sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Polaco é morto pela polícia no Canadá

Foto: Paul Pritchard

Robert Dziekański, polaco de 40 anos, que acabará de desembarcar no aeroporto internacional de Vancouver, no Canadá, vindo da Polônia, é filmado por um câmera amador. Logo depois destas cenas onde parece estar confuso, contrariado e nervoso, ele seria morto por policiais da alfãndega canadense por disparo de arma elétrica. Dziekański foi dado como morto ainda no aeroporto. Desde que este tipo de arma começou a ser usada, 18 pessoas já morreram no Canadá e outras 70 nos Estados Unidos. A arma descarrega choque elétrico, que segundo a teoria paralisa o indíviduo, cessando a comunicação do cérebro com o resto do corpo. Dziekański era da cidade de Pieszyc e viajava ao Canadá para morar com sua mãe. Era a primeira vez que ele viajava de avião. Depois de esperar por mais de 10 horas a liberação de sua bagagem na esteira do aeroporto de Vancouver, ele começou a se desesperar. Um mulher tentou se comunicar com ele, desconhecendo o idioma polaco, perguntava em inglês para o nervoso passageiro se era russo que ele falava. As primeiras palavras do Ministério de Relações Exteriores, através do Embaixador da Polônia Piotr Ogrodzinski, ao tomar conhecimento do fato e ver as imagens do vídeo foram uma só: Estamos chocados! Ouvida pelo canal de televisão canadense CBC, a mãe do morto declarou que a polícia tratou seu filho como bandidos. A autópsia comprovou que o pedreiro polaco de 40 anos não estava drogado, nem alcoolizado. O video amador feito por Paul Pritchard mostra os minutos em que o passageiro nervoso andava de um lado para o outro buscando ajuda. A polícia que também não soube reconhecer o idioma polaco, repetia que precisava de um tradutor russo. Ao final, eles dispararam com a arma de choque e a vítima em convulsão e morre.


E nesta sexta-feira mais dois polacos morreram no exterior. Dois trabalhadores rurais numa colheita de frutos em Huesca, na Espanha, de 46 e 41 anos morreram queimados no incêndio do barraco onde dormiam em meio a plantação. Segundo a Polícia, o incêndio deve ter sido provocado por cigarro. Ainda não se tem maiores informações a respeito e a polícia espanhola só repete que o caso será investigado. São quase três milhões os polacos que estão trabalhando em outros países da União Européia.

A esquerda volta ao governo

Waldemar Pawlak do PSL (Partido do Camponês Polaco) é empossado como vice-premeiro ministro e ministro da economia. Pawlak é o representante da esquerda na coalizão de centro-direita/esquerda do governo de Donald Tusk. Pawlak já foi duas vezes primeiro-ministro da Polônia. A primeira vez em junho de 1992, ele não conseguiu formar seu gabinete. Em 1993, foi nomeado pelo então Presidente Lech Wałęsa (lérrrhhh valensa), mas acabou não recebendo apoio do ex-lider do Solidariedade. Em 1995, Wałęsa dissolveria o parlamento se Pawlak não fosse mantido. Mas Pawlak acabou renunciando em 1° de março de 1995, sendo então substituído pelo ex-comunista Józef Oleksy. Pawlak foi eleito presidente de seu partido, o PSL em 1991, e foi lider na Câmara dos deputados por duas legislaturas. Foi substituído na liderança por Jarosław Kalinowski depois de ter perdido a convenção dentro do próprio partido. Mas reassumiu o posto de presidente do PSL em 2005. Ainda em 1995, Waldemar Pawlak tentou a presidência da República, mas recebeu apenas 4,3% dos votos do eleitorado, atrás do eleito Aleksander Kwaśniewski, de Wałęsa, Kuroń e Olszewski. Pawlak possui um sítio de 17 hectares em Kamionka, Płock. O que para a realidade agrária da Polônia é uma grande propriedade.

Tusk já é o primeiro-ministro

Donald Tusk (primeiro à esquerda) e os 18 novos ministros de governo da Polônia, na posse no Palácio Presidencial de Belwedere. Foto: Konrad Żelazowski
Mais de 60% dos polacos ouvidos numa pesquisa de opinião esperam que Donald Tusk e seu ministério possam terminar seu mandato. Que não ocorra o mesmo que sucedeu com Jarosław Kaczyński (iarossuaf catchinhsqui), que ao ver sua coalizão de governo rompida por escândalos se viu obrigado a convocar novas eleições parlamentares com dois anos de antecedência. E o que é pior, conhecido os resultados o ex-primeiro ministro não foi reeleito deputado. E assim nem é mais primeiro-ministro nem é deputado e, portanto, está alijado do Congresso Polaco pelos próximos dois anos. A pesquisa da empresa PBS DGA foi encomendada pela Rádio Polska (rádio pública nacional). Porém, 24% dos polacos nem querem que Tusk assuma o cargo de primeiro-ministro a frente da coalizão PO (Partido da Plataforma da Cidadania – centro direita) e PSL (Partido do Camponês Polaco - esquerda). Estes, evidentemente são os órfãos do extrema direita PiS (Partido da Lei e Justiça) dos gêmeos Kaczyński.Para 44% dos Polacos este governo PO-PSL não vai conseguir mudar o panorama do desemprego no país, enquanto 33% acredita que vai cair e 13% que vai aumentar o número de desempregados. Entre outras perguntas a pesquisa quis saber o que os polacos pensam da corrupção. E as respostas foram: 42% pensam que nada vai mudar nesse novo governo, 18% acredita que a corrupção vai aumentar com Tusk e 32% que a seriedade da coalizão PO-PSL vai enfrentar e diminuir a corrupção na Polônia. A pesquisa ouviu 1000 pessoas adultas em várias cidades do país.

E o dia se fez alvíssimo

Foto: Ulisses Iarochinski
Pela janela do meu quarto, no Przegorzały, em Cracóvia, era esta a visão logo de manhã. O pínus que ainda conservava um pouco de verde ficou mais do que literalmente branco... ficou alvísssimo. A subida da montanha está intransitável, nada que se move sobre rodas consegue chegar. Descendo ou subindo a pé, a probabilidade de levar alguns escorregões a 7 graus negativos é muito grande.