sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Nobel de economia 2007 é polaco

Foto: Dong Oh
Leonid Hurwicz, um dos três cientistas ganhadores do Prêmio Nobel de Economia 2007 é polaco, tendo se graduado na Universidade de Varsóvia em 1938. Junto com ele foram vencedores os Norte-americanos Eric S. Maskin e Roger B. Myerson. Eles receberam a premiação pela teoria “Mecanism Design Theory”, que com a aplicação de equações matemáticas e algoritmos permite valorar a regularidade de funcionamento dos mercados, assim como definir seus efectivos mecanismos. A teoria foi iniciada por Hurwicz e desenvolvida pelos outros dois Norte-americanos. As investigações de Hurwicz têm caráter universal e influenciou o desenvolvimento da teoria de programação matemática e da teoria dos jogos de azar e econometria. Leonid Hurwicz é professor aposentado da "University of Minnesota" de Minneapolis, e apesar de ter nascido em Moscou é filho de pais varsovianos, os quais passavam alguns meses, na Rússia, quando explodiu a revolução de 1917. Em função disso, a imprensa mundial informou erroneamente que Hurwicz é russo, por ele ter nascido lá 21 de agosto de 1917. Contudo, toda sua infância e juventude, ele passou em Varsóvia, onde em 1938 se graduou em licenciatura de Direito, pela Uniwersytet Warszawski. Entre os anos 1938 e 1939, ele estudou, em Londres, na "School of Economics" e entre 1939 e 1940 no "Institut des Hautes Études Internationales" de Genebra. Em 1940, forçado pela sua condição de judeu, imigrou para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos de economia na "University of Chicago" e em "Harvard". Em 1994, a universidade de Varsóvia já o havia homenageado com o título de "Doctor honoris causa". Hurwicz ainda domina perfeitamente o idioma polaco e acabou nos anos 90 viajando várias vezes a sua Varsóvia, onde lecionou sobre "transformação do sistema" e "transição de uma economia centralizada para uma economia de mercado", na Faculdade de Economia. Tanto procurou, que acabou encontrando nos arquivos da cidade, um jornal com uma foto sua. Nela, ele participa de um espetáculo teatral de crianças.

Vôos diretos de Cracóvia

Durante o próximo inverno serão 46 as conexões do aeroporto internacional Papa João Paulo II. Balice-Cracóvia. Seis delas são conexões regulares com 35 cidades e serão operadas durante a noite e nos fins de semana do inverno 2007/2008. Nos últimos dias começaram a operar duas novas empresas aéreas de baixo custo no aeroporto de Cracóvia, a francesa Transavia e a italiana Meridiana. Por outro lado, a SkyEurope decidiu fechar suas base cracoviana. Quem mais sofreu com a medida foi a empresa eslovaca, que assim perde suas conexões com as cidades servidas pela SkyEurope, que além de Cracóvia também fechou a sua base em Budapeste, na Hungria. Em função disto, as partidas aéreas de 14 vôos durante o inverno serão feitas em conexões através de Viena, na Áustria. Assim, durante o inverno voarão desde Cracóvia 20 linhas tradicionais e 10 de baixo preço. Porém, com as duas novas empresas, Transavia (consórcio Air France - KLM), haverá voos de baixo custo para Paris; e com a Meridiana para Turim. Já a polaca Centralwings passará a oferecer 4 novos destinos, Dublin, Manchester, Barcelona e Atenas. Para Milão - Bergamo quem fará será a irlandesa Ryanair. A partir da fevereiro também a britânica EasyJet fará vôos para Paris. Segundo a assessoria de imprensa do aeroporto de Cracóvia, as linhas mais populares são ára a Grã-Bretanha e Irlanda, com 14 conexões. Durante o inverno também continuarão 4 linhas para capitais da Escandinávia. A empresa polaca LOT fará mudanças em suas linhas transatlânticas no período de inverno. Para Chicago serão cincos vôos na semana, com exceção das sextas e sábados. O aeroporto de Cracóvia é o segundo maior da Polônia, com um movimento anual de 3 milhões de passageiros.O maior acionista do aeroporto é o governo nacional com 85% de participação. Os demais são a Voivodia (Estado) da Małopolska com 14%, a prefeitura de Cracóvia com pouco mais de 1% e o município de Zabierzów com 0,05% das ações.
Um deste levará com certeza meu título de doutor para o Brasil

