto, as águas finalmente baixaram e centeio surgim com toda sua verdura, deixando os polacos radiantes. Podiam agora fazer seu próprio pão. Ainda em agosto de 1891 espalhou-se pelas colônias a notícia de que chegaria em São Mateus do Sul um padre polaco e que no domingo haveria missa. Houve uma pressa danada entre as pessoas de todas as colônias, para vir à cidadezinha.
O Padre Peters em função de tanta gente teve que oficiar a missa em frente da pequena Matriz da cidade, tal a multidão que acorreu para aquela missa histórica. Em meados de 1892, o governo suspendeu o pagamento dos trabalhos nas estradas. Os comerciantes não tinham mais como receber dinheiro dos colonos. As dificuldades voltaram a tomar conta daquela gente sofrida. Os colonos se organizaram em grupo a tomarem rumo de Curitiba para reclamar ao governador. Reuniram-se cerca de 50 homens de Águia Branca e São Mateus e foram a Curitiba ao Palácio do Governo, onde o próprio governador reconheceu o direito de trabalhar nas estradas e manteve a a promessa de continuar pagando os colonos pela construção das estradas. Antes do natal de 1892, chega em São Mateus do Sul, finalmente um padre polaco é designado para atender permanentemente os imigrantes das várias colônias. Samołucha ficaria conhecido como o padre dos polacos. Neste período, Flizikowski trouxe um sino e o doou para a igreja e na véspera do natal junto com alguns homens campanário foi levantado. Levantaram duas colunas e sobre elas colocaram o sino, que foi tocado pela primeira vez Wilhem Ormiani. O sino realmente não parou mais de soar, e aqueles que iam chegando a São Mateus, ouviam, e chegavam às lágrimas, porque lembravam a hora em que, na pátria querida, quando voltavam da lavoura com a foice aos ombros, ouviam este mesmo som convidando para a oração. No início de 1893 chegaram a São Mateus do Sul, Alberto Troczyński e Martim Skalski que estabeleceram em sociedade uma selaria. Veio também o seleiro Józef Plonski e depois dele ainda Kazimierz Dąbrowski. Por esta época, visita São Mateus do Sul, o cientista polaco Siemiradzki, que depois escreveria um livro sobre a situação dos imigrantes polacos no Brasil. Bodziak já havia criado a Sociedade dos Atiradores, auxiliado por Stencil, Flizikowski, Dąbrowski e outros. No início da sociedade 150 sócios, todos devidamente equipados bonés cracovianos, preparados pelo alfaiate Towalski. Quando colocavam seus bonés ficavam parecidos com o batalhão de Tadeusz Kosciuszki. Liderados por Alberto Troczynski, capitão e instrutor da sociedade, os integrantes foram instruídos para combates de guerra. Durante a revolução federalista, esta sociedade comandada por Bodziak e Troczynski lutariam sob o estandarte da Legião Polaca ao lado dos revoltosos. Com a vitória das tropas do Marechal Floriano Peixoto, Bodziak fugiu para a Argentina e a Legião Polaca se desintegrou.

Arte comunista polaca - 1


O operário polaco se destaca no pós-guerra, justamente no início do regime comunista. Para exaltar a força do governo dos trabalhadores a arte é obrigada a se engajar. Assim a obra de  Andrzej Feliks Szumigaj,  representa esta nova tendência com este quadro "Cabeça de Operário".