Bruno Bronislaw Lechowski (1887 – 1941) era um aquarelista, pintor e desenhista polaco, que passou um período de sua vida no Paraná e nos 16 anos em que viveu no Brasil deixou sua influência na base da pintura moderna brasileira. Nasceu na Polônia e morreu no Rio de Janeiro.
Bruno Lechowski chegou ao Brasil no dia 04 de setembro de 1925, no Rio de Janeiro. A motivação para a viagem foi uma aposta com os amigos: “percorrer todos os continentes como andarilho, num prazo de três anos, comunicando-se apenas através do idioma polaco, sem aceitar qualquer auxílio em dinheiro e viver apenas do resultado de sua arte”. O prêmio para o desafio correspondia a 300 mil zloty que, previamente, Lechowski destinou para a construção da primeira sede da Casa Internacional do Artista, em Varsóvia.
Impulsionado por esse projeto, a proposta previa a instalação de sedes semelhantes no maior número possível de países. Foi a forma que expressou seu ideal de liberdade e democratização da arte. A viagem foi preparada entre 1922 e 1924, iniciando sua turnê em 1925 pelo interior da Polônia e, em seguida, por diversos países europeus.
No caminho, expunha seus trabalhos em parques e praças públicas.“Eu produzo como uma força virgem da natureza e tudo o que produzo pertence a todos ..”, afirmava Lecowski. Foi a última vez que os trabalhos de Lechowski foram vistos na Europa, há 80 anos.
Carismático e de forte caráter humanista, sua passagem pelo Paraná foi marcada pela intensa troca com a nova geração de artistas e intelectuais, entre 1926 e 1927. A concentração de grande número de imigrantes polacos no Paraná foi o que o atraiu para o Sul do país. Após sua passagem pelo Estado, há uma importante fase de sua vida em São Paulo, onde viveu a agitação provocada pelo movimento modernista brasileiro, antes de retornar para o Rio.
Desde que chegou ao Brasil, o também jovem artista sempre foi presente como um pensador engajado ao meio artístico e social. No Rio, foi um dos principais criadores e orientadores do curso livre da Escola Nacional de Belas Artes, no então Núcleo Bernardelli, em 1931. Foi no Núcleo Bernardelli que Lechowski transmitiu seus conhecimentos e ideais a outros jovens pintores brasileiros da década de 30, como José Pancetti. Lechowski faleceu no Rio em 1941.
Nos três Estados, suas atuações foram intercaladas por sucessivas e comentadas exposições. Apontado como um “ardoroso trabalhador”, para produzir suas obras, Lechowski manteve, em todos os lugares, a inesgotável criatividade na pesquisa de novos pigmentos naturais, nas combinações cromáticas, na paciente observação das luzes e das cores tropicais e nos movimentos dos corpos celestes. “O pintor é um músico da cor e um poeta da linha.”
P.S. O que restou das obras do polaco Lechowski fazem parte do acervo permanente do Museu Oscar Niemayer, em Curitiba.