quinta-feira, 5 de junho de 2008

Acidente em mina mata 4 polacos

Foto: Rafał Guz


Quatro mineiros morreram soterrados na mina de carvão "Borynia" em Jastrzębie Zdrój, na Silésia, Sul da Polônia e outros 23 ficaram feridos. Os sobreviventes encontram-se no hospital e três estão muito mal. Os mineiros mortos tinham 22, 35, 45 e 50 anos.
Segundo informações dos diretores da empresa que explora a mina WUG e JSW, o acidente ocorreu nesta quarta-feira, ao redor das 23 horas. Os 32 mineiros haviam descido 900 metros abaixo do solo. Ainda segundo os diretores, o acidente pode ter sido causado por explosão de gás metano, comum nestes locais de exploração.
Desde o ano 2000 morreram em acidentes em minas de carvão na Polônia 49 mineiros, nas minas Piekary; Jas-Mos; Pokój; "Zofiówka" e Helemba, onde em 2006 morreram 23 mineiros, na maior tragédia da história mineira da Polônia desde 1974, quando então morreram 68 pessoas em duas minas, Silesia e Dymytrów.

As minas de carvão são a principal atividade econômica das regiões ao Sul da Polônia, principalmente na Silésia e Małopolska, pois é a base energética do país.

A polêmica voz judaica

Foto: Miguel de Icaza

Para aqueles que se interessam pelos assuntos judaicos na Polônia, uma boa e interessante leitura é o livro "The Holocausto Industry - Reflections on the Exploitation of Jewish Suffering". No Brasil foi publicada uma tradução de Vera Gertel, pela Editora Record, em 2001, com o título de "A Indústria do Holocausto - Refelexões sobre a exploração do sofrimento judeu".
Polêmico, por ter sido escrito por um professor doutor, filho de um casal de polacos judeus que viveram os horrores da segunda guerra mundial em guetos e campos de concentração, a obra mostra como dois judeus, Simon Weisenthal e Elie Wiesel, ao criarem a Fundação Holocausto, sediada em Washington, nos Estados Unidos, montaram um indústria que se dedica a cobrar indenizações de empresas e países, mentindo sobre o número de sobreviventes para extorquir dinheiro que não é efetivamente entregue às vítimas reais. O que segundo, Finkelstein reduz o martírio de milhões de pessoas a instrumento de chantagem.
Desde a publicação de suas pesquisas, estudos e livros, o Prof. Dr. Norman Finkelstein não tem sido fácil. Perseguições e elogios têm marcado sua trajetporia nesta primeira década do século 21. Ano passado, depois de muita pressão, marcada por suspensão de suas aulas e seus cursos, ele pediu demissão da Universidade DePaul de Chicago, onde lecionava desde 2001.
Talvez não tão exagerada como foram as ações contra o escritor Salman Rushdie, que foi condenad à morte pelos fundamentalistas muçulmanos, e desde então vive prisioneiro em sua própria casa na Inglaterra, Finkelstein acabou de receber um duro golpe semanas atrás. Quando desembarcou no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, no dia 23 de maio de 2008, foi colocado num vôo de volta a Amsterdam de onde tinha partido. As autoridades israelenses impediram a entrada de um judeu no país, por Finkelstein considerarem suspeito "ter tido contato com elementos hostis a Israel".
Norman nasceu em NovaIorque, nos Estados Unidos, em 1953 e defendeu tese de doutoramento na Universidade de Princenton com o título de "The Theory of Zionism", filho de Zacharias Finkelstein e Maryla Husyt Finkelstein. A mãe viveu os horrores do Guetto de Varsóvia e o pai passou pelos campos de Auschwitz e Majdanek e sobreviveram como muitos outros polacos judeus.
Na introdução de seu livro, Finkelstein escreve: "Exceto meus pais, todos os membros de ambas famílias foram exterminados pelos nazistas. Posso dizer que minha mais remota lembrança do holocausto nazista é a de ver minha mãe, grudada na tela de televisão, assistindo ao julgamento de Adolf Eichmann (1961), ao voltar da escola. Embora eles tivessem sido libertados dos campos apenas dezesseis anos antes do julgamento, um abismo intransponível sempre separou, na minha cabeça, os pais que eu conhecia daquilo."
Para o escritor Norte-americano judeu a indústria do Holocausto prosperou nos Estados Unidos somente depois da Guerra dos Seis Dias na Palestina. Foi quando os estadunidenses de origem judaica (polacos em sua maioria) se deram conta da importância do Estado de Israel. "De fato, a política de identidade e O Holocausto tiveram lugar entre os judeus americanos não por seu status de vítimas, mas por eles não serem vítimas", escreve em seu livro Finkelstein, para dizer logo em seguida que, "assim que caíram as barreiras anti-semitas, logo após a Segunda Guerra Mundial, os judeus se destacaram nos estados Unidos. Segundo Lipset e Raab, a renda per capita dos judeus é quase o dobro dos não-judeus; dezesseis dos quarenta americanos mais ricos são judeus; 40 por cento dos ganhadores americanos do Prêmio Nobel de ciência e economia são judeus, assim como o são 20 por cento dos professores das maiores universidade; e 40 por cento dos sócios das grandes firmas de advocacia de Nova iorque Washington".
The United States Holocaust Memorial Museum em Washington

