quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Neve chega dois meses antes na Polônia

Foto: Ulisses Iarochinski

O dia amanhaceu chuvoso em toda a Polônia, mas nas montanhas Tatras, no Sul do país, a neve tomou o lugar da Chuva. Zakopane, na região da MałoPolska, a mais famosa estação de esqui da Polônia, ficou toda enfeitada de branco, supreendendo turistas que foram em busca de sol.
A previsão do tempo é de que continue nevando, nesta-quinta-feira, dia 6 de setembro. A neve vai cair também nas regiões "Podkarpacie" e Beskide. A temperatura que estava em 20 graus, caiu em poucas horas para zero grau. Tradicionalmente a primeira nevada acontece no dia primeiro de novembro nestas regiões. O sol só deve aparacer no próximo domingo e temperatura voltar aos 24 graus.

Polacos de Cruz Machado

A jornalista Ana Johann, embora descendente de alemães, é de Cruz Machado, munícipio no Sul do Paraná, que já foi a maior colônia polaca em área territorial do Brasil. Documentarista formada na escola de cinema de Barcelona, ela voltou para casa com uma idéia na cabeça: fazer um documentário sobre a localidade onde nasceu. E fez "de tempos em tempos".
Na apresentação de seu filme Ana Johann diz que "Há alguns anos a imigração vem sendo o foco de muitos documentários. A abordagem é quase sempre para a história. Mas visitando e convivendo com esses povoados percebe-se que a maioria, desde os mais velhos até os mais jovens sabem pouco da sua história, até por que a história está marcada em cada célula e cada traço do corpo. São portadores móveis da sua descendência que se modifica de tempos em tempos, quando vai se misturando a outras raças e incorporando outras geografias."
De acordo com a diretora "não se trata de resgatar a história dos polacos no Paraná, mas sim documentar um povoado que sofreu grandes influências e continua carregando nas veias a sua raiz, que ora têm orgulho da sua genealogia, ora têm vergonha das suas casas por que são construídas de madeira em estilo polaco e não de alvenaria como gostariam; que sabem falar a língua polaca (e alguns dizem que é um polaco caipira por que não é igual ao da Polônia), mas que às vezes ficam acanhados por falarem errado o português; que sentam em roda do fogão para tomar chimarrão (hábito que vem da cultura indígena) e relembrar os velhos tempos, e outros momentos não querem falar dessa época que foi sofrida".
O filme já participou de alguns festivais e até foi repetido duas vezes na programação do canal TV Futura da Fundação Roberto Marinho. Quem tiver oportunidade de ir até a cidade histórica da Lapa (60km de Curitiba) poderá assistí-lo no Festival de Cinema da Lapa, que acontece de até 9 de setembro. Quem quiser comprar o DVD com o filme, basta entrar em contato com a diretora no email:
anajohann@pop.com.brPara maiores informações sobre o filme "de tempos em tempos" visite http://www.cinemanacional.com.br

P.S. 1 Posso garantir, depois de ter assistido, que o filme é belo!!! É de uma poesia de imagens, de gente e de palavras poucas vezes visto. E sabe, que emociona!!!
P.S. 2 Na foto, a diretora / roteirista Ana Johann e o pesquisador/produtor Marcos Freder.

Wajda lança livro sobre filme Katyń

Apareceu, segunda-feira, nas livrarias da Polônia, o álbum “Katyń” relatando o novo filme de Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei vaida). Ao lado do texto do cineasta, encontram-se fotos e o plano de filmagem feito por Piotr Bujnowicz (pronuncia-se piótr buinóvitch), além do calendário do massacre das forças armadas polacas na localidade de Katyń, escrito por Andrzej Krzysztof Kunert (pronuncia-se andjei kjichtóf kunért). O álbum é uma narrativa pessoal de Wajda sobre seu filme e sobre o massacre da segunda guerra mundial.

“É um relato sobre uma família separada para sempre, sobre a grande ilusão e a brutal verdade (...) Filme de apresentação da dor causada pela cruel verdade, a qual os heróis não são os oficiais assassinados, mas as mulheres que esperam cada dia pela volta, cada dia, sobrevivendo à desumana incerteza”. Escreveu o cineasta no livro, lembrando ainda que, “O verdadeiro tema do filme sobre Katyń é sobre o segredo e a mentira que foram defendidos durante anos e fizeram do tema um tabu”.

O livro (um "making-off" gráfico) traz ainda reproduções de mapas históricos, fotografias, documentos de arquivo e imagens do monumento existente no local da tragédia. O texto de Andrzej Kunert começa em 23 de agosto de 1939 com a assinatura do pacto Ribbentrop-Mołotow, e termina em 21 de abril de 2005, com a carta enviada pelo Pen Clube russo para o Pen Club polaco nos 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

Também no livro, estão as fotos dos artistas que participam do filme e de muitos dos oficiais polacos assassinados pelos russos. Já o filme tem estréia no próximo dia 17 de setembro no Festival de Cinema de Gdynia.

O episódio conhecido por Massacre da Floresta de Katyń foi noticiado pela primeira vez pelos alemães em abril de 1.943. Numa colina coberta de abetos dominando o Rio Dnieper, perto de Smolensk, na Rússia, soldados nazistas tinham encontrado os cadáveres de vários milhares de oficiais empilhados em valas comuns. Os russos revidaram imediatamente acusando os nazistas da autoria do crime. A versão russa, contudo foi de que, "Quando os exércitos vermelhos se retiraram de Smolensk, em julho de 1.941, tiveram de deixar para trás os oficiais poloneses prisioneiros. Os nazistas fuzilaram os poloneses, forjando então a história de Katyń com fins de propaganda."

No alto a capa do álbum lançado segunda-feira e abaixo cartaz de propaganda soviética na Ucrânia mostrando um soldado do exército vermelho um oficial da Armada Polaca.

A terra do Âmbar


A Polônia também é conhecida pelo título de "Terra do Âmbar", já que sua costa no Mar Báltico é a mais rica em "Bursztyn" (pronuncia-se burchtien) de todo o mundo. A palavra em polaco deriva da alemã "bernstein", que por sua vez significa pedra que queima. Durante o século 13, os Cruzados Teutônicos (ancestrais dos atuais alemães que invadiram e dizimaram toda a população polaca da região da Pomerânia) controlaram a produção do âmbar na Europa, proibindo sua coleta desautorizada das praias na costa do Báltico, sob seu controle, punindo infratores desta ordem com a morte. Já em português a palavra âmbar vem do arábico anbar, porém esta palavra referia-se originalmente a ambargris, que é uma substância animal completamente distinta do âmbar amarelo. O âmbar verdadeiro tem sido chamado às vezes de karabe, uma palavra da derivação oriental significando "o que atrai a palha", em alusão ao poder que o âmbar possui de adquirir uma carga elétrica pela fricção. Do ponto de vista geológico o âmbar é um mineralóide de origem orgânica, consistindo de diversos corpos resinosos, associado a uma substância betuminosa, derivada de resinas de árvores coníferas e plantas leguminosas que, enterradas durante milhões de anos, sofreram um processo de polimerização (Uma das formas de fossilização). É encontrado na forma de nódulos irregulares de coloração amarelo-parda, às vezes turva devido à inclusão de minúsculas bolhas de ar. Sua composição média é C10H16O. Acredita-se, que esta rezina tem origem no período terciário e com depósitos do Eocene. Muitas peças encontradas contém além de espécimes vegetais em seu interior belamente preservados, também numerosos insetos, aranhas, anelídeos, crustáceos e outros organismos minúsculos que foram envoltos quando a exudação era fluídica.
Em toda a Polônia é possível encontrar joias com âmbar, desde Gdańsk, até Bielsko Biały no Sul. Aliás é mais barato comprar em Cracóvia e Bielsko Biały do que nas cidades balneárias do Norte como Gdańsk e Sopot. Em Cracóvia são muitas as lojas na Sukiennice do Rynek que vendem colares, anéis, broches, lustres e abajures com âmbar.