sexta-feira, 3 de abril de 2009

Faculdade da UJ será investigada

Instituto de Historia da UJ - Foto: Michal Lepecki

O Ministério da Ciência e Ensino Superior anunciou, ontem, que a Faculdade de História da Universidade Iaguielônia, envolvida no polêmico livro "Lech Wałęsa - Idea i historia", lançado pelo ex-aluno Paweł Zyzak será controlada em caráter extraordinário.
A Ministra Barbara Kudrycka assinou pedido à Comissão Estatal de Credenciamento para que se faça ainda em maio em caráter extraordinário verificação rigorosa nos procedimentos educacionais e metológicos, incluíndo análise de orientadores e examinadores das bancas de defesa de dissertações de mestrado e teses de doutorado levadas a efeito na Faculdade de História da UJ. Um reexame de tal magnitude é a primeira vez que é realizado numa faculdade, segundo, Mareck Rocki da Comissão Estatal de Credenciamento.
O Diretor da Faculdade e catedrático de história Prof. dr hab. Andrzej Banach diz não temer a comissão, pois apesar da dissertação de Zyzak ter sido aprovada, a Universidade não tem nada a ver se esta foi publicada em forma de Livro. Nem mesmo que o chefe da editora Arkana seja o orientador da dissertação do ex-aluno.

Mas a verdade é que já há tempos coisas estranhas têm acontecido naquela faculdade, como afastamento de professores com passado de colaboradores do regime comunista, ou da não aceitação de temas para dissertações e mestrados que não estejam de acordo com o que estudam e se especializam os orientadores. Um estudante candidato a mestre ou doutor não tem liberdade de escolha de tema, pode até sugerir mas se nenhum professor não estiver estudando o assunto, o estudante não conseguirá pesquisar e escrever o que deseja.
No caso de Zyzak, seu tema, eminentemente político e não científico, não só foi aprovado, como mais tarde o próprio orientador tratou de publicar em forma de livro. Muitos dos professores desta faculdade estão de alguma forma ligados ao partido de inclinação direitista PiS (Direiro e Justiça) dos irmãos Kaczyński.
Segundo o ex-diretor do Instituto de História da faculdade, prof. Piotr Franaszek, "se alguém escolhe escrever sobre limitados costumes isto não não significa que esteja de acordo com os critérios de uma tese histórica, mas que escreve um livro com intenções sensacionalistas. Para mim como historiador tal assunto sobre a biografia de Wałęsa não me interessa". Seja como for, o mesmo professor, enquanto diretor do Instituto, que era na época da defesa da dissertação de Zyzak, e ainda como membro do conselho da Faculdade, permitiu que o trabalho de Zyzak, baseado em fontes anônimas e com bibliográfia duvidosa fosse escolhida, escrita e defendida. E ele poderia ter impedido.