quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Crise atinge em cheio a Rússia

Primeiro-ministro Vladimir Putin, da Rússia. Foto: AFP

A imprensa polaca volta seus olhos para a economia do império russo. O jornal Rzeczpospolita informa que "As reservas russas acumuladas nos tempos de prosperidade rapidamente se derretem. Desde setembro o Banco da Rússia socorreu as instituições financeiras do país em mais de 130 milhões de dólares – ou um quinto das reservas. Nas fábricas, minas faltam peças e milhares de pessoas são despedidas. Mais de 300 mil. Os trabalhadores russos há mais de um esperam receber seus salários". 

E prossegue o jornal polaco, em sua matéria de capa, informando que "especialistas concordam que é necessário que o Kremlin volte seus olhos para os problemas sociais e econômicos de seu povo" do que se preocupar com expandir seu império por cima de países de pequenos territórios nas vizinhanças. "Neste momento os russos não têm certeza de que é correta esta política exterior agressiva. Diz o sovietólogo prof. Richard Pipes."

Será mesmo Sikorski?

A foto principal do jornal Dziennik Polski, desta quarta-feira, 26 de novembro de 2008 mostra quando soldados do exército retiravam da Catedral de Wawel, em Cracóvia, o sarcófago com os restos mortais do que se acredita seja do General Władysław Sikorski, herói polaco da segunda guerra mundial para exames de DNA e outros, no sentido de deterninar se realmente o que está na cripta Leonardo do Panteão Nacional da Polônia é mesmo o corpo do general e qual foi a causa de sua morte.

Sorriso amarelo de Kaczyński

Ilustração:  J. Gawlowski

O Presidente Lech Kaczyński, após o incidente do último domingo na Geórgia, tem tido que responder a perguntas do tipo: "Não foi uma irresponsabilidade ir até a fronteira da Ossétia do Sul de improviso?
A imprensa polaca não para de questionar o Presidente da República. Críticas surgem de todos os lados, quando - talvez - o normal seria colher elogios por sua ação de solidadariedade aos georgianos. No seu intuito de demonstrar seu apoio ao presidente Micheil Saakaszwili e sua "missão anti-russa", na presidência do país, ele parece não ter previsto as conseqüências do passeio. Não só pela sua condição de autoridade máxima da Polônia, mas também como representante da União Européia e a OTAN.
Por isso seu sorriso tem sido amarelo nos últimos dois dias, apesar de todas as suas boas intenções.
Paweł Zalewski, ex-ministro das relações exteriores, é uma das poucas vozes que alertam sobre o fato de que o incidente de domingo não foi suficiente para o mundo, os Estados Unidos e a União Européia se darem conta da grave situação em que se encontra a Geórgia em sua luta do minúsculo David contra o gigante russo Golias. "O Presidente teve o direito, e pode até obrigação, de alertar o mundo sobre a situação na Geórgia. Mas desta vez ultrapassou a verdadeira fronteira, a qual é arriscar a segurança nacional".