Alarme de bomba no metro de Varsóvia

O metro de Varsóvia teve sua estação Centrum evacuada e bloqueada pela Polícia nesta sexta-feira. Os trens, contudo continuaram a circular, com as paradas sendo feitas nas estações seguintes. O porta-voz da polícia, comandante Marcin Szyndler informou, que foi recebida uma mensagem anônima dizendo que na estação Centrum seria detonada uma bomba. Enquanto durem as buscas ao artefato, estação permanecerá fechada, bem como o centro comercial ali localizado. "Não temos qualquer indicio da motivação deste possível atentado, mas em todo caso precisamos fazer um rastreamento total", declarou Szyndler. Não é a primeira vez que estas ações acontecem. Nas últimas semanas, a Polícia da capital polaca tem recebido este tipo de mensagem anônima. A última evacuação doi no Supermercado de Bielański. Na maioria das vezes, afirmou o comandante da polícia se trata de um trote, que contudo, faz com que o grupo especial da polícia se mobilize. E claro, segundo ele, isto demanda um custo financeiro, que poderia ser evitado. A verdade é que a população polaca convive com a idéia de um atentado terrorista, desde que o ex-presidente Aleksander Kwaśniewski enviou tropas para o Iraque. O partido vencedor das recentes eleições, o Platforma Obywatelska promteu trazer de volta os cerca de 900 soldados polacos que permanecem em solo iraquiano.
Foto: Jacek Turczyk/PAP

A busca difícil da origem

Um dos leitores do blog enviou mensagem com uma série de questionamentos. Separei o trecho a seguir para comentar:

Meus avós, pelo que sei, vieram no período da primeira guerra. Desembarcaram em Santa Catarina e depois seguiram para o Paraná. Estabeleceram-se próximo a Irati e Rebouças (localidades chamadas de Riozinho , Monjolo) A questão é a seguinte: Nesta época, fazia-se o registro dos imigrantes ou refugiados ao entrarem no país? Se vieram como refugiados poderiam mudar os nomes originais em suas documentações? Se existem os registros de entrada no país onde poderia procurá-los? Não tenho nenhum documento deles, pois deve ter ficado com algum dos dez filhos que tiveram provavelmente perderam. Os documentos que tenho, os sobrenomes diferem devido a erros no ato dos registros nos cartórios desta época.

Navio a vapor de 1898 com imigrantes europeus para o Brasil

Inicialmente é preciso dizer, que a grande maioria dos imigrantes do Brasil, chegaram ao porto do Rio de Janeiro. Ainda na época do Império foi organizada uma estrutura que tinha a incumbência, não só de recepcionar o imigrante em terras brasileiras, como também, a de buscá-los em solo europeu. Dessa forma existiram escritórios de agências de imigração brasileira em várias cidades da Itália, Portugal, Espanha, Prússia, Alemanha, Austria e etc., custeadas pelo Império e depois pela República. A Polônia, justamente neste periódo, estava invadida pelos três vizinhos e, portanto, estas agências estavam localizadas nas cidades dos territórios ocupados. Uma delas, bastante famosa era Lwów, que hoje por obra e graça de Stalin e os Aliados, deixou de ser uma cidade polaca para estar no território do Estado Ucraniano com o nome de Lviv.
Ilha das Flores, Baía da Guanabara, local de quarentena de imigrantes.
Quando os navios chegavam abarrotados de imigrantes (tal qual os navios negreiros, pois os brancos europeus também vinham confinados nos porões dos navios) aportavam, os imigrantes eram encaminhados para uma das ilhas da Baía da Guanabara. Na Ilha das Flores, eles eram registrados, colocados em quarentena (para tratamento de possíveis doenças que trouxessem) e obrigados a esperar pela designação da colônia onde seriam encaminhados. Uma vez sabido o destino, eles voltavam a embarcar em navios menores com destino aos Portos de Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul, Itajaí, Rio Grande e Vitória. O único navio que não atracou no Rio de Janeiro, indo direto para Santos, foi o primeiro da imigração japonesa. Todos os demais vindos da Europa aportavam no Rio de Janeiro.
Assim, o mais provável é que, se os ancestrais deste leitor foram assentados nas colônias de Irati, eles desembarcaram em Paranaguá e não em Itajaí. O Arquivo Público do Paraná, em Curitiba, tem um belo acervo sobre imigração. Contudo, devido a um incêndio nos anos 70, o Arquivo só possui fichas cadastrais de imigrantes até o ano de 1897. Depois deste data, tudo foi destruído.
Evidentemente, que entre os imigrantes haviam alguns refugiados políticos, mas na sua grande maioria, os imigrantes chegados ao Brasil entre 1824 a 1914, não eram refugiados. Simplesmente eram pobres trabalhadores dos campos ocupados pelas potências estrangeiras na Polônia. E no caso dos alemães e italianos, camponeses sem terra, devido ao processo de unificação realizado pelo prusso Von Bismark para a criação da Alemanha, em 1870, e por Vitório Emanuelle, rei de Savóia, para unificação dos reinos da "Bota" e criação do Estado italiano, também em 1870. Antes desse ano, não existia Alemanha e Itália, portanto. E a província e depois Estado do Paraná fazia fronteira com o Rio Grande do Sul, no rio Uruguai. Santa Catarina até 1917, era apenas o litoral. Dessa forma, muitos dos descendentes de imigrantes que atualmente estão no Oeste Catarinense, devem procurar registros de seu antecedentes em Curitiba e não em Florianópolis.
Os diferentes mapas da Polônia, nas linhas coloridas as demarcações de seus vários territórios

