terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Silésia é a melhor região polaca

A principal machete do jornal Rzeczpospolita, desta terça-feira, 13 de janeiro de 2009 é: "Silésia lidera melhores condições de vida".
A reportagem extensa da capa e página interna baseia-se em pesquisa ecomendada pelo jornal e revela que a Silésia, dentro dos índices estudos, é a melhor região da Polônia para se viver. As condições de trabalho, moradia, investimentos e oportunidades de Katowice - maior área metropolitana da Polônia - com mais de 3,5 milhões de habitantes supera a capital a Mazóvia da capital Varsóvia e a GrandePolônia de Poznaż.
No final de novembro do ano que passou, o salário médio na Silésia foi de 3.911 złotych, ou 76 złotych menos do que na Mazóvia. Mas por sua vez tem o segundo menor índice de desemprego do país com 6,7 e o que mais rapidamente caiu.
Mas se os índices estão assim tão próximos da Mazóvia, o que torna a Silésia melhor do que a outra? Simplesmente os preços das coisas e volumes de investimento. Com salário quase igual a Varsóvia, o morador de Katowice paga muito menos para comer, viver e se divertir. 
Estatísticamente se Silésia, Mazóvia e WielkoPoslka (Grande Polônia) são as melhores regiões do país, as voivodias de Warmińsko-mazurski, Zachodny-pomorski, Podkarpacki e Kujawsko-pomorskim são as piores. Nestas regiões é bastante difícil se encontrar trabalho. A voivodia de Zachodny-pomorski e sua capital Szczeciń, em que pese estarem próximas a região de Berlim na Alemanha, tem 12,7% de desemprego e um salário médio de 2.857 złotych,
A MałoPolska (PequenaPolônia) e sua capital Cracóvia, está na segunda posição, pois o índice de desemprego é de 7,2% e a média salarial é de 2.983 złotych.

Malbork: descoberta vala com 1800 corpos

Foto: Adam Bielan
Uma vala comum com cerca de 1.800 corpos foi encontrada por operários da construção de um hotel de luxo em Malbork, cidade ao Norte da Polônia. Pelos exames iniciais acredita-se que sejam alemães que se recusaram a deixar a cidade quando do avanço do exército soviético em 1945. Até a guerra a cidade tinha sido ocupada durante 150 anos, inicialmente pelos prussos e depois pelos alemães e com polacos subjugados.
Os trabalhadores encontraram um pequeno grupo de corpos no final de outubro e suspenderam as escavações para permitir que investigações fossem feitas. Semanas mais tarde, foram encontrados centenas de corpos. 
Para Waldemar Zduniak, chefe da equipe da Promotoria Regional de Malbork, "provavelmente ainda vamos encontrar muitos mais corpos nesta cratera que se abriu no centro da cidade. A exumação em curso vai mostrar isso".
Bernard Jesionowski do Museu do Castelo de Malbork acredita que os corpos encontrados são de moradores civis da cidade, em sua maioria de cidadania alemã. Já para o funcionário da prefeitura, Piotr Szwedowski, "Não há dúvidas de que são eles os alemães desaparecidos de Malbork".  Mas só os exames dos peritos poderão determinar se realmente eram apenas alemães. No caos da guerra muitos polacos foram assassinados não só pelos nazistas mas também pelos soviéticos. "Penso, que se procurarmos debaixo da terra de toda cidade, encontrar-se-a muitos mais corpors". Disse o funcionário do Museu Bernard Jesionowski.
Aliás, os soviéticos bombardearam a cidade com artilharia pesada. Depois que o derrotado Exército alemão recuou, os civis remanescentes ficaram entregues ao Exército Vermelho. "Não há testemunhas sobreviventes do que aconteceu", disse Szwedowski. Os corpos foram enterrados nus, sem quaisquer pertences, disse ele. "Não encontramos restos de roupas, sapatos, cintos, óculos, nem mesmo dentaduras ou dentes postiços". Cerca de 100 crânios apresentam buracos, o que sugere que essas pessoas tenham sido executadas. Mais exames serão feitos antes que os restos mortais sejam depositados no cemitério de Malbork, ou então no cemitério militar alemão em Stary Czarnow, próximo a cidade de Szczecin, noroeste da Polônia. "Estas pessoas morreram de forma tão desumana, foram jogadas tão desumanamente, que precisamos enterrá-las com dignidade e respeito", disse Szwedowski.


Remodelação no centro da velha cidade

P.S. A notícia que ganhou os jornais do mundo todo no dia de ontem foi destaque nos jornais polacos na semana passada, dia 6 de janeiro. E só distribuída mundialmente pela agência de notícias norte-americana Associated Press no domingo e ontem foi estampada nos jornais de vários países. Além de notícia velha, percebe-se no texto reproduzido em inglês, alemão, espanhol e até mesmo português, uma subliminar noção de que aquela cidade pertenceu a Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Não foi o caso dos jornais polacos, pois aquelas terras nunca pertenceram à Alemanha. Não é porque prussos e depois alemães invadiram, trucidaram e ocuparam aquele lugar, que por encanto ele passou a ser alemão. Malbork é Polônia e sempre foi.

Católicos mais próximos dos judeus

Foto: Regierung Gonline/Kugler 

Um série de eventos está acontecendo esta semana para comemorarar o "Dia do Judaísmo" na Polônia. Conferências, encontros, exposições, exibições artísticas, cultos ecumênicos terão seu ápice com a missa no dia 17 janeiro, sábado próximo em Varsóvia, que será celebrada por todas as igrejas católicas da cidade próximo a Sinagoga Nozyk.
Esta é a décima-segunda vez que o "Dia do Judaísmo" é comemorado conjuntamente pela Igreja Católica Apostólica da Polônia e o rabinato polaco. O tema deste ano foi extraído do Livro do Gênesis onde está escrito: "Eu fixei meu arco nas nuvens e este deverá ser um sinal de pacto entre mim e a terra."
O "Dia do Judaísmo" foi estabelecido em 1997, na Conferência do Episcopado Polaco baseado na necessidade do diálogo Cristão-Judeu para se refletir sobre as faltas de cada um. Segundo Stanislaw Krajewski, um dos representantes da comunidade judaica nas questões Judaica-Cristã, sete mil igrejas católicas do país receberam material e instruções sobre como preparar este dia. Os padres receberam junto modelos de sermões que poderão ser dito nas missas. "Esta é mais uma oportunidade para se saber da nossa sensibilidade, para se saber mais sobre antissemitismo, especiamente na Polônia."

A Geórgia e o temor da Rússia

Nino Burjanadze, a mulher que pode ser a próxima presidente da Geórgia

A imprensa mundial, dependendo das pautas e direciionamento da informação das grandes agências noticiosas, como Reuters, AP, UPI, FrancePress e redes de TV como BBC e CNN, vivem do factual. Mas também é verdade que ninguém aguenta mais esta proteção e exposição diária, semanal, anual das coisas de Israel. Parece que o planeta está a pagar constantemente pelos horrores que os alemães cometeram contra o povo judeu de nacionalidades europeias na segunda guerra mundial. Enquanto isto países e questões tão ou mais importantes do que essa cobertura das atrocidades israelenses em Gaza contra inocentes palestinos deixam de ser noticiadas. Mas não é porque a Reuteus e a CNN não noticiam que as coisas não estejam acontecendo. A vida e as nações seguem seu destino apesar das vontades editoriais das agências de notícias.
Uma região que não recebe o mesmo tratamento notícioso está a passar por momentos delicados e recebe pouca atenção dos editores chefes da notícia internacional. Esta região é o cáucaso e as ações da Rússia.
Em novembro passado os russos invadiram a Geórgia, intimidaram presidentes de outros países que foram a Tbilissi manifestar apoio aos georgianos. Alguma coisa foi noticiada. No Brasil, por exemplo, os disparos contra o presidente polaco Lech Kaczyński passou em branco, porque coincidia com visita do presidente da Federação Russa Dymitr Miedwiedwiew ao Rio de Janeiro.
A EuroNews, uma televisão que está presente em quase todos os países europeus com notícias e edições em vários idiomas, colocou no ar uma longa entrevista com a líder das oposições na Geórgia. A deputada e ex-presidente do Parlamento da Geórgia, Nino Burjanadze, distanciou-se dos manifestantes contrários ao presidente Mikail Saakashvili.
Burdjanadze fundou recentemente o Movimento Democrático para uma Geórgia Unida, um movimento da ala direita moderada, inspirada em Margaret Thatcher. Segundo a georgiana a democracia em seu país ainda corre sérios riscos, "digamos que o nível de democracia do nosso país não é satisfatório. Claro que a Geórgia é um país mais democrático do que outras ex-repúblicas soviéticas. Não quero fazer comparações entre o nível da democracia na Geórgia com outros países ex-soviéticos. Quero compará-lo com o de países bálticos, com o da Polônia, República Tcheca e outros, que têm uma democracia sólida." Sobre o presidente Mikail, a deputada lembra que ele foi reeleito triunfalmente em maio de 2008 e que, "o presidente goza de uma popularidade ainda forte, apesar dos ataques da oposição. Aos olhos dos georgianos ainda é ele quem resiste à Rússia. A dificuldade para a oposição é: Como fazer cair o governo, sem fazer o jogo de Moscou". 
Burjanadze entende que o povo de seu país está unidos contra o que ela chama de agressão russa e, "as pessoas estão unidas e apoiaram o presidente quando a Rússia tentou mudar o regime, porque não cabia a Moscou decidir quem deve presidir ao nosso país. Só os georgianso devem decidir quem fala em seu nome. Isso não cabe decidir nem à Rússia nem a mais ninguém."
No caso da Abcásia e da Ossétia do Sul, Nino Burjanadze, acredita numa armadilha preparada por Moscou e Tbilissi não a soube evitar, "A Rússia criou todas as situações de provocação e era visível que queria provocar a Geórgia. Só fomos perceber, isto mais tarde, quando Vladimir Putin, presidente nesse momento, assinou a declaração de relações diretas com a Abcásia e a Ossétia do Sul, um documento completamente ilegal, claro. Era evidente que a Rússia queria provocar uma crise com a Abcásia mas, felizmente, pudemos evitar a crise naquele momento." 
Nino Burjanadze acusa a Rússia e crítica a ONU e outros países ao dizer que "A Rússia enviou o exército contra um país soberano, violando as fronteiras de um país soberano. Desprezou a soberania e integridade territoriais de um país membro das Nações Unidas. E ainda que a Rússia quisesse proteger os ossetas, ainda que a Rússia quisesse respeitar as suas obrigações enquanto força de manutenção de paz, poderia ter apelado à ONU, ela não tinha o direito de agir sozinha." E finalmente ela acredita que as agressões ao seu país, a tentativa de o desintegrar reconhecendo a independência de suas províncias Abcásia e a Ossétia do Sul, só vão ter um fim quando os russos respeitarem o que eles próprios assinam em fóruns internacionais, "Não penso que o isolamento total da Rússia produza resultados positivos, não sou favorável e não sou favorável à criação de uma nova Cortina de Ferro entre a Rússia e o resto do mundo. Mas é lógico, para ser totalmente honesta, que esperávamos uma reação mais forte e dura dos demais países, porque é evidente que a Rússia foi culpada ao organizar a agressão contra a Geórgia. É importante conseguir que a Rússia participe nas negociações internacionais e não bloqueie as discussões."