sábado, 3 de março de 2012

Padre polaco teria desviado dinheiro de igreja no Rio Grande do Sul

Padre polonês é suspeito de usar R$ 400 mil em doações
de igreja do Rio Grande do Sul
Padre foi visitou a Europa, foi à Copa e a GPs de Fórmula 1.
Pároco voltou ao seu país de origem e será ouvido na Polônia pelo MP.

Do G1 RS, com informações da RBS TV

A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou denúncia feita pelo Ministério Público contra um padre e um bispo por suspeita de desvio de R$ 400 mil arrecadados para reformar a paróquia Nossa Senhora do Monte Claro, em Áurea, no norte do estado. O valor foi acumulado entre 2008 e 2010, com doações, eventos e rifas.
De acordo com a investigação do MP em Erechim, o dinheiro sumiu da conta da igreja, junto com os livros-caixa. Segundo investigações da polícia, o principal suspeito é um padre polaco Robert Jacenty, que administrou a paróquia neste período. Na denúncia do Ministério Público (MP), ele é acusado de apropriação indébita e supressão de documentos. O pároco retornou ao seu país de origem e será ouvido pelo MP na Europa.
"Esse dinheiro simplesmente sumiu. Não foi dado nenhum esclarecimento, nenhum tipo de satisfação ao conselho econômico que fiscaliza as contas da paróquia", disse o promotor João Francisco Dill.
As suspeitas do envolvimento começaram devido ao comportamento atípico do padre. Durante o período em que administrou a igreja, o pároco visitou diversos países da Europa, foi para a Copa do Mundo da Alemanha, em 2010, esteve presente em vários Grandes Prêmios de Fórmula 1 e, além disso, se envolveu em um acidente com um carro que pertencia à paróquia e não quis dar explicações à comunidade, segundo o promotor.
"Ele era autoritário. Não aceitava dar explicações para ninguém. Mas a vida dele é o que menos interessa. O motivo da investigação é o sumiço do dinheiro. E se fez tudo isto com dinheiro da paróquia, vai ter que pagar", disse Dill.
O responsável pela Diocese de Erechim foi denunciado por falsidade ideológica. De acordo com o MP, o bispo enviou ofício para a polícia dizendo que não havia irregularidade nos registros contábeis da paróquia. "A nosso juízo a diocese tentou, de certa forma, maquiar a situação, uma vez que era do conhecimento a situação na paróquia de Áurea. E não foi dada nenhuma atenção. Pelo contrário", completou Dill.
Segundo o promotor Dill, o padre Robert Jacenty Domina, de 39 anos, é natural de Lublin e reside na Igreja Świętego Piotra e Pawła, na ulica (rua) Kolejowa, n. 27, na cidade de Ziebice.