Em relação à imigração polaca, seu período culminante, foi entre 1890 e 1896. Período que ficou conhecido nos livros como "Gorącka Brazylijzka", ou "Febre Brasileira". Até 1900, a maioria dos imigrantes polacos iam da região Polaca da Silésia (Sudoeste) e da atual região Podkarpackie, então chamada de Galicia Austriaca. Depois da virada do século passaram a ocorrer com mais freqüência imigrações da região Leste da Polônia. Provavelmente, então, no caso dos ancestrais deste leitor, eles eram da região compreendida entre as atuais cidades de Siedlce, Lublin, Zamość.
Para aqueles que procuram os rastros de seus ancestrais é importante saber que para qualquer busca de documentos aqui na Polônia, é imprescindível ter em mãos, o nome e sobrenome do ancestral com a grafia correta em idioma polaco, o nome de seus pais, o ano de nascimento, a localidade e a paróquia onde nasceu.
O Arquivo Nacional brasileiro, talvez seja o único lugar no mundo, em que se possa encontrar informações sobre os imigrantes que chegaram no Brasil. O Arquivo fica no Rio de Janeiro e as pesquisas têm que ser feitas pessoalmente, pois não existem funcionários para ficar pesquisando sobre ancestrais de brasileiros que chegaram como imigrantes. Assim, o único jeito é ir até lá. No segundo andar é possível pesquisar o nome do navio, a lista dos passageiros do navio, a lista dos hospedes da Ilha das Flores. Há também nesta sala, uma série de armários de aço dos arquivos da Polícia Federal dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Estes arquivos contém pastas de todos os imigrantes que viviam no Brasil, no início dos anos 40. A Lei de Nacionalização do Presidente Getúlio Vargas, obrigava todos a comparecerem numa delegacia de polícia para se registrarem. Nestes registros, pode-se saber a cidade e localidade onde nasceu este imigrante na Polônia. Por outro lado é interessante começar o processo de buscas, pelos cemitérios onde estão enterradas estas pessoas. Nas lápides está escrito o ano de nascimento, coisa que não está na certidão de óbito, pois nesta só tem a data de morte. O ano de nascimento é muito importante para as buscas aqui na Polônia.
Assentamento sobre o nascimento do irmão do meu bisavô, na Paróquia de Dobre, em idioma russo.

Concluindo: sem ter o ano de nascimento, a paróquia, a localidade, o nome e sobrenome do ancestral, os nomes e sobrenomes dos pais deste ancenstral (grafados corretamente em idioma polaco - por exemplo: Pedro é Piotr) é praticamente impossível fazer qualquer busca nas igrejas, cartórios e arquivos na Polônia. Uma vez que se tenha todos estes dados e depois de encontrado o assentamento sobre o nascimento, é necessário fazer a tradução disto para o idioma polaco, pois muitas vezes os assentamentos estão em russo, alemão ou latim. Somente com a tradução feita por um tradutor juramentado, os cartórios polacos podem expedir a segunda via oficial, selada, carimbada da República da Polônia.