sábado, 15 de novembro de 2008

Wałęsa critica Sarkozy

Nicolas Sarkozy e Dimitry Miedviedev. Photo: AFP/GETTY

Lech Wałęsa está novamente nos noticiários. Neste sábado, criticou o presidente rotativo da União Européia, o francês Nicolas Sarkozy. "Acredito que Sarkozy incorreu num erro técnico, porque este tipo de declaração deveria ser primeiramente discutida e acordada pelo presidente da União com os todos os países membros, em nenhuma excepcionalidade".
O comentário de Wałęsa foi a propósito das declarações de Sarkozy, publicadas no jornal italiano "Corriere della Sera", deste sábado, de que os Estados Unidos deveriam repensar sobre a instalação de suas bases antimísseis na Europa.
Sarkozy manifestou esta opinião durante o encontro União Européia / Rússia que se realiza em Nice, na Costa Azul francesa. Sarkozy disse que os mísseis não trazem segurança. Concordando de certa forma com a posição de Putin e Miedviedev sobre as bases que serão instaladas na Polônia e República Tcheca. Sobre o comentário de Sarkozy de que os planos russos de instalar uma outra base em Kaliningrado se os Estados Unidos continuarem em seu propósito é preocupante para a paz, Wałęsa disse: "A Diplomacia precisa ter em consideração os resultados. Contudo isto tudo parece ser mais uma vitória russa".

Crítica ou piada?

Legenda: "Que nada não fazemos? Partimos da presunção, que é melhor não fazer nada, do que fazer mal".
Publicado no jornal Rzeczpospolita.


Alguns críticos dos acontecimentos na Polônia, trataram ironicamente o pecado presidencial de não ter convidado Lech Wałęsą para a gala da independência.

No jornal Rzeczpospolita, o colunista Paweł Lisicki se perguntou se Wałęsa não seria um segundo Piłdusdki. Ele começa seu comentário dizendo que "Não havia dúvida que Lech Kaczyński deveria ter convidado Lech Wałęsa para a gala da Independência. Ele só ganharia com isto. Demonstraria, que não guarda rancor. Mesmo que o primeiro líder do “Solidarność” fosse sublimado na cerimônia, ele poderia tirar proveito de tudo isto."

Em seguida, diz que o presidente indignado com os que o criticaram preferiu atirar no próprio pé censurando os meios de comunicação. Voltou a carga contra Wałęsa pedindo misericórda ao ex-presidente. Ironicamente diz que "Wałęsa já é um segundo Piłsudski (coragem, por que não se pode dizer, que Piłsudski é um segundo Wałęsa?), único criador do “Solidarności”, audacioso trabalhador, que sozinho aboliu o comunismo, herói solitário, ao qual a Polônia deve a liberdade e a independência. Wałęsa sim, um polaco que evidententemente deixou a Polônia em débito de gratidão para com ele. Mas ninguém se incomoda nada com isto."

Lisicki diz que o ganhador do prêmio nobel "é um agradável Deus pagão". E se pergunta se ele não seria "um tanto falso?" Pois "isto visivilmente não tem significado."

A intenção do colunista não é outra senão colocar mais lenha na fogueira, criticando um Lech e desqualificando outro Lech. Não se percebe claramente se tem medo de elogiar e de criticar. Ou se está fazendo as duas coisas. A Polônia dos últimos dias é um prato cheio para os cartunistas e comediantes. Numa data tão importante para a nação, a notícia mais importante da semana ficou sendo a falta de um convite e a ausência de Wałęsa na festa de gala organizada pelo Presidente da República. E não é demais dizer que o jornal Rzeczpospolita, bem como grande parte dos veículos de comunicação do país estão situados no espectro de centro-direita para direita e que uma das únicas publicações que ousa ser de esquerda é a revista "Polityka".

E a população? Respeita Wałęsą e critica Kaczyński.