quarta-feira, 31 de março de 2010

Onde anda Alicja Janosz?


Será que o público alinda se lembra de Alicja Janosz? Ela apareceu no programa "Idol", transmitido na Polônia pela TV Polsat. Vencedora do programa de novos talentos da música, logo gravou um álbum e depois desapareceu do show business.
Dia desses Ala foi convidada do programa "Pytanie na śniadanie", na Polsat. Contou que o desaparecimento não é de todo verdade, afinal acabou de gravar um CD com a banda deWroclaw Hoodoo Band. Sua música é uma mistura de R'n'B, funk e jazz. Segundo as fofocas Aicja está envolvida amorosamente com o baterista da banda, Bartosz Niebielecki.


Assista a Banda Hoodoo com Alicja:

terça-feira, 30 de março de 2010

Hitler, uma gracinha de criança

A professora doutora Regina Przybycien, da Universidade Federal do Paraná, vem há cerca de 4 anos ministrando aulas de literatura brasileira na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. A professora passa seis meses na Polônia e os demais em Curitiba orientando mestrandos e doutorandos.
Apesar da intensa atividade ainda encontra tempo para traduções de obras importantes polacas para o português. Já participou de algumas publicações fazendo o que mais gosta: poesia.
É de Przybycien a tradução do poema abaixo da poeta cracoviana e Prêmio Nobel de Literatura, Wisława Szymborska. A poeta polaca estava lá quando as tropas nazistas invadiram seu país.


Primeira foto de Hitler

E quem é essa gracinha de tip-top?
É o Adolfinho, filho do casal Hitler!
Será que vai se tornar um doutor em direito?
Ou um tenor da ópera de Viena?
De quem é essa mãozinha, essa orelhinha, esse olhinho, esse narizinho?
De quem essa barriguinha cheia de leite, ainda não sabemos:
de um tipógrafo, padre, médico, mercador?
Quais caminhos percorrerão estas pernocas, quais?
Irão para o jardinzinho, a escola, o escritório, o casório
com a filha do burgomestre?

Anjinho, pimpolho, docinho de coco, raiozinho de sol,
quando chegou ao mundo um ano atrás,
não faltaram sinais na terra nem no céu:
gerânios na janela, um sol primaveril,
a música de um realejo no portão,
votos de bom augúrio envoltos em papel crepom rosa.
Pouco antes do parto, o sonho profético da mãe:
sonhar com uma pomba - sinal de boas novas,
se for pega - vem uma visita muito esperada.
Toc, toc, quem é, é o coraçãozinho do Adolfinho que bate.

Fralda, babador, chupeta, chocalho,
O menino, com a graça de Deus e bate na madeira, é sadio.
parecido com os pais, com um gatinho na cestinha,
com os bebês de todos os outros álbuns de família.
Não, não vai chorar agora,
o fotógrafo atrás do pano preto vai fazer um clique.

Ateliê Klinger, Grabenstrasse Braunau.
E Braunau é uma cidade pequena, mas respeitada,
firmas sólidas, vizinhos honestos,
cheiro de massa de pão e de sabão cinzento.
Não se ouve o ladrar dos cães nem os passos do destino.
Um professor de história afrouxa o colarinho
e boceja sobre os cadernos.



Pierwsza fotografia Hitlera

A któż to jest ten dzidziuś w kaftaniku?
Toż to mały Adolfek, syn państwa Hitlerów!
Może wyrośnie na doktora praw?
Albo będzie tenorem w operze wiedeńskiej?
Czyja ta rączka, czyja, uszko, oczko, nosek?
Czyj brzuszek pełen mleka, nie wiadomo jeszcze:
drukarza, konsyliarza, kupca, księdza?
Dokąd te śmieszne nóżki zawędrują, dokąd?
Do ogródka, do szkoły, do biura, na ślub
może z córką burmistrza?

Bobo, aniołek, kruszyna, promyczek,
kiedy rok temu przychodził na świat,
nie brakło znaków na niebie i ziemi:
wiosenne słońce, w oknach pelargonie,
muzyka katarynki na podwórku,
pomyślna wróżba w bibułce różowej,
tuż przed porodem proroczy sen matki:
gołąbka we śnie widzieć - radosna nowina,
tegoż schwytać - przybędzie gość długo czekany.
Puk, puk, kto tam, to stuka serduszko Adolfka.

Smoczek, pieluszka, śliniaczek, grzechotka,
chłopczyna, chwalić Boga i odpukać, zdrów,
podobny do rodziców, do kotka w koszyku,
do dzieci z wszystkich innych rodzinnych albumów.
No, nie będziemy chyba teraz płakać,
pan fotograf pod czarną płachtą zrobi pstryk.

Atelier Klinger, Grabenstrasse Braunau,
a Braunau to niewielkie, ale godne miasto,
solidne firmy, poczciwi sąsiedzi,
woń ciasta drożdżowego i szarego mydła.
Nie słychać wycia psów i kroków przeznaczenia.
Nauczyciel historii rozluźnia kołnierzyk
i ziewa nad zeszytami.


Wisława Szymborska
Tradução de Regina Przybycien

segunda-feira, 29 de março de 2010

Kubica, a surpresa de Melbourne

Foto: Mark Baker

A imprensa, TV, rádio e Internet começaram a segunda-feira, na Polônia só falando com magnífico, santo e milagroso Robert Kubica (pronuncia-se Cutssa - atenção Seo Galvão Bueno, a sílaba forte é a BI e não a CU... a maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto....).
Não é para menos, com tantos campeões mundiais, pose-positions e até Schumacher (não se pronuncia chumaquer, schumarrer) na pista, quem iria apostar no polaco com uma desacreditada Renault?
Pois é, o cracoviano Kubica na mais espetacular prova de Fórmula 1, desde a morte de Airton Senna da Silva e as aposentadorias de Alain Prost, Nigel Mansel e do também tricampeão Nelson Piquet de Souto Maior (pai), foi a maior surpresa e até para Leme.

