No dia anterior, contudo, em Nice, na França, junto a Nicolas Sarkozy havia dito que se os planos para as bases na Polônia e Tcheca prosseguissem, ele instalaria sua base em Kaliningrado. Sarkozy em coro, afirmou que as bases Norte-americanas nos dois países membros da União Européia era uma idéia péssima. O único a chamar a atenção do presidente de turno europeu, de que ele primeiro teria que ouvir os países membros sobre o assunto, foi Lech Wałęsa.
A declaração de Miedwiediew é um gesto com endereço certo: o presidente eleito Barack Obama. O presidente russo, durante a reunião do G20, na Casa Branca, assinalou que a Rússia tem esperança que as boas relações de governo com a administração de Obama conduzam a uma melhoria nos entendimentos russos-americanos.
"Não faremos nada antes da América dar o primeiro passo" - disse Miedwiediew, expondo seu pensamento de que "temos chance de resolver este problema, ou chegar a um entendimento global sobre os sistemas antimísseis, ou então - no mínimo - encontrar a solução que dê uma resposta a Federação Russa". Miedwiediew declarou ainda que "ao primeiro sinal dado pela próxima administração Norte-americana de Barack Obama, estaremos pronto a resolver este problema e assinar um acordo conjunto". O presidente russo se disse pronto para um encontro com Obama sem pauta e qualquer pré-condição. "E conto com o retorno da confiança mútua entre a Rússia e os Estado Unidos", acrescentou.
Antes de encerrar seu pronunciamento comentou sobre a situação no Cáucaso e assinalou que a Rússia não pretende voltar atrás em sua decisão de reconhecer a independência da Osetia do Sul e a Abchazia. Disse que a Rússia está pronta para normalizar as relações com a Geórgia, mas "não com o atual regime, pois este cometeu crimes."
Barack Obama tem uma dura etapa pela frente. Nos Estados Unidos começa a se ouvir que o país deveria desistir da instalação das bases antimísseis na Polônia e República Tcheca e buscar melhores relações com a Rússia."Quando já esteja governando, Obama terá que reconstruir as relações americano-russas. Deveria estar pronto para rever os planos do sistema de defesa antimísseis na Europa Central", publicou num artigo de sua redação o jornal "Boston Globe". Por sua vez, O "The New York Times" publicou que "Obama pode tentar um novo entendimento para acalmar as relações com a Rússia, começando pela entrada dos russos na Organização Mundial do Comércio e de comum acordo resolver a questão das bases antimísseis. Precisa detalhar, por exemplo, que a base antimísseis na Polônia, nada mais é do que defesa da Europa ante um ataque nuclear do Irã."