segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Negócios Polônia-Paraná

O volume de exportação do Paraná para a Polônia cresceu 80% em 2007. Em contrapartida a Polônia também quer ampliar este comércio bilateral com o Estado mais polaco do Brasil. Segundo Piotr Maj, conselheiro econômico da embaixada polaca no Brasil, o isolamento provocado pelo regime comunista está entre as causas que prejudicaram a relação entre a Polônia e os milhares de descendentes espalhados pelo mundo. E talvez isso explique o incremento no comércio entre os polacos de lá com os polacos daqui. Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram o incremento das trocas comerciais. Entre janeiro e outubro deste ano, o volume exportado pelo Paraná passou de 2,3 mil toneladas para 11,1 mil toneladas, aumento de 80%.
Segundo dados do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Embaixada da República da Polônia, as exportações do país para o Paraná também aumentaram 50% neste ano. Se depender dos polacos, o volume crescerá em ritmo ainda mais acelerado nos próximos meses. Três anos depois de ingressar na União Européia, a Polônia agora visa parceiros comerciais em outros continentes. De acordo com o Maj, a Polônia possui atualmente 14 zonas especiais de investimento, que contam com isenção fiscal, que pode corresponder a 50% do valor dos investimentos. Além disso, o baixo custo da mão-de-obra polaca em relação aos demais países da União Européia tem favorecido a chegada de novas empresas estrangeiras na Polônia. O que sem dúvida é um atrativo a mais para empresas brasileiras que desejam se estabelecer na Europa Central. Além de importante produtor de televisores e geladeiras, a Polônia é um importante produtor de fertilizantes e tenta conquistar uma fatia maior do mercado brasileiro. A indústria química CIECH, a maior da Europa Central, está abrindo um escritório em São Paulo e o Porto de Paranaguá, principal canal de entrada de fertilizantes no Brasil, em breve deverá sentir o aumento das importações desta empresa. A CIECH também fornece outros insumos importantes para lavoura de cana-de-açúcar e por isso a empresa deverá ter grandes parceiros no Paraná. Por outro lado, o Paraná pode se beneficiar com as exportações do setor agroindustrial para a Polônia, pois o país tem um potencial agrícola bastante forte.
Foto: Sede da Ciech em Varsóvia

Tréplica ao xenófobo brasileiro de Londres

Há mais de um mês publiquei aqui neste blog minhas reações a um comentário "infeliz" enviado para mim pelo amigo Solda, cartunista dos mais expressivos do Brasil, que mantém o blog mais lido do Estado do Paraná. Provocador por excelência, Solda havia recolhido o comentário de um xenófobo brasileiro publicado na Revista Playboy de outubro e quis saber minha reação. Confesso que, quando li o comentário daquele brasileiro de Londres, achei que estivesse assinado com um pseudônimo. Assim foi que andei ironizando o sobrenome do dito cujo.

Mas não é que finalmente o autor daquele infeliz comentário da Revista Playboy encontrou meu blog. E claro, começou por agredir uma de minhas leitoras.

Finalmente me enviou um e-mail com suas últimas considerações sobre os polacos, que concorrem com ele no mercado de trabalho inglês e mais uma vez, reafirmando sua posição equivocada, xenófoba, preconceituosa.

E pior é o ignorante que não têm ciência de sua própria ignorância.

O texto que segue é parte da resposta que enviei a aquele cidadão brasileiro ilegal - segundo as normas britânicas - que vive e trabalha naquele país. Para não causar uma série de intermináveis comentários e e-mails preferi apagar o nome deste preconceituoso das publicações anteriores e também desta. Primeiro para não causar constrangimento a centenas de brasileiros e italianos que possuem o mesmo sobrenome e segundo a ele próprio, porque é apenas mais um que na santa ignorância dos ingênuos agridem culturas, etnias e raças. E por isto mesmo não são importantes enquanto indivíduos. Mas que fazem parte de um grupo muito grande de pessoas que se acreditam melhores que os outros seres humanos. Por este modo de pensar e agir cometem os crimes da discriminação, do racismo e da exterminação de seus iguais.