Em outra página ele escreve que "Nos desastres da Segunda Guerra Mundial, o holocausto nazista não foi classificado como um fato unicamente judeu, como um acontecimento historicamente único." E tal é verdade que estudos recentes na Alemanha e na Polônia desmentem o número de 6 milhões de judeus mortos no Holocausto. O atual presidente da Polônia Lech Kaczyński, durante as discussões do Pacto de Lisboa para a Constituição Européia pediu que fizesse constar que durante a segunda guerra mundial morreram 6 milhões de polacos. Historiadores e pesquisadores estão sempre a revisar os números e alguns deles sustentam que foram 2 milhões e 700 mil os judeus mortos pelos alemães nazistas e não seis milhões como Weisenthal propaga pelo mundo com sua Fundação.
E para não colocar aqui o texto todo do livro encerro com uma última citação de Finkelstein sobre as ações do romeno-judeu Elieser Wiesel, "Comparar O holocausto com os sofrimentos dos outros constitui para Wiesel, uma traição total da história judaica (Wiesel, Agasit Silence, v. iii, 146). Alguns anos atrás, uma tablóide de Nova iorque fez uma paródia na manchete - Michael Jackson, e outros 60 milhões morreram num Holocausto Nuclear -. O texto provocou um irado protesto de Wiesel - Como se atrevem a se referir ao que aconteceu ontem com um Holocausto? Só houve um Holocausto -."

O Versailles da Polônia

Foto: Museu Wilanów

A família Potocki pelo jeito gostava muito de Palácio, quando não construía, comprava. Além do Palácio de Radzin Podlaska (no "post" abaixo), foram os últimos donos de Wilanów, em Varsóvia.
Em 1805, Stanisław Kostka Potocki criou um dos primeiros museus públicos da Polónia, numa ala do palácio. Além de arte, Potocki organizou para os visitantes uma exposição onde contava sobre o primeiro construtor e dono do Palácio de Verão do Rei da Polônia, o grande marechal das guerras, Rei Jan III Sobieski (o primeiro polaco eleito rei durante a fase de eleições de reis estrangeiros para o trono da Polônia) e o glorioso passado nacional.
O Palácio Wilanów de Varsóvia, juntamente com o seu parque e outros edifícios, forma um dos mais preciosos monumentos da Cultura Polaca. Sobreviveu às invasões, divisões, ocupações e destruição de Varsóvia na Segunda Guerra Mundial. O Palácio Wilanów foi construído pelo Rei Sobielski, no final do século XVII, para servir como casa de verão. Muitos o chamam de o Pequeno Versailles da Polônia, por guardar muito da aparência do principal Palácio da França.
Em estilo barroco possui muita simbiose entre a arte européia em geral e a velha tradição de construção polaca. As elevações e interiores do palácio, usando símbolos antigos, glorificam a família Sobieski, especialmente os triunfos militares do Rei. Depois da morte de Sobieski, em em 1696, o palácio foi herdado por seus filhos. Mas após 172o, várias famílias de magnatas polacos sucederam-se como propreitários como os Sieniawski, Czartoryski, Lubomirski, Branicki e Potocki. Pelo breve período de três anos entre 1730 e 33 foi residência do rei August II. Durante estes últimos séculos muito dos salões interiores foram modificados pelos proprietários de cada época.