Participação impressionante na "Marcha dos Milhões de Corações" pelas ruas de Varsóvia, neste domingo, 1º de outubro de 2023.
O evento, convocado pelo líder do Partido PO - Plataforma da Cidadania, começou às 12 horas no Rondo (rotatória) Demowski e terminou às 15 horas, no Rondo Radosława.
O ex-primeiro-ministro da Polônia e ex-presidente da Comissão da União Europeia, o ex-deputado Donald Tusk, encerrou a marcha dizendo em seu discurso, perante a multidão, que,"quero lhes dizer que somos mais de um milhão. Vocês estão participando de um evento verdadeiramente único."
"E não se trata de recordes do Guinness, não se trata da maior manifestação política da história da Polônia, é certamente a maior reunião política do mundo hoje", acrescentou.
Depois apelou aos que estavam indecisos para irem às urnas e votarem “pelas gerações futuras”.
"Também quero prometer-lhe o fim da guerra polaco-polaca no dia seguinte às eleições".
"Após perseguir o agressor, não faz sentido lutar", disse Tusk.
Quando a marcha começou, pode-se ver a sua escala total. Esta foi impressionante.
"Mais de 1.000.000 de corações vermelhos e brancos em Varsóvia", escreveu Donald Tusk no site X.
"Esta é a maior manifestação da história de Varsóvia", acrescentou a porta-voz da Câmara Municipal da capital.
A marcha teve aproximadamente 4,5 km de extensão e ocupou uma área de mais de 350 mil metros quadrados.
"Você já ganhou. (...) Dezenas, senão centenas de milhares de pessoas estiveram ao longo de todo o percurso. Nunca estive tão cansado de sorrir! (...) Vocês representam a maioria da nação polaca, que está farta destes anos sombrios, e vieram aqui e sorriram para mim e para si próprios", disse Tusk.
"Como nunca na minha vida, sorri por três horas, por isso mal consigo falar agora", brincou o líder da Coalização da Cidadania.
O ex-primeiro-ministro pediu, então, que o final da Marcha dos Milhões de Corações começasse com a entoação do hino nacional da Polônia.
"Somos normais. As autoridades que agiram contra todos os interesses polacos foram anormais. Quando olho para estes políticos cínicos que poluem o Mar Báltico e derrubam árvores, digo: isto não é a Polônia. Você é a Polônia", enfatizou o líder do Platforma Obywatelska.
"Se tenho alguma obsessão política na minha vida e depois da minha experiência política. Há muito tempo eu pensava que era um verdadeiro cavaleiro da liberdade, mas estava perdendo. Não consegui fortalecer ou convencer os outros a lutar pela liberdade, pela honestidade, pela verdade com tanta determinação como quase na guerra (...). Toda a nossa vida é uma luta constante".
"Nossos avós incutiram em nossos corações a luta pela nossa orgulhosa pátria e é isso que estamos fazendo", disse Donald Tusk.
O líder da maior manifestação partidária da história recente da Polônia agradeceu a todos os heróis do Armia Krajowa (Exército da Pátria) e do Sindicato Solidarność (Solidariedade). A multidão começou a gritar “obrigado”.
"Foram eles que levantaram a Polônia que estava de joelhos. Mas literalmente, não em slogans. Tudo o que sempre foi amor verdadeiro e solidariedade agora está aqui. Não permitiremos que ninguém nos tire isso novamente. Dia 15 de outubro também para nossas heroínas e heróis dos insurgentes. Para que o seu esforço não seja em vão", conclamou Tusk.
No próximo dia 15 de outubro ocorrerão eleições parlamentares na Polônia. (No Brasil, nos consulados de Brasília e Curitiba, os polacos e brasileiros com cidadania polaca, votarão no dia 14).
O PO - Platforma Obywatelska (Partido da Plataforma da Cidadania) de Donald Tusk pretende desocupar do poder o PiS - Prawo e Sprawiedliwość (Partido do Direito e Justiça), que se encontra comandando a Polônia desde 2015.
O ex-líder do Solidariedade, ex-presidente da República e Prêmio Nobel da Paz, Lech Wałęsa (pronuncia-se Lérrr Váuensa) se manifestou neste domingo dizendo que, "infelizmente, se não fosse Lech, Jarosław Kaczyński não teria crescido tanto".
Lech a quem ele se refere é o ex-presidente da República da Polônia, Lech Kaczyński, irmão gêmeo do líder do partido de extrema-direita PiS, Jarosław Kaczyński, que se mantém na dianteira das pesquisas de opinião com pouco mais de 2% nas intenções de voto.
Lech Kaczyński morreu na tragédia aérea com o avião presidencial da Polônia, com 96 autoridades polacas, em abril de 2010, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, quando iria homenagear os 22 mil oficiais polacos assassinados por Józef Stalin, na floresta de Katyń, no início da Segunda Guerra Mundial.
Vários relatórios sobre aquela tragédia foram apresentados, nenhum aceitável. Muitas autoridades e muitos do povo polaco acreditam que Vladimir Putin mandou derrubar o avião da Polônia