quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lei Marcial será reinvestigada

Pela televisão o General Jaruzelski anunciou a Lei Marcial de 1981
O Instituto da Memória Nacional (IPN) irá reinvestigar a imposição de Lei Marcial na Polônia em 1981. O Tribunal Distrital de Varsóvia acatou o pedido da defesa de dez pessoas acusadas de terem imposto a lei marcial e decidiu reabrir o caso e permitir que o IPN possa investigar as evidências novamente. O porta-voz do Tribunal explicou que as evidências contra os dez acusado era que "não estão completas e não estão atualizadas", conforme manifestou uma histórica pesquisa de opinião em 1995.
Uma equipe de historiadores do Instituto da Memória Nacional terá que traçar um novo relato histórico e indicar exatamente quando começaram as preparações para a imposição da lei marcial e se realmente havia uma ameaça de invasão soviética na Polônia naquele momento. Os peritos também farão uma avaliação da situação interna na Polônia naquele período.
Os principais acusados no caso da lei marcial são os Generais Wojciech Jaruzelski e Czeslaw Kiszczak, e ex-Primeiro Secretário da PZPR Partido da União dos Trabalhadores Polacos (PZPR), Stanislaw Kania.
A os advogados de defesa dos acusados alegam inocência e demandam que o Instituto apresente qualquer documentação que previamente tinha sido omitida pela investigação. Jaruzelski é o principal acusado principal na ação, sendo responsabilizado diretamente pela imposição da lei marcial na Polônia, que ocorreu no período de 13 de dezembro de 1981 a 22 de julho de 1983. O governo da República Popular da Polônia conduzido por Wojciech Jaruzelski restringiu drasticamente a vida da população, numa tentativa de esmagar a oposição política contra o sistema comunista do país. Milhares das pessoas foram presas sem mandato e cerca de 100 pessoas foram mortas.
Por outro lado, existem segmentos na Polônia, que acreditam que Jaruzelski tão criticado por seu governo ainda será cultuado como herói no futuro por ter impedido mais uma trágica guerra em solo polaco. Ao decretar a Lei Marcial e acalmar Moscou, impedindo uma invasão do exército vermelho, afastou qualquer possibilidade de uma outra "Primavera de Praga".

P.S. As fotos de Czesław Kiszczak e Stanisław Kania. foram feitas respectivamente por Adam Kozak e Robert Kowalewski

Tusk na América do Sul

Foto: Damian Kramski / AG
O primeiro-ministro Donad Tusk encontra-se em viagem ao Peru e Chile. É a primeira vez que o chefe de governo polaco vai a América do Sul. Na terra dos Incas, além de visitar Machu Pichu e passear pela estrada-de-ferro andina construída no século XIX pelo polaco Ernest Malinowski (insurgente da Revolução Polaca de Novembro de 1863), e um encontro com a comunidade de descendentes de polacos do Perú, ele participa da 5a. Reunião de Cúpula União Européia - Países da América Latina e Caribe (5th Latin American, Caribbean and European Union (LAC-EU) summit) com outros 60 países. A Cúpula que se estende até o próximo sábado está tratando da relações comercial entre o bloco europeu e os países latino-americanos.
Os jornais do Perú assinalam a presença de onze presidentes da América Latina e oito chefes de governo da União Européia. São eles: o primeiro-ministro da França, Francois Fillon; o presidente da Venezuela Hugo Chávez, o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende; o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte e seu sucessor, Fernando Lugo; o presidente de governo da Espanha, José Rodríguez Zapatero; o presidente de El Salvador, Elías Saca; a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o presidente do México, Felipe Calderón; a presidenta da Argentina, Cristina Fernández; o presidente da Bolívia, Evo Morales; o primeiro-ministro da Finlândia, Matti Vanhanen; a presidenta do Chile, Michelle Bachelet; o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer; o primeiro-ministro da República Tcheca, Mirek Topolanek; o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme; o presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa; o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning; e o presidente do Equador, Rafael Correa, entre outros.
Ontem, no Palácio Presidencial, em Lima, o polaco Tusk recebeu das mãos do presidente peruano Alan Garcia a condecoração da Ordem do Peru "El Sol de Peru", no grau de Grã-Cruz com brilhantes, em reconhecimento aos esforços realizados para fortalecer e impulsionar as relações entre Polônia e Perú. Em seu discurso, Donald Tusk destacou os laços de amizade e as relações bilaterais entre os dois países. Disse que recebia a condecoração como uma homenagem às generações de polacos que trabalharam com ardor pelo Perú. "Me sinto muito orgulhoso desta honraria e prometo fazer todo o possível para que vocês possam seguir orgulhosos de suas presenças e do relacionamento dos polacos no Peru". Disse Tusk, no Salão Dourado do Palácio presidencial. Além da cerimônia de condecoração seguida com jantar houve um encontro privado entre os dois governantes que durou mais de duas horas. No encontro bilateral foram assinados alguns acordos de cooperação entre os dois países, nas áreas cultural, ensino, turismo e militar, além de parceria no setor comercial.



Durante sua estada em Lima, Donald Tusk tem previstas bilaterais com os presidentes do Brasil , Luiz Inacio Lula da Silva; da Colômbia, Álvaro Uribe; do México, Felipe Calderon; e da Argentina, Cristina Kirchner.
No Chile, onde estará do domingo, ele é convidado da Presidenta Michelle Bachelet, onde assinará protocolos de cooperação entre os dois países, antes de voltar a Polônia no dia 20 de maio.
Infelizmente não foi desta vez, que a maior colônia polaca da América Latina, o Sul do Brasil, poderá se encontrar com o primeiro-ministro polaco. Semanas atrás, Lula da Silva esteve em visita a Holanda e a vizinha República Tcheca. Não houve tempo nem interesse ainda do governo brasileiro para um dos maiores e mais populosos países da União Européia e os palácios da Planalto e do Itamarati seguem desconhecendo a imensa colônia polaca nos 3 estados do Sul brasileiro.
Para dizer que não há interesse nenhum, os dois palácios podem alegar que funciona em Varsóvia há pouco mais de dois anos um CD-Centro de Distribuição da APEX - Associação Brasileira dos Exportadores. O pavilhão do CD, contudo, continua quase sem mercadoria estocada e muito poucos produtos brasileiros se vê nas prateleiras dos supermacos da Polônia e vice-versa, nenhum produto polaco nas prateleiras dos supermercados de Curitiba e Porto Alegre, as duas maiores cidades polacas do Brasil e da América Latina.
Esta omisssão será por que numa reunião de mandatários mundiais em Londres, anos atrás, Lula da Silva fez piadinhas sobre os Estados Unidos em seu discurso e foi repreendido pelo ex-presidente polaco Aleksander Kwaśniewski?