Já a imprensa francesa escreveu: "Magnifique, Fantastique, Kubica"

sábado, 27 de março de 2010

A maior paixão de Cristo é na Polônia

Quadro de Kalwaria Zebrzydowska de séculos atrás, do artista Rydolf Alt

Dias atrás, uma televisão brasileira mostrou uma reportagem sobre representação da Paixão de Cristo. A repórter afirmou que a gradiosidade da representação teatral dos últimos dias de Jesus Cristo, mais antiga e monumental acontece numa pequena cidade da Alemanha. Depois mostrou Nova Jerusalém, no agreste pernambucano, como a maior representação da Paixão em todo o mundo.
Erraram duas vezes, a TV e a repórter. E tudo por ignorância, ou para atender algum apelo promocional, seja alemão (O papa atual nasceu na Alemanha), ou pelos atores globais que participam da representação em Pernambuco.
Na verdade, a mais antiga, longa e ocupando a maior área de representação, acontece na Polônia, mais precisamente em Kalwaria Zebrzydowska (pronuncia-se calvária jebjidóvsca), distante 20 km de Cracóvia.
Foi ali, que o menino Karol Wojtyła foi despertado para sua vocação sacerdotal, por exemplo. Junto com os pais, o "futuro" papa de "uno paese lontano" acompanhava todos os anos a representação da Paixão, na cidade, distante 40 km, da sua terra natal, Wadowice.
Este ano, como em todos os anteriores, por quase meio milênio, a pequena Kalwaria vai ser pequena para abrigar tantos peregrinos, fiéis e turistas, em mais de uma semana de representação da Paixão.
Nesta sexta-feira, cerca de 300, destas milhares de pessoas, sairam da igreja de São José, em Cracóvia, em direção a Kalwaria Zebrzydowska.
Os andarilhos peregrinos, equipados com uma lanterna, luzes de refletor e bastões para caminhadas em montanhas, marcharam durante toda a noit,e em grupos de dez pessoas, pelas pequenas colinas do trajeto entre as duas cidades. Mas não só de Cracóvia estão partindo andarilhos. Também partiram outros fiéis, das localidades de Tyniec, Skawina, Radziszów, Chożyny, Podolany e Leńcze, nos arredores de Cracóvia.
O primeiro grupo de peregrinos a chegar a Kalwaria, na manhã deste sábado, foi o organizado pela Associação de Peregrinos Andarilhos "Primavera".
Outros grupos de localidades mais distantes, como Częstochowa, Varsóvia e Gdańsk estarão chegando durante o dia. Muitos saíram de suas casas há mais de uma semana, já que fizeram também o percurso à pé, e Suwalki, por exemplo, está distante de Kalwaria mais de 700 km.
A representação da Paixão acontece nesta cidade de pouco mais de 4 mil habitantes em volta da Basílica Matky Boskiej Anielskiej e outras 42 capelas e igrejas utilizadas para o percurso de Jesus Cristo, desde o local da sua condenação, até o Monte Calvário. Os percursos da Paixão são divididos em 28 estações de Cristo e 24 estações de Maria.
O chefe da voivodia (Estado) de Cracóvia, Mikołaj Zebrzydowski depois de ter fundado a pequena cidade, em 1602, começou a representação da Paixão de Cristo, em 1617. Como Papa, João Paulo II visitou duas vezes Kalwaria, nestas ocasiões pronunciou as seguintes frases sobre o local. Disse ele em 7 de junho de 1979:

"Kalwaria ma w sobie coś takiego, że człowieka wciąga. Co się do tego przyczynia?
Może i to naturalne piękno krajobrazu, który się stąd roztacza u progu polskich Beskidów..."
(Calvária tem algo sobre ela que atrai o homem. O que contribui para isso? Talvez seja a beleza natural da paisagem, que está se oferecendo aqui no começo das montanhas polacas Beskydy...)

Em 19 de agosto de 2002:
„Przybywam dziś do tego Sanktuarium jako pielgrzym, tak jak przychodziłem tu jako dziecko i w wieku młodzieńczym. Staję przed obliczem kalwaryjskiej Madonny, jak wówczas, gdy przyjeżdżałem tu jako biskup z Krakowa, aby zawierzać Jej sprawy archidiecezji i tych, których Bóg powierzył mojej pasterskiej pieczy. Przychodzę tu i jak wtedy mówię: Witaj! Witaj, Królowo, Matko Miłosierdzia!" (Hoje, venho a este santuário como um peregrino, como vim aqui quando era uma criança e adolescente. Estou diante da face da Madona de Calvária, como quando vim aqui como bispo de Cracóvia, quando confiei os assuntos da Arquidiocese e agora isto, como aqueles assuntos que Deus confiou aos meus cuidados pastorais. Eu venho aqui e assim eu digo: Bem-vindo! Salve Rainha, Mãe de Misericórdia!)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Recordar é Saga

Ulisses Iarochinski, na praça do Rosário, para a Telewizja Polska, 2001

Logo após o lançamento de meu livro "Saga dos Polacos - a Polônia e seus emigrantes no Brasil", uma equipe da TVP-Telewizja Polska foi a Curitiba gravar um programa especial comigo. Deram título do meu livro para o nome do programa. Meses depois, o programa foi ao ar pela TVP canal 2. Ano mais tarde foi repetido na TVP canal 1. Passaram-se alguns anos e aquele programa mostrando além do meu livro, a diversidade étnica cultural de Curitiba foi ao ar mais duas vezes, uma na TV Polonia Internacional e na TV Kultura (mais recentemente).
Dias atrás um dos integrantes daquela equipe, o jornalista Krzysztof Kępa, reencontrou-me através da Internet. Restabelecemos o contato perdido há nove anos. Krzysiu enviou-me uma série de fotos. Algumas delas coloco abaixo para apreciação dos leitores deste blog.

Com o cinegrafista Artur da TVP, no lago do Parque Tanguá, em Curitiba

Sendo gravado por duas TVs, a TVP da Polônia e a TV Bandeirantes de Curitiba.
Pode-se ver ao fundo o Krzysztof e o Artur.