Caro senhor

Pensei que seu nome fosse pseudônimo. Mas vejo que não! O senhor existe. O que é bom, pois significa que assume o que diz. Mas longe de prosseguir com uma discussão que tende a se pautar pela agressão gratuita, prefiro esclarecer fatos da história que talvez lhe sejam desconhecidos e que mesmo após três “post” onde busquei apontar a injustiça de seu infeliz comentário naquela revista de entretenimento masculino, parecem não ter sido compreendidos pelo senhor. Ou, o senhor não leu atentamente cada um deles, ou realmente além de suas posições equivocadas é também um analfabeto funcional. Mesmo desmentido pelo governo britânico, o senhor insiste em manter sua agressão gratuita aos polacos. As informações que busquei estão publicadas em revistas inglesas, que por sua vez refletem a posição do governo britânico a respeito da imigração polaca. Fiz isto justamente para contrapor seu “achômetro cientifíco”.

Devo dizer que só me decidi a contestar suas frases, por justamente, ofenderem grande parcela da população brasileira do Sul do Brasil, que descende da etnia polaca. As besteiras que o senhor diz eu ter escrito a seu respeito, partiram justamente de sua parte. Quero crer que por sua ignorância congênita.

Sinto pelo tom de seu e-mail, que não deves ser uma pessoa má, ao contrário, parece ser simpática. E é justamente por ter identificado esta simpatia é que estou “ganhando” o meu tempo em lhe replicar.

Sim, o senhor ofendeu não só os polacos nascidos na Polônia e que estão trabalhando na Inglaterra, mas a mim e a muitos dos brasileiros do Sul do Brasil que trazem no sangue esta marca étnica.

Conhecesse o senhor, um pouco da história da Polônia e da imigração polaca no Brasil, jamais teria dito: "e certifico que os poloneses são a raça mais preguiçosa que já vi! Muitas agências de empre­go te perguntam por telefone se você é polonês - se for, "no chance".Eles são arruaceiros, urinam em qualquer lugar, fumam e bebem feito loucos e vivem brigando com a polícia!”.

Isto porque, com um espaço de pelo menos 136 anos, o senhor repetiu as mesmas palavras que imigrantes alemães já assentados em Curitiba, na Colônia Pilarzinho, de 1871, gritavam contra as recém chegadas 32 famílias de polacos.

Sabe do que estavam fugindo estas famílias de polacos que chegaram a Curitiba?
De outros alemães que estavam assentados em Brusque, Santa Catarina. Imigrantes saxões, que com comentários preconceituosos indispuseram os recém-chegados com a população local. Por sua vez estes polacos chegaram a Brusque, em 1869, fugidos de uma opressão secular causada por outros alemães nas próprias terras da Polônia.

Vou lhe contar um pouco de história para o senhor entender que quando se fala de uma outra etnia é preciso ter cuidado.
Em 1795, russos, austríacos e prussos (os atuais alemães) invadiram ao mesmo tempo o Reino da Polônia. Ali permaneceram 127 anos tentando de todas as formas destruir a etnia polaca. O mais agressivo dos invasores foi o fundador do Estado alemão, o prusso Otto Von Bismarck com sua "Kulturkamp. Para o protestante Bismarck, o catolicismo era um elemento estranho que ameaçava a unidade do novo Imperio alemão (criado em 18 de janeiro de 1871). Os polacos católicos deveriam ser germanizados e obrigatoriamente convertidos ao protestantismo alemão. Os pangermanistas falavam com indignação dos «Daicz katolicki», polacos convertidos em cidadãos alemães, que ocupavam as terras a leste do rio Odra. Até o final do século 19, Tannenberg, representava o pangermanismo populista. Seus comentários racistas (para não dizer idiotas) eram de que "as moças polacas que chegavam a Alemanha para trabalhar arrumam logo um namorado alemão. Em seguida as núpcias são abençoadas por um padre católico e os filhos vão ser educados pela polaca. Assim o avô alemão é Schroeter, o neto se chama Szreda e é um agitador polaco de primera!"