Construtor português assassinado em Cracóvia

Pedro Fernandes (ao centro)
O corpo de Pedro Fernandes foi encontrado na segunda-feira num descampado nos arredores de Cracóvia, ao lado de uma Toyota Land Cruiser em chamas. A identificação do corpo exigiu autópsia.
Um cidadão polaco de 44 anos detido na terça-feira foi acusado ontem do assassinato do administrador da Mota-Engil Central Europe.
Segundo os agentes da investigação criminal, Mirosław F. atingiu Pedro Fernandes com cinco disparos de arma de fogo que o feriram na cabeça, provocando a sua morte.
A Procuradoria de Cracóvia não emitiu ainda um comunicado oficial sobre o incidente e não confirmou a identidade da vítima, mas a imprensa cracoviana informou tratar-se de Pedro Fernandes, vice-presidente da Mota-Engil.
O automóvel encontrado junto do corpo pertencia a Pedro Fernandes, cujo desaparecimento tinha sido comunicado à polícia pela mulher, depois de este não ter aparecido para trabalhar na terça-feira.
Interrogado na Procuradoria de Cracóvia na quarta-feira, o cidadão polaco não questionou o incidente, mas negou que a sua intenção fosse assassinar Pedro Fernandes. Explicou que marcou encontro com o português quando leu os SMS da correspondência entre a mulher com quem está casado e Pedro Fernandes, pois queria exigir que deixasse de se encontrar com ela.
O homicídio aconteceu na segunda-feira. Os dois homens combinaram encontrar-se num posto de gasolina de Cracóvia, de onde seguiram no automóvel de Pedro Fernandes. Quando o polaco exigiu que o administrador da construtora interrompesse os contatos com a mulher, o português terá dito que “se continuasse a ser perseguido, arranjava quem tomasse conta dele”, relatou ontem Bogusława Marcinkowska, da Procuradoria de Cracóvia.
Segundo o marido polaco, tudo se precipitou quando Pedro Fernandes tentou agredi-lo, o que teria provocado o primeiro disparo. Os disparos seguintes foram resultado do descontrolo emocional, explicou o acusado, que adiantou ter levado consigo a arma para defesa pessoal.
Quando percebeu que tinha morto o português, Mirosław F. decidiu levar o corpo para o descampado, onde o deixou, dentro do automóvel em chamas. Jogou a arma ao rio Vístula e, regressado a casa, relatou o sucedido à família, que informou a polícia.
Em 2012, faz 15 anos do primeiro contrato da Mota-Engil na Polônia. Há quatro anos a construtora decidiu restruturar a presença do Grupo na Europa Central, criando a Mota-Engil Central Europe, com toda a atividade centralizada na Polônia.

Iarochinski, vítima de discriminação étnica

O colunista do Jornal Indústria & Comércio de Curitiba, Aroldo Murá, publicou ontem, 2 de março, em sua coluna a nota abaixo:
Ulisses Iarochinski: Rejeitado por poloneses de Curitiba

Embora descendente de poloneses só por parte de pai, o jornalista paranaense Ulisses Iarochinski tornou-se um dos mais competentes especialistas em assuntos ligados à colônia polonesa no Brasil. Graduado em comunicação social pela UFPR, ficou vários anos na Polônia, onde se pós-graduou com notável desempenho nos estudos. Voltando ao Brasil, começou a publicar livros sobre o assunto que mais ama e mais profundamente conhece: a cultura polonesa e a integração dos poloneses no Brasil. Em vez de prestigiamento, entretanto, está sendo vítima de um verdadeiro preconceito e boicote que poderia ser denominado “etnolinguístico”, por culpa da palavra “polaco”. Parece incrível, mas Ulisses conta que já foi agredido (com dois murros no braço) em Erechim, Rio Grande do Sul, no lançamento do seu livro “Saga dos Polacos”.
NOVA “CAÇA ÀS BRUXAS”
Consta Ulisses que “um bravo engenheiro gaúcho bradava aos meus ouvidos enquanto literalmente me agredia: “Você é burro. Aqui no Rio Grande não tem polaco…só polonês”. Agora no lançamento do meu livro “Polaco – Identidade cultural do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia”, a “Gazeta do Povo” recebeu várias cartas desairosas a meu respeito por ter publicado matéria sobre meu livro. A publicação é fruto de minha dissertação de mestrado na Universidade Iaguielônica de Cracóvia. Dissertação que obteve notas máximas no texto e da defesa numa banca composta por professores pós-doutorados.
“PERSONA NON GRATA” EM CURITIBA
Ulisses garante: “Os “poloneses” de Curitiba não estão comprando meu livro…. nem querem saber o histórico da transformação do adequado termo polaco em português para algo pejorativo no Brasil. Simplesmente me colocaram no index e alguns me consideram “persona non grata” em eventos da comunidade “polonesa” de Curitiba”.
Como comenta o jornalista Hélio Puglielli, ex-professor de Ulisses na UFPR: “toda a colônia, grata, deveria estar te prestigiando como você merece. É uma injustiça flagrante! Se você fosse um medíocre, estariam te incensando. Quem é inteligente e honesto paga um preço muito alto. Quem escreve baboseiras ganha prêmio. E assim caminha a humanidade”.