Doutor honoris causa UJ para Dalai Lama. Foto: Ulisses Iarochinski na tela da TVPInfo.
A Uniwersytet Jagielloński (universidade iaguielônia) de Cracóvia concedeu nesta segunda-feira, o título de doutor honoris causa ao 14º Dalai Lama.
A cerimônia aconteceu na Sala, local histórico, onde são feitas todas as colações de doutorado, festas nacionais e acadêmicas. Mas também de tristes momentos, quando durante a segunda guerra mundial, o ocupante alemão, convidou toda a inteligência polaca da época, mais de 400 catedráticos e cientístas para uma reunião. Todos, após o diuscurso do general alemão, sairam em camburão para o campo de concentração de Auschwitz.
"Sala" (Salão Nobre) da Universidade. Foto: Ulisses Iarochinski na tela da TVPInfo.
Antes das palavras do 14º Dalailama, a diretora da Faculdade de Filosofia profa. Maria Flis leu o texto da proposta do título ao 14º Dalai Lama, uma iniciativa da profa. Beata Szymańska-Aleksandrowicz do Instituto de Filosofia da mesma Universidade. Como uma outra defesa de tese de doutoramento, também este teve uma banca de examinadores composta pelo dr hab. Krzysztof Kosior da Uniwersytet Maria Curie-Skłodowska de Lublin e a prof. Maria Krzysztof Byrski da Uniwersytet Warszawska. O título foi dado pelo excepcional alto padrão ético na vida social e pública; reconhecido pela sua alta autoridade moral; propagador da paz em grandes conflitos; imenso serviços para o desenvolvimento intercultural e religioso; promotor do respeito e entendimento das pessoas sobre diversos concepções do mundo e conceitos religiosos; e luta pela liberdade e direitos primordiais dos métodos pafíficos tibetanos.
Quando de seu discurso, o homenageado lembrou dos períodos difíceis da Polônia, entre eles o comunismo e da luta de Lech Wałęsa pela solidariedade. "Estou muito honrado de ser laureado aqui, na mais antiga universidade da Polônia, porque sei que aqui é o coração da Polônia. Estou orgulhoso porque também receberam esta honraria o Papa João Paulo II e a Madre Teresa de Calcutá." Arrancou palmas e sorrisos quando disse estar com calor debaixo das roupas suntuosas da tradicional cerimônia. Disse então que, "Considero a mim próprio apenas um ser humano". Do Papa, ele disse ter se encontrado algumas vezes e as conversas foram sempre sobre a alma, mais do que tudo.
Mencionou que sua relação com a Polônia é antiga. Lembrou que logo depois de sua expulsão do Tibet, uma "mãe polaca", na Índia, muito o ajudou. Da mesma forma que uma segunda pessoa a lhe ajudar naquele período foi um polaco.
Depois da entrevista coletiva concedida, na própria universidade, respondeu a pergunta sobre como se chamada a mãe polaca que havia mencionado em seu discurso. "Ela foi como uma verdadeira mãe naquele momento. Não lembro o nome dela, apenas que era minha mãe polaca. ela me dava lições, aconselhava-me a comer, pois eu era só vegetariano. A outra pessoa foi um polaco. Lembro o nome dele, sim, Moris Fryman. Este polaco ajudou muito as crianças do Tibet e a mim próprio."
A proposta de conceder o título é antiga, mas a decisão só foi dada um ano atrás. A Universidade durante este tempo esperava por um momento propício para realizar a cerimônia, pois esta dependia de questões políticas envolvendo a própria Polônia. O convite de Wałęsa ao Dalai Lama para as comemorações de seus 25 anos de Prêmio Nobel da Paz, facilitaram as coisas. Assim mesmo, a votação do conselho universitário que decidiu pelo título não foi unânime. Aliás foi bastante difícil.
No período da tarde, no Auditórium Maximum, Dalai Lama teve encontro com os estudantes, comunidade universitária e população em geral, culminando sua visita a Cracóvia, "coração da Polônia", como o próprio 14º Dalai Lama denominou ao receber o título.