Sabe o porquê desta discriminação?
Porque a monarquia polaca era a única há mais de 200 anos que possuía um Congresso Democrático (a primeira democracia do mundo após o renascimento). Os reis não eram absolutistas e tampouco coroados por hereditariedade. Não! Eles eram eleitos pelo Congresso, formado naqueles tempos por senhores feudais. Sim, porque era feudalismo o sistema existente na época. Os absolutistas russos, prussos (alemães) e austríacos durante 127 anos tentaram de todas as formas aniquilar a etnia polaca. Este sentimento alemão era compartilhado pelos russos e austríacos. Assim, os motivos principais da emigração de milhares de polacos foram causadas numa ação conjunta pelas três potências invasoras. Entre estas causas estavam:
De parte dos ALEMÃES
- Proibição da língua polaca nas escolas primárias, normais e secundárias. (Repetindo o que tinham feito no passado)
- Campanha sistemática para a “despolonização” dos nomes de acidentes geográficos, ruas, praças e até nomes e sobrenomes de pessoas. (Gdańsk virou Dantzig).
- Proibição para padres católicos proferirem sermões na língua polaca.
- Forte censura da imprensa polaca.
- Venda obrigatória das terras agrícolas dos polacos aos ocupantes.
De parte dos RUSSOS
- Proibição do idioma polaco nos atos oficiais.
- Perseguição da igreja católica e imposição da igreja ortodoxa.
- Proibição do idioma polaco nas escolas.
- Proibição aos polacos de ocuparem cargos na administração.
De parte dos AUSTRÍACOS
O Império austro-húngaro foi obrigado a fazer concessões para as nacionalidades que viviam em terras polacas. Viena renomeou a região dando-lhe o nome de Galícia e a transformou numas das regiões mais pobres e de maior atraso e estagnação do Império. Por volta de 1888, cerca de 50 mil galicianos morriam de inanição. A Galícia austríaca estava dividida em duas, uma na parte Ocidental com Cracóvia como centro e na parte Oriental, o centro com Lwów (hoje na Ucrânia).
Essa política de repressão comandada em conjunto pelos invasores causou enorme sentimento de revolta. Os polacos não ficaram de braços cruzados. Tentaram de todas as formas vencer os inimigos. Violentas revoluções em solo polaco contra o domínio invasor ocorreram nos anos de 1830, 1863, 1905 e 1920. Como resultado, milhares de polacos emigraram para as Américas (Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai). Bismarck criou uma Comissão Colonizadora para afastar os polacos de suas terras. A proletarização agrária do aldeão, nas regiões de domínio alemão se tornou assustadora, 41% da população rural, por volta de 1880, ficou sem terras. Com tamanhas atrocidades nada mais natural que os polacos tentassem escapar do flagelo, e a saída para milhões de polacos foi emigrar para as Américas, França e Austrália. Não lhes restava outra alternativa!

E o que aconteceu?
Ao chegarem a Santa Catarina e Paraná foram recebidos com pedras e comentários como aquele que senhor repetiu para a revista brasileira. Comentários mentirosos tanto antes como agora.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a derrota de alemães e austríacos, finalmente a Polônia pode voltar ao mapa da Europa como Estado independente. Mas infelizmente, mais uma vez, por pouco tempo. Os comunistas que haviam derrubado a monarquia na Rússia voltaram a atacar a Polônia. Desta vez sem sucesso. A Polônia com seu presidente e marechal Józef Pilsudski derrotou os russos. Aliás, na história da humanidade apenas uma nação ao entrar em guerra contra os russos passou pelos portões de Moscou vitoriosa, ou seja, a polaca. Nem mesmo Hitler, nem mesmo Ghengis Khan, nem o imnperador japonês, nem mesmo os americanos conseguiram algum dia tal feito. O Japão foi outra nação a vencer os russos em 1905, mas não entrou em Moscou. Os polacos venceram os russos e em 1612 e 1920 adentraram os muros da capital russa.

Mas quem disse que a vitória sobre Moscou daria tranqüilidade aos polacos?
Bastaram menos de 20 anos e lá vieram novamente alemães e russos para destruir a Polônia por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez quase conseguiram. No final de tudo, a Polônia perdeu mais que qualquer outro país envolvido na Guerra. Mais de 25% de sua população foi completamente dizimada, sua capital foi transformada em ruínas, sua população anteriormente multirracial tornou-se 100% polaca e seu futuro político foi determinado por potências estrangeiras sem a sua participação. Ao terminar mais uma guerra mundial, a hipocrisia dos aliados vencedores entregou a Polônia para o domínio comunista russo por mais de 40 anos. Cabe lembrar que os italianos de Mussolini estavam do lado de Hitler na tentativa de dizimar o povo polaco.