Entrevistando o diretor do programa Stanisław Wolny para a TV Bandeirantes, sob os olhares da estátua do Semeador, na Praça Eufrazio Correia, em Curitiba

Sendo entrevistado por Wolny para a Telewizja Polska, na Praça Osório

Concerto maravilhoso em Curitiba


Adam Makowicz


Krzysztof Jablonski

Cudowny, wspanialy... palavras polacas para expressar o que de miraculoso e maravilhoso foi o concerto em dose dupla, na noite desta quinta-feira, no Teatro Guairão, em Curitiba.
Adam e Krzysztof foram além da emoção, da técnica e da perfeição. Poucas vezes, ou nunca... Curitiba ouviu Chopin...ou mesmo dois "alquebrados" pianos tanta maravilha. Muita gente, com sangue polaco correndo nas veias, saiu do "espatáculo" com tanto orgulho de suas origens vistulanas, odranianas, wartanianas.
Bardzo dziekuje Adasiu i Krzysiu!!!

Mais de duas mil pessoas tiveram o previlégio de assistirem gratuitamente o concerto. Aqueles que se atrasaram, ou deixam tudo para última hora perderam talvez a maior emoção de 2010 em suas vidas.


Como a TV curitibana não tomou conhecimento do concerto vai aí uma amostra da genealidade de um dos polacos presente no youtube:

quinta-feira, 25 de março de 2010

Chopin Dose dupla no Guairão

Com lotação esgotada desde semana passada, apresentam-se nesta quinta-feira, no Guairão, em Curitiba, dois dos maiores pianistas polacos da atualidade.
Adam Makowicz é considerado um dos 5 mais importantes pianistas de jazz do mundo e Krzysztof Jablonski (pronuncia-se kjichtóf iabuonhsqui) tem levantado platéias na Europa pelo seu virtuosismo. Ganhador de vários prêmios internacionais, Krzysztof se uniu a Adam para juntos dividirem o mesmo palco e interpretarem composições de Fryderyk Chopin.
Mesmo com a concorrência do mais importante festival de teatro da América Latina, os mais de 2 mil lugares do Teatro Guaíra, assistiram um concerto raro: dois pianistas tocando juntos, um no estilo clássico e outro no estilo jazzístico.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Atriz polaca bate record no teatro

Foto de Jacek Łagowski

40 papéis num único espetáculo é provavelmente um recorde mundial. A responsável pelo feito é atriz polaca Katarzyna Kwiatkowska. O resultado de seus esforços pode ser visto em "Wielki apetyt" (Grande apetite) no teatro Studio Buffo, de Varsóvia, a partir de amanhã.
Está na moda em Varsóvia recrutar pessoas para trabalhar no teatro, rostos conhecidos da televisão. O polêmico apresentado de "talk show", Kuba Wojewódzki, por exemplo, pode ser visto em "Zagraj to jeszcze raz, Sam", no Teatr 6.
A qualidade teatral com isto não é o que se pode chamar de excelência, mas tem atraído multidões.
A recordista Katarzyna Kwiatkowska, embora tenha se formado na Academia de Teatro de Varsóvia, é mais conhecida pelo quadro "mulheres famosas" do programa "Szymon Majewski Show", onde participa ao lado de nomes como Doda, Krystyna Janda e Katrazyna Cichopek.
A apresentação de "Grande apetite", é um marco teatral sem dúvida. Entre os tantos personagens, ela interpretará Ásia, atriz desempregada que foi abordada no restaurante e faz reservas por telefone. O restaurante está na moda e ela é cercada por pessoas que tentam conseguir uma mesa e para isso usam até de ameaças. Mas ela fará o papel tambpem do colérico patrão, do chefe, de um francês, da esposa de um colega de trabalho, do pai do personagem principal, de uma assistente da cantora Edyta Gorniak, do secretário de sheik árabe, um japonês e até de Jolanta Kwaśniewska (esposa do ex-presidente da República, Aleksander Kwaśniewski).

segunda-feira, 22 de março de 2010

Exposição sobre Polański


O Museu de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji) reuniu uma impressionante coleção de cartazes de filmes de Roman Polański, entre eles muitos, desenhados por famosos artistas de vários países.
Os cartazes, fotos, e filmes do cineasta polaco, que continua em prisão domiciliar na Suíça, estão numa exposição itinerante que foi aberta ano passado e chegou na Alemanha este mês. Começou em Gdynia de 14 a 27 de Setembro, depois esteve em Łódź de 8 de Outubro de 2009 a 5 de fevereiro de 2010; em Leipzig de 14 a 28 de outubro; em Halle de 29 de Outubro a 18 Novembro; em Leipzig e Halle, a exposição aconteceu durante o festival de cinema polaco "filmPOLSKA", realizado naquelas cidades alemãs; e desde 27 de maio, está no Museu de Cinema de Düsseldorf. Nesta cidade a exposição permanece até 20 de maio de 2010).
Na exposição é possível ver o jovem Romam em fotos e filme do diretor Andrzej Wajda de 1954. No filme do mestre ele é ator e faz o papel de Mundek.


Romam como Mundek, ao centro
Pokolenia - (1954)

Diretor: Andrzej Wajda
Roteiro: Bohdan Czeszko
Fotografia: Jerzy Lipman
Cenários: Roman Mann
Música: Andrzej Markowski
Elenco: Tadeusz Łomnicki, Urszula Modrzyńska, Tadeusz Janczar, Roman Polański (Mundek), Ludwik Benoit, Zofia Czerwińska , Zbigniew Cybulski, Tadeusz Fijewski, Hanna Skarżanka, Kazimierz Wichniarz, Wiesław Gołas, Kazimierz Kutz, Jan Machulski, Franciszek Pieczka.

Nasce o diretor
Seu primeiro filme ainda em 1957 já revelava o gênio do cinema polaco e um dos maiores da história do cinema mundial.

