segunda-feira, 26 de maio de 2008

Proposto boicote ao festival Eurovisão

Maryla Rodowicza - Foto: Krzysztof Jarosz

Uma das maiores intérpretes da música popular da Polônia propõe um boicote ao Festival Eurovisão encerrado no sábado em Belgrado na Sérvia com a vitória do russo Dima Bilan e a última colocação da representante da Polônia, a estadunidense Isis Gee.
"A Polônia nunca ganha este concurso. Por que? Porque não se escolhe para ele ninguém com válida artisticidade, aquilo é somente um arranjo entre vizinhos". Foi o que afirmou Maryla Rodowicza ao jornal "Fakt", apelando que se boicote o Festival mais importante da televisão Européia.
"Eu retiraria os artistas deste festival", afirma a indignada artista depois da derrota da representante da Polônia, Isis Gee. A cantora polaca está cansada das humilhações que experimentam os artistas polacos nesta competição. "Nós não temos chances, porque este é um festival político. Não tem substância artística, porque todos os países votam em seus vizinhos. Até mesmo a fraca canção espanhola teve a maioria dos pontos da vizinha Andorra" - explicou Rodowicz.
Embora as apresentações dos representantes da Polônia e Grã Bretanha terem sido boas do ponto de vista artístico, elas ficaram na duas últimas posições entre 25 países concorrentes. Só votaram na Polônia, os emigrantes polacos que trabalham na Inglaterra e Irlanda. Em nenhum outro país, a representante conseguiu votos. Por sua vez, a quase totalidade das ex-repúblicas soviéticas participantes no concurso votaram em favor do cantor russo. Não porque ele fosse o melhor, mas porque era o vizinho mais importante.
Maryla não está sozinha em sua opinião, também a cantora Irena Santor está indignada "Eu assisti, e vi o quanto nossa cantora foi prejudicada. Como prova, mostrou no Eurovisão que tem voz boa e musicalidade, o que não impediu a derrota", declarou Irena. "Aquilo conta só o circo. Este nem mesmo o grupo Abba ganharia, como fez anos atrás. Agora o que vale são as cambalhotas e não a música".
Também a crítica espanhola está contra a forma como são escolhidos os ganhadores. Não existe um júri especializado, mas apenas telespectadores que enviam seus votos via SMS ou telefone. "Isto não é um festival de música. San Remo, por exemplo, apesar de seus defeitos é muito mais um festival de música", disse um produtor musical, no debate que se seguiu à transmissão desde Belgrado, na TVE Internacional. Para os debatedores, a prova maior de que o festival é decidido pelos vizinhos é que o representante espanhol no Festival Eurovisão (o ator argentino, Rodolfo Chic Chic, que faz sucesso na Espanha como comediante) recebeu 12 pontos (máxima pontuação por país) da vizinha Andorra e acabou ficando na décima sexta posição. Rodolfo não é cantor e a canção não era música, mas uma pantomima com ritmo de reggaeton.
Mas outra questão que ficou sem resposta, em vista dos votos da Polônia serem apenas da Irlanda e Inglaterra, é quem realmente vota. Seriam telespectadores do próprio país que gostam dos vizinhos, ou imigrantes do país votado? Seja como for o Festival Eurovisão terá como sede ano que vem Moscou em sua edição de número 54. Festival Eurovisão da Canção, criado em 1956, é um concurso anual de canções transmitido pela televisão com participantes de diversos países cuja televisão nacional transmissora é membro do EBU - European Broadcasting Union. O concurso é transmitido pela televisão e pelo rádio e mais recentemente também pela Internet. O nome do concurso deriva da palavra Eurovision que é a primeira palavra da rede de televisões européias: a European Broadcasting Union (EBU). Qualquer membro da EBU pode participar no concurso, mesmo que não seja um país europeu. Isto inclui países africanos e asiáticos tais como Israel, Marrocos, ou Armênia. O Líbano pensou em participar em 2005, mas desistiu, pois não queria transmitir a atuação de Israel.

Carro com seguro mais barato

A principal manchete do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, 26 de maio de 2008 é Auto taniej ubezpieczę - Asseguro mais barato um carro. E a foto do sorridente piloto de Fórmula 1, o cracoviano Robert Kubica levantando o troféu de segundo colocado no grande Prêmio de Mônaco. Curiosamente, o polaco que chegou na frente de Felipe Massa está apenas dois pontos do brasileiro na classificação geral.
Mas os portais dos principais jornais do Brasil, nesta segunda-feira, mencionam apenas que o polaco chegou em segundo e mais nada. Não se dignam a escrever pelo menos três frases sobre o desempenho de Kubica na prova. Naturalmente que os espaços da imprensa brasileira devam ser para os três brasileiros e para o vencedor. Mas parece haver um deliberado descaso com o piloto mais regular da temporada. Mesmo sem ter vencido ainda um Grande Prêmio, Kubica é o quarto melhor classificado com 32 pontos. Lewis tem 38, Raikkonen 35 e Massa 34. O jornal "O Globo" na seção pilotos escreve que Kubica nasceu em Krakau, quando poderia escrever em português Cracóvia, ou em polaco Kraków. Por que será que está escrito em alemão? Por que copiou do site da BMW?
Kubica (pronuncia-se cubitssa) já tem dois segundos lugares e alguns terceiros. Daqui a pouco ele ganha um Grande Prêmio e aí a imprensa brasileira (atrasadinha) vai fazer a mesma coisa que fez quando Guga Kuerten venceu a primeira vez Roland Garros: surpreender-se!