De um contingente inicial de cerca de um milhão de soldados, as perdas alcançaram 240 mil soldados mortos, 220 mil feridos (sendo que 75 mil morreram devido aos graves ferimentos) e foram feitos 620 mil prisioneiros polacos. Entre a população civil, as perdas, no período das ações bélicas, somaram 100 mil assassinados e outros tantos milhares de feridos. Os alemães ocuparam uma superfície de 188.000 km², habitada por 22 milhões de pessoas (18,5 milhões de polacos, 2,5 milhões de polacos de credo judaico e menos de um milhão de alemães. Cerca de 1,8 milhões de crianças foram mortas). Em toda a Europa viviam 8.861.800 judeus. Destes, os nazistas mataram 5.933.900, ou 67%. Na Polônia, que tinha decididamente o maior número, quase 4 milhões, mais de 90% foram mortos. O total de vítimas na Polônia chegou a 6 milhões de seus habitantes. Some-se a isto, mais de meio milhão de polacos católicos mortos na União Soviética. Da população que sobreviveu, cerca de 530 mil pessoas ficaram inválidas, 40.179 resultantes de experimentos médicos nos campos de concentração, 60 mil com debilidade mental e mais de um milhão de mortos após a guerra, de enfermidades contraídas no período. As perdas econômicas alcançaram 38% dos bens nacionais; 35% dos recursos da agricultura, 32% da indústria, mineração e energia; 30% das moradias e edifícios administrativos; 43% dos bens culturais e 60% dos bens de ensino. Os alemães obedeciam a um plano de exterminação biológica, econômica e devastação cultural que visava criar garantias para que essas forças não renascessem no futuro. Documento de 25/11/1939, de “estudiosos” alemães, registra a decisão de exterminação cultural: A intelectualidade tem que ser completa e urgentemente desalojada; como membros devem ser considerados: religiosos, professores, dentistas, veterinários, funcionários públicos superiores, escritores, jornalistas e todas as pessoas possuidoras de educação superior e média. As camadas inferiores, como trabalhadores urbanos e rurais devem permanecer no nível mais inferior possível. As crianças devem ser educadas no máximo até o décimo ano de vida. As universidades, escolas profissionais e médias foram fechadas. Foram destruídas 14 escolas superiores, 46 instituições científicas e 61 sociedades populares de ciência. Em 6/11/1939, 183 professores da Universidade de Cracóvia e da Academia Mineira de Katowice foram levados para os campos de concentração. No outono de 1940, foram assassinados 3.500 diretores. Em julho de 1941, foram fuzilados 25 professores da Universidade de Lwów junto a 26 familiares e 100 estudantes e mais 400 músicos, 343 atores, 413 escritores, além de 162 que acabaram morrendo por problemas mentais. Foram destruídos 15.000.000 livros, 27.000 bibliotecas, 75.000 manuscritos, 20.000 impressos antigos, 25.000 mapas, 300.000 itens gráficos, 30.000 fotografias de patrimônios históricos, obras de arte, retratos e 5.000 manuscritos musicais."

Contudo, apesar de todo o poderio germânico, os polacos destruíram mil tanques e veículos brindados, 350 canhões e morteiros, 350 aviões, 11.600 diferentes veículos mecanizados e 50 mil soldados nazistas.

Evidentemente não estou querendo dar lição de história ao senhor, estou apenas recordando o que foi a maior das tragédias da história da humanidade e que justamente foram os polacos as maiores vítimas dela. E em relação às suas palavras do porquê eu estaria me preocupando com os polacos: "Outra coisa que acho estranho,e o fato de vc ter nascido no Brasil,mas comprar briga que nao e sua!!!!!!Horas,meus avos paternos sao todos italianos,e eu nao dou a minima qdo alguem diz a respeito de italiano,pois sou brasileiro!!."

Quero lembrar aqui algumas palavras de um dos pais da psicologia moderna, Carl Jung: "Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo."
E mais uma frase que está na bíblia: "...recordai-vos dos feitos que vossos antepassados realizaram em seu tempo e merecereis uma grande glória e um nome eterno" (1 Mac.2:51).