Rozbijemy zabawę - (1957)

Diretor: Roman Polański
Roteiro: Roman Polański
Fotografia: Marek Nowicki, Andrzej Galiński
Música: Krzysztof Komeda
Montagem: Halina Prugar, Janina Niedźwiecka
Diretor de produção: Maciej Żuralski
Produção: PWSF

P.S. Quem sabe a exposição não possa vir ao Brasil. Os quatro Estados do Sul a receberiam muito bem, nas comemorações dos 90 anos de estabelecimento de relações diplomáticas Brasil- Polônia.

sábado, 20 de março de 2010

Batalha pelo Hotel Forum de Cracóvia

Foto: Michał Łepecki


Os arquitetos estão procurando uma maneira de proteger o edifício do Hotel Forum de Cracóvia da demolição. Embora tenha sido um erro construí-lo do outro lado do rio Vístula e praticamente de frente para a colina de Wawel, onde estão o Castelo Real e a Catedral Metropolitana da cidade, o prédio do hotel é representante da arquitetura moderna da cidade. Membros da Comissão Municipal de Arquitetura Urbana estão decididos a respeitar a opinião dos arquitetos que não desejam a demolição do prédio condenado.
O Hotel Forum permanece como um resto modernista do comunismo russo no setor histórico de Cracóvia. Concluído em 1998, o hotel tem 280 quartos distribuídos por seis andares. As formas angulares parecem derivar da curva do rio Vístula, com janelas em ângulo para o sol. Cada andar possui um ângulo de inclinação que os afasta do rio, permitindo assim um sombreamento em relação ao Sul. O prédio passa por um processo de deterioração desde que foi fechado por problemas estruturais.


Este é o primeiro caso em Cracóvia, onde os planejadores, com base nos instrumentos de direito local, a fim de proteger a instalação, consideraram um exemplo magnífico da arquitetura contemporânea da cidade. Cidade esta tombada pelo patrimônio histórico mundial, pelo conjunto arquitetônico de seu centro medieval.
Segundo alguns especialistas é importante mudar a consciência dos moradores da região de Cracóvia, que em sua maioria desanconselham a construção de edificações modernistas, ou contemporâneas no entorno e dentro do patrimônio mundial. Ninguém na cidade quer que aconteça o que ocorre em Varsóvia, há alguns anos, com a construção de arranha-céus futuristas. O que significa dizer que, a capital polaca mais parece com Dubai, a nova Xangai, ou o Catar.
Mas a filial local da Associação dos Arquitetos Polacos está trabalhando na criação de uma arquitetura contemporânea na região da Małopolska e que também precisa ser protegida, pois não se vive permanentemente no passado.

Foto: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 19 de março de 2010

Abertura do Ano Chopin para gaúchos


Foto: Cristine Rochol

Em Porto Alegre, o StudioClio – Instituto de Arte e Humanismo, com o apoio do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, acontece neste 19 de março a abertura do Ano Chopin 2010, no Estado do Rio Grande do Sul.
O recital inaugural é com a consagrada pianista brasileira Olinda Allessandrini. No programa da pianista, serão apresentadas algumas das mais célebres páginas de Chopin, como a Balada nº1, a Fantasia-Improviso, a Polonaise “Heróica”, o Estudo “Revolucionário”, o 2º Scherzo, além de uma seleção de prelúdios, mazurkas, valsas e noturnos. O programa forma contrastes que alternam lirismo e drama, momentos de virtuosidade e melodias inesquecíveis.
Nascida em Caxias do Sul, Olinda Allessandrini é uma destacada pianista, professora e pesquisadora musical. Graduou-se em piano na Universidade de Caxias do Sul, e mais tarde aperfeiçoou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obtendo medalha de ouro em virtuosidade. Seu repertório vai do barroco aos contemporâneos internacionais, mas tem especial dedicação à música brasileira e gaúcha.
Atua tanto como solista como com grupos, tendo realizado diversas viagens pela América do Norte e Europa. Na Alemanha participou do seminário internacional Fronteiras Culturais (Berlim, 2004), do festival Brasilianische Impressionen (Berlim, 2005) e do Festival de Piano de Heidelberg (2006), além de ser presença assídua em recitais e concertos no seu estado natal e em outras partes do Brasil.
Obteve prêmios em concursos de piano e hoje é convidada para integrar bancas acadêmicas e ser jurada em concursos de música. Entre os prêmios conquistados pela solista destacam-se três prêmios Açorianos por contribuições várias à música brasileira. Com Hella Frank (violino) e Inge Volkmann (violoncelo) formou o Trio Elas por Elas, dedicado à música de compositoras.
Olinda tem diversos CDs gravados, é professora requisitada, foi colaboradora dos jornais NH, ABC e Zero Hora, e escreveu capítulos para os livros Pampa e Cultura, A face oculta da criação e O piano na música brasileira. Durante quatro anos apresentou o programa semanal Panorama da Música do Brasil e das Américas, na Rádio da UFRGS. Na sua discografia estão obras de Villa Lobos, Radamés Gnattali e Araújo Vianna, além de vários outros, e gravações como solista convidada de importantes orquestras.
Promovida pelo StudioClio em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura – PMPA, a série Orfeão é um programa de concertos que valoriza músicos e músicas de Porto Alegre, com repertórios locais e internacionais. Os concertos primam pela exposição e compreensão da linguagem musical, com diversos recursos didáticos. Este concerto possui também o apoio do Consulado da República da Polônia em Curitiba.

Programa
I PARTE
Seleção de Prelúdios, op. 28
Nº 4, em mi menor
Nº 8, em fa sustenido menor
Nº 13, em fa sustenido maior
Nº 12, em sol sustenido menor
Nº 24, em re menor
Scherzo nº 2, em si bemol menor, op. 31
Balada nº 1, em sol menor, op. 23
Noturno em do menor, op. 48 nº 1
Dois Estudos:
op. 25 nº 1, em la bemol maior, ” da Harpa ”
op. 10 nº 12, em do menor, ” Revolucionário ”
II PARTE
Duas Mazurkas:
op. 17 nº 4, em la menor
op. 7 nº 1, em si bemol maior
Fantasia – Improviso, op. 66, em do sustenido menor
Valsa Póstuma, em mi menor
Polonaise em la bemol maior, op. 53, ” Heróica ”

quarta-feira, 17 de março de 2010

Cardeal Dziwisz repreende Padre Natanek


O Cardeal metropolitano de Cracóvia, Stanisław Dziwisz repreendeu o padre de extrema-dieita e ultranacionalista, Piotr Natanek. Famoso por seus rompantes discursos no púlpito das igrejas e nos microfones da Rádio Maria. Natanek prega a conversão dos judeus e por exigir do governo polaco que reconheça Jesus Cristo como Rei da Polônia.
Natanek, por sua posição ultraconservadora tem sido convidado para celebrar missas e dar palestras no exterior. Já esteve na Inglaterra e Estados Unidos pregando o fim dos símbolos maçônicos, a conversão dos judeus ao Cristianismo e que todas as posses de presidente, primeiro-ministro, presidentes do senado e da câmara sejam feitas diante de um monumento de Jesus Cristo, a ser construído em Varsóvia.
A Cúria de Cracóvia Curia, ano passado criou uma comissão teológica para examinar se a tese proclamada pelo padre Natanek são coerentes com os ensinamentos da Igreja. Descobriu-se que não. Mas nenhuma atitude foi tomada. Agora diante da quantidade de emails e cartas que o Cardeal Dziwisz tem recebido, o ex-secretário particular do Papa João Paulo II resolveu se manifestar e censurando as palavras, ações e discursos do padre da pequena cidade de Grzechyn próxima a Maków Podhalański.

terça-feira, 16 de março de 2010

Guetto de Lublin colorizado

Fot. M. Kirnberger/DHM, BERLIN

A foto colorizada do guetto de Lublin, mostra a Ulica Szeroka (rua Larga), que atualmente ainda existe naquela cidade do Leste da Polônia.

Há 68 anos o guetto de Lublin foi liquidado. A comemoração acontece nesta terça-feira no Centro Cultural Brama Grodzka Teatr NN. E o ponto principal ponto das comemorações este ano é o lançamento do álbum de fotos coloridas tiradas do gueto de Lublin, durante a II Guerra Mundial. Seu autor é Max Kirnberger soldado da Wehrmacht, que as fez enquanto andava pelas ruas do gueto. Tirou fotos das pessoas, dał vida diária daqueles prisioneiros.
Max possui um conjunto de fotografias que agora fazem parte do acervo do Kirnberger Deutsches Historisches Museum, em Berlim.
O Teatro NN selecionou algumas destas fotos e as publicou em seu site, e agora publica as reproduções num álbum impresso.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Chopin em dose dupla em Curitiba


Em comemoração aos 200 anos do nascimento de Fryderyk Chopin

Adam Makowicz e Krzysztof Jabłoński
Dia 25 de março de 2010 às 20h00 - Guairão

Entrada franca, os ingressos estão a disposição no link do teatro:

Ouça uma das interpretações clicando aqui

Programa do concerto Chopin em Dose Dupla

- Prelude Op. 28 No. 24- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude Op. 28 No. 24- (Adam Makowicz)
- Prelude E minor Op. 28 No. 4- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude E minor Op. 28 No. 4- (Adam Makowicz)
- Prelude G major Op. 28 No. 3- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude G major Op. 28 No. 3- (Adam Makowicz)
- Ballada G minor Op. 23- (Krzysztof Jabłoński)
- Ballada G minor Op. 23- (Adam Makowicz)
- Prelude A flat major Op. 28 No. 17- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude A flat major Op. 28 No. 17- (Adam Makowicz)
- Latino No. 2 for two pianos- (Juntos)

Intervalo

- Scherzo B flat minor Op. 31- (Krzysztof Jabłoński)
- Polonaise A flat major Op. 53- (Krzysztof Jabłoński)
- Living High in Manhattan- (Adam Makowicz)
- Sunset over the Hudson- (Adam Makowicz)
- Interface- ((Adam Makowicz)
- Prelude A major Op. 28 No. 7- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude A major Op. 28 No. 7- (Adam Makowicz)
- Mazurka Op. 17 No. 4 for two pianos- (Juntos)


Adam Makowicz
Makowicz nasceu na Silésia tcheca, filho de pais polacos. Mas 1946, a família fixou-se na Polônia. No início, estudou com sua mãe pianista e cantora e depois nas escolas de Rybnik, Katowice e Cracóvia. Aos 15 anos já demonstrava fascínio pelo jazz, mas na Polônia comunista, o jazz era proibido. Adam estava cada vez mais impressionado a liberdade e a improvisação do ritmo afro-americano. Aos 18 anos abandonou a escola, a família e seguiu o caminho do jazz. Naquela época, frequentava o lendário Jazz Klub Helicon, em Cracóvia. Junto com Tomasz Stańko criou o "Jazz Daring's", primeiro duo de jazz na Europa. Em 1977, por recomendação de Benny Goodman e de Willis Conover fez uma turnê de 10 semanas nos Estados Unidos, onde gravou seu primeiro álbum solo: "Adam" pela CBS Columbia.
No ano seguinte, voltou aos Estados Unidos e tocou nos mais importantes festivais e clubes como Greenwich Village Cookery Club e Newport Jazz Festival de Rhode Island. Sua primeira apresentação no Carnegie Hall foi no concerto em memória de Errol Garner. Tocou com Benny Goodman, Herbie Hancock, Earl Hines, Freddie Hubbard, Sarah Vaughan, George Mraz, Al Foster, Jack DeJohnette, Teddy Wilson, Charlie Haden e George Shearing. Apresentou-se com a National Symphony of Washington, a London Royal Philharmonic Orchestra, a Moscow Symphony Orchestra, e a Warszawa Filharmonica. Adam Makowicz recebeu do governo da Polonia a condecoração “Oficial da Cruz do Mérito” Makowicz foi incluído no seleto grupo de 400 emigrantes polacos mais influentes nos últimos 400 anos da história de Estados Unidos. Durante seis anos consecutivos Adam Makowicz foi eleito pela revista “Jazz Forum,” como o “Pianista número um do jazz”.

