terça-feira, 10 de junho de 2008

Podolski: meu coração é polaco

Foto:Marek Biczyk / Agencja Przegląd Sportowy

"Estes foram os mais tristes gols da minha carreira" - declarou o artilheiro dos dois gols da Alemanha no jogo contra a Polônia, Łukas Podolski. "Afinal eu sempre digo, que tenho coração polaco. Mas que o destino nos arrasta assim, e não ao contrário e eu jogo para a Alemanha". acrescentou o jogador.
Podolski tem certeza, que a Polônia lhe sempre será importante e por isto foi difícil para ele ficar alegre, ao marcar os gols contra sua pátria. "Ainda antes do jogo pensei comigo mesmo, se acontece de eu marcar, não farei nenhum gesto de alegria. Fiz os gols, mas de verdade com muita dor no coração. Senti-me um tanto triste, quando marquei" - declarou o atacante polaco nascido em Gliwice ao jornal "Super Express".

Elogios para Lewandowski e Roger

Łukas elogiou os jogadores da seleção polaca. "A Polônia não jogou assim tão mal. Afinal tiveram uma situação muito difícil, e eu não sei, como teria sido o fim deste jogo, quando Maciej Żurawski quase acertou no primeiro tempo. Dos polacos gostei muito de Lewandowski. Joga com certeza muito bem. E Roger no segundo tempo também. Sua entrada foi muito boa e nos intranquilizou, foi preciso ter muita atenção para com ele, pois transformou o modo de jogar da Polônia". Ao final, buscou justamente a camisa alvirubra número 18 de Lewandowski. Além da troca de camisas dentro de campo, no túnel de acesso ainda conseguiu as camisas do goleiro Boruc e do atacante Żurawski. "Conversei com os rapazes, principalmente com Maciej e Jacek Krzynówek. desejo que a Polônia tenha sorte nos próximos jogos. Vou cruzar os dedos por vitórias da Polônia contra Áustria e Croácia. Também posso fazer mais gols contra os próximos rivais dos polacos, assim que sabe ainda possa ajudar na classificação da Polônia. Gostaria muito de poder!"

Enviou sms para Kubica

Podolski ficou extramamente feliz com a vitória de Robert Kubica (cubitssa) no Grande Prêmio do Canadá. "Quando soube do resultado, enviei a ele um sms SMS com meus parabéns. Torco por ele. Gostaria muito de me encontrar com ele e conversar, como quanbdo conversei com Adam Małysz. Acredito, que Kubica ainda será campeão do mundo. e por que não nesta temporada? Afinal está em primeiro lugar!", concluiu Podolski.

Maluch faz 35 anos

Foto: Fiat Polska

Naquele início dos anos 70, as maiores autoridades da República Popular da Polônia que haviam decidido comprar a licença dos italianos estouraram suas garrafas de champagne. O anúncio da assinatura do acordo havia sido feito 29 de outubro de 1971, com o primeiro-ministro Edward Gierek declarando que na Polônia finalmente seria fabricado o "samochód dla Kowalskiego", ou seja, o "carro para o Kowalski". Este carro popular seria o Fiat 126p, um veículo à gasolina, com motor de 2 cilindros e 594 cm cúbicos, torque de 23 KM, para quatro passageiros e em duas versões, um deles, do tipo Berlina. A licença seria paga com a exportação dos próprios automóveis.

Um ano depois, em novembro de 1972, o pequeno automóvel foi a principal estrela da exposição na Praça Defilad em Varsóvia. A imprensa escreveu que, "Protótipo polaco do Fiat 126p, que iniciava uma era de massificação de motorização individual em nosso país foi realmente uma sensação”.

Finalmente o Fiat 126p veio ao mundo, em 6 de junho de 1973, montado em Bielsko Biała com componentes italianos, mas motorizado na Polônia. Quando começou a sair da linha de produção, os polacos tinham que trabalhar dois anos, ou a totalidade dos salários de 24 meses, para conseguir comprar um daqueles veículos populares. Além disso, era preciso pagar antecipadamente e esperar uma longa fila de compradores. O preço era de 69 mil zł para o modelo básico. Contudo, no mercado o Fiat 126p chegava a alcançar 120 mil zł. A garantia de fábrica era de apenas seis meses. No final de 1975, uma segunda unidade da “FSM - Fabryka Samochodów Małolitrażowych” (fábrica de automóveis de pequena cilindrada) foi instalada na cidade de Tych. A produção atingiu seu máximo. De 1976, o Fiat 126p ("p" significando polaco) já era montado com 100 por cento de componentes fabricados na Polônia. Também em 1976, começaram a ser produzidos na versão com motor 650.

Em 1980, os italianos encerraram a produção do Fiat 126 na fábrica de Cassino. Desde então a FSM da Polônia, passou a ser a única produtora e comercializadora do veículo na rede Fiat em todo o mundo. O carro de número 1 milhão saiu da linha de montagem em 1981. Quatro anos mais tarde saiu o número 2 milhões. O terceiro milhão foi produzido em 1993.

O nome Maluch, contudo, só apareceu em dezembro de 1996. Quanto foi introduzido catalisador (euro1) aquele pequeno veículo oficialmente recebeu o nome de Fiat 126 elx Maluch (de o menor dos menores).

Mas como nem tudo são problemas mecânicos, a notícia que definitivamente entristeceria a todos os aficionados chegaria em 22 de setembro de 2000. Era então, anunciado o encerramento da produção do sonho de muitos polacos da década de 70. O último Fiat 126 Maluch de série limitada de mil unidades com o nome de Happy End na cor amarela saiu da linha de produção de Bielsko naquela mesma tarda. Esta última unidade está atualmente no Museu Fiat em Turim, na Itália. Uma outra unidade destas mil está no Muzeum Techniki de Varsóvia.

Entre os anos 1973 a 2000, as linhas de montagem de Bielsko-Biała e Tych produziram exatamente 3.318.674 unidades do Fiat 126p Maluch. Entre 1975 a 1992 foram exportadas 897.316 unidades. Na Itália, entre 1972 a 1980, foram produzidos mais 1.352. 912 Fiat 126.

Entretanto, o “menor dos menores” continua a rodar pela Polônia e muitos países ao redor do mundo, infelizmente não no Brasil. Digo infelizmente, porque desde que cheguei na Polônia vivo repetindo para todos e para mim mesmo: ainda vou comprar um Maluch alaranjado e levar para Curitiba. Lá farei sucesso, foi deixar todos os taxistas com “raiva” e “inveja”, pois tenho certeza de que todos os passageiros vão preferir o “meu Maluch” aos potentes Volvo, BMW, Mercedes e Vectra. Mas isso ainda não aconteceu, não comprei o Maluch Laranja pela simples razão que o governo brasileiro impede a importação de produto usado e terminantemente veículo automotor que não seja através das próprias montadoras instaladas no país. E olha que é fácil comprar um aqui, em Cracóvia, simplesmente porque muitos polacos o detestam, alegam que é uma herança do período comunista. Por outro lado, há aquelas pessoas que chegam a dizer que o Maluch tem alma e por isso não se desfazem dele, ao contrário vivem aumentando suas frotas... Fazem coleção! Apesar destes fanáticos, ainda assim aqueles que odeiam vendem o simpático automóvel por até 500 zł, ou seja, algo em torno de 350 reais... E olha que ele faz 25 km com um litro de gasolina.


Maluch e Iarochinski. Foto tirada por um transeunte, na Ulica Grodzka, logo em minha primeira semana de Cracóvia, há seis anos atrás.