Com estas duas citações quero dizer o porquê me considero polaqueiro, antes que brasileiro. Nas minhas origens eu sou polaco por parte de pai e mineiro (descendente de portugueses) por parte de mãe. Não! Polaqueiro não é uma etnia nova não! Pois creio que, nem mesmo o Brasil e os brasileiros ainda são uma etnia. Como também, os brasileiros não são uma raça, palavra que equivocadamente o senhor usou para se referir aos polacos, na verdade apenas, seus concorrentes no mercado de trabalho britânico. Sim, porque pelo que entendi seu descontentamento com os polacos tem mais a ver com o mercado de trabalho (escasso para os ilegais desde a chegada dos legalizados polacos) do que realmente com o fato deles serem segundo o senhor "preguiçosos e desordeiros". Palavras suas e não dos governos inglês e irlandês.
Os dados que coloquei no meu blog, para contestar sua desavença em relação ao valor das horas trabalhadas pelo senhor, são procedentes de fonte oficial e não baseadas em “chutômetria brasileira”. Sim, sua questão é puramente salarial, senão vejamos suas frase: “Falar o que se pensa ai do outro lado do mundo e facil,dificil e estar aqui,e saber que um profissonal cobra em torno de £12 por hora de trabalho,mas os nossos amigos polacos podem cobrar ate £5,pelo mesmo trabalho!!Sentiu a diferenca!!!.

Para finalizar, gostaria de sugerir que o senhor voltasse a ler meus "posts” dos dias 25 e 27 de outubro... Lendo, compreendendo e aceitando as informações do governo inglês, o senhor verá como foi injusto com um povo, com uma etnia, que sofreu horrores na história e que transformou o Sul do Brasil numa das regiões mais ricas e trabalhadoras do mundo. Conhecesse um pouco da história dos três estados do Sul e a contribuição que a etnia polaca deu para o desenvolvimento do Brasil, creio que jamais o senhor teria feito comentário tão desairoso aos polacos de Londres. Saberia por exemplo, que alguns dos municípios do Sul do Brasil possuem em média 95% de suas populações como sendo de origem polaca. Saberia que Curitiba - a cidade modelo, a capital européia do Brasil - é considerada a terceira cidade polaca em todo o mundo. Perdendo apenas para Chicago e Varsóvia. Saberia que dois terços dos curitibanos têm sangue polaco correndo em suas veias. Saberia que por causa dos polacos do Sul do Paraná, dois governadores cravaram uma chancela para o "Estado do Paraná: Aqui se Trabalha."

Para que esta comunicação não suscite mais polêmicas entre nós e tampouco ofensas, seu nome não está sendo publicado aqui. Creio que os dados que acrescentei nesta tréplica vão ser úteis também aos meus leitores.

P.S. Passe muito bem no seu retorno ao Brasil. Espero que possas encontrar um trabalho onde lhe paguem o que o senhor merece.

Varsóvia estaria mais conservadora?

Estátua em homenagem a Varsóvia, próximo ao Rynek da cidade velha
Pela primeira vez Varsóvia registra diminuição no nascimento de crianças nascidas fora do casamento. Segundo um estudo publicado pela publicação "Życie Warszawy" (jitchie varchavi - vida em Varsóvia) nasceram 18,5% de crianças filhas de pais solteiros, enquanto a média nacional é de 18,9%. Comparando com outras cidades, os varsovianos estão tendo filhos dentro do casamento. A cidade onde nascem mais crianças fora do casamento é Gorzów Wielkopolski (gojuf vielcopolsqui) com 36% em relação a todos os nascimentos da cidade. Em seguida estão: Szczecin (chtchetchin) com 33,2%; Łódź (uudji) com 27,6%; Gdańsk (gdanhsk) com 25,1%; e Katowice (catovitsse) com 25%. Há quase 100 anos, os varsovianos sempre estiveram entre aqueles que romperam tabus e regras morais na Polônia. Ter filhos fora do casamento, num país fervorosamente católico, sempre foi visto com sinal de desajuste social. Desde 1970, os índices de nascimentos fora do casamento foram aumentando ano a ano. Naquele ano, de todos os nascimentos ocorridos na Polônia, 5% tinham ocorrido fora do casamento. Trinta anos após o índice chegou a 12%. Seis anos depois o índice já beira os 19%. Para a Prof. Hanna Świda-Ziemba, socióloga e pedagoga da Universidade Varsóvia, sublinha que o concubinato é cada vez mais normal na Polônia. Os jovens por sua vez, dizem que ter filhos sem casar, depende do parceiro e do grau de confiança e não de papéis e documentos sociais.