Krzysztof Jablonski
Krzysztof Jabłoński nasceu em Wrocław, na Polônia. Começou seus estudos de piano aos 6 anos de idade com a profa. Janina Butor e graduou-se na Academia de Música de Katowice. Foi aluno de Andrzej Jasiński e fez seu primeiro concerto com orquestra aos 12 anos. Recebeu o terceiro prêmio no Concurso Internacional de Piano Fryderyc Chopin, em Varsóvia, a medalha de ouro do Concurso Arthur Rubisntein, em Tel Aviv, e o "Jorge Bolet" da Walter Naumburg Foundation International Piano Competition de Nova Iorque, entre outros.
Em 1999, formou com o celista Tomasz Strahl, o “Chopin duo”. Desde 2004, faz parte do ”Warsaw Piano Quintet” que foi fundado por Wladysłav Szpilman,em 1962. De 1999 a 2006, Jabłoński colaborou com o Teatro Wielki de Varsóvia tocando para o ballet "Fortepianissimo". Em 2005, Jabłoński se apresentou na Filharmonia Narodowa de Varsóvia com a Orquestra Século XVIII sob direção de Frans Brüggen e mais tarde sob a regência de Andrey Boreyko. Com Orquestra do Festival Grand Teton Music Festival, tocou no concerto de Shostakovich n.1 para piano e orquestra. Krzysztof Jablonski fez várias gravações na Alemanha, Polônia e Japão, além de três Cds com os Estudos, Prelúdios e Improvisos.
Desde 1994, Jabłoński é professor de piano. Inicialmente na Academia de Música em Wrocław e depois na Academia de Música de Katowice. Atualmente é professor da Academia de Música F. Chopin de Varsóvia. Em 2005, Jabłoński foi membro do júri do XV Concurso Internacional Fryderyk Chopin de Varsóvia, do Concurso Internacional Chopin na Ásia e do Sétimo Concurso Chopin nos Estados Unidos.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Curso de idioma polaco em Curitiba


O leitor Carlos P. Surek informa sobre as inscrições para o curso de idioma polaco que será promovido pela Braspol Núcleo Santa Cåndida, na antiga Colônia Santa Cândida, atual bairro na região Norte de Curitiba.
aulas serão ministradas no Casarão da Sagrada Família, ao lado do Colégio Estadual Santa Cândida, na tua Theodoro Makiolka, n. 81.
As aulas serão sempre aos sábados, no horário das 14:00 às 16:00 horas. Taxa mensal de 10,00 reais por família.
Início das aulas acontece em abril.


TELEFONES:
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quinta-feira, 11 de março de 2010

Onde se nasce e se vive mais

O Banco Mundial reúne dados sobre todos os países do planeta. Em seu site é possível observar dados comparativos entre todos os países. Entre tantos dados selecionei as taxas de fertilidade da mulheres, ou número de filhos por mulher e a expectativa de vida em anos do Brasil, Polônia e dos países com maiores e menores índices.

Taxa de fertilidade - nascimentos por mulher
Polônia - 1.31
Brasil - 1.9
Estados Unidos - 2.1
Niger - 6,95
Macao (China) - 0,95

Expectativa de vida - em anos
Polônia - 75.1
Brasil - 72.3
Estados Unidos - 78
Niger - 42.1
Hong Kong (China) - 82.3

quarta-feira, 10 de março de 2010

Jornal polaco condenado por ódio

Alicja Tysiac

No dia 5 de março, a Corte de apelação de Katowice confirmou a condenação do semanário católico polaco "Gość Niedzielny" e de seu proprietário, ou seja, a arquidiocese de Katowice, a pedir perdão e o pagamento de indenização a Alicja Tysiac. Por sua parte, o jornal publicou comentário sobre a sentença assim: “consideramos este julgamento injusto e limitador da liberdade de palavra”... “Esta sentença da Corte de apelação constitui um perigoso precedente pelo que os Tribunais podem decidir sobre como deve ser o campo editorial no âmbito dos princípios éticos e morais”...“Isso comporta não só uma séria limitação da liberdade de palavra, mas também uma séria limitação do direito dos católicos a participar no debate público”, acrescentou.
O episódio de Alicja Tysiac, cidadã polaca, mãe de dois filhos nascidos por cesárea e afetada por retinopatia progressiva, começou quando, ao se dar conta de uma gravidez, dirigiu-se a um ginecologista pedindo autorização do aborto por causa de seus problemas com a vista.
O ginecologista excluiu desde o início qualquer vínculo causal entre a gravidez e uma eventual piora da miopia, descartando assim a possibilidade de abortar, que na Polônia só se concede em caso de estupro, má-formação congênita ou risco para a vida da mãe, o que deve ser comprovado por dois especialistas.
A mulher dirigiu-se em seguida a quatro especialistas (três oculistas e um segundo ginecologista) que não viram em sua gravidez um perigo para sua vista; apenas um médico geral aceitou assinar o certificado autorizando o aborto.
A senhora Tysiac teve portanto a criança com parto por cesárea em novembro de 2000. Em seguida, teve uma piora da vista e decidiu dirigir-se à Corte Europeia dos Direitos Humanos.
A 20 de março de 2007, a Corte Europeia dos Direitos Humanos emitiu uma sentença de condenação do Estado polaco, multando-o em 25.000 euros, pelo fato de que suas leis nacionais coloquem limites à possibilidade de abortar.
"Gość Niedzielny" publicou artigos sobre a questão, que teriam ofendido a senhora Tysiac, que se dirigiu ao tribunal local. Este, a 23 de setembro de 2009, ordenou ao semanário que pedisse publicamente perdão por sua “linguagem de ódio” e pela “comparação feita com os crimes nazistas”.
O jornal católico recorreu, rechaçando todas as acusações e sustentando que não tinha tido a intenção de ofender a senhora Tysiac, mas queria apenas lutar pelos direitos dos não nascidos. Nesse contexto, o semanário tinha escrito que “o aborto implica o assassinato de crianças inocentes, e a mãe que aborta realiza um homicídio”.
Enquanto isso, Alicja Tysiac, converteu-se em instrumento de luta a favor do aborto, até o ponto de ser apoiada por numerosas representantes das organizações feministas de toda Europa, que vieram manifestar sua solidariedade perante o tribunal de Katowice.
“Este veredito nos faz ver como o lobby pró-aborto tenta introduzir às escondidas na Polônia o aborto por requerimento”, disse o bispo Józef Kloch, porta-voz do episcopado polaco, comentando o veredito da Corte de apelação.
Notícia distribuída pela agência Zenit- Vaticano

terça-feira, 9 de março de 2010

Biskupin sempre foi eslavo


Biskupin é um sítio arqueológico e também uma reconstrução em tamanho real de um assentamento fortificado da Idade do Ferro na Polônia, na voivodia de Cujávia-Pomerânia. Faz parte do grupo Biskupin pertencente à cultura Lusaciana. O Museu está situado em uma península pantanosa no lago Biskupin, cerca de 90 km a Nordeste de Poznan, 8 km a sul da vila de Żnin. Biskupin faz parte do museu arqueológico estatal polaco. Todos os anos, durante uma semana é realizado um festival.
O local foi escavado a partir de 1934 por uma equipe da Universidade de Poznan, liderada pelos arqueólogos Józef Kostrzewski (1885-1969) e Rajewski Zdzisław (1907-1974). O primeiro relatório foi publicado em 1936. No início de 1939, 2500 m² haviam sido escavados.
A escavação logo se tornou parte da consciência nacional polaca, um símbolo das conquistas dos antepassados eslavos em tempos pré-históricos. O sítio foi logo chamado de "Pompéia polaca". A existência de uma fortaleza pré-histórica, a 70 km da fronteira alemã, mostrou que na pré-história os polacos tiveram que se proteger de invasores e saqueadores saxônicos da Idade do Ferro.
Quando os alemães nazistas ocuparam a Polônia, no outono de 1939, Biskupin se tornou parte da Warthegau, uma área que nacionalistas alemães alegavam ter sido "saxônica" desde a Idade do Ferro. Mas as evidências eslavo-polacas encontradas nas escavações comprovam que as terras a Leste do Rio Odra tambêm sempre foram polacas apesar dos "cientistas" alemães como Gustaf Kossinna, em sua obra "Das Weichselland, ein uralter Heimatboden der Germanen", publicada em Leipzig, Kabitzsch, em 1919, ou seja, mais de uma década antes das primeiras escavações em Biskupin.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dzień Kobiet - Mulher Mulher


Como a canção, "dizem que a mulher é o sexo frágil. Mas que mentira Absurda!" Mulher! Mulher! Do barro De que você foi gerada Me veio inspiração Prá decantar você Nessa canção..." em tempos de grandes triunfos de Justyna Kowalczyk, que faz o que os homens não podem fazer, as mulheres ainda gostam de dizer como é bom que existem e que elas são mulheres.
Mas que me "perdoem as feias" como dizia o poetinha, neste dia consagrado a mulher internacionalmente, o meu parabéns e brinde vai para a musa das pistas e dos corações de todos os polacos. Com este sorriso, estes olhos e esta garra descomunal Justynka é a consagração da fibra da mulher.

sábado, 6 de março de 2010

Expedição resgate de tradições musicais

Ano passado um grupo de estudantes de música das Universidades Adam Mickiewicz de Poznań e de Wrocław estiveram no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sob coordenação da Prof. dr Hab. Bożena Muszkalska vieram em busca das raízes musicais dos imigrantes polacos. Durante quase dois meses colheram depoimentos e registraram suas passagens por Curitiba, São José dos Pinhais, São Mateus do Sul, Aurea, e São Bento do Sul, além de Foz do Iguaçu. No vídeo abaixo mostraram brasileiros que ainda conservam muitas das tradições polacas trazidas por seus ancestrais. Uma delas, o ato de ainda falarem no idioma polaco. Falar que muitas vezes denuncia um biliguismo e a criação de palavras que não se encontram nem no idioma polaco, nem no português. Característica do processo de assimilação e adaptação cultural que sobrevive depois de várias gerações.


O grupo de estudantes de doutorado e mestrado em música era composto de Stanisław Annusewicz, Renata Chunderbalsingh, Gabriela Gasek, Agata Klonecka, Filip Lutowski, Michał Pieczka, Tomasz Polak, Łukasz Smoluch e Sônia Eliane Niewiadomski (brasileira de Cruz Machado e estudante do curso de Letras-Polaco da UFPR, que acampanhou o grupo durante toda a expedição) .

Lançamento em Curitiba


sexta-feira, 5 de março de 2010

Caminhos do Sul


As estudantes de jornalismo da Universidade Luterana do Brasil, de Porto Alegre, Eliza Maliszewski e Renate Melgar estão fazendo pesquisas sobre os polacos no Brasil, especificamente no Rio Grande do Sul e a terra natal delas Dom Feliciano, cidade gaúcha com predomínio da etnia polaca. Evidentemente que elas ainda não foram tocadas pelo uso adequado e correta da palavra polaco. Assim, abrindo uma excessão bastante grande, o texto abaixo, que foi publicado por elas no blog criado para acompanhamento de suas pesquisas, permanece com o termo galicista "polonês":

"Para conhecer a si mesmo é preciso, antes, conhecer o seu povo"

Os primeiros imigrantes poloneses chegaram em 1869 e estabeleceram-se no Sul do Brasil, enfrentando todas as dificuldades de uma terra deserta e tomada pela mata. No Rio Grande do Sul, eles estão espalhados pelos quatro cantos, como no município de Dom Feliciano, onde as tradições estão bem vivas na Casa de Cultura do Imigrante Polonês e no grupo Solidarność (em português Solidariedade). Os membros apresentam danças típicas e, junto com entidades, promovem eventos como o powieczorek (café da tarde) e obiad (almoço), que reúnem a população e reacendem nos jovens o sentimento dos antepassados.


Grupo Solidarność - Foto: Luciana Rembowski

O jornalista paranaense Ulisses Iarochinski, neto de poloneses, mora na Polônia há sete anos e estuda sobre a polêmica “Polaco x Polonês” no Sul do Brasil em sua tese de doutorado na Universidade Jagiellonski, em Cracóvia. Ele lamenta não ter tido acesso às tradições dentro de casa, mas a curiosidade e as origens falaram mais alto:
Um dia, em Curitiba, uma senhora descendente da quinta geração, chamou-me de "polaco estragado", porque eu não sabia nada da cultura. Corri atrás. Hoje sei muita coisa, inclusive aprendi o idioma que os filhos daquela senhora ainda não sabem, nem parecem ter interesse. - relembra.
Muitos produtos surgiram na Polônia e, no entanto, poucas pessoas têm conhecimento. Por exemplo: a cerveja foi criada lá e não na Alemanha, assim como a vodca, que é polonesa e não russa. A comemoração do Natal em 25 de dezembro foram os poloneses católicos que trouxeram. Antes o Brasil dos portugueses celebrava a data no dia 6 de janeiro.
Um dos moradores mais antigos do município de Áurea, André Stawinski, 88 anos, só se comunica no idioma de origem. Vovô Stawinski, como é conhecido, não esconde as lágrimas ao relembrar o passado. Ele conta que, na zona rural polonesa, havia muita gente pobre e, seguidamente, bandos de crianças maltrapilhas e famintas vinham pedir um pedaço de pão. A situação estava difícil. Foi, então, que se começou a falar em emigração. De todos os lados vinham chegando ecos de que nas Américas havia terras de sobra para quem quisesse. De acordo com Stawinski foram tempos tristes e, até hoje, a saudade é a pior vilã:
− Quando chegamos aqui não tinha nada. Meu pai queria voltar, mas não tínhamos dinheiro. Passei muita fome, mas consegui meu espaço e formar minha família. O pior é a distância da Polônia. Meu último desejo seria ver aquele céu de novo − emociona-se.
Existem raros estudos sobre a imigração e costumes poloneses e a dificuldade em encontrar dados verídicos é grande. Conhecer sua história é o anseio do homem desde que nasce, assim como, descobrir o porquê dela. Pensando nisso a paulista Silvia Parapinski dedica suas horas vagas a alimentar um site e pesquisar a genealogia. Silvia mantém arquivos digitais de cartas dos antepassados enviadas aos parentes na Polônia, mas que nunca chegaram aos seus destinos. Ela relata que o objetivo é reunir muitos descendentes e trocar histórias:
− Montei o grupo em 2003 e foram entrando pessoas. Alguns se tornaram grandes pesquisadores. Passamos a ajudar outros e hoje somos mais de 500 participantes. É nossa vida, nossa origem. Somos todos frutos da mesma árvore - afirma.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Capoeira do Paraná em Poznań


O jornalista polaco Robert Domzal, que escreve em jornais da voivodia da Wielkopolska sobre a parceria entre as cidades de Poznań e São José dos Pinhais. As duas cidades irmãs criaram cada uma, comitês de geminação, ou seja de cidades gêmeas e o intercâmbio tem funcionado regularmente. Já estiveram em São José dos Pinhais missões universitárias e empresárias e em Poznań já passaram alunos de música e professores de dança. Agora é a vez de um instrutor de capoeira.
Domzal escreve que, alunos do Liceum Geral Estudantil em Puszczykowo estudam capoeira, uma espécie de dança e luta brasileira. o instrutor é Robson Pinheiro, faixa marron, conhecido como Duende e um dos 10 melhores em sua categoria.
Segundo Tomaz Morawski, diretor do setor de promoção da Prefeitura em Poznań, Pinheiro chegou a Polônia a convite da cidade polaca pelo acordo de cooperação com o
brasileiro município de São Jose dos Pinhais.
No Brasil, a capoeira é praticada por aproximadamente 20 milhões de pessoas, Há vários anos está ficando cada vez mais popular na Europa. A estada na Polônia para Robson Pinheiro, em primeiro lugar tem o objetivo de popularizar esta arte de luta.
Mestre nesta arte conhecida pelo toque dos instrumentos e a simultaneadade dos movimentos da luta, Pinheiro, recomenda que é necessário no mínimo de dois a três anos de fundamentos para se atingir a primeira faixa. Assim aconteceu com o próprio Robson Pinheiro.
A capoeira é uma arte de luta com aproveitamento de elementos da dança. E uma maravilhosa forma de movimentos, que ajuda no equilíbrio e também ensina os elementos de autodefesa.
No Brasil, ele também trabalha com a juventude de periferia, a qual graças a capoeira se apresentam ricamente. O Brasileiro também está lecionando sua arte para o grupo de Mosina.

terça-feira, 2 de março de 2010

Os premiados do Festival de Gdynia

Lankosz à esquerda recebe o troféu - Foto: Jacek Łagowski

Boris Lankosz foi aclamado já em sua estreia, com seu filme "Rewers". Conquistou vários Leões de Ouro do Festival de Cinema Polaco de Gdynia, além da Águia de Melhor Filme.
O prêmio de melhor diretor, no entanto foi para Wojciech Smarzowski por seu "Dom zły" (Casa Má).
"Não disse nada de novo. Ao fazer filmes para o público, as concessões são sempre o mais importante", afirmou Smarzowski ao receber seu troféu.
Lankosz, por sua vez, considerado a revelação do ano, teve 13 nominações e conquistou 8 prêmios, incluindo figurino, cenário, música e roteiro. "Casa Má" recebeu três prêmios, e o filme "Wojna polsko -ruska" de Xawery Zulawski recebeu dois troféus.
Os prêmios de melhor atriz foi para Agata Buzek por seu papel em "Rewers" e Boris Szyc, que atuou em "Wojna polsko -ruska" recebeu o de melhor ator. O de atriz codjuvante foi para Anna Polona de "Rewers" e bastante surpreso Janusz Gajos recebeu o de melhor ator codjuvante por "Dom zły".

segunda-feira, 1 de março de 2010

Heroína polaca em Vancouver

Foto: Kuba Atys

Claro que as Olimpíadas de Inverno, que se realizaram em Vancouver, no Canadá, não poderiam acabar sem um feito extraordinário da Super Justyna. A bela polaca é umas das atletas mais perfeitas do mundo. A prata que havia ganho há uma semana não fazia juz à sua perfomance. A medalha de ouro deste sábado, na a prova de esqui corta-mato de 30 quilômetros, só restabeleceu a ordem no panteão dos heróis e heroínas como ficou muito mais bonito com Justyna Kowalczyk.
A esquiadora polaca já era campeã mundial da modalidade, e conquistou o ouro ao disputar com a norueguesa Marit Bjoergen, nos momentos finais da pista de Whistler. A norueguesa já tinha conquistado três medalhas de ouro nos Jogos. Justyna ainda ganhou outras duas medalhas. Sai de Vancouver com 4 medalhas no peito. Fazendo companhia a ela, o herói nacional, em fim de carreira, o tetracampeão mundial, Adam Małysz, ganhou duas de prata, e Tomasz Sikora, uma verdadeira surpresa, ganhou uma de bronze.
Segundo, Piotr Nurowski, chefe do Comitê Olímpico Polaco, os vencedores ao chegarem em casa, receberam como prIemio adicional as importâncias: 250 mil złoty pela medalha de ouro, 150 mil pela de prata e 100 mil por cada uma de bronze para Jutyna Kowalczyk, 300 mil pelas duas de prata para Adam Małysz e 75 mil zł para cada um da equipe que ganhou